Salve... Me pressionando bastante, resolvi produzir
alguma coisa para o blog, confesso que não foi tão fácil como outrora. Tenho
várias ideias que surgem de forma aleatória durante o dia, mas para resgatar
minha conexão com esse blog, vou voltar com os top 10, que além de mais
fáceis de se escrever, prendem mais a leitura das pessoas, e não há nada mais
básico em um blog de quadrinhos do que uma lista sobre vilões (mesmo que tenha
demorado 6 anos de blog no ar para surgir). Tentei manter a lista diversa, não
tanto obvia, e claro, fazendo sentido com a minha bagagem de leitura – além daquela
indicação linkada, que pode ajudar o raro leitor que não tenha lido algumas das
obras citadas -.
No geral, os vilões são o verdadeiro motor de uma boa narrativa, isso quando não as rouba para si. Há até um vídeo em inglês de um canal que acompanho, que fala sobre estruturas de roteiros, enumerando alguns dos fatores que fazem um antagonista se tornar compatível com o outro, no geral representando um desafio ético e moral ao protagonista, explorando suas reais fraquezas, reafirmando suas ideologias. Priorizei vilões que não agem por razões fáceis de se compreender, seres poderosos, cujas algumas das vitórias sobre os heróis os marcaram para sempre na história dos quadrinhos. A ordem e ausência de nomes podem irritar alguns, mas, todos são bem vindos a deixarem sua lista nos comentários ou escreverem sua versão do post e publicarem por aqui, nada impede de haver uma parte 2...
10 - MERCENÁRIO
O odioso ser que nos arranca risadas de nervoso,
seja contra o Demolidor, o Justiceiro, ou sendo o “atacante Firmino fdp que
fez gol no Flamengo que entra no segundo tempo, quando os Thunderbolts
jogam”. Além do humor sádico imutável, disposição diária em matar qualquer nova
namorada do Demolidor e bancar o maluco por falta melhor do que fazer,
Mercenário tem uma mira absurdamente boa, que na mão de vários roteiristas o
fazem um dos caras mais letais de se entrar em qualquer luta, onde até um dente
que lhe é arrancado pode ser usado para te cegar. O que pode frustrar é que
Mercenário é como uma arma destravada onde só se precisa apontar para ir. O
personagem não tem muitos planos próprios, sempre atuando como um contratado de
elite, sem grandes ambições. Talvez pelo mundo ser tediosamente lento e
previsível a ele.
Leitura recomendada: Thunderbolts
#110 - #121.
Leitura recomendada: Justiceiro Max
(Aaron e Dillon) #01 - #22.
09 - LEX LUTHOR
Difícil não incluí-lo na lista, até mesmo por
respeito, embora eu não tenha uma leitura tão extensa na cronologia do Super-Homem
quanto eu gostaria. Lex Luthor é a resposta mais lógica para a existência de um
homem de aço vindo de outro planeta entre nós, e claro, de forma “nietzschiana”
ele é o verdadeiro Super-Homem que se recusa a subestimar o potencial humano em
troca de um assistencialismo divino. É trágico e engraçado a maneira com que
Luthor sacrifica a tudo como peças de xadrez para atingir o Super-Homem, bem
como o profundo arrependimento que sente em algumas histórias onde consegue
matar o kriptoniano.
Leitura recomendada: Lex Luthor – O Homem de Aço.
Leitura recomendada: Super-Homem: Grandes Astros.
08 - LINCOLN CORVO VERMELHO
Lincoln é um cruel e corrupto líder de uma reserva indígena
nos Estados Unidos, mais do que isso, ele também é um gangster que almeja criar
cassinos e aumentar sua fortuna e influência, mesmo que deliberadamente
mantendo seu próprio povo, os lakotas, na lama e ignorância. Apresentado como o
“Don Corleone” do local já na primeira edição, com o passar delas vemos a lenta
queda do jovem ativista – e romântico sobre a vida - Corvo Vermelho, que
abrindo de mão de todas as suas raízes e crenças, se converteu nesse bandido
traiçoeiro, que vê em Dash Cavalo Ruim – seu sobrinho, capanga, e policial infiltrado
que visa prendê-lo e um dia e fazê-lo pagar – algo próximo a uma redenção. Um
Jason Aaron inspirado nos roteiros (exceto no final) como nunca mais veremos.
