Retrospectiva Melhores histórias do Hulk (Atualmente)

 

Confiram também:

Retrospectiva melhores histórias do Hulk (Era de Prata/Era Marvel): https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/10/retrospectiva-melhores-historias-do.html

Retrospectiva melhores histórias do Hulk (Anos 80): https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/10/retrospectiva-melhores-historias-do_7.html

Retrospectiva melhores histórias do Hulk (Anos 90/ Era de Peter David): https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/10/retrospectiva-melhores-historias-do_11.html

Retrospectiva melhores histórias do Hulk (Anos 2000): https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/10/retrospectiva-melhores-historias-do_15.html

Retrospectiva melhores histórias do Hulk (Anos 2010): https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/10/retrospectiva-melhores-historias-do_19.html


Um dos maiores desafios tanto para escritores quanto para fãs de quadrinhos, é quando um personagem adota uma nova direção. Tendo crescido com uma versão específica de um personagem que é normal ser reativo ao ver essa figura num novo tipo de história. Porém é também importante lembrar que mudanças são necessárias para criar uma história nova para o personagem, evitando que ele fique estagnado e repetitivo demais com suas tramas.

Conforme expliquei no capítulo anterior, os anos 2010, na minha opinião não tiveram tantas histórias impressionantes do Hulk. Um dos motivos disso se deve a uma simples pergunta: O que mais de novo a Marvel pode fazer com o Hulk?

O personagem já passou por vários tipos diferentes histórias, ele lutou contra e ao lado dos heróis da Marvel, fez parte de grupos como os vingadores e os defensores, ele foi para o espaço e outras dimensões, lidou com outras personalidades de si mesmo, já se separou e se fundiu novamente com Bruce Banner... Para onde os roteiristas podem seguir com o personagem que já não foi feito por outros?















Diante desse dilema, entrou o Al Ewing. 




Já tendo experiências escrevendo hqs dos heróis da Marvel na década, ele, num movimento impressionante, decidiu não continuar a história do Hulk num novo Incredible Hulk. Ao invés disso, em 2018, Ewing relançou num novo título, Immortal Hulk (Hulk Imortal).


Se passando logo após Bruce Banner ter ressuscitado (nota: ele estava morto desde Guerra Civil II), essa série de 51 edições, buscou resgatar o tom de terror originalmente intencionado por Stan Lee e Jack Kirby. Durante os anos que escreveu o título, Ewing reinventou o Hulk, criando uma conexão do personagem (e da radiação gama) com misticismo/sobrenatural. As histórias ficaram bem mais sombrias e macabras, recheadas de momentos de horror corporal.



No entanto, além de introduzir novo tom para a revista, a fase de Ewing não ignorou o trabalho de autores anteriores, com as histórias resgatando vários personagens clássicos e conceitos da mitologia do personagem, como as múltiplas personalidades do Hulk ou a Betty Ross voltando se transformar na Harpia.











Isso resultou no Hulk Imortal se tornando uma das hqs de maior sucesso da Marvel, com muitos fãs considerando uma das melhores reinvenções do personagem desde a fase do Peter David.

Mas quais foram as melhores histórias dessa fase de Ewing? Quais foram as ideias que ele aplicou ao Golias Verde? Como elas redefiniram a direção de suas hqs?

Concluindo essa retrospectiva, irei falar das melhores histórias do Hulk nesse período e como Ewing definiu um novo estilo para histórias do personagem para uma nova geração de leitores.

 

Ou ele é ambos



·        * Leitura: Immortal Hulk nº01 a 05

Começando de uma forma simples, o primeiro arco de Ewing, reestabelece o ressuscitado Bruce Banner em suas viagens pela estrada. Quando chega num pequeno mercado, ele é baleado por um ladrão desesperado. Infelizmente para ele, esse ato leva a Banner a se transformar no Hulk... um Hulk bem mais sinistro do que o de costume, que pune esse criminoso e sua gangue. O ataque acaba chamando a atenção da repórter Jacqueline “Jackie” Mcgee, que passa a seguir pistas do Banner, buscando confirmar se a fera verde realmente voltou dos mortos.

Já dá pra notar de primeira a diferença dessa revista para outras histórias do Hulk, com seu estilo sendo algo bem mais próximo de um filme de terror. Tal como na fase do Bruce Jones, a transformação do Hulk é usada para criar momentos de grande suspense. Porém, enquanto Banner continua o mesmo cientista pacato, seu alter-ego é caracterizado com sua personalidade bem mais sinistra das histórias clássicas do Stan Lee e Jack Kirby.

No entanto, embora Banner possa ser o personagem-título, a representante do público é a Jackie Mcgee. Sendo uma versão feminina do personagem da série dos anos 70, a personagem contribui para explorar o personagem do Hulk através da perspectiva das pessoas com quem ele interage, expondo as diferentes formas que cada um o enxerga (alguns o consideram um herói, outros um vilão, etc....)

 

 

 

A porta verde



·        * Leitura: Immortal Hulk nº06 a 13

Enquanto o primeiro arco foi sobre estabelecer o novo status quo do Bruce Banner como um ser imortal, o segundo arco buscou responder como o personagem obteve essa nova habilidade.

Após uma luta contra o Sasquatch, Banner descobriu que seu oponente tinha sido possuído por um literal fantasma de seu passado: seu pai Brian Banner.

Se lidar com o mistério já não era complicado, Bruce logo se vê sendo alvo da Base Sombra, uma nova organização do governo que busca capturar o Hulk, chegando a manipular super humanos, com os Vingadores e o Homem Absorvente.

Essa perseguição acaba levando o Hulk de volta ao lugar onde tudo começou, a antiga base gama. Lá, ele e Mcgee descobrem a Porta Verde, um portal visto por todos aqueles infectados com raios gama, quando estão prestes a morrer. Em uma reviravolta, os dois percebem que a porta é um portal para o inferno, com Brian Banner esperando por eles para poder salvar seu filho do Hulk (que ele revela ter uma ligação com Aquele Abaixo de todos).

Apesar da ideia da radiação gama que criou o Hulk ter ligação ao inferno seja algo bem controverso, o roteiro de Ewing soube aproveitar esse conceito da Porta Verde, que se tornaria um elemento importante em sua fase, conectado a vários personagens do elenco de apoio do grandalhão verde, incluindo seu pai (que é representado como um antagonista bem complexo).

 

É Joe



·       *  Leitura: Immortal Hulk nº14 a 17

Embora o novo Hulk Imortal continue a ser um dos seres mais fortes do universo Marvel, ele possui uma fraqueza: Raios de sol.

Similar as histórias do Stan Lee e Jack Kirby, o Hulk Imortal só consegue vir a tona durante a noite, voltando a ser Bruce Banner diante os raios do sol.

Sabendo dessa informação, os membros da Base Sombra, preparam uma armadilha para Banner. Atraindo o Hulk a um dos esconderijos de seus patrões, o mercenário Bushwaker ativou um aparelho que ilumina o golias verde com raios solares, fazendo-o voltar a ser Bruce Banner. Com seu alvo não sendo mais uma ameaça, Bushwaker tenta matar Bruce. No entanto, ele logo descobre que essa tarefa será bem difícil de realizar pois o homem com quem ele está lidando não é Bruce Banner, mas sim um velho conhecido dos fãs: Joe.

 Como podem ver só pelo título, esse arco marca o retorno do Joe Fix, o Hulk Cinza, após ter passado uma década ausente dos quadrinhos. Embora ele não apareça em sua forma musculosa, o personagem ainda se mostra o mesmo malandro astuto que ele era, conseguindo derrotar Bushwaker não com força bruta, mas sim inteligência, lembrando os vilões a nunca subestimarem o gênio Bruce Banner.

Além do retorno de Joe, outro destaque desse arco é o diálogo entre Samson e o Hulk Imortal, que se revela sendo o Hulk Demônio, da fase do Paul Jenkins. Em um retcon bem elaborado, o Demônio se torna uma figura bem mais complexa, se mostrando devotado em proteger o Bruce Banner, visto que ele foi criado pelo ao desejo de Banner por um pai protetor.

 

Hulk é Hulk



·        * Leitura: Immortal Hulk nº26 a 33

Na metade da fase do Ewing, o Hulk tinha obter uma grande vitória, dominando a base Sombra e derrotando o seu líder, general Reginald Fortean. Com os recursos da base sob seu controle, Hulk decidiu usa-los numa guerra contra humanidade pela forma como abusaram do ambiente, levando ao surgimento de movimentos anti-culturas, que abraçavam a visão do Hulk quanto aos humanos e seus problemas.

As atividades do Hulk e sua organização acabam fazendo seu caminho se cruzar com o da Roxxon, uma empresa corrupta controla pelo Dario Agger. Para se livrar dessa ameaça aos seus negócios, a Roxxon recruta Xenmu, um personagem bem antigo da Marvel, que usa seus poderes hipnóticos para conquistar a confiança do mundo, fazendo todos acharem que ele é um herói. Uma de suas vítimas acaba sendo Bruce Banner, que tem o Hulk selado em sua própria mente. Para poder escapar, o alter-ego de Banner acaba tendo que contar com a ajuda de um rosto de seu passado.

Comparado com os arcos anteriores, “Hulk é o Hulk” parece algo incoerente com o estilo da fase a primeira vista. Mas, conforme a trama vai se desenvolvendo, ele se torna um bom exemplo da diversidade de histórias que o Hulk pode ter, sem perder sua essência.

Quando analisado como um arco, “Hulk é o Hulk” é um dos mais críticos dessa fase, abordando tópicos bem realistas, como disputas de corporações e uso de nostalgia para manipular massas. Isso é refletido pelo personagem Xenmu, um dos personagens clássicos do universo pré-Marvel, que usa seu poder para alterar a memória do público, deixando as pessoas submissas a ele e cegas a suas verdadeiras intenções.

É também interessante ver a rivalidade se formando entre Hulk e Roxxon, criando um combate onde o vencedor não é determinado pela força física, mas também sua inteligência.

 

Do inferno e da morte


·        * Leitura: Immortal Hulk nº0,34 a 50

Uma das sub-tramas recorrentes na fase de Elwing, tem sido todo o desenvolvimento do grande inimigo do Hulk, o Líder. Desde que fez sua aparição na revista, o Líder foi estabelecido como o grande vilão por trás de vários incidentes que o Hulk se envolveu, manipulando eventos como parte de um longo e complexo esquema envolvendo seu inimigo e a Porta Verde.

Depois de muita construção, o vilão finalmente realiza seu movimento contra o Hulk Verde. Tendo controle da Porta Verde e a conexão aos infectados com radiação gama, o Líder consegue invadir a mente do Hulk, fazendo perder o controle e virando o público contra o gigante. Para piorar as coisas, em seu ataque, o Líder sequestra Bruce Banner e, aparentemente, mata o Hulk Imortal, deixando para trás um enfraquecido Hulk selvagem e cinza.

Sem a personalidade de Banner e sendo caçado pelo governo, o Hulk sai para reencontrar seus aliados, tentar resgatar Bruce e impedir o Líder de fortalecer Aquele Abaixo de Todos.

Esse foi um final perfeito para o Hulk Imortal de Ewing, marcado por vários momentos épicos, participações e reviravoltas inesperadas e uma das melhores lutas do Hulk contra o Líder, cuja conclusão é um momento bem emocionante.

 

 

Era dos monstros



·        * Leitura: The Incredible Hulk vol.6 nº01- ?

Com o fim do Hulk Imortal de Al Ewing, o personagem voltou a ter histórias sci-fy por breve período, pelas mãos de Donny Cates. Embora o arco não fosse ruim, tava muito longe da qualidade que foi o trabalho Ewing. Após Cates sofrer um acidente e se afastar das hqs, Phillip Kennedy Johnson assumiu os roteiros do Hulk, que teve seu título, The Incredible Hulk, relançado num novo volume, com um tom bem mais sombrio e próximo do estilo do trabalho de Ewing.

A nova revista começa um tempo depois do fim da fase de Cates, com Bruce Banner mais uma vez sozinho na estrada, sendo atormentado pelo Hulk, furioso por Banner, em uma tentativa de obter controle de seu corpo, tê-lo torturado na mente.

Quando parecia que lidar com Hulk tentando assumir de vez o controle já seria problema suficiente, Banner logo descobre que ele está sendo caçado por monstros e criaturas sobrenaturais a serviço da Anciã, um monstro que deseja a carne do Hulk (a quem ela se refere como o Filho Fraturado).

Na companhia da jovem Charlene “Charlie” Tidwell, Bruce passa a ter novas aventuras nesse lado sobrenatural da Marvel, com a fase de Phillip Kennedy Johnson mostrando o protagonista enfrentando monstros, bruxas demônios, conhecendo figuras como o Homem-Coisa e um Motoqueiro Fantasma da Segunda Guerra, e tentando consertar sua relação com Hulk.

Embora possa parecer que toda essa fase esteja apenas tentando aproveitar do sucesso da fase do Ewing, ela se destaca por causa dos elementos novos que PKJ apresenta, incluindo personagens novos como a Charlie e a nova dinâmica entre Banner e Hulk, recapturando o conflito entre as duas personalidades, enquanto os dois são colocados em situações que os forçaram a trabalhar juntos.

 Essa foi minha retrospectiva das melhores histórias do Incrível Hulk através das eras. O que acharam? Quais são suas histórias favoritas do Hulk? Gostariam de ver eu fazer outras retrospectivas no futuro? Sintam-se a vontade para colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo.