Guerra Civil, Hulk Contra o Mundo, Invasão Secreta… o que realmente sobrou disso tudo?

Homem de Ferro em uma capa sobre as "consequências" de Vingadores vs X-Men.


Nada de ficar mais “preso nos rascunhos”, Oz. 😉

Agora, antes de qualquer coisa: daqui pra frente tem spoilers diretos de praticamente todas as mega sagas da Marvel entre Guerra Civil (2006–2007) e Vingadores vs X-Men (2012). Vou falar de morte, retorno, reviravolta, ditadores no comando, Fênix, Hulk ensandecido e até clone psicopata de loiro de martelo (mesmo que isso nem faça sentido). Se você ainda está guardando alguma dessas leituras para “um dia”, faz suas pazes com isso agora: ou aceita ler com spoilers, ou guarda esse texto para quando estiver emocionalmente pronto.

A ideia aqui não é fazer checklist de cronologia, e sim encarar uma pergunta simples e meio incômoda: o que realmente sobrou dessa Era que jurou, várias vezes seguidas, que “nada seria como antes”? Porque, vivido no mês a mês, esse período parecia o ápice da ousadia. Visto em perspectiva, tem um gosto forte de “mexemos em tudo, mas guardamos o tabuleiro original num armário”.

 


Guerra Civil foi o terremoto. O resto foi réplica controlada

No contexto editorial, Guerra Civil é o momento em que a Marvel olha para os anos 2000 e diz: “ok, agora sim vamos transformar clima em estrutura”. Já vinha de Vingadores: A Queda, Dinastia M, do 11 de setembro ainda fresco no imaginário, da onda de “heróis como metáfora de segurança nacional” que Os Supremos tinham consolidado. Joe Quesada estava no comando, os encadernados já eram parte do plano (não mais só mensal descartável), e a editora tinha descoberto que “evento anual” vendia que nem água com a fórmula Vingadores/Mutantes sofrem mega saga com título grandão tie-ins até em gibi de mascote.

Guerra Civil leva isso a outro patamar porque, pela primeira vez em muito tempo, mexe com algo central: a ideia de que super-herói pode ser independente do Estado. A explosão em Stamford, os Novos Guerreiros tratados como reality show barato, o governo exigindo registro e treinamento, herói caçando herói, família rompida, amigos em lados opostos. A minissérie principal tinha essa sensação de “documento” que poucas outras tiveram. Homem-Aranha tirando a máscara em rede mundial não era só uma imagem forte, era um recado: a Marvel estava disposta a brincar com coisas que pareciam intocáveis. A própria morte do Capitão América, na sequência, parecia um ponto de não retorno.

Na época, parecia mesmo o fim da infância do universo Marvel. Mas aí você deixa passar alguns anos e começa a notar o tamanho da vassoura. O Ato de Registro, que deveria ser a nova espinha dorsal moral do universo, vira aos poucos um detalhe de cenário: ora lembrado como burocracia, ora reinterpretado, ora relativizado dependendo de quem escreve. A Iniciativa (o programa dos 50 estados), que supostamente criaria uma nova era de heróis registrados por estado, se dilui em subtramas, cancelamentos e reformulações. O que deveria ser o “novo normal” vira muito mais um “arco longo”, desses que se encerram com anúncio de fase nova em banner dourado.

A própria destruição pessoal dos personagens é tratada com essa ambivalência. Tony Stark, escrito como alguém disposto a passar por cima de amigo, identidade secreta e ética em nome da “segurança”, em pouco tempo já está reabilitado como herói de novo. O clima de “você pode odiá-lo, mas ele tinha um ponto” vai sendo suavizado até virar “é, ele exagerou, mas todo mundo erra”. A morte do Steve é revertida com viagem temporal e bala mágica, o Peter “des-desmascarado” com o pacto em Um Dia a Mais (uma das saídas mais covardes que a editora já publicou) e boa parte das rachaduras entre Vingadores é reorganizada num grande “foi um momento difícil, mas superamos”.

O que Guerra Civil teve de mais honesto foi a sensação: a leitura, na época, realmente dava a impressão de mundo entrando numa nova fase. O problema é que a Marvel não teve estômago para viver muito tempo nesse mundo. Ela queria a provocação do cartaz, a discussão, o hype, mas não queria lidar por décadas com um universo onde heróis são legalmente vigiados, julgados e divididos. E aí entra o Hulk.

 


Hulk Contra o Mundo: vingança e catarse até a página dois

Hulk Contra o Mundo nasce, editorialmente, de duas covardias em sequência. Primeiro, a decisão de literalmente tirar o Hulk do tabuleiro em Planeta Hulk “para ele não atrapalhar” Guerra Civil. Depois, a percepção de que havia um ressentimento acumulado, tanto no próprio personagem quanto nos leitores: esse grupo de “adultos responsáveis” (os Illuminati) expulsou um monstro incômodo da Terra, ele sofreu horrores fora de cena, e agora precisava voltar para cobrar a conta.

Como história, ela é deliciosa de ler. O Hulk voltando com nave de guerra, discursando na frente do mundo, jogando na cara de todo mundo o que fizeram com ele, transformando Manhattan em arena de humilhação pública para os “heróis”. O clima é de julgamento, de catarse suja. A mensagem é clara: aqueles caras que se acham donos da razão, os mesmos que se envolveram na Guerra Civil, agora vão apanhar na frente das câmeras. Há um prazer quase infantil em ver o Sentinela quebrando, o Homem de Ferro sendo esmurrado dentro da armadura, o Doutor Estranho desesperado apelando para truques que saem pela culatra.

Só que o final entrega muita coisa de volta para a prateleira. Em vez de assumir que os Illuminati queriam se livrar do Hulk e são culpados pelo sofrimento dele, a trama desvia: a explosão em Sakaar não foi exatamente culpa do grupo, a sabotagem é de Miek, as coisas “saíram do controle”. O Hulk, que tinha todo o direito de ser um acusador lúcido e brutal, termina reduzido a força destrutiva que precisa ser desligada pelo confronto com o Sentinela. Quando ele desmorona e volta a ser Bruce, acorrentado, o subtexto é quase “ok, o monstro teve seu momento, agora os adultos vão cuidar dos problemas de verdade de novo”.

Consequências reais? Poucas. O mundo vê os heróis ajoelhados, mas não há uma reestruturação política, não há uma nova forma de tratá-los institucionalmente. Os Illuminati, em vez de se tornarem párias permanentes, continuam desempenhando papel central em outras tramas. O Hulk fica novamente numa posição de arma a ser usada ou neutralizada, não de agente moral. Hulk Contra o Mundo é ótimo como catarse, mas editorialmente funciona como válvula de escape: deixa o leitor descarregar parte da raiva acumulada pós-Guerra Civil e, logo em seguida, recoloca todo mundo mais ou menos no lugar.

 


Invasão Secreta e Reinado Sombrio: a paranoia que virou status quo

Se tem uma ideia que poderia ter reescrito o tecido mesmo do universo Marvel é a premissa de Invasão Secreta: “e se alguns heróis que você acompanha há anos nunca tiverem sido eles mesmos?”. Isso é dinamite narrativa. Permite reinterpretar decisões, reverter erros, gerar trauma real em personagens e leitores. Bendis, que já havia emplacado Novos Vingadores e participado de tudo quanto é decisão editorial, ganhou a bola do jogo. No marketing, a promessa era de abalo sísmico: “trust no one”, quem é skrull?, quem foi substituído, desde quando?

Na prática, a minissérie principal se perde num ritmo estranho: muita pose de splash page, muita luta em campo aberto, revelações pontuais e uma lista de “era skrull o tempo todo” surpreendentemente tímida. Elektra, Mulher-Aranha, alguns nomes estratégicos, mas nada perto da escala que a premissa permite. Os melhores momentos da invasão estão em tie-ins específicos, onde dá para sentir paranoia real (algumas revistas dos Vingadores, Capitão, até Homem-Aranha), mas a linha principal opta por um curso mais seguro. A ideia de que décadas de histórias poderiam ser recontextualizadas é rapidamente enquadrada: foi um grande plano, sim, mas com alcance cirúrgico.

A consequência mais forte nem vem da escala da invasão em si, e sim de um gesto teatral: Norman Osborn matando a rainha skrull em transmissão mundial e sendo elevado a herói nacional. É aí que entra Reinado Sombrio, que, honestamente, é mais interessante como “fase” do que Invasão Secreta como evento. A Marvel aceita, por um breve momento, a lógica cínica que vinha construindo desde Guerra Civil: o público e o governo não querem heróis melhores, querem alguém que diga que está no comando. Norman assume o controle da segurança mundial, rebatiza a S.H.I.E.L.D. como H.A.M.M.E.R., monta seus Vingadores de fachada com vilões encarnando heróis (Venom como “Homem-Aranha”, Daken como “Wolverine”, etc.) e todo o universo passa a orbitar essa farsa institucionalizada.

Essa fase tem um charme sujo. Você sente que está lendo um mundo que foi longe demais na direção errada. Heróis “de verdade” agem na clandestinidade, vilões posam como salvadores na TV, o sistema aceita um psicopata funcional desde que ele mantenha a ilusão. Em termos de comentário político, é quase a lógica do “vilão eleito”, o monstro que sobe ao poder pelas vias formais enquanto todo mundo finge que é só mais uma gestão. O problema é que, de novo, há um aviso de data de validade piscando em neon desde o início. Todo mundo sabe que Norman não pode ser o rosto da Marvel por muito tempo, que os Vingadores oficiais não podem viver eternamente como guerrilheiros ilegais, que os leitores não vão aceitar uma década inteira de “vilão vencendo”.

Quando chega O Cerco, dá para sentir o cansaço editorial tanto quanto o narrativo: é hora de fechar essa tampa.

 


O Cerco foi o grande botão de reset 

O Cerco é uma minissérie estranha, porque ao mesmo tempo em que funciona bem como espetáculo, praticamente admite em voz alta o seu papel de “faxina”. Norman Osborn, que vinha surfando na imagem de herói salvador pós-Invasão Secreta, finalmente passa do ponto: decide que invadir Asgard (que está estacionada no meio de Oklahoma desde a fase do JMS no Thor) é uma ótima ideia de relações públicas. Como em todo evento dessa linhagem, a desculpa inicial é meio forçada, mas o que interessa é o circo de destruição que vem depois: deuses caindo, heróis convergindo, Sentinela surtando, Vácuo engolindo tudo.

Editorialmente, O Cerco tem uma função muito clara: encerrar a era do cinismo total e anunciar o retorno da “Era Heroica”. Em quatro edições, a Marvel resolve quase três anos de atmosfera pesada. Norman é desmascarado em rede mundial, o Vácuo é destruído num momento de sacrifício, a H.A.M.M.E.R. é desmontada, Steve Rogers volta em definitivo (e ainda ganha posição de comando), e os Vingadores são reorganizados numa configuração muito mais familiar ao leitor clássico. É como se alguém tivesse apertado um botão escrito: “limpar consequências demais, restaurar nível aceitável de sujeira”.

O problema não é exatamente o final feliz. Histórias de super-herói funcionam com ciclos de queda e ascensão. O incômodo é o ritmo. Depois de tudo o que havia sido dito em Guerra Civil, Invasão Secreta e Reinado Sombrio, a sensação é que a Marvel ficou com medo de viver mais tempo no desconforto. O Cerco faz o trabalho sujo necessário para a nova virada de marketing, mas em troca enfraquece parte do que veio antes: a ideia de que o sistema poderia de fato abraçar um Norman Osborn por mais tempo, o impacto psicológico de anos de paranoia, a crise de confiança entre heróis e Estado. Tudo isso é condensado num grande “foi uma fase sombria, mas agora aprendemos a lição, vamos olhar para frente” que, na prática, dura pouco.

