POST DE ANÁLISES ANTERIOR: http://ozymandiasrealista.blogspot.com.br/2015/09/analise-colecao-salvat-da-marvel.html
"Fascinante, não acha? Como a morte e a sina conspiraram para conduzi-lo ao vazio solitário e alienado dentro de si? Alguém poderia até pensar que foi tudo planejado..."
Essa é uma daquelas estórias em que você se pergunta o que o escritor estava fumando. A série do Capitão Britânia regida pelos Alans (Moore e Davis) é inegavelmente maluca. Dá pra notar alguns elementos de Watchmen, A Saga do Monstro do Pântano, Miracleman e até V de Vingança (um capítulo termina com "Boa noite, Inglaterra..."); mas seria incorreto dizer que itens mais sérios e profundos são discutidos nesse volume da coleção. Porém, a loucura é de qualidade. Confia em mim. Se trata daquelas tramas que se utilizam de teorias de física quântica relacionadas a realidades paralelas. Chama atenção como diferente desses "super-eventos" hoje em dia que ninguém entende nada, o Alan Moore consegue narrar tudo de forma compreensiva, você tem a impressão que vai começar a entender nada em algum momento, mas isso não acontece; é muito bem feito, apesar de ser do início de carreira do cara. Uma viagem bem maluca e fechadinha.
Conclusão: Alan Moore.
"Um animal sabe o que é e aceita isso. Um homem pode saber o que é... Mas pode questionar. Ele sonha. Luta. Muda. Cresce. Cê tomou meus sonhos de mim, Shingen, mas só por um tempo. Porque eu sou um homem, não uma fera! Um homem! Esse erro vai te custar caro."
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Agora estamos quites |
Veja como o retorno e a salvação de Logan pelas mãos de Miller e Claremont. A arte do nosso parsa Frank falha em nada, nada, nada e a trama é bem sensível e interessante trazendo a cultura oriental para a mitologia do X-Man. É incansável de acompanhar, não duvido que seja um dos maiores clássicos da Marvel.
31.Quarteto Fantástico: Ações Autoritárias
"Espero que você e os outros possam me perdoar pelo que estou prestes a fazer. Eu explicaria meu comportamento se pudesse... mas, pela única vez em minha vida, estou sem palavras."
Existem estórias consagradas que mostram a decadência emocional e às vezes até moral de personagens como Demolidor, Batman e Superman. "Ações Autoritárias" é a do Senhor Fantástico. Esse volume é bem grosso e dá continuidade à estória mostrada no volume 30, que foi analisada no post anterior, cujo link eu deixei lá no blá blá blá do início. O outro tinha um tom infantil e o final surpreendia pelo toque bem sensível, nessa o Mark Waid não pega leve. Logo no início o Quarteto já tá invadindo a Latvéria agora que o seu ditador foi derrotado; aquele papo de sempre de "imagine o que poderia acontecer se as armas do Doom caíssem nas mãos erradas" e talz. A partir daí o desenvolvimento e loucuras em um nível que você não esperaria em uma estória desse grupo só vai aumentando, chega a assustar.
Conclusão: Vale a pena.
Creio que todo mundo sabe do que se trata essa, não preciso explicar. Há certas coisas que qualquer leitor da Marvel não consegue engolir muito bem nesse roteiro. Por exemplo: acredito que você nunca vai se convencer que o Hulk ganharia do Dr. Estranho e do Raio Negro, mas ele ganha mesmo assim e você vai ter que aceitar isso já que a estória toda se trata justamente do monstro enfrentando todos os heróis do mundo. Se ele perdesse... a estória acabaria. Veja como um "God of War" da Marvel e o Hulk é o Kratos. Acredito ser uma ótima definição. O que não falha é uma porrada direta e bem orquestrada, sendo uma série que realmente passa uma adrenalina. Pode ser uma estória de porrada, mas é a estória de porrada.
Conclusão: Vale a pena (se você for fã de porrada).
5.Homem de Ferro
"Cala a boca. Olhe para você... O que fez com a sua vida? Inventando desculpas novas pra matar mulheres grávidas e velhos em nome da ideologia."
Opa, os três do Homem de Ferro em um post só! Esse é bom, mas tem suas ressalvas como "Diabo da Guarda". Eles não deixaram de incluir a primeira estória do Homem de Ferro, que não faz muita diferença (é uma droga). Depois vem "Os Cinco Pesadelos", que já foi lançada há um tempo, na época do primeiro filme. A narrativa fala bastante sobre os medos e pontos de vista do Sr. Stark. Sinceramente, aqui ele está mais humano do que a versão inescrupulosa da "Guerra Civil". Mas um dos focos é o novo vilão, um moleque filho do Obadiah Stane (Monge de Ferro). Esse personagem é chato pra caramba, como a própria trama fica em alguns momentos. Mas há vários pontos positivos, como a relação de amizade com a boa e velha Potts (que aqui é só amizade mesmo), as próprias ilustrações e um epílogo bem reflexivo com convidados especiais bem queridos por todos os leitores (mas não tem Dr. Estranho, olhe só). OBS.: Pra quem odeia os EUA, os embates são sempre com uma pegada contra o terrorismo, então é uma trama que procura defender o lado americano. Achei melhor avisar a alguns mais radicais que podem se desapontar ou mesmo enojar.
Conclusão: Quase dispensável, mas vale a pena.
6.Viúva Negra
"Tudo que eu posso fazer é me proteger dos seus golpes. Me sinto lerda. Idiota. E começo a entender como deve se sentir uma esposa espancada."
Melhor eu já dizer logo que pessoas mais suspeitas talvez encontrem um estranhamento nas minha análises negativas de estórias focadas nas personagens femininas (mesmo sendo essa só a segunda... mas vai ter mais uma). Bem, não é que eu seja misógino, mas quem lê bastante HQs sabe que na verdade sempre houve essa falta de habilidade dos artistas em trazer boas problemáticas para as mulheres da Marvel. Não por má vontade, pelo contrário, a maioria sempre mostrou interesse em explorar as personagens femininas de outra forma, mas é falta de habilidade mesmo. Hoje em dia isso tem mudado, inclusive há autoras femininas, sendo assim a situação melhorou, convenhamos também que a alergia das mulheres à arte sequencial tem andado mais fraca nos últimos anos. Se tivessem compilado a saga da Jessica Jones do Brian Michael Bendis pra essa coleção seria um ótimo exemplo, mas não posso fazer nada, não compilaram.
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JESSICA JONES! JESSICA JONES! JESSICA JONES! |
Como de praxe nessa parte da coleção, há as primeiras aparições da personagem e depois vem "Cuidado com... a Viúva Negra". A estória é feminista, mas não é como se a mensagem fosse passada de forma poética. Quase não há uma página sem que a personagem ressalte algum tipo de injustiça contra a mulher. O problema(ão) é que ficou muito forçado, tipo, demais mesmo. Imagine se aquela justificativa do Homem de Ferro da América contra o terrorismo que eu mencionei no último ponto ficasse sendo repetida em todas-as-páginas. Então, é assim. No final tem um paralelo interessante relacionado com violência doméstica, mas a maior parte do tempo é muito chato. Simplesmente não soa normal uma agente secreta que vê gente explodindo descendo a moral sobre a situação de uma mina que tá pra ser assediada por dois caminhoneiros no meio da estrada. Tipo, a Jessica Jones é uma garota mais comum, fica nas ruas, agora a Viúva Negra é espiã ultra secreta. Ficou bem esquisito, em poucos momentos melhora. CURIOSIDADE: Essa estória é de 2004, antes da maior popularização do movimento feminista pela Internet e afins. Ou seja, vale dizer que ela não parece ter sido feita por modismo, mas ainda assim não foi muito bem executada. Pra deixar claro, o problema não é ela ser machista ou feminista, mas ser clichê.
Conclusão: Dispensável
10.X-Men
"Pensa que não sei como é ser o eterno forasteiro...?! Estar cercado pelo 'normal' e nunca ser parte dele?! E não estou falando só do Ensino Médio... Estou falando do mundo inteiro. Somos diferentes, Scott. Pode construir o artifício que escolher, mas isso não muda os fatos. O termo é... mutante."
Eu não pesquisei pra ter certeza, mas não duvido nada que para produzir "Filhos do Átomo" Joe Casey e Steve Rude se juntaram e disseram "Vamos fazer uma estória dos X-Men como se fosse o Batman do Frank Miller?". TADAM! Filhos do Átomo! No início é até estranho o quanto essa série de 99 lembra "O Cavaleiro das Trevas"; a narrativa é basicamente igual a mistura entre esse e "Ano Um". Há o Professor X indo atrás dos primeiros mutantes que viriam a se tornar os X-Men ao mesmo tempo que a situação da sociedade vai sendo mostrada por notícias de TV, entrevistas, reality shows, manchetes de jornais e diálogos de personagens aparentemente ordinários. Vai sendo mostrado o radicalismo e a alienação dos diferentes tipos de cidadãos. Tem direito até a um Hitler americano. Bem, você já leu Cavaleiro das Trevas, né? Então, com os X-Men. Mas por mais que eu queira ser o mais prático possível com essas recomendações, seria injusto deixar o indício que os autores de "Filhos do Átomo" simplesmente seguiram a fórmula do Frank Miller. Não, também não é assim, então vou me estender um pouco mais.
É um belíssimo trabalho, digno de seus próprios elogios. Claro que há outras vezes que a origem da primeira formação dos X-Men foi recontada, mas fizeram bem em selecionar a de Casey para a coleção. Os desenhos de Rude também ficaram muito bem, transmitindo uma ambientação bem característica de uma época antiga em diferentes níveis: ambiente escolar, mídia, política. Como você já sabe quem são os X-Men, rola nada que você não espere em termos de enredo, mas é ótimo acompanhar o desenvolvimento de tudo. Não só ao Batman de Frank Miller, também há referências claras à Miracleman e às próprias estórias do grupo nas mãos de Stan Lee. É como se fosse a aventura deles imediatamente anterior à X-Men#1, aliás, foi muito bem bolado terem incluído essa primeira estória no encadernado logo após "Filhos", parece realmente uma continuação.
Conclusão: Vale a pena.
16.A Mulher Invisível
"'...o único caminho verdadeiro para o futuro da América. Aceite o ódio no seu coração. Liberte-o e liberte-se...' Que coisa abominável! De onde veio isto, Jarvis?"
Esse volume conta "O Despertar da Mulher Invisível", também conhecido como A Saga da Fênix Negra da Mulher-Invisível. Essa fase do Quarteto Fantástico é muito bacana, eles viajavam bastante nos acontecimentos e havia toda aquela mitologia de personagens interessantes. Em nenhum momento o Quarteto deixa de participar, apesar do foco ser na Susan Storm. Mas bem, é babaca. Com todo o respeito que eu tenho a essa fase toda. Há uma construção inteligente, alguns momentos legais, mas eu não creio que valham a aquisição do encadernado. A arte do Byrne é fantástica, se fossem pequenas aquisições mensais seria fantástico(rs), mas ler assim uma atrás da outra a batalha contra o Homem-Psíquico e uns surtos de ódio da Mulher-Invisível é meio cansativo. Só recomendo se tiver uma grande afeição pelas velhas aventuras do grupo mesmo.
Conclusão: Dispensável.
Uou, demorei um tempo. Muito tempo? É que eu não tenho grana nem tempo pra tantos, então descolei alguns em uma biblioteca pública da minha cidade. Hey! Caso não estejam me acusando de machismo, que é mais sério, será que isso só comprova a minha fanboyolagem pela Marvel ou pela DC?
Espere um pouco!!!
Acho que isso significa que...........................