Confiram também:
Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 60):
https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/08/retrospectiva-das-melhores-historias-do.html
Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 70):
https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/08/retrospectiva-das-melhores-historias-do_26.html
Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 80):
https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/08/retrospectiva-das-melhores-historias-do_28.html
Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 90):
https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/09/retrospectiva-das-melhores-historias-do.html
A palavra-chave que
melhor descreve as histórias do Homem Aranha, e da Marvel Comics em geral no início
do novo milênio é reinvenção.
No contexto da época, a
Marvel tinha sido levada a falência na metade dos anos 90, tendo tido que
vender os direitos de vários de seus personagens para conseguir se sustentar. Suas
hqs não estavam vendendo bem, sendo necessária novas táticas de venda e novos
autores para reviver o interesse dos fãs.
Foi nesse período de recuperação que surgiram linhas como o Marvel Knights e o universo Ultimate, assim como a entrada de novos autores, como Mark Waid no Quarteto Fantástico, Warren Ellis no Homem de Ferro e Ed Brubaker no Capitão América, e vários outros que reintrodução personagens para uma nova geração de fãs, ao mesmo tempo levando suas histórias por novas e inesperadas direções.
No caso do Homem
Aranha, maioria de suas histórias foram assumidas pelo J.Michael Straczynski.
Na época conhecido por seu trabalho em séries de TV, JMS foi responsável por
uma fase cheia de reformulações na história do Aranha, algumas boas, outras
ruins (embora não por culpa dele) e umas questionáveis, mas que contribuíram
para algumas histórias bem cativantes do personagem.
Mas o crédito não vai
só pra JMS, visto que tiveram outros autores, como Paul Jenkins e,
principalmente Brian Michael Bendis, que também contribuiriam para o legado do
jovem aracnídeo nessa época.
Portanto, sem mais
delonga, vamos continuar a retrospectiva falando das melhores histórias do
Aranha nesse período.
Uma
morte na família (Peter Parker: Spider
Man nº25, 44 a 47)
Em quadrinhos é difícil
levar morte a sério. Dependendo do autor e editores, qualquer personagem pode
retornar a vida de diferentes formas.
No caso das histórias
do Homem Aranha, um personagem a ter um surpreendente retorno dos mortos foi
Norman Osborn. Esse evento aconteceu no final dos anos 90, onde o Duende Verde
original se revelou ser a mente por trás da Saga Clone.
Com Norman
reestabelecendo no mundo do Aranha, uma dúvida surgiu entre algumas pessoas:
Norman Osborn voltou...e agora? Que histórias poderiam ser contadas com um
personagem que esteve ausente por duas décadas?
Uma resposta foi o “Uma
morte na família” (Sim, Homem Aranha tem duas histórias com mesmo título).
Escrito por Paul Jenkins, nesse arco, Norman decide tornar Peter Parker seu
herdeiro, julgando que o rapaz deveria ter sido seu filho no lugar de Harry.
Quando Peter,
naturalmente, se recusa a aceitar a oferta, Norman ameaça todas as pessoas que
Peter. Sua primeira vítima é Flash Thompson, que Norman tortura e o faz ter um
acidente de caminhão, fazendo o jovem parar no hospital. Esse ataque, leva
Peter a confrontar Osborn.
Com exceção da arte,
esse arco é um dos melhores confrontos do Peter com Norman, com o roteiro
capturando a dinâmica dos dois e ódio que um sente pelo outro. No entanto,
Jenkins também torna a dinâmica bem complexa, com o momento mais icônico sendo
quando Peter e Norman, após mais uma batalha intensa, conversam, com o herói se
abrindo contando a dor que ele lhe causou ao matar a Gwen e como isso
influenciou a forma como Peter vê Norman. É irônico como dois personagens que
se odeiam o são capazes de entender um ao outro.
Flores
para um Rhino (Spider Man Tangled Web nº5
e 6)
Dos vilões do Aranha, o
que mais sofre derrotas humilhantes é o Rino. Não importa o quão forte e
resistente ele seja, o Aranha sempre consegue lhe passar a perna e faze-lo de
bobo.
Em alguns casos, isso
pode tornar Rino um alívio cômico genérico. Apenas um saco de pancadas para o
herói derrotar. No entanto “Flores para um Rhino” revela um lado bem mais
sensível do vilão e o quão machucado ele está pelas palavras das pessoas.