A tal Era Heroica vem com logotipo bonitinho, promessas de volta ao heroísmo mais “clássico”, mas, no fundo, já nasce em burnout. Porque o leitor, acostumado com três anos seguidos de eventos, tie-ins e reviravoltas, já está começando a identificar mais claramente a fórmula: crise moral forte nada será como antes minissérie de encerramento retorno controlado ao status quo.


 

A Essência do Medo e o começo do cansaço explícito

A Essência do Medo chega em 2011, numa Marvel que já se acostumou a tratar evento como calendário: é ano tal, então precisa ter algo grande com todos na capa. Matt Fraction assume uma trama que mistura Thor, Capitão América, Velho Odin, um “Deus do Medo” perdido da mitologia asgardiana e uma penca de martelos que caem na Terra transformando personagens em versões Dignos, cheias de armadura e poder cósmico. É a Marvel tentando criar um novo ícone, um novo símbolo para ficar grudado na memória do leitor como o “grande evento da década”.

Visualmente, a saga entrega. Immonen e companhia produzem páginas cheias de energia, martelos caindo, monstros despertando, heróis desesperados. É o tipo de gibi que rende trailer animado, pôster de loja, action figure com design especial. Tem morte impactante (Bucky, por exemplo), tem cena de “heróis no limite”, tem a promessa de que o medo se tornaria a nova moeda desse universo. Só que, quando você tira o som de trailer e lê com um pouco mais de atenção, dá para sentir que o impacto emocional é menor do que o barulho sugere.

A prova disso é o pós-evento. As armas especiais e visuais super carimbados, que supostamente redefiniriam o status de vários personagens, somem mais rápido do que foram criados. O “medo” como tema vira um tempero genérico para justificar decisões, não uma mudança estrutural no mundo. A morte de Bucky é revertida sem tanto drama assim (ele não fica exatamente fora de jogo por muito tempo), e a grande impressão que fica para boa parte dos leitores é: “mais um evento bacana de ler na hora, mas que não muda a forma como eu enxergo esse universo”.

Além disso, A Essência do Medo expõe outro desgaste: o da intensidade inflacionada. Depois de Guerra Civil, Hulk Contra o Mundo, Invasão Secreta, Reinado Sombrio e O Cerco, a barra de “catástrofe” está muito alta. Para se vender como algo maior ou equivalente, a saga precisa aumentar o volume de destruição, o tamanho da ameaça, o número de heróis envolvidos. Só que nada disso é necessariamente proporcional à profundidade das consequências. Resultado: você sente o barulho, mas não sente o mundo diferente depois. É como assistir a mais um filme de desastre em IMAX quando você já viu cinco no mesmo mês.


 

Vingadores vs X-Men: o conflito que virou checklist

Vingadores vs X-Men era, no papel, o clímax perfeito dessa década. De um lado, os Vingadores, convertidos na marca central da Marvel tanto nos gibis quanto no cinema. Do outro, os X-Men, que tinham passado por genocídio conceitual em Dinastia M (“Dia M”), haviam sangrado em Complexo de Messias, Segundo Advento, Cisma, e estavam reduzidos a uma espécie quase em extinção liderada por um Ciclope cada vez mais radicalizado. Acrescente a Fênix voltando, Hope Summers como possível salvadora, Wolverine e Scott em lados opostos, e você tem a receita para um conflito ideológico sério: “quem tem o direito de decidir o futuro dos mutantes e do planeta?”.

