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Fase do Mark Millar
Um dos maiores nomes da Marvel, Mark Millar esteve por trás de muitas de suas histórias mais populares, como "Guerra Civil", "Os Supremos" e "Wolverine: O Velho Logan". Claro que ele não deixou de trabalhar com um dos principais grupos da editora, e foi tanto no universo tradicional, quanto nas versões do universo ultimate. Aqui avaliamos ambas para você!
QUARTETO FANTÁSTICO ULTIMATE (#01 - #32)

Uma das frases que mais me arrancou risos no livro “A História Secreta da Marvel”, foi uma de Bill Jemas, até então o “novo rei do pedaço” na época ao folhear alguns gibis: “Olha só pra isso, eu não entendo isso! Eu sou formado em Direito em Havard, mas não consigo entender isso!”, gesticulava o novo editor chefe a respeito das cronologias “intricadas”, enquanto tentava impor que tudo aquilo tivesse logo um fim e começasse do zero! Claro que isso não foi permitido, e nem Jemas tinha sido o primeiro a tentar esse tipo de manobra, e sim Jim Shooter em plenos anos 80. Como “prêmio de consolação” veio o “ultiverso”, também conhecido como a terra 1616. – O que convenhamos, foi uma das manobras que mais salvou a editora no começo desse século. – A ideia inicial seria ter tramas mais cinematográficas, “trabalhando só o essencial” e que tivessem fácil identificação visual do espectador que sairia da sala de cinema a caminho das bancas para ter mais do que viu. É claro que tudo tomou proporções maiores do que qualquer apostador do período especularia, principalmente por ter talentos criativos poderosos à disposição, podendo criar “do zero” sem ter as amarras de engessadas décadas de continuidade nas costas. Embora a “primeira família” estivesse bem perdida aqui. Em um mundo mais dúbio e próximo, X-Men, Supremos e Homem-Aranha conseguiram ser grandes sucessos e referências, por suas tramas com ecos sociopolíticos bem próximos, entretanto, como adaptar da mesma forma sem destruir por completo a magia do QF? Foi o desafio maior que os engenheiros dessa realidade tiveram, e combinando forças (de forma preguiçosa em algumas partes) nasceu o arco abaixo, servindo de “embrião” aos 60 números da publicação (até o polêmico Ultimatum). Por questões de tempo e de manter meus impulsos de zombarias controlados nesse trabalho mais sério, resolvi reler apenas da #01 há #32, pois depois disso, o enredo ficou desleixado, transformando a série na mensal mais fraca da iniciativa. Nada impede que o ledor questione e ignore meu aviso, prosseguindo por sua conta e risco e feche as 60, eu mesmo fiz isso em uma época mais “tanto faz” da vida quando lia tudo isso por mensais da Marvel Millenium Homem-Aranha...
O FANTÁSTICO #01 - #06 ( Bendis + Millar / Adam Kubert )
“Teleporte: a habilidade de mover as coisas através do espaço... Pela separação corporal do objeto em um lugar e sua reconstrução em outro. Basicamente, a teoria é essa.”

Olhos altamente espertos de um bebê analisam mechas de cabelo da mãe, porém o olhar parece ver mais que o normal, como em análise de forma profunda toda a composição do que toca, seria esse o nascimento do fantástico Reed Richards, que viria a ter sua vida deslocada com outras pessoas de mentalidade inferior, dedicando todo o seu tempo pela busca do algo mais, outras realidades, espécies e formas de teleporte que concretizassem toda a teoria inalcançável da física quântica. O leitor mais atento vai perceber os estilos “que não se encaixam” entre Bendis e Millar. Dá para tirar toda a parte do bullying, tiradas engraçadas e figuras paternas opressoras do primeiro, enquanto toda a explicação cientifica e soluções de intelecto sobrehumano (dentro do enredo, vale frisar) do segundo. Li em algum lugar, essa ser a “visão definitiva, esmagando a pueril de Stan Lee”. Em primeiro lugar, não se trata de melhor, nem pior, mas de contextos, épocas e públicos alvos diferentes. Enquanto em 1961 tinha-se menos de 20 páginas para “se dizer a que veio”, em pleno ano 2004 já havia marca e fama suficiente para “decidir como e quanto espaço gostariam de vir”, por isso mais de 100 páginas para estabelecer os personagens com calma e “reencenar” seu primeiro embate com o Toupeira e seu temível exercito subterrâneo.
DESTINO #07 - #12 ( Warren Ellis / Stuart Immonen )
“Você nunca entendeu que ciência é uma arte, e não um sistema. A ciência moderna vem de Descartes, segundo o qual a conquista da natureza é alçada pela medição e os números. Sabe como ele chegou a essa conclusão?”

Antes de tudo, é muito comum para o leitor do universo tradicional repudiar esse arco, já que aparentemente o grande protagonista do arco, tende a ser a parte mais criticada dele, o aqui não muito temível Victor Van Damme, versão que pode conseguir competir em rejeição junto a dos filmes do grupo. Ao contrário de sua contraparte tradicional, o distinto já pode “ofender” pela substituição um tanto provocativa de nomes, indo a magia quase inexistente e os satíricos pés de cabras, porém, reformular não é parte da proposta do enredo? Quem se sentir lesado basta apenas a opção de ler 600 e poucos números de Fantastic Four. Em balanço, Ellis tenta dar explicações mais dentro da lógica sobre como os poderes dos quatro não causa danos fisiológicos sérios a ele, certas questões dessa premissa são abordadas em Planetary, embora obviamente aqui, ele possa ser estender nelas. A arte de Imonnen é algo a parte, melhorou muito na minha perspectiva com o passar dos anos, e “envelheceu muito bem” em minhas releituras. Em retrospecto, a magia veio a Destino como uma forma complementar, e não prioritária, sendo assim, a ideia de seu desprezo a ela, como uma forma ilógica de agir – representada bem na continuação do monólogo da frase que menciona Descartes –, bem como sua própria descendência de um Drácula “desmistificado” pode entregar uma certa predestinação ao que conhecemos do personagem. Infelizmente.
ZONA-N #13 - #18 ( Warren Ellis / Adam Kubert )
“Tudo o que eu sempre quis foi alguém que ficasse feliz em me ver pelas razões certas.”

Não dá para negar desse título ter um fio narrativo muito forte em suas trinta primeira edições: entender a extensão dos poderes de cada um, e opcionalmente curar os descontentes, como Ben Grimm. Dada a construção, a vinda do Aniquilador para a trama se torna mais orgânica, e um contrapeso à ação. Originalmente, a “Zona N” é um “sub-espaço” que serve para ir de um ponto distante a outro. Ellis apenas estende o conceito, indo por uma vertente de ficção menos fantástica, e mais “explicativa”, a exemplo do vilão “Niquil” não falar o mesmo idioma que o quarteto (como bem ocorre corriqueiramente em HQs em geral), mas precisar de um tradutor, são sutilezas tomadas para tornar mais “real”, mesmo se tratando de um argumento onde um humanoide de besouro tem centenas de anos e verá seu Sol morrer... Nas entrelinhas é possível notar a trágica busca do Sr. Fantástico por seres que possa o ter como igual, como uma forma de compensar toda a incompreensão familiar que teve, a ponto de sua “fuga da realidade” se tornar uma “fuga entre realidades”. É fato que “quando já se conhece o resultado de uma partida, seu julgamento fica nublado”, em outras palavras, tendo a maioria do público conhecendo esse Reed mais como o antagonista “Criador”, pode-se analisar como altamente suspeitas várias de suas escolhas já nessa passagem, em especial sua “solução” na #18.
RESERVA DE PENSADORES #19 - #20 ( Mike Carey / Jae Lee )
“Áudio removido: Inserir lixo parental estereotipado.”
Carey faz sua estreia de forma tímida, ao trazer sua versão para o Pensador Louco em um “crime de dois atos” alçado mais pela arte sufocantemente escura de Jae Lee. O escritor que um dia viria a escrever as tramas mais esquecíveis (e não estou exagerando) para o título faz uma brincadeira bem executada até certo ponto, esbarrando na motivação pífia da “Pensadora”. Se na fase Kirby, em um único número, o Pensador era mostrado com um grande plano para tomar conta do crime organizado, aqui temos uma adolescente que se mutilou “para ficar mais inteligente” e tem por clímax invadir o quartel general do grupo e leiloá-los na internet (!?). Certamente uma “outra face da moeda” acrescida de uma rejeição ainda mais densa, o diálogo dela ao fim da #18 parecia ser uma ameaça direta ao leitor...
O OUTRO LADO DO ESPELHO #21 - #23 ( Mark Millar / Greg Land )
“Ah, a ironia dessa situação não me escapou inteiramente, mas o fim do mundo é um eficiente nivelador... E não podemos ser criteriosos demais quando estamos entre os últimos seres humanos vivos.”

Millar retorna! E aparentemente em sua breve passagem, resolve “enxugar” na escrita cortando os arcos do modelo inicial de seis partes para apenas três. Sua segunda medida é voltar os olhos com mais atenção ao material base dos anos 60, criando suas tramas com bastante homenagens e leves alterações para não destoar do arquitetado inicialmente, e claro, “tendo que jogar com as cartas disponíveis”. Se não haviam à disposição os integrantes do “Quarteto Terrível”, faz-se uma versão zumbi do outro lado do espelho deles, lançando raízes trabalhadas dez edições depois. O motivo da entrada na confusão ainda se mantém fiel a proposta inicial de “reverter o revés cósmico” ao invés de brincarem de super-heróis. Os mais apressados logo atacaram uma “descaracterização” em Magneto, e a eles eu dou lamento por não enxergarem fora de um único quadrado para um totalidade maior. Vale dizer que “os zumbis marvel” ficaram como uma “herança involuntária”, vindo a serem trabalhados no selo Max com o passar dos tempos, o que deveria ser só uma piada com Marvels...
A TUMBA DE NAMOR #24 - #26 ( Mark Millar / Greg Land )
“A raça atlante era milhões de anos mais evoluída que a de vocês, símios pelados e cacarejantes. Imitar os seus padrões de fala não é mais difícil do que imitar o latido de um cão.”
Um fantasma do passado reaparece na vida dos irmãos Storm, de forma cínica os usando como “ferramentas” para extrair segredos de Atlântida, os levando até o “Rei” Namor. Muito mais poderoso do que o normal, o atlante sente de primeira “famosa paixão” querer tomar posse endereçada à Mulher-Invisível, concordando em cooperar se ela o “acompanhar”. Por não ter nada de nobre nessa versão do príncipe submarino, o final um tanto “infantil” para que ele tenha o que quer a qualquer custo, assinala em cheio com a proposta. E claro, aqui ele não usa o famoso sungão verde, aprendeu até a se vestir!
PRESIDENTE THOR #27 - #29 ( Mark Millar / Greg Land )
“Não, eu to feliz em ser humano, galera. Gosto muito do cara que eu vejo no espelho.”
Em um belo exercício de “O que aconteceria se...”, Millar mostra o primeiro contato do QF com os Skulls – ou perto disso --. Pode ter surpreendido muitos, ansiosos pelas diferenças e mais que contentes com os “chitauros” inseridos pelo próprio em Supremos Vol. I, todavia, dentro da narrativa, eles são a espécie predominante, sendo os invasores de antes apenas uma “subdivisão perversa” a manchar sua reputação. Em um contato bem sucedido de Reed, essa raça concede pílulas para ativar superpoderes a todas as pessoas do mundo, formando uma utopia sem igual, excetuando-se por Ben Grimm, que se mantém como “o último ser humano sem poderes”. Thor se torna o presidente, bem como Richards seu vice, mas a chegada do embaixador desse povo mostrará intenções bem intrigantes a respeitos das pílulas...
INUMANOS – Anual #01 ( Mark Millar / Jae Lee )
“Porque vocês macularam o nosso ar com tudo o que rejeitamos, humano. Há dez mil anos nos afastamos da humanidade e em menos de dez minutos vocês lembraram o porquê.”
Em geral anuais são histórias tapa buracos, usadas para introduzir de forma rápida algum conceito que “atrasaria” a narrativa principal do que é feito mensalmente, portanto “Inumanos” cumpre o seu papel, mesmo que fugindo de algo memorável, e em comparativo seja o ponto mais desinteressante da jornada, embora ainda reverencie com a forma que a realeza inumana é apresentada. Três detalhes chamam bastante atenção: Johnny ter uma “atração mais realista” por Crystalys ( bem ao contrário do contorno “Romeu e Julieta” do conto original de Kirby), os Inumanos serem ainda mais estéreis em relação a emoções e contato com humanos (dando até mais sentido a sua alcunha), e Maximus, avaliado bem, não ser necessariamente o vilão, papel que sempre lhe cabia.
TERRÍVEL #30 - #32 ( Mark Millar / Greg Land )
“Sou honrado demais para deixá-lo sem nada, como fez comigo. Afinal, a honra é o que nos separa dos animais.”
Após um “rápido” ano de histórias, Millar literalmente arranca todas as pontas soltas nesse arco “redentor” em vários sentidos. Apesar de ainda ser um “Van Damme”, o agora Doutor Destino se reergue com realeza, magia, planos melhores elaborados ,e claros: pés normais -- uma medida que soou tranquilizadora aos que esperavam o maior inimigo do grupo condizente a um gênio soberano. -- Além é claro, de resolver a situação no minimo desconfortável dos zumbis. Vale notar outro "ponto de ruptura" de Reed...
“FASE MILLAR E HITCH (COM IMMONEN NA #569)”

Dizer que a dupla viraram “pop stars” da editora é lugar comum, hoje em dia há mais pessoas que leram Os Supremos que os números originais dos Vingadores. Inicialmente ambos usariam o “toque de Midas” com os X-Men, mas em uma manobra inesperada, ficaram com os quatro fantásticos, que careciam de histórias que os colocassem “no radar”, assim como as outrora de Mark Waid tinham feito. O maior “crime” da dupla, é que haviam alcançado o ápice de suas carreiras já em Supremos II, principalmente Hitch, com sua inadaptável página óctupla! O público sedento por um encerramento em trilogia de toda aquela mega produção de conspiração política, teve seu sonho frustrado pela descompromissada continuação de Jeph Loeb, e em um momento de amargura por esse “abandono”, buscou mais seu Supremos III do que uma aventura fantástica do Quarteto. Claro, ainda haveriam discussões a respeito do futuro sustentável do mundo, bem como da superexposição que a mídia faz, mas ainda assim um enredo multidimensional envolvendo uma família de exploradores e não uma máquina militar como outrora. Millar resolveu abraçar – mesmo a sua maneira – o lado mais super-heróico e exagerado possível, aos moldes da Liga de Morrison, ou mesmo o duvidoso Authority, e isso pode ter decepcionado aos que foram mais pelo autor do que pelo título em si, além do último trabalho dos dois juntos, foi um dos últimos de Mark Millar para a Marvel, ouso até a dizer que quase “o fim de uma era”, visto que o escocês só se preocupou em fazer tramas mais simples “autorais” para irem para o cinema aos moldes de “Kick-Ass” e “Kingsman”. Enquanto Bryan Hitch foi decaindo em seus trabalhos, (até mesmo aqui, visto sua ausência na edição #569) brilhando pela ultima vez em seus traços inacabados de “A Era de Ultron”.

MELHORES DO MUNDO #554 - #557
“Porque eu a amo, Alyssa... Ou isso é algo que você não consegue descobrir sem a sua calculadora?”

Uma antiga colega de faculdade procura o líder do Quarteto com urgência, e apesar de toda a excentricidade, ela traz irreversíveis informações quanto ao fim da Terra, não por algum supervilão, mas por seu próprio esgotamento de recursos naturais frente a uma população mundial crescendo excessivamente. Em via disso, é mostrada a Reed uma réplica em construção do mundo, para onde irá o êxodo quando a catástrofe vir. Em paralelo a isso (e em escalas mais humanas), Ben Grimm parece conseguir uma conquista amorosa, Johnny tentar ficar mais famoso participando de uma banda e Sue organiza uma ONG com outras super-heroínas. Millar consegue tratar os ícones com naturalidade, ao tempo que projeta sua primeira ameaça “estupidamente difícil de derrotar, mas com uma fraqueza estupidamente obvia, que você nunca notaria de antecedência.” Pesa de negativo a participação massiva de supers, que acaba sem peso, tanto por não terem uma ação ativa no combate, quanto por desviar a toa a atenção dos quatro principais... Claro, na posição de um roteirista “com carta branca”, é sempre tentador brincar com mais bonequinhos que consegue carregar, apenas para dizer que brincou. Pulados os excessos e idos aos calmos diálogos de fechamento, “nos lembramos” do por que esse gibi tem diferencial.
A MORTE DA MULHER-INVISÍVEL #558 - #561
“Eu diria isso apenas uma vez: quem quer que tenha orquestrado esse sequestro morrerá pelas minhas mãos essa noite, assim jura Victor Von Doom.”

Sem tempo de respirar, entra-se já outra trama conectada: Um desamparado e ferido Doutor Destino bate a porta, perseguido por super seres desconhecidos até então. Logo o quarteto se verá envolvido em um plano que atravessou realidades e séculos, porém habilmente costurado de forma a se encaixar com o que veio antes, de forma “a cair como uma luva”, ao se olhar em uma releitura calma, livre da empolgação inicial. Mesmo que muitos possam se sentir descontentes com certas “liberdades criativas” tomadas com seres a exemplo de Galactus, ou mesmo a “cisma” entre Hulk Nerd (usado em Supremos IV) e relação entre pai e filho de Wolverine e algum Hulk (visto Velho Logan, e se raciocinado, pode soar até como uma metáfora de como a cria se tornou mais famosa que o seu criador), é inegável a criatividade, bem como o design a ponto de considerarmos todos esses 16 números como o melhor filme do QF jamais feito!
REQUIEM - #562
“Imagino se sua esposa pode morrer duas vezes, hein?”
Uma história de parcial conclusão, e com flerte a ser fechada, já que evoca mais questões, principalmente vindas do Doutor Destino que pela primeira vez refere-se ao seu “mestre”, o ser que lhe ensinou tudo o que sabe. Informação no mínimo conflitante retcon desgraçado quando revisado que Doom além de orgulhoso em demasia, nunca se encaixou com o tipo que reconhece qualquer autoridade ou poder acima do dele, muito menos se propor a servidão... Embora o foco narrativo seja o enterro de uma vítima do próprio, “justificada” como uma retaliação em defesa da própria honra.
SENHOR E SENHORA COISA - #563
“Do que está falando? Eu sempre os faço gritar...”
Os preparativos do noivado e futuro casamento entre Bem Grimm e Debs tem inicio, remetendo indiretamente ao noivado de outrora Reed e Susan. Hitch faz uso de belas páginas duplas para aumentar a imerssão no momento, enquanto Millar não pesa com excesso de diálogos, deixando a trama fluir, e tirando mais o protagonismo de Reed para Ben, possivelmente o mais humano da família. Em outra dimensão é mostrado um pouco do modus operandi do grande adversário de toda a fase, embora o vilão em si apesar de não parecer, é uma “autorreciclagem” do autor como veremos á frente. Também é digna de nota a “amizade mais sadia” que o Johnny tem com o noivo...
O MONSTRO DO NATAL - #564 - #565
“Dá para acreditar que eu nunca prendi ninguém em toda a minha carreira?”
Apesar do “monstro lovecraftiano”, parentes de fases antigas e “respiro da rotina intensa em férias”, Millar tira esses dois números para trabalhar mais nas crianças, em especial Valéria, que agora tem um intelecto absurdamente quase ao nível do pai, e Franklin, embora aqui mais “infantilizado” e sem menções a seus poderes mutantes nível ômega ( algo se alguém com uma leitura mais avançada do que veio antes puder me explicar, eu agradeço). Questões que afrontam a instabilidade da família como possibilidade de traição no casamento já haviam sido abordadas, mas é nessas crianças, e a “diferente distribuição” de atenção que podem receber um dos bons pontos de reflexão, e que possivelmente serviram de inspiração ao trabalho posterior de Jonathan Hickman. Até mesmo as recapitulações são feitas em forma do “Blog da Val”.
O MESTRE DE DESTINO #566 - #569
“Vocês não me são nada, não guardo ressentimentos de vocês, como não guardo do megalodon que me despedaçou.”

Um Vigia aparece assassinado, e esse é o menor dos problemas da teia de complicações temporais desse arco final. Novamente há linhas de juízo um tanto “anticronológicas”, mas justificadas por um uma “vilania maior”. A motivação do Marques da Morte é mais do que objetiva, podendo parecer rasa sem uma leitura prévia da mini “ --- “ feita por MM no selo Max, ao qual a “contraparte” do que viria a ser o Marquês é apresentada. Notando bem, a aparência lembra bastante um arqui-inimigo do Juiz Dredd, enquanto a persona, o “Dr. Morte” de “O Procurado”, e o Lúcifer da bíblia... Note também como cada título do arco representa a própria reviravolta dele, dando um sentido literal sobre ele, levando ao “Mestre do Destino” um sentido mais amplo e o grande ponto alto de toda a fase, mesmo havendo incompatibilidade crível ( mesmo se tratando de um gibi ) com o contorno “sobre a morte” realizado. Pode parecer um pé para trás (afinal, é uma mensal...) o desfecho do casamento do Coisa, embora seja uma pausa para reflexão após tantos giros e “temperatura de Plank”.