Retrospectiva das melhores histórias do Superman – Novos 52

 


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Sabe aquelas coisas da cultura pop que você não gostou quando estrearam mas, com o tempo passou a ter um novo respeito por elas?

É assim que me sinto quanto ao Superman dos Novos 52.

Essa fase aconteceu em 2011, quando a DC decidiu realizar um novo reboot na sua continuidade. Então, se aproveitando do Flashpoint, um arco onde o Flash (Barry Allen) viaja no tempo para tentar salvar sua mãe, eles estabeleceram no final que as ações do velocista escarlates criaram uma nova continuidade, com versões mais jovens e “atualizadas” dos heróis.



Apesar do sucesso inicial de vendas, as histórias do personagem, junto com os Novos 52 acabam se tornando bem controverso, com muitos fãs (incluindo eu) tendo não aceitado essa nova abordagem da DC, criticando a continuidade confusa, alterações de relacionamentos entre personagens populares (ex: tiveram o Superman tendo um caso com a Mulher Maravilha ao invés da Lois) e o tom caricatamente sombrio das história.



Quando li as hqs dos Novos 52, eu estava entre esse fãs que não gostaram do reboot e mantive essa posição por um bom tempo. Porém, alguns anos atrás decidir revisitar algumas hqs e, embora ainda tivessem algumas histórias bem fracas, notei muitas  fantásticas, incluindo do Superman.



Sendo assim, nessa parte da retrospectiva irei falar sobre essas histórias envolvendo o kriptoniano e como, apesar das mudanças radicais, elas conseguiram representar a essência do personagem melhor do que muitos imaginaram na época.

Vamos começar....

Superman e os homens de aço (Action Comics vol.2 nº01 a 4,7 e 8)



Se tem um compilado de histórias Superman dos Novos 52 que recomendo para todos é a fase do Grant Morrison no Action Comics, que foi a hq que explorou a backstory dessa nova versão do personagem.

Já de cara, esse primeiro arco estabelece Superman como um vigilante que protege as classes trabalhadoras de empresários corruptos, enquanto busca expor esses criminosos em sua identidade de Clark Kent, repórter do Estrela Diária.


As atividades do Superman acabam chamando a atenção do governo que o consideram um julgam um invasor alienígena (detalhe que o próprio Clark, nessas primeiras revistas, não está ciente ainda), levando figuras como Lex Luthor e o soldado John Corben (o Metallo) tenta virar o público contra o azulão e captura-lo.



Mas, quando Metrópolis é roubada pelo colecionador Brainiac, o homem de aço e os soldados deixam suas diferenças de lado e, trabalham  juntos, para salvar a cidade e sua população.



Diferente do Grandes Astros, que foi uma homenagem a Era de Prata, esse arco pode ser visto como uma homenagem de Morrison a Era de Ouro do Superman, com o protagonista sendo mostrado menos poderoso e mais truculento, não tendo problemas em intimidar criminosos com sua força física e comentários zoeiros. Ao mesmo tempo, ele era mostrado sendo amigável e com um forte senso de justiça, se conectando com o público de Metrópolis.



Mas por que o nome do arco é “Superman e os HOMENS DE AÇO”?

Isso se deve a temática que esse primeiro arco, envolvendo o efeito que a presença do Superman tem no mundo e nas pessoas.

De um lado temos personagens como Lex Luthor e o soldado John Corben (Metallo), que são movidos por sua inveja do herói e um desejo de provar sua superioridade a ele, o que resulta em sua transformação nos inimigos do Superman.


Já no outro lado do spectrum, temos personagens como a Lois Lane, Jimmy Olsen, inventor John Henry Irons e até mesmo os cidadãos de Metrópolis, que se conectam com Superman e no processo usam suas habilidades naturais para ajuda-lo e se provam heróis, mesmo não tendo poderes. Essa é uma das principais mensagens que o Superman representa.



O Fantasma na fortaleza da Solidão & Um menino e seu cachorro (Action Comics vol.2 nº13)



Na 13ª edição, Morrison reintroduziu outro personagem marcante da mitologia do Superman: Krypto.