O que se vendeu para o público era justamente isso: uma crise de visão de mundo. De um lado, um grupo que enxerga a Fênix como potencial renascimento da espécie, de outro, um grupo que teme a destruição global. Na execução, boa parte da minissérie principal desliza para a arena mais previsível de “quem ganharia de quem?”, com episódios montados quase como card de UFC: Capitão vs Ciclope, Namor vs Coisa, Magneto vs Homem de Ferro (com o resultado da luta gerando debates até hoje...), os Cinco Fênix descendo o cacete nos Vingadores e fazendo o mundo se perguntar se eles ainda eram necessários. Há, sim, momentos interessantes – a transformação gradual de Scott, alguns diálogos entre Logan e os dois lados, a escalada da Fênix até a forma sombria final –, mas a sensação de “evento pensado para virar gif de luta” é forte.

Em termos de consequência, V vs XM faz uma coisa importante: reverte parcialmente o estrago do Dia M, reacende o gene mutante, e transforma Ciclope numa figura polarizadora para sempre (bem, a Eller tava certa em dizer que “o pra sempre: sempre acaba”). O homem que sempre foi o escoteiro obediente vira, aos olhos do mundo, uma espécie de Magneto “racional”, alguém que acreditava estar certo ao ponto de matar o próprio mentor sob influência da Fênix. Ok, isso fica. A linha mutante passa alguns anos lidando com essa nova imagem, e se você acompanha X-Men com mais atenção, sente ecos disso.

Mas mesmo aí, a Marvel não resiste à tentação de diluir. Em vez de sedimentar de vez os mutantes como eixo político central e manter os Vingadores como braço “oficial” desconfiado, a editora entra numa longa fase de indecisão: flerta com Inumanos, empurra mutantes para um canto, depois traz de volta em outra chave (a era Krakoa, muito tempo depois). Para o leitor mediano, AvX vira “aquele evento em que todo mundo saiu na porrada e a Fênix deu ruim”, mais do que o grande divisor de águas que prometia ser.



 

Geralmente odeio splash pages, por serem usadas mais como impacto forçado do que terem função narrativa. Mas essa até hoje tem um lugar guardado no meu coração. 

No fim das contas, o que sobrou?

Olhando esse período como um bloco único, dá para ver a engrenagem sem muito esforço: a Marvel descobre que mega saga vende, transforma “evento anual + tie-ins + encadernado” em modelo de negócios e passa anos girando em torno disso. Cada saga até tem um eixo forte. O problema não é falta de tema, é falta de disposição para sustentar as consequências quando o calor passa.

Quase tudo que poderia redesenhar o universo acaba desinflado: o Ato de Registro vira burocracia de fundo, o pacto do Um Dia a Mais é empurrado para baixo do tapete, a ideia de “qualquer um pode ser um skrull” perde o peso rápido, Norman como símbolo de um sistema doente é resolvido em meia dúzia de edições, o clima de guerra fria entre Vingadores e mutantes não vira eixo permanente, só mais um capítulo da cronologia. O que permanece, de fato, são as imagens e algumas feridas: Peter tirando a máscara, Steve no chão apanhando da polícia, o Hulk cobrando a fatura em público, Ciclope com a Fênix encarando o Capitão. E uma mudança de tom em relação aos anos 90, com mais conforto em falar de vigilância, terrorismo, Estado e mídia sem disfarçar tanto.



Talvez a consequência mais duradoura não esteja dentro da Marvel, mas no leitor. Depois de atravessar essa sequência de promessas de “nada será como antes” seguidas por resets cuidadosos, você passa a reconhecer o truque de longe. Evento novo já nasce com cara de campanha, não de ruptura. Se tem algo que essas sagas ensinaram foi isso: o universo Marvel pode até brincar de se destruir de tempos em tempos, mas quem realmente muda o jeito de olhar para ele é você. E a certa altura, a paciência com o reset começa a valer mais do que qualquer logotipo dourado anunciando a próxima “Era”.