Cansado de sofrer
humilhações nas mãos do Aranha e ser alvo de zombarias do público, Rino toma
uma decisão drástica e contrata um cientista para fazer uma cirugia em seu
cérebro, fazendo com que ele ganhe grande inteligência.
Sendo agora um gênio, a
vida de Rino começa a melhorar: Ele se torna um chefe do crime, o submundo o
respeita, está num relacionamento com a filha de um mafioso e até derrota o
Homem Aranha numa luta.
Porém as conquistas de
Rino logo se tornam uma perda quando sua inteligência o faz se torna esnobe e
desconectado, levando ao fim de seu romance e a volta de sua depressão, com
Rino tendo que escolher entre manter sua inteligência ou voltar a ser o
grandalhão que ele era.
É uma clássica história
sobre ter cuidado com o que deseja porém uma com um roteiro que humaniza o
Rino, tornando um vilão cômico em um dos antagonistas mais relacionáveis do
Aranha, algo que viria a ser explorado mais a fundo em futuras histórias.
Aberto
a noite toda (Spider Man Tangled Web nº11)
Quem acompanha meus
textos sabe que um dos meus escritores/artistas favoritos é o falecido Darwyn
Cooke. Ele pode ser mais conhecido por seus trabalhos na DC, como Nova
Fronteira e sua fase na Mulher Gato. Mas, ele também foi responsável por
“Aberto a noite toda”, uma história bem subestimada do amigo da vizinhança.
Nessa pequena história,
o Homem Aranha, durante uma luta contra o Abutre, acaba sendo nocauteado e fica
desmaiado por um bom tempo. Bem no estilo das histórias do Aranha, isso
acontece justo no dia em que Peter marcou, acidentalmente, um encontro com duas
colegas do Clarim Diário no mesmo local.
Como um clássico
seriado de comédia, esse quadrinho é cheio de momentos engraçados, focados no
elenco de apoio do Aranha, principalmente do Clarim Diário, dando muito mais
personalidade para o local de trabalho do Peter e as pessoas com quem ele
interage.
Sem dar spoiler, a
forma como a história termina demonstra como a vida do Peter pode ter
reviravoltas inesperadas, até mesmo para os fãs de longa data.
De
volta ao lar (Amazing Spider Man vol.2 nº30 a 35)
Como roteirista do
Homem Aranha, J.Michael Straczynski é julgado de forma bem divisiva entre os
fãs, com alguns criticando devido ao seu envolvimento nas piores histórias do
personagem, como Pecados Pretéritos e “Um dia a mais”.
No entanto é importante
reconhecer que JMS foi responsável por histórias boas do personagem durante a
primeira metade dos anos 2000.
Um dos primeiros
exemplos, apropriadamente, foi seu primeiro arco “De volta ao lar”. Nessa
história de 5 partes, Peter começa uma nova carreira como professor do colégio
Midtown, o mesmo que ele frequentou.
No entanto, como sempre,
seus planos acabam sofrendo uma interferência de sua vida heroica quando Peter
conhece Ezekiel, um velho com poderes similares aos dele. Durante uma conversa,
Ezekiel revela para o Peter que seus poderes de Aranha não são de origem
científica como ele pensava. Eles possuem uma ligação com totens místicos de
animais.
Devido a essa conexão,
a presença de Peter em Nova York acaba atraindo a atenção de Morlun, um
“vampiro místico” que se alimenta daqueles que possuem poderes desses totens.
Para piorar as coisas, Peter, ao tentar confrontar Morlun acaba sendo tocado,
permitindo o vilão conseguir localiza-lo onde quer que vá, deixando-o sem opção
exceto enfrentar esse vilão em uma de suas lutas mais mortais de todas.
Mudar os poderes do
Peter para algo ligado a misticismo foi uma decisão bem criticada pelos fãs.
Embora eu entenda essa reação, não vejo que isso seja algo ruim por 4 motivos
1) Serve como
justificativa para Morlun vir atrás do Aranha.
2) Esse poder de totens
é tratado mais como uma fonte de energia que indivíduos específicos possuem
(bem similar a personagens como Monstro do Pântano e Hera Venenosa serem
conectados ao Verde na DC).
3) Personagens como
Batman e Demolidor são heróis urbanos, e tem elementos místicos, como o
Tentáculo e Ra’s Al Ghul, logo por que o Homem Aranha não pode ter o mesmo?
4) Como dito pelo
próprio Peter na história, essa conexão não muda quem ele é e os eventos que o
moldaram no herói que ele é atualmente.
Com isso em mente, o
arco vira uma leitura bem agradável, que coloca o Homem Aranha numa aventura
intensa, sem perder foco do drama humano que tornou o personagem tão amado
pelos fãs. Isso é perfeitamente demonstrado num momento onde Peter, durante sua
luta contra Morlun, faz uma ligação para sua tia, dizendo pra ela o que ele
acha que serão suas últimas palavras.
Tem também uma boa
sub-trama do Peter se tornando professor na escola Midtown e tentando ajudar
alunos passando por crises similares a dele na adolescência, refletindo como
algumas coisas na vida mudam, mas permanecem o mesmo.
A
conversa (Amazing Spider Man vol.2 nº38)
Isso pode ser
impopular, mas eu não sou um grande fã da Tia May nas histórias clássicas. Ela
era apenas um esteriotipo de velhinha frágil, um plot-device pra deixar o Peter
preocupado, com todo drama sendo muito forçado.
Foi a partir dos anos
90 que escritores começaram a evoluir Tia May, representando-a como uma figura
materna mais ativa e importante para o Peter. Porém, JMS foi o responsável por
dar o maior passo na evolução da Tia May, com ela, no final de “De volta ao Lar”, descobrindo que seu
sobrinho é o Homem Aranha.
“A conversa” é o epilogo
desse momento, com May visitando Peter e questionando sobre o motivo dele ter
escondido esse segredo.
Toda história não tem
cenas de ação e pancadaria como no arco anterior, porém tem interação
significativa com Peter e May se abrindo, revelando como a perda do Tio Ben
teve um efeito em ambos e May passando a aceitar a escolha de seu sobrinho em
ser um herói.
Considerando como
identidades secretas são algo que é pouco explorado em filmes e hqs ou não
tratado com tanta importância, “A
conversa” prova como esse conceito tem potencial para criar momentos bem
marcantes e cheios de emoção entre personagens.
Feliz aniversário (Amazing Spider man vol 2 57 e 58 e Amazing Spider Man vol.1 nº500)
O ano 2003 foi importante pro Homem Aranha, visto que foi o aniversário de 40 anos que lançou a hq Amazing Spider Man.
Para celebrar essa data importante, JMS dedicou um arco inteiro mostrando o Homem Aranha se unindo a outros heróis da Marvel para ajudar o Doutor Estranho a impedir uma invasão do Dormammu e a dimensão das trevas.
Numa reviravolta, o Aranha acaba, acidentalmente, sendo pego pelo feitiço de banimento do Strange e é enviado para o passado, tendo que passar por várias de suas batalhas até voltar ao presente.
Esse arco é uma carta de amor as histórias do Aranha através das décadas, estabelecendo a perseverança do herói em seus momentos mais dificeis, e concluindo sua aventura com um final de derramar lágrimas.
Homem
Aranha Azul (Spider man Blue nº1 a 6)
Enquanto autores como
JMS buscavam redefinir o Homem Aranha para o futuro, Jeph Loeb e Tim Sale (a
mesma dupla responsável por Batman Longo Dia das Bruxas e Superman Quatro
Estações) faziam uma homenagem ao passado do herói,
Como a primeiras séries
do seu projeto, Marvel cores, a dupla lançou “Homem Aranha Azul”. Composta por seis edições, essa minisérie se
tratou de uma história narrada pelo próprio Peter Parker, falando sobre sua
falecida namorada Gwen Stacy e se recordando dos eventos que levaram os dois a
se apaixonar.
Por meio de seu roteiro
e arte marcante de Tim Sale, Loeb consegue fazer um belo tributo a era do Stan
Lee e John Romita Sr, recriando vários momentos e o tom nostálgico daquela era.
Mas, por trás das figuras nostálgicas, o foco é dado para a vida pessoal do
Peter, envolvendo situações como o início de sua amizade com Harry Osborn, o
triangulo amoroso dele com a Mary Jane e a Gwen Stacy e, o mais importante, a
forma como esses evento levam ele e a Gwen a se aproximarem.
A a forma como Loeb
caracteriza a voz do Peter Parker, combinando com a distinção que Sale cria
entre as cores vibrantes dos flashbacks com tom mais escuro e frio do presente,
permite destacar o quão preciosas foram essas lembranças pro Peter e a
importância que teve para a vida dele.
Homem
Aranha/Tocha Humana (Spider Man/Human
Torch nº1 a 5)
Dos heróis que o Homem
Aranha conheceu em suas aventuras, uns dos mais próximos a ele foi o Tocha
Humana. Os dois praticamente se conheceram na primeira história do aracnido,
quando o Aranha tentou se unir ao Quarteto. A partir daí Johnny viria a fazer
outras aparições, começando como um rival para o cabeça de teia. Porém, com o
passar das aparições, Peter e Johnny foram se tornando parceiros e amigos.
Embora existam várias
histórias que mostram as aventuras dos dois, Homem Aranha/Tocha Humana
consegue resumir tudo em poucas edições. Essa minissérie, escrita por Dan
Slott, apresenta 5 aventuras da dupla no decorrer das décadas e mostra como
eles foram de rivais para melhores amigos.
Como as melhores
histórias do Aranha, o foco é dado para o drama pessoal, com histórias
dedicando vários momentos não só as interações do Aranha com o Tocha como
também as perspectivas de um para o outro, expondo diferentes lados dos
personagens e um respeito que ambos compartilham.
Homem
Aranha Guerra Civil (Amazing Spider man
vol.1 nº529 a 536)
Um dos eventos que sacudiu
o status quo do universo Marvel nos anos 2000 foi a Guerra Civil, cuja trama
envolve o governo americano, cansado dos danos colaterais causados por super
heróis, criam a Lei de Registro de Super Herói, declarando que todos heróis
teriam que agir sob a supervisão do governo ou seriam caçados como fora-da-lei.
Isso resulta na comunidade heroica se dividindo entre o Capitão América, que se
opõe a lei de registro, e o Homem de Ferro, que apoia o governo.
Por Tony lhe ter
ajudado nos anos recentes, incluindo deixado Tia May e Mary Jane viverem na
Torre Stark e o presentado com um novo traje, Peter, a princípio, se une ao
grupo do Homem de Ferro, chegando até mesmo revelar sua identidade ao público.
No entanto, conforme o
conflito vai se desenvolvendo, Peter vai reconhecendo os atos questionáveis do
seu grupo, fazendo questionar sua lealdade e, o mais importante, o que ele
fará: Continuará a servir o governo para proteger sua família, ou irá se
rebelar colocando a vida dela em perigo?
Enquanto eu acho o
evento principal da Guerra Civil muito superestimado pelos fãs e com muitas
ideias mal exploradas ou executadas, o tie-in do Homem Aranha consegue
desenvolver melhor a proposta da história. Tal como o personagem foi feito para
o leitor se relacionar, o papel do Peter nesse arco mostra aos fãs como é ser
um herói nessa época, sendo puxado por dois entre lados com diferentes
ideologias e forçado a tomar escolhas com consequências.
Nesse cenário, Peter
comete erros, porém o roteiro torna sua ações compreensíveis, tornando o
momento em que ele decide se rebelar contra Tony muito mais especial. É um arco
importante para o Aranha, como também pro evento da Guerra Civil, dando uma voz
para os personagens afetados no meio desse confronto.
Eu
odeio um mistério (Friendly Neighborhood
Spider Man nº11 a 13)
Um dos momentos mais chocantes durante a Guerra Civil foi quando Homem Aranha, quando estava do lado do Homem de Ferro, revelou sua identidade para o público, se tornando o “pôster boy” dos heróis a favor do registro.
Obvio que essa ação
teve efeito negativo em sua vida: O público ficou dividido quanto ao herói, J.
Jonah Jameson iniciou um processo contra ele e vários de seus inimigos
começaram a iniciar atentados contra ele e seus entes queridos.
Um desses inimigos foi
Francis Klum, o terceiro Mysterio. Com o auxílio de suas invenções, o mestre
das ilusões atacou o colégio Midtown, plantando várias armadilhas no local.
Preso junto com seus alunos e colegas de trabalho, Peter é tenta encontrar uma
forma de libertar a todos enquanto é forçado a passar por vários dispositivos
do Mysterio.
O que o vilão não
contava era que seu plano viria a ser sabotado pelo ressuscitado Quentin Beck,
assim como Daniel Berkhart (o segundo
Mysterio), ambos tendo motivos pessoais para se opor ao seu sucessor.
Embora ver os três
Mysterios interagindo e tendo um conflito de egos é divertido, o personagem que
rouba a história é Flash Thompson, que, assim como Peter, também trabalha no
colégio Midtown, sendo professor de Educação Física. Não só o arco tem uma
sub-trama divertida do Flash tendo que aceitar que seu herói era o nerd com
quem ele implicava na juventude, mas também tem vários momentos onde o Flash se
arrisca pelo bem dos alunos, demonstrando seu lado heroico.
Parada
não programada (Amazing Spider Man vol.1
nº578 e 579)
Depois da infame
história “Um dia a mais”, onde Peter
fez um pacto com Mephisto para salvar sua tia May e teve seu casamento apagado,
muitos fãs ficaram insatisfeito, com alguns tendo deixado de ler Hq,
considerando o personagem completamente arruinado.
Embora eu considere “Um dia a mais” uma das piores histórias
já feitas e uma decisão que prejudicou todo o desenvolvimento do Aranha,
discordo de ter acabado com as histórias do Aranha, pois, mesmo com status quo
de solteiro, ainda teve histórias boas.
O melhor exemplo disso
foi “Parada não programada”, uma
história curta onde Peter Parker, tentando escapar de chuva, decide pegar
carona no metrô. A princípio que as coisas estão ao seu favor. Mas, quando
entra no veículo, sua sorte rapidamente muda. Um estranho tremor atinge o
túnel, causando um avalanche que prende o herói junto com os passageiros.
Descobrindo que muitos deles são membros de júri, de um julgamento envolvendo
um mafioso, o Aranha tentaria ajuda-los a escapar do túnel, enquanto tenta
protege-los do Shocker, que foi contratado pelo mafioso para garantir que os
membros do júri não saiam com vida.
Quem cresceu assistindo
Vingadores Heróis mais poderosos da Terra, deve ter percebido que o episódio em
que o Aranha apareceu na série foi inspirado por essa hq. Porém, diferente do
desenho, o foco é dado mais no Aranha como um herói solo e explora seu papel
como um amigo da vizinhança e sua relação com as pessoas que ele salva.
Dos civis presentes
nessa história, o que se torna uma figura importante é J.Jonah Jameson Sr, pai
de J. Jonah Jameson, com quem o Aranha acaba tendo uma interações bem
interessantes, que revelam alguns detalhes do passado do editor do Clarim
Diário e explicam um dos motivos de sua atitude ranzinza.
No final pode não ter
uma história com o Aranha que os fãs queriam (o herói casado com a Mary Jane)
mas foi uma boa história do Homem Aranha e fiel a essência do personagem.
Uma
noite fora com Wolverine (Amazing Spider
Man Extra nº02)
Outro herói com quem o
Homem Aranha faz dupla ocasionalmente é Wolverine. Esse par pode parecer
estranho, visto como Peter é um jovem simpático certinho e Logan é um homem
rude e ranzinza. Porém, tem sempre um fator que ajuda os dois a se conectarem.
Das histórias a
explorarem essa relação complexa dos dois “Uma noite fora com Wolverine” é a
melhor de todas. Nela, o Homem Aranha se encontra com Logan, que o convida para
tomar uma cerveja num bar. Conforme os dois vão interagindo, a tensão vai
aumentando entre Logan e outros frequentadores no bar, parecendo que, a qualquer
momento, iria estourar uma briga e confusão entre eles, com o Aranha no meio.
Quando é revelado o
motivo do Logan ter convidado o Aranha, é um momento de derramar lágrimas, que
deixa o fã entendendo o quão profunda é a relação entre esses heróis opostos.
Homem
Areia ano um (Friendly Neighborhood
Spider Man annual nº1)
Um inimigo do Aranha a
ter um desenvolvimento surpreendente no decorrer das décadas foi o Homem Areia.
Ele foi de um criminoso definido apenas por seu poder, para aos poucos se
revelar um antagonista bem complexo e com dramas bem relacionáveis.
Dos autores que
exploram o personagem, um dos melhores foi Peter David, responsável pela
história apropriadamente intitulada “Homem
Areia Ano Um”. A trama dela se passa um tempo após “Amazing Spider Man nº4”, quando o Homem Areia foi preso pela
primeira vez pelo Aranha. Num retcon, é revelado que o vilão tinha um plano
para escapar da prisão. Porém, ele fugiu sozinho. Acompanhando ele estava o
presidiário Floyd Baker, pai de Flint Marko (cujo nome de batismo é William
Baker).
Com o velho não sabendo
do parentesco, Flint vai tentando se reconectar com Floyd e os dois vão se
tornando grandes amigos. Porém, como uma tragédia clássica, a felicidade dos
dois chega ao fim quando o Aranha encontra o Homem Areia em Long Island, resultando
em um novo confronto de grandes proporções.
Durante essa história,
tem cenas de flashbacks contando o passado de Flint, revelando como ele começou
como uma vítima de bullying e, aos poucos, foi moldado em valentão buscando
respeito e satisfação diante as injustiças que sofreu, criando um paralelo
entre ele e Peter Parker (que também um nerd com problemas parecidos).
Essa é uma história que
dá aos leitores um entendimento melhor do Homem Areia e o porquê dele ter
escolhido uma vida de crimes.
Leah
(Friendly Neighborhood Spider Man annual
nº1)
Nem toda história do
Homem Aranha precisa tê-lo como protagonista. As vezes ela pode ser contada
através da perspectiva de outro personagem.
No caso de Leah, o foco
é dado a menina pobre e sem-teto, que passa por dificuldades para sobreviver
nas ruas. Já de cara, a história estabelece que, apesar de suas condições de
vida, a criança idolatra Homem Aranha, com a imagem do herói trazendo conforto
para ela, assim como bons sonhos.
Tal como “O Menino que
colecionava Homem Aranha”, essa breve história conclui de forma triste mas, ao
mesmo tempo tocante, mostrando a grande diferença que o Aranha faz na vida de
uma pessoa.
Ultimate
Homem Aranha (Ultimate Spider Man vol.1
nº1 a 133)
Não posso encerrar essa
parte da retrospectiva do Homem Aranha sem falar de uma das hqs mais influentes
do personagem nessa década: Ultimate Homem Aranha.
Escrita por Brian
Michael Bendis, Ultimate Homem Aranha foi parte linha Ultimate, que composta
por hqs que se passavam em uma linha do tempo alternativa habitante por versões
mais “atualizadas” dos personagens que conhecemos (leia-se, como seria se os
personagens tivessem surgido nos anos 2000).
A hq do Ultimate Homem
Aranha era protagonizada pelo Peter Parker desse universo, que também começou como
um jovem estudante que recebe poderes ao ser picado por uma aranha
geneticamente modificada pela formula Oz, criada nos laboratórios da Oscorp.
Enquanto Peter Parker
tem uma origem próxima a de sua contraparte do universo 616, o desenvolvimento
de seus poderes é percebido pelo Norman Osborn, que decide testar a formula Oz
em si próprio. O experimento transformando Norman numa versão monstruosa do
Duende Verde, tornando-o no primeiro vilão que o Aranha enfrentaria.
A partir daí o Peter
teria várias outras aventuras e momentos de crescimento, incluindo seus
primeiros confrontos com figuras como Rei do Crime e Doutor Octopus, o
desenvolvimento de sua relação com sua colega Mary Jane, aventuras com outros
heróis da Marvel Ultimate como o Tocha Humana e os X-men, sua versão da “Saga de Venom”, etc....
Comparado com os outros
títulos Ultimate, que pareciam adotar uma postura mais cínica e reflexiva do
contexto da época, Ultimate Homem Aranha tinha um equilíbrio melhor, sabendo
colocar as histórias do personagem num contexto moderno, porém entendendo os
fatores que tornam elas e o personagem tão memoráveis. Ao invés de ter torna o
Aranha Ultimate ser de moral questionável como o universo Ultimate que ele
habita, Bendis abraça a ideia do Peter como um “personagem relacionável”,
representando um jovem crescendo nesse mundo complicado e tentando ser uma
pessoa melhor e responsável.
Isso não só demonstra
como Bendis entendeu a temática da hq do Homem Aranha, mas conseguiu também dar
um upgrade para uma nova geração de leitores, criando uma versão lembrada com
carinho por vários deles.
Então é isso! Quais são
suas histórias favoritas do Homem Aranha dos anos 2000? Sintam-se a vontade
para colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo.
















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