Nessa nova versão, supercão foi estabelecido como um animal de estimação dos Els que, ao tentar salvar o pequeno Kal-El, acabou acidentalmente indo parar na Zona Fantasma, permitindo que ele sobrevivesse a destruição de Krypton mas tivesse que viver como um fantasma.



Mesmo incapaz de interagir com o plano material, Krypto continuou a fazer companhia ao Clark, vendo-o crescer na Terra, embora o rapaz nunca tenha notado sua presença.



Mas o destino dos dois se cruzaria quando Superman é emboscado por Xan-Du, o Rei Fantasma, e enviado para a Zona Fantasma, onde ele tem que lutar contra todos os prisioneiros que desejam vingança contra o filho de Jor-El.  



Com ajuda de Krypto, Kal consegue se livrar de seus inimigos, porém descobre que para escapar, ele terá que abandonar mais uma vez seu companheiro canino, colocando-o diante um grande dilema.

Até hoje considero essa história a melhor a explorar a relação do Clark com o Krypto, com roteiro fazendo o leitor ter empatia pelo cachorro e torcer para que Superman possa livra-lo dessa dimensão.



Outro destaque é a introdução de Xan-Du, o Rei Fantasma, que consegue ser um vilão novo, com um papel na mitologia de Krypton e um visual marcante, porém nunca a ponto de ser uma cópia de Zod e outros prisioneiros da Zona Fantasma.



Estrela, estrelinha que brilha... (Action Comics vol.2 nº14)



Enquanto os arcos da fase do Morrison eram épicos e cheios de conceitos sci-fy e cenas surreais (tinha que ter numa obra de Grant Morrison), as histórias secundárias eram o oposto, sendo breves, com ritmo mais suave e o foco no lado humano do Superman.

Dessas histórias secundárias, uma das duas melhores é “Estrela,estrelinha que brilha...”, cuja trama envolve Superman indo a um observatório por causa de um assunto de grande importância.



Mas o que seria esse assunto importante? O que faria ele abandonar tudo que tá fazendo para ele poder vir ao observatório?

Sem dar spoiler, quando é revelado o motivo da vinda do Superman é um final de derramar lágrimas.

Despedida (Action Comics vol.2 nº17)



Se ““Estrela,estrelinha que brilha...” é, pra mim, uma das duas melhores histórias, qual a outra?

Essa com certeza seria “Despedida”

Por motivos envolvendo um arco envolvendo uma luta contra um ser da Quinta Dimensão, Superman acaba temporariamente assumindo do seu “eu do passado” no dia do baile de sua formatura, durante a última conversa que ele teve com seu pai, Jonathan Kent, antes dele e a sua mãe serem mortos num acidente de carro.




A história é praticamente Clark tendo a chance de rever seu pai, querendo contar ele sobre o futuro, mas é impedido por Jonathan, que consegue deduzir a intenção do filho e o convence a deixar o futuro como está, lembrando tudo que importa pra ele é saber que o Clark tem uma vida feliz e continua ajudar pessoas.




Essa é outra obra emocionante que entende o homem por trás Superman e o que torna o personagem tão cativante para vários fãs.






Rompe tormenta (Action Comics vol.2 nº25)



Uma qualidade que eu curto no Superman dos Novos 52 é como as histórias mostravam sua evolução de um jovem campeão dos oprimidos para o protetor da Terra que conhecemos.

Enquanto “Superman e os Homens de Aço” mostrou a fase final dessa transição, “Rompe tormenta” mostra uma parte do meio, quando Clark ainda era um vigilante se descobrindo. Embora suas intenções sejam boas, o poder que ele possui o acaba tornando confiante demais (justificando a atitude mais agressiva do personagem no primeiro arco do Action Comics). 





Porém essa atitude passa por uma mudança quando, para salvar uns inocentes, Clark tem que encarar uma grande tempestade.



O final dessa aventura acaba sendo uma lição de humildade para o jovem Clark e sua evolução no herói do povo.

 

Segredos e mentiras (Superman vol.3 nº09 e 10)



Como expliquei parte da Era Pós-Crise, um dos motivos pelos quais ninguém suspeita do Clark Kent ser Superman é porque o público não acredita que ele tenha ou precise uma identidade secreta. Na visão deles, por que alguém tão poderoso, que nem sequer usa máscara, iria querer viver como um cidadão normal e esconder seu poderes?

Mas isso não significa que não existam alguns espertos que suspeitaram do contrário. Uma delas foi Victor Barners, um blogueiro malandro que acredita que Superman vive escondido entre as pessoas. 



Para provar sua teoria, ele tira uma foto do Superman, em um beco onde o herói estaria trocando de roupa. Com a prova que tanto queria nas mãos, o safado expõe a identidade do Superman.





A boa notícia é que é revelado que Barners se enganou e identificou o designer Spencer Becker como o Superman.



A má notícia que é que ele fez isso quando Superman estava ocupado enfrentando Angustia, uma misteriosa vilã capaz de ficar intangível. Após um acidente provocado na luta, ela decide se vingar do herói atacando a família de Spencer.



É uma clássica história de super herói, que usa bem a identidade secreta do Superman para criar um drama interessante, envolvendo tópicos como fake news, mostrando como erros na mídia podem prejudicar a vida de inocentes.

 Ela também introduz uma nova vilã, a Angustia, que, apesar ser bem simples, possui poderes que desafiam os do Superman, e a forma como ela é derrotada captura a compaixão que o homem de aço tem pelos outros, incluindo seus inimigos.



 

 

Zod; Totalmente Metalizado; Recoleção & Parasita (Action Comics vol.2 n°23.2 e 23.4 & Superman vol.3 nº23.2 e 23.4)


Durante o evento Mal Eterno, a DC Comics fez com que as 23ª edições dos seus títulos fossem antologias focadas vilões específicos. A qualidade delas era bem variada, porém, quando se trata dos vilões do Superman, essas 4 histórias são as melhores.

“Zod”, como o título sugere, tem protagonista o General Zod e mostrando seu crescimento de um filho de cientistas mortos durante um incidente numa selva, para retornar a civilização e se torna um general inescrupuloso, disposto a cometer atrocidades para garantir a segurança de Krypton.


“Totalmente Metalizado” é meio que um epilogo de “Superman e os Homens de Aço”, revelando o destino do soldado John Corben e como as ações de seus superiores, combinadas com sua instabilidade mental, o levam a se tornar o assassino Metallo, buscando vingança contra aqueles que o abandonaram.



Em contraste, “Recoleção” age como um prologo ao “Superman e os Homens de Aço”, explorando o passado do Brainiac e revelando como o cientista Vril Drox, ao tentar realizar experimentos cruéis para salvar seu mundo de uma futura ameaça cósmica, foi banido pelo seu próprio povo, levando a se voltar contra eles e virar o Colecionador de Cidades, vendo isso como um mal necessário para preservar as civilizações (meio que tornando um reflexo sombrio do Jor El).



Por fim, “Parasita” estabelece uma nova origem do Parasita, com ele sendo Joshua Allen, um entregador ranzinza que, após ser ferido durante uma invasão alienígena, ele acaba sendo transformado num monstro viciado em energia.



Todas essas histórias são boas reinvenções da galeria de vilões do Superman, permitindo o leitor ter uma compreensão de suas motivações e complexidades.

 

Os Homens do Amanhã (Superman vol.3 nº32 a 38)



Além de Xan-Du, outro novo antagonista que se destacou nos Novos 52 foi Ulysses.



Criado por Geoff Johns e o artista John Romita Jr. Ulysses foi apresentado como um contraste ao Superman: Ele era um humano e filho de cientistas, que, para salvar a vida dele, o enviaram para outra dimensão. Após anos, Ulysses, agora adulto e tendo poderes de energia, voltou pra a Terra, se reencontrando com seus pais e formando uma amizade com Superman, que se identificou com o novo herói.





A princípio, ele parecia ser um parceiro ideal para Clark, com os dois compartilhando o desejo de dar ao mundo um amanhã melhor. No entanto, após um conflito com o vilão Maquinário, Ulysses descobre o potencial que a humanidade tem para se auto-destruir. Desiludido, ele oferece aos humanos a chance de deixarem a Terra se mudarem para seu “perfeito mundo adotivo”. Porém, quanto mais Clark investiga isso, mais segredos sombrios sobre Ulysses ele vai descobrindo.