Leitura recomendada: Escalpo #01 -#60.
07 - NORMAN OSBORN
Havia uma propaganda em um formatinho antigo que
dizia “O maior inimigo do Homem-Aranha
não é o Duende Verde, e sim Norman Osborn”. Inicialmente, apenas mais um
maluco vestido de verde causando encrencas ao Aranha, o personagem teve seu
ponto de virada com o seu assassinato de Gwen Stacy, mostrando não ser só mais
um assaltante de bancos com superpoderes que o aracnídeo lutava naquela época.
Desde então, foi crescendo e agindo de forma mais profissional e menos
impulsiva, embora sempre tenha suas “recaídas” ao seu lado mais desvairado. Nos
na primeira década dos anos 2000, inicialmente sendo o diretor dos
Thunderbolts, Norman Osborn chegou a ser uma pedra no sapato de boa parte da
comunidade heroica da Marvel,(e até para uma certa nata de vilões) chegando ao
nível de “loucura” de querer conquistar Asgard, ou mandar uma carta para o
Homem-Aranha após suas longas batalhas, o agradecendo por trazer tanta emoção
em sua vida, e que o sempre reza por ele antes de dormir todas as noites.
Leitura recomendada: Homem-Aranha: Caído Entre os Mortos.
Leitura recomendada: NovosVingadores v1.
06 - REI DO CRIME
Popularizado ainda mais pela série da Netflix, e
inicialmente mais um vilão gangster enfrentado pelo Aranha, Wilson Fisk, tal
qual um político da vida real, pode ser um sujeito sujo e socialmente respeitado,
alternando entre a ilicitude no submundo e filantropia. Fisk casa perfeitamente
como maior pesadelo do Demolidor justamente por personificar o que pode ser a
impunidade perante o sistema judicial, que por muitas vezes, sim, ações podem não
ter consequências e que a corda nunca vai romper do lado mais forte, assim como
Wilson enxerga com desprezo toda idealização de um mundo mais justo que Matt
Murdock carrega, o considerando um inconveniente ingênuo. Mesmo descobrindo a
identidade civil de seu algoz, sua satisfação só seria completa se conseguisse,
segundo a sua visão, dar um choque de realidade no Homem Sem Medo.
Leitura
recomendada: Demolidor: A Queda de Murdock.
Leitura recomendada: Justiceiro Max
(Aaron e Dillon) #01 - #22.
05 - CORINGA
Considerado por muitos o melhor vilão dos
quadrinhos, Coringa meio que se tornou uma vítima das altas expectativas criadas
por suas melhores histórias, ou adaptações de cinema, a ponto de na própria
mensal do Batman ele dividir opiniões em suas aparições nas últimas três fases
(leia-se quase dez anos...), por estar “aquém”, ou “deturpado”, ou ser “muito
explicado, quando não deve ser explicado”. O ponto de concessão parecem ser “Piada
Mortal” e a versão de Ledger. Particularmente, gosto bastante da versão do
Snyder dos Novos 52, e da do Azzarello, já explanei mais meus motivos.
Leitura recomendada: Batman – A Piada Mortal.
Leitura recomendada: Coringa (2008) Azzarello e Bermejo.
04 - MAGNETO (Ultimate)
Ao contrário de sua versão tradicional, que com o
passar dos anos foi suavizada, o Magneto do universo Ultimate é radicalismo e
ódio puro contra a raça inferior dos humanos. (Se ele existisse no nosso mundo
de 2020, na certa estaria tatuado em algum slogan ANTIFA). Sua visão cega e
manipuladora, e métodos “custe o que custar”, somado ao seu poder de controlar
o metal de formas absurdamente brulhantes, colocam os X-Men em dilemas morais e
batalhas memoráveis. Já em seu primeiro arco, “Povo do Amanhã”, o terrorista
mostra a que veio quase matando o presidente e tocando fogo na Casa Branca,
enquanto controlava Sentinelas outrora o programados para chacinar os mutantes
de sua ilha. Cena a qual foi muito bem adaptada no filme “X-Men: Dias de um
Futuro Esquecido”.
Leitura recomendada: Ultimate X-Men#01 - #30.
Leitura recomendada: Ultimato.
03 - PRIMEIRO DOS CAÍDOS
Primeiro dos Caídos foi criado por Garth Ennis já
em seu primeiro arco em Hellblazer, e
ouso até dizer que seja não apenas o melhor vilão dos 300 números do título,
mas da própria Vertigo, embora nunca tenha sido usado com o mesmo brilho por
outros autores (Paul Jenkins e Mike Carey que o digam). Nada menos do que o
primeiro anjo que caiu, antes mesmo de Lúcifer, além de extremamente poderoso e
quase invencível, é o tipo de cara que não deixa qualquer humilhação passar,
ainda mais a de um mero mago que um dia vai morrer, de um jeito ou de outro.
Constantine encontra com ele já no clássico arco “Hábitos perigosos”, onde o
inglês estava tocando o foda-se para tudo, já que ia morrer de câncer. A
principio, Constantine consegue viver e ganhar tempo graças a um truque
engenhoso, mas seu oponente não leva nem um pouco na esportiva, e assim se
segue o melhor jogo de gato e rato que vi numa HQ por 42 edições, quase sem
intervalo. Mesmo nas histórias que ele não aparece fisicamente, você o teme, e
sabe que o Constantine tá fodido.
Leitura recomendada: Hellblazer #41- #83.
02 - BARRACUDA
Enquanto na versão tradicional, o Justiceiro por
várias vezes enfrenta vilões que não pode matar por serem “importantes para
editora”, buchas que ninguém se importa, ou o Retalho pela bilionésima vez, sua
versão Max, escrita por Garth Ennis (!!), tem vilões em seus 60 números que
poderiam encher essa por si só essa lista, de tão bons que são. Mas, um deles
se sobressaí, mesmo tendo aparecido em apenas quatro arcos, sendo apenas dois
no Justiceiro: Barracuda. Inicialmente, apenas mais um mercenário sem nada
pessoal contra Frank Castle, contratado para mata-lo, e parecendo apenas força
bruta, Barracuda era sargento do exército, e representa um tipo de Frank Castle
bem mais perigoso, amoral e sem mínimo de empatia por qualquer ser vivo, do
tipo que faz até o próprio Castle tremer na base algumas vezes dados os tipos
de ataques pessoais que recebe, o fazendo até sentir medos que não sentia há 30
anos...
Leitura recomendada: Justiceiro Max
#01 - #60.
Leitura recomendada: Barracuda #01 -
#05.
Leitura recomendada: Fury: Minha
Guerra se Foi - #01 - #13.
01 - DOUTOR DESTINO
Ao contrário de muitos da lista que foram sendo
aperfeiçoados por autores chaves, Doutor Destino já “nasceu grande” na fase do
Quarteto Fantástico de Jack Kirby. Em sua primeira aparição (QF# 05) o vilão já
demonstrava toda inteligência com “planos dentro de planos”, capacidade
criativa, arrogância, obsessão e inveja de Richards. –Além de já ter até sua
própria máquina do tempo!-. Destino pode não ter poderes imensuráveis, mas já
os conseguiu de formas temporárias várias vezes, fosse quando usurpou a prancha
do Surfista Prateado, ou mesmo quando construiu seu “Mundo de Batalha”, moldando
todas as realidades em uma só, enquanto fazia da família de seu maior rival sua
própria família. Quando penso em “supervilão de quadrinhos”, a imagem dele
sentado em seu trono, vinte passos à frente da crise atual que esteja se
passando no universo Marvel é a primeira que me veem a mente. Por mais que seu
foco seja a aniquilação ou humilhação do Quarteto, Destino é um personagem tão
poderoso em presença que consegue intimidar e perturbar qualquer outro
supergrupo, a tempo que possui um lado nobre que o permite por vezes ter
alianças com outrora inimigos.
Leitura recomendada: Guerras Secretas #01 - #09 (2015).
Leitura recomendada: Quarteto Fantástico - #489 - #524.
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Até o próximo.
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