[ATUALIZADO] ANÁLISE COLEÇÃO DE ENCADERNADOS - ROUND 3



"Hello!

Here I am...

Here we are...

We are one!

I've been waiting for this night to come!" - Psycho Circus, Kiss




ROUND 1: http://ozymandiasrealista.blogspot.com.br/2015/09/analise-colecao-salvat-da-marvel.html
ROUND 2: http://ozymandiasrealista.blogspot.com.br/2015/11/analise-colecao-salvat-da-marvel-round-2.html

OBS.: Já é o terceiro post, e venho avaliando mais edições da coleção das capas vermelhas (Os Heróis Mais Poderosos da Marvel), essas são focadas em personagens específicos, procurando englobar as partes mais importantes da Marvel; passando também por coadjuvantes como Guardiões da Galáxia e Luke Cage. Por isso achei importante retomar a ideia fundamental que eu tinha com essas listas de análises inspiradas no formato do Planeta Marvel/DC. A ideia, com tantos encadernados saindo de uma vez nas bancas e livrarias, é basicamente "vale a pena pagar 35 reais por esse volume?". Portanto algumas estórias que, apesar de serem clássicas e influentes, já estão datadas ganham o marco "dispensável" que pode ser confundido com ruim. Tenha isso em mente. Levando em consideração o público inteiro, há muitos leitores que foram formados agora, principalmente com a empreitada dos filmes, para tais pode ser uma grande decepção comprar uma estória que já foi superada e estou pensando neles também, queria deixar isso claro. Agora vamos lá...






- OS HERÓIS MAIS PODEROSOS DA MARVEL -



7.Capitão América



"Eu sempre acreditei que só é preciso um homem para fazer a diferença. Para ficar de pé quando os outros são forçados a se sentar. Para falar alto por aqueles que não têm voz. E para lutar o bom combate."

Há de sobra encadernados de fases mais recentes do bom Capitão América, como a fase do Bruebaker e afins, portanto achei interessante esse volume da Salvat se focar na fase do Roger Stern com o insubstituível John Byrne. Assim como o Superman, o Capitão América é um personagem que com o passar dos anos ficou meio dividido na opinião do público que o conhece mais por cima; sendo muitas vezes visto como um herói conservador e sem graça. O Capitão América foi criado pra representar os EUA/o capitalismo? Sim, ele foi. Ele é um soldado? Sim, ele é. Mas depois de descongelado e trazido ao mais variado Universo Marvel, uma série de artistas, inclusive o Stan Lee, se preocuparam em trazer ao personagem mais do que isso; não seguindo só o estereótipo de soldado, mas o colocando como alguém que critica suas ordens e ideologias. Até hoje ele continua assim, o melhor exemplo é seu posicionamento rebelde na "Guerra Civil". Esse encadernado não cobre uma fase específica com início, meio e fim, mas ele trás uma série de estórias dessa fase em que ele conheceu a Bernie e trabalhava como ilustrador. Escrevi isso tudo porque são bons exemplos de estórias em que Steve Rogers se submete a momentos de autocrítica e reflexão. Vale avisar que é tudo coisa antiga, então tem aquela narrativa pesadíssima e alguns diálogos clichesíssimos, mas os enredos em si são surpreendentes e muito interessantes.

-Aventuras contra o vilão Mecanus.
-Sugere-se que o herói se candidate a presidência
-Estórias contra o Sr. Hyde
-Combate contra um vilão da 2a Guerra, o Barão Sangue + uma homenagem paralela ao Union Jack, um personagem antigo.
-Uma estória de origem celebrando os 40 anos que o Capitão estava completando na época.

Conclusão: Vale a pena.

9.Gavião Arqueiro


"Fui bem convincente, não fui? Nunca te passou pela cabeça que era mais fácil amar um cachorro do que um romeu cafona com ilusões de adequação feito você?"

É interessante como mesmo não sendo um dos seus personagens mais amados, o Gavião Arqueiro é um daqueles que a Casa das Ideias nunca desiste, e nessa persistência acaba tendo boas estórias. O encadernado começa com sua primeira aparição como capacho da Viúva Negra e inimigo do Homem de Ferro, depois mostrando quando ele se une aos Vingadores. Então vem a série de HQs solo do personagem. Bem, não é mistério que o arqueiro não possui qualquer inimigo ou mesmo coadjuvante mais expressivo. Levando isso em consideração, tudo que dava pra fazer ficou nada mal! A estória é clichê, mas divertida, uma ótima época da Marvel. As sequências de ação dos desenhos também são muito competentes, mas infelizmente não passa disso, deve ser mais apreciado apenas por leitores bem old school ou grandes fãs do personagem. E a última capa que envolve o personagem em um caixão é puramente sensacionalista.

Conclusão: Dispensável.

12.Os Três Guerreiros


"Será que eles são homens brincando de deuses? Ou deuses brincando de homens?"

Há duas levas de estórias em quatro partes.

A primeira é da revista "Warriors Three": uma agente narra como a I.M.A. havia ido a Asgard fazer merdinha, como a I.M.A. sempre faz, e acabou arranjando problemas pra si própria e toda a realidade. Cabe a Fandral, Hogun e Volstagg resolver o problema enfrentando um velho filho de Loki ao mesmo tempo que a forma que eles se conheceram e seus dilemas vão sendo paralelamente mostrados. É muito bom, tanto o texto quanto as ilustrações, só o final que decepciona um pouco havendo uma conclusão muito rápida pra algo que estava sendo desenvolvido com tanta introdução.

Essa primeira é bem recente, a outra da linha "Marvel Fanfare" é bem mais antiga, com ilustrações de Charles Vess que lembram um conto de fadas. Haverá um casamento em Asgard, mas Loki não foi convidado e em uma crise de Malévola transforma o noivo em um bode que sai correndo para a floresta. Como o casamento é importantíssimo para Asgard, os três guerreiros junto a outros seres da mitologia nórdica procuram uma forma de reverter o feitiço enquanto lidam com outros truques do deus da trapaça. Há uma revista com cada herói trabalhando separadamente, ao fim todos se unindo na quarta edição. Achei divertido, bem-feito e recompensador.

Conclusão: Vale a pena.

13.Ciclope


"Preciso distraí-los, ou aquela ruiva vai morrer. (Pelo menos acho que ela é ruiva. Todos têm cabelo vermelho com a minha visão)."

A princípio achei bem atraente conhecer uma série solo do Ciclope. Todo mundo sabe que ele é o líder dos X-Men e até que tem uma estória bem interessante por si só, mas mesmo assim não é difícil ele ser ofuscado por Wolverine e cia. Na primeira trama, "Odisseia", o personagem tira férias forçadas do super grupo por recomendação do Professor X. Aquelas férias de super-heróis em que... surge um super-vilão e ele acaba tirando férias porcaria nenhuma. Odisseia é divertida e tem uma narração bem feita, mas nada de extra. A última estória reconta a origem do personagem na época que ele conheceu os X-Men e enfrentou o Magneto pela primeira vez. Mantenho a minha opinião, são duas estórias de nível normal.

Conclusão: Dispensável.

14.Capitão Marvel


"Você tem senso de humor, rapaz... Algo que eu ainda tenho de cultivar! Talvez possamos tirar proveito do acidente que interligou nossos destinos!"

Esse foi um dos mais difíceis de entender. E me refiro à publicação. Parece que eles se focaram mais em estórias de autores famosos como Roy Thomas e Wolfman do que em mostrar uma determinada fase do personagem. As estórias nem sequer se passam uma após a outra! E as antigas são bem chatas, eu particularmente nunca gostei do Rick Jones e esse volume não ajudou nada. No final há "A Tempestade de Saturno", com ilustrações bem chamativas mostrando aqueles embates cósmicos de Marvel e seus amigos contra alguns seguidores do falecido Thanos. Esse é interessante até, mas parece que a estória começa do meio, assim, mesmo havendo uns momentos bem dramáticos você não sente muito pois ainda não teve nem como se apegar aos personagens direito. Não há a menor sombra de skrulls ou do famoso Thanos, tipo de coisa que eu esperava ver em um encadernado do Mar-Vell; o convidado especial mais célebre é o Hulk, mas o desenhista deixou o Bruce Banner fazendo umas caras de demente o tempo todo, não é muito bacana. Como eu falei, é difícil de entender porque eles publicaram isso.

Conclusão: Não vale a pena.

15.Os Fabulosos X-Men 


"Se houvesse alguma alternativa, Peter... Qualquer uma... Teríamos recorrido a ela. Mas, se não fizermos nada, amanhã o mundo estará em guerra. E, depois de amanhã... estará morto."

Esse é sequência direta da "Saga da Fênix Negra", volume 2 da coleção de capas pretas e primeira edição que eu resenhei aqui. No início há estórias mostrando as transições do super-grupo após os eventos da morte da Fênix. Claremont mostra mais uma vez um texto carregado, tanto na narração quanto nos diálogos. A ideia do autor (que muito funcionou) era constantemente mostrar o estado e as inter-relações do grupo mutante. Pode afastar um pouco quem não tá acostumado a ler tanto, mas o estado de luto dos heróis pela perda da amiga Fênix é muito cativante, acredito que compensa. Não demora muito e... "Dias de Um Futuro Esquecido". Uma das primeiras e mais famosas estórias envolvendo um futuro apocalíptico de realidade alternativa continua uma sequência sem igual. O mesmo pode ser dito do outro clássico que está incluído nesse mesmo volume: "Deus Ama, O Homem Mata". Essa última pra mim é a síntese do significado semiótico atemporal dos X-Men. Não conheço todas as fases do grupo, acho que nem dá pra fazer isso sem muita dedicação, mas creio que todos os fãs dos mutantes devem concordar comigo.


"Deus Ama, O Homem Mata" está mais atual do que nunca para nós brasileiros. Pra começar, a arte que passa do Byrne pro Brent Anderson transmite o peso e seriedade que a estória merece. É discutido justamente do que mais se tratam as desventuras dos mutantes; ódio, preconceito e intolerância, de forma direta, séria e pesada. O vilão Stryker representa grande parte dos psicopatas do governo que vemos todos os dias nas merdas das nossas televisões; e o Deus que ama nessa HQ é ninguém menos que o próprio roteirista Chris Claremont, mostrando os diferentes lados de todos os personagens, sem ser um extremista radical. Essa HQ é uma linda lição não só aos psicopatas da TV, mas à todas as pessoas que tem protagonizado o dia a dia da atualidade; dinamitando os outros por opiniões, religiões, comportamentos, comportamentos sexuais, profissões e ideologias o tempo inteiro sem parar, arranjando sempre uma desculpa para o "matar". O irônico paradoxo que temos entre o "liberal" e o "conservador". Claremont trata desse ódio todo que nos adoece com muita competência. Aqui os diferentes não são monstros, mas os policias também não; existe apenas a sensatez e o senso crítico ou a total falta deles, inclusive é usado da melhor forma possível um dos melhores personagens da editora, o emblemático Magneto. "Deus Ama, O Homem Mata" é não apenas para quem está comprando os encadernados Salvat, mas para todo o público em geral.

Conclusão: Imperdível.

Esse apontando o dedo é o Stryker ou aquele pastor que tava na TV outro dia? Ou será que é VOCÊ?


18.Guardiões da Galáxia


"Não foi a prevenção de desastre mais organizada que já se viu, mas quer saber? Salvar o universo não é uma ciência exata. E isto tudo ainda é novidade pra nós."

Eu tava mais que pronto pra ler esse encadernado e concluir com um "dispensável"; mas veja só! A galáxia é uma caixona de surpresas. A primeira aventura mais antiga é "Trovão no Século 31", em que a editora não deixou de se preocupar em colocar uma versão muito mais antiga do grupo, sem qualquer personagem da formação atual. Na verdade é porque só é mais antiga pra gente, na estória eles são um grupo de um futuro suuuuuuuuper longínquo que são visitados pelo Thor e se unem ao deus para enfrentar o Korvac e sua trupe. Mesmo sendo antiquíssima, acompanhei com bom entusiasmo, nem cheguei a me cansar. Agora a principal do encadernado é "Legado", lançada anos antes do filme, na época da série "Invasão". A primeira coisa que chama a atenção logo na primeira página são as competentes ilustrações de Paul Pelletier com cores de Nathan Fairbairn & Guru Efx. Eu me impressionei em ver que um trabalho tão legal havia sido feito com uma HQ mais desconhecida.


A narrativa já começa com bastante ação que é interrompida constantemente por depoimentos futuros dos personagens sobre a missão. Mesmo sendo o que caracteriza é mais estranho de ler do que engraçado, mas a qualidade dos desenhos decai nem um pouco e as problemáticas da trama são incríveis! A maior parte do tempo é autossuficiente, sem usar algum título maior de muleta. Os poucos ícones do Universo Marvel que aparecem são usados levemente, até o Groot não passa de um detalhe na maior parte do tempo. Os inimigos são uma "Igreja Universal da Verdade", obviamente um monte de cínicos alienadores, é interessante conhecê-los e acompanhar. Os finais de cada capítulo são de matar, não se surpreenda se acabar lendo um atrás do outro. Não é novidade pra ninguém que a versão que mais deu certo dos Guardiões da Galáxia foi a do filme e antes ninguém dava muita bola pra eles, mas justamente por isso esse encadernado de qualidade me surpreendeu pra caramba.

Conclusão: Vale a pena!!!

19.Falcão


"Na verdade, nunca superei a perda do meu pai. Pirei, me tornei mau mesmo. Minha irmã não sabia o que fazer comigo. Fiz coisas que me envergonham. Coisas que me assombram até hoje."

Após o filme do Soldado Invernal, o Falcão é um personagem mais popular no grande público, mas quem lia as HQs sempre curtiu ele, não era desses parceiros irritantes como Robin e Rick Jones. Primeiramente há o primeiro arco em que o personagem surgiu, enfrentando o Caveira Vermelha ao lado do Capitão; depois mostram uma das séries solo que ele já recebeu. O herói era metido com crimes e se regenerou após eventos muito estranhos (Cubo Cósmico, caveira nazista...), voltando às ruas do Harlem como assistente social (e super-herói) para ajudar as classes mais pobres. Não é a estória mais foda do mundo, mas me cativou como eles não mostram a situação apenas como injustiças da elite, mas as verdadeiras dificuldades que envolvem mudar um ambiente e mudar um indivíduo. Eles demonstram inclusive como é difícil obter confiança de quem não acredita em uma vida melhor, e como muitos são filhos da puta mesmo, só aproveitando as dificuldades pra se vitimizarem. É uma leitura divertida que chega a envolver outros personagens legais como Electro e um Sentinela. Eu achei da hora, mas não é dos melhores não.

Conclusão: Dispensável.

20.Namor: O Príncipe Submarino


"Se ficar muito tempo sob a água, você começa a sofrer da falta de oxigênio. Com muito tempo na superfície, ocorre o contrário. Em ambos os casos, é quase uma intoxicação. Você se torna irracional... insano!"

Conta com a série solo do Príncipe Submarino por John Byrne nos Anos 90! Ela começa de forma surpreendente. Eu esperava que trabalhando com foco no Namor, o tornassem mais agradável, de um jeito mais heroico, mas ele é um dos personagens mais incômodos da Marvel, e logo no início ele já é representado assim. Uma majestade arrogante de sunguinha, com asinhas no pé e se acha melhor que todo mundo. Mas é assim mesmo que ele surge já seguido de explicações da sua origem e um lance muito louco dele ser meio pirado por ter que equilibrar sua vivência entre a terra e o mar (para mim, um dos pontos mais interessantes do personagem). No princípio acreditava-se que o Namor estava morto, por razões que não ficam explicadas, então é praticamente um retorno do personagem e o plano dele é se utilizar de riquezas do fundo do mar para como um rico empresário lutar contra as forças que estão destruindo o meio-ambiente, sem necessariamente deixar o seu lado egocêntrico de vilão pra trás. Isso tudo é uma premissa fantástica, vale muito bem os 36 reais (o preço aumentou com o lançamento dessa), mas é horrorosamente decepcionante como uns vilões nada a ver, sem qualquer carisma, vão se tornando o foco das estórias, principalmente no final. É muito desapontador, eles estão presentes (com toda a sua falta de atrativos) desde o princípio, mas é legal por causa do Namor. Uma pena que ele não continue sendo desenvolvido até o final, entrando em combate com esses personagens extremamente dispensáveis. Uma pena mesmo, eu me decepcionei bastante, até a metade é incrível, depois perde a mão.

Conclusão: Dispensável.



- DC COMICS COLEÇÃO DE GRAPHIC NOVELS -



1.Batman: Silêncio - Parte 1


"Há algo sobre as óperas - seus finais quase sempre trágicos - que meu pai achava irresistível."

Essa estória é lá de 2000 e foi o maior sucesso, tendo um dos mais famosos trabalhos do popular desenhista Jim Lee com um dos melhores roteiristas já visto, Jeph Loeb. Portanto, acredito que a essa altura do campeonato todo mundo já deve ter lido, ou no mínimo já sabe a identidade do vilão por trás das bandagens (o Silêncio). Independente disso, toda a investigação feita pelo Batman para descobrir quem uniu seus inimigos contra ele é muito bem escrita e a arte não falha, então é divertido de ler mesmo pra quem sabe os spoilers... ou até mesmo ler de novo! Foi tudo publicado nas revistas mensais e personagens importantes como Tália, Duas-Caras e Mulher-Gato estavam passando por transições expressivas. Além de ser narrada uma ótima estória de mistério, é constantemente recordado alguns dos pontos altos da mitologia de Gotham City, e alguns outros nem tão famosos. De certa forma, além de uma grande estória de investigação também é uma grande homenagem a toda a mitologia do personagem. Se você ainda não conhece, eles fizeram o precinho camarada de R$9,90 por ser a primeira edição.

Conclusão: Imperdível.

2.Batman: Silêncio - Parte 2


"O que é um amigo? Uma alma única habitando dois corpos..."

Aqui o preço já aumenta, mas pode ser encontrado em um combo com o volume 3. Bem, a conclusão é tão boa quanto deveria ser. Mais personagens que não estavam na primeira parte surgem, alguns bem importantes como o Coringa. O enredo vai seguindo de forma promissora, até concluir uma das melhores aventuras do Batman. Há diversidade de personagens, ótimas ilustrações e uma boa dose de perturbação emocional. Veja bem, podendo ser comprado com Superman: O Último Filho por coisa de 35 reais é um belo de um 2 por 1, considere que alguns volumes da coleção de capas vermelhas já estão saindo por R$36,00.

Conclusão: Imperdível.

[ATUALIZAÇÃO] 3.Superman: O Último Filho


"Você é o último filho da Casa de El."

Sem muita introdução, chega um meteoro em Metrópolis que se revela uma nave de fuga. Dentro dela há um menininho pelado e sem recordações do passado. Além de ter a linguagem de Krypton, a sua estrutura biológica bate com a do Superman. O título de "O Último Filho" não foi colocado por nada. Na verdade a ideia de relação paternal é explorada a estória toda por diferentes ângulos, algo que poderia simplesmente ter passado em branco em nome da ação e da aventura. Até terminar aparecem grande parte dos principais personagens do universo do herói; sejam parceiros, coadjuvantes ou inimigos. A arte apesar de não chamar atenção por beleza ou detalhismo é muito competente no que se trata de narrativa; atenção especial pra duas páginas inteiras em que todos os quadros só mostram Superman e Lex Luthor discutindo. Depois há uma estória extra que foi publicada na época e a primeira de todas as estórias do Superman.

Conclusão: Vale a pena

4.Liga da Justiça: Torre de Babel


"Vários integrantes da Liga poderiam invadir o sistema e descobrir a localização da Batcaverna... Mas nenhum deles fez isso. Esses heróis respeitam tanto as obsessões do Batman... Enquanto ele avalia suas vidas há anos."

A ideia do roteirista Waid pra essa estória é única: sem delongas, Ras al Ghul quer diminuir os números populacionais causando efeitos de afasia (problemas de linguagem relacionados ao cérebro) no mundo inteiro. Para que não o enfrentem, ele utiliza métodos de contenção (e quase destruição) contra os super-heróis, métodos que sua filha Tália havia pego para ele direto do computador do Batman. Além de toda a Liga ser quase destruída, levanta-se a questão se eles devem confiar no Cavaleiro das Trevas como colega, já que sua intensa prevenção é vista por muitos como uma paranoia doentia. Como eu disse, essa estória é bem famosinha, mas ela não cabe muito bem na coletânea não. Houve uma adaptação que fizeram no desenho "Justice League: Doom" que é melhor executada, havendo até mais personagens. Além dos desenhos não fazerem jus aos personagens que são retratados, os próprios acontecimentos da trama não são narrados de forma muito crível ou impactante. Recomendo mais os volumes do Quarteto Fantástico escritos por esse mesmo autor, avaliados nos últimos dois posts dessa série. Também vem com a primeira estória da Liga.

Conclusão: Não vale a pena.

5.Batman/Superman: Inimigos Públicos


"Eu não perderia isso por nada."

Como diz o Ozymandias, outro escritor desse site, nessa época o roteirista Loeb (o mesmo de Silêncio) estava no full power. "Inimigos Públicos" estreou uma muito bem recebida revista que sempre trazia aventuras dos dois heróis mais famosos da DC em união. Essa talvez seja a melhor, não lembro de outra canônica onde os dois personagens interagiam de forma tão sensível e bem conectada. Mesmo para os que já assistiram a animação, vale a pena conferir o original, por uma série de razões, esse volume não é qualquer coisa. Desde o princípio a narrativa faz um paralelo entre o Bruce e o Clark, um paralelo que continua sendo poeticamente desenvolvido até o último capítulo. A única vez que vi um encadernado dessa estória era importado, fico feliz deles terem colocado nessa coleção. Os desenhos de McGuiness mesmo sendo meio infantis passam cenas de ação como nenhum outro artista faz, havendo doses perfeitamente equilibradas de estória e PORRADA, MUITA PORRADA. Bem, explicando do que se trata, o Lex Luthor é presidente dos EUA e incrimina o Superman pela aproximação de um meteorão de kryptonita em direção à Terra. Ele coloca uma recompensa de 1 bilhão pela cabeça do Homem de Aço, na caça se envolvem uma CACETADA de grandes personagens na admirável trama. O Batman que investiga um mistério que surgiu quanto ao assassinato dos seus pais acaba se metendo no meio para ajudar seu amigo e acaba incriminado também, assim ambos se tornando... Inimigos Públicos. Uma obra de arte.

Conclusão: Indispensável.

COMENTÁRIO: O Natal está chegando, essa HQ é divertidíssima e muito bem feita para todo o público. Uma pessoa de qualquer idade se divertiria, se você pensa em dar uma HQ pra alguém, essa seria um acerto tranquilo na minha opinião.

6.Batman: O Longo Dia das Bruxas - Parte 1




"Está quente. Não? No futuro, quando as pessoas falarem do tempo dirão... 'Está quente... mas não tanto quanto no casamento de Johnny Viti.'"

Essa é do desenhista Tim Sale junto ao Jeph Loeb, espero que você ainda se lembre quem ele é u.u

Não tenha dúvida que é o melhor encadernado da coleção, pois é uma das melhores aventuras de todos os tempos. Acho que seria repetitivo se eu explicasse de novo sobre o full power do Sr. Loeb... ainda mais quando é um trabalho dele com seu melhor parceiro, o ilustrador Tim Sale. Há uma série de coisas que se passam em "O Longo Dia das Bruxas" que fazem dele o que é. Utilizando de forma suprema quase toda a mitologia do Batman, eles dão continuidade ao considerado início definitivo da cruzada do Batman: "Ano Um", de Frank Miller. Só que agora além de Batman, Gordon e Mulher-Gato, tem Coringa, Espantalho, Solomon Grundy (nascido em uma segunda-feira) e muito mais. A recém-criada aliança entre o Batman, o comissário Gordon e o promotor público Harvey Dent entra em guerra contra as famílias mafiosas Falcone... se intrometendo ainda um outro tipo de criminosos que estão surgindo; curingas, espantalhos, mulheres gato, heras venenosas e outras excentricidades que honram o título de "Dia das Bruxas". E mais uma coisa... junto com isso vai se desenvolvendo provavelmente a melhor versão de origem do vilão Duas-Caras...

Conclusão: Indispensável.

7.Batman: O Longo Dia das Bruxas - Parte 2

O nome dele é Jeph Loeb. J-E-P-H L-O-E-B. Jeph Loeb.
"Harvey se foi. Duas-Caras é mais adequado, não acha?"

Bem, cara, não resta muito a dizer. Claro que a outra metade é sensacional, essa é uma das HQs mais legais já feitas. As duas partes devem dar uns 70 reais (contando que eles podem aumentar ainda mais o preço nos próximos dias), sai mais barato do que as últimas vezes que essa série foi lançada em capa dura. Vale muito a pena conferir as compilações, principalmente a sequência "Vitória Sombria", que infelizmente está de fora da lista desses próximos lançamentos. Aproveitando o espacinho que sobra, caso você não saiba, Loeb é o cara. Trabalhou de forma única e inesquecível com um monte de personagens tanto da Marvel quanto da DC. Há alguns anos deu altos deslizes que chocaram os fãs, mas eu particularmente curti muito o trabalho dele (junto a McGuiness de Inimigos Públicos) com o Hulk Vermelho, que tava lançando lá em 2009/2010 mais ou menos. Hoje ele é produtor executivo de muitas séries de sucesso, inclusive as mais recentes da Marvel na Netflix, como Jessica Jones. Além das suas obras serem de indiscutível influência para adaptações desses personagens em filmes, games, seriados e animações. Ele não é um lindju?

Conclusão: Indispensável.


Compilações de "Longo Dia das Bruxas":

-Dia das Bruxas
-Vitória Sombria
-Mulher-Gato: Cidade Eterna

Outros trabalhos de Loeb que merecem ser conferidos:

-Homem-Aranha: Azul (avaliado no post Round 1 de encadernados, link no início do post)
-Demolidor: Amarelo
-Hulk: Cinza
-Capitão América: Branco (lançado esse ano!)
-Superman: As Quatro Estações
-Superman&Batman: Supergirl (para ser lançado na coleção Eaglemoss)
-Série do Hulk Vermelho (creio que não foi compilada em especiais)
-Imperador Coringa (quando o Coringa virou deus do universo, simples assim).


Espero que tenham curtido. Tão acompanhando o Frank Miller na Comic-Con? '-'

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