É um arco simples porém explora efetivamente o dilema do Clark envolvendo sua solidão, além de representar bem Ulysses como uma figura malevolente, mas sim uma figura trágica dívida entre seu mundo natal e adotivo.

Ele também tem um final chocante que evolui a relação do Clark Kent com um de seus personagens de suporte.

24 Horas (Superman vol.3 nº39)



Durante essa nova fase de Geoff Johns, Superman recebeu um novo poder, o solar flare, uma habilidade liberar a energia solar de seu corpo. No entanto, quando usada essa habilidade, deixava o Superman sem poder por 24 horas.



Então como ele poderá proteger as pessoas sem suas habilidades? O que ele fará durante esse período?

24 Horas explora muito bem essas questões, mostrando o Clark ainda tentando ajudar pessoas em sua identidade civil, mesmo privado de seus poderes. 



Mas, seu grande desafio vem quando um ladrão captura um refém, ameaçando matá-lo na frente dos policiais. Para impedir que a situação Clark veste seu traje e arrisca sua vida, tentando enganar o ladrão e convence-lo a desistir.



Esse momento é uma grande representação de como o maior poder do Superman não são sua força, velocidade ou habilidade de voar, mas sim sua coragem e disposição para se arriscar pelos outros.

Tenho que citar tbm as interações do Superman com o Jimmy nessa edição, que caracteriza bem a amizade dos dois.



 

Fortaleza (Adventures of Superman vol.2 nº01)



Só porque a DC criou uma nova versão com Superman dos Novos 52, não significa que o Superman clássico foi esquecido.

Em conjunto com sua revista solo e Action Comics, Superman também ganhou uma terceira série, Aventuras do Superman, que seguia um formato antológico, focando em histórias isoladas e fora da continuidade.







Em geral essa série de quadrinho é legal demais, com cada história sendo tão emocionante quanto a outra. Porém se for pra recomendar apenas uma edição delas, minha escolha é “Fortaleza”.

É uma simples mas divertida história sobre dois garotos que brincando de Superman, com a arte e a narração apresentando a visão que eles tem do herói e de mundo.



Não só esse conceito é muito relacionável (principalmente para alguém como eu, que vive tendo ideais pra personagens da cultura pop) mas ver a perspectiva que as pessoas que o Superman salva tem dele como um herói traz um grande sorriso pro rosto de qualquer um.



Superman: Lois & Clark (Superman: Lois and Clark nº1-8)



Como explicado antes, o Superman dos Novos 52 acabou sendo bem controverso para os fãs e sua popularidade, junto a maioria dos personagens da DC na época, começou a cair. No entanto, para poder atrair o interesse dos leitores, DC revelou ter uma carta na manga.

Se aproveitando da Convergência, uma saga envolvendo versões distintas dos personagens da editora, a DC lançou, em 2015, a hq Superman: Lois & Clark.

Essa minissérie de 8 edições, escrita por Dan Jurgens e desenhada por Lee Weeks, revelou que o Superman da continuidade Pré-Novos 52 e sua Lois, tinham ido parar na Terra principal coexistindo com suas versões dos Novos 52. 


Adotando identidades de Clark e Lois White, o casal passa a tenta recomeçar suas vidas escondidos nesse novo mundo e criar o filho deles, Jonathan Samuel Kent.



Porém, quando Lois começa a publicar livros expondo operações da Intergangue, ela se torna um alvo dos vilões, colocando em risco a segurança dela e de sua família.



Assim como fez no passado, Jurgens mais uma vez evolui o status quo de Clark para um nível interessante. Não só ele tem o Superman e a Lois virando pais e mas ele também os coloca numa situação cheia de suspense, com eles tendo viver escondidos, num mundo habitado por versões diferentes das pessoas que eles conheciam, o que tem um efeito na forma como eles interagem com outros.



Mas o grande destaque dessa história é a dinâmica dos Kents como uma família, com Clark tendo que saber balancear seus deveres como um herói com sua nova vida como um pai e homem de família, criando vários dramas bem relacionáveis, algo que viria a definir o personagem na próxima era.



Então é isso! Quais são suas histórias favoritas do Superman dos Novos 52? Sintam-se a vontade para colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo.