Retrospectiva das melhores histórias do Superman – Era de Prata

 


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Enquanto a Era de Ouro das hqs refletiu o problemas do mundo, como Grande Depressão e a Segunda Guerra, a Era de Prata representou a Era Atômica, corrida espacial e novas descobertas científicas. 

A cultura pop começou a abraçar vários conceitos sci-fy e, naturalmente, Superman não foi uma exceção. Ao invés de lutar contra empresários corruptos, o personagem era praticamente um aventureiro, com poderes de um deus, protegendo o mundo de cientistas loucos, robôs, aliens, monstros kaiju entre outros.



Isso se provou um grande benefício pois permitiu os autores liberarem sua imaginação e, através disso, elaborarem aventuras bem criativas para o homem de aço, além de estabelecerem várias figuras importantes de sua mitologia.



Portanto, vamos prosseguir com essa retrospectiva, conforme eu apresento as melhores histórias desse período importante do Superman.

O super cão de Krypton (Adventure Comics 210)



Além de sua hq solo e Action Comics, Superman também tinha suas aventuras sendo publicadas nas revistas  Adventures Comics e do Superboy, cujas tramas exploravam a juventude do Clark Kent em Smallville.

Para alguns essas histórias eram algo bobo e esquecível, mas na realidade, maioria delas foram responsáveis por apresentar muitos conceitos e coadjuvantes da história do Superman.

Em “O super cão de Krypton” temos, obviamente pelo título, a introdução do Krypto, o super-cão que também enviado ao espaço pelo Jor El e chegou a Terra um pouco depois de seu dono.



No entanto, o Krypto nessa introdução, era um cachorro bem bagunceiro, causando vários problemas para o Superboy em resolver, enquanto tentava ajudar Krypto a controlar seus poderes, criando situações cômicas mas um dilema bem relacionável para o garoto de aço.



 

O irmão do Superboy (Superboy 89)



Outro personagem importante que fez sua estreia nesse período foi o Mon-El (alguns fãs devem conhece-lo pela série da Supergirl).




Ele foi um jovem com poderes similares ao Superboy. Quando se conheceram acreditava-se que ele fosse um kriptoniano como Clark. 



Assim como fizeram com o herói, os Kents adotaram Mon-El, com Clark feliz em ter tendo um irmão.



Embora a história seja cheia de momentos divertidos entre os dois, ela subverte com final meio trágico, revelando não só a verdade por trás de Mon-El como lhe dando um final impactante, que se torna mais uma experiência dolorosa onde Clark é forçado a aceitar que ele não pode ajudar todas pessoas.

Quando Luthor conheceu Superboy (Adventure comics 271)



Muita gente dá o credito do Luthor ser o vilão icônico que conhecemos a John Byrne, por sua reinvenção o personagem de um cientista louco a um empresário. Esse argumento está muito longe da verdade.

A evolução de Luthor começou nessa edição, que deu ao personagem sua primeira origem, onde ele foi reimaginado como um morador de Smallville. 



A princípio, Luthor admirava o Superboy, tendo inclusive salvo sua vida, o que levou o kriptoniano como gratidão, criar um laboratório para Lex.


 

Entretanto, essa possível amizade dura pouco. Quando ocorreu um incêndio no laboratório de Luthor, Superboy tentou apagar as chamas com o super-sopro, mas acabou destruindo o laboratório de Luthor, além de soprar neles gases que o deixaram careca. Enfurecido, Luthor acusou Superboy de ter inveja de seu intelecto e jurou que se provaria superior a ele.



Essa origem é mal interpretada por muitas gente, acreditando que Luthor virou do mal só por causa da queda dos cabelos, quando esse detalhe é citado em apenas uma frase. A raiva de Luthor se deve ao fato do Superboy ter, acidentalmente, destruído seu laboratório, incluindo uma forma de vida artificial que ele criou, provavelmente seu primeiro sucesso, algo que ele diz que nunca poderia recriar.



Apesar de não ser diretamente estabelecido, a história sugere que Lex é um jovem solitário, não tendo amigos, e seus pais não são mostrados, o que obviamente o deixa  se sentindo incompreendido. É sua incapacidade de lidar com essas emoções de forma saudável, que o leva a projeta-las em outras pessoas, incluindo o herói que ele dizia admirar. Esse comportamento se tornaria uma temática com o personagem em suas futuras histórias, tanto nas hqs quanto adaptações.

Outro detalhe que os leitores ignoram é  processo da transformação do Luthor no vilão que conhecemos. Ele não vai de um fã do Superboy pra querer mata-lo da noite pro dia. Primeiro ele começa como rival, tentando competir com o kriptoniano, usando suas invenções para melhorar Smallville. Mas, seus experimentos sempre criam problemas que o Superboy tem que resolver, com público elogiando ele enquanto Luthor sofre críticas e rejeições, o que, em resposta, ele culpa o Superboy, até decidir se livrar do herói. 




Seu arco é uma tragédia sobre como ódio e arrogância pode prejudicar o potencial de um indivíduo.



Duelo no espaço (Action Comics 242)



Um dos aspectos do Superman que se beneficiou muito da pegada sci-fy foram sua galeria de vilões, que começou a acrescentar vários inimigos importantes do homem de aço.

Em “Duelo no espaço” a trama mostra o Superman tendo seu primeiro encontro com Brainiac, que, nessa versão, é um alien que viaja por mundos, literalmente roubando cidades, encolhendo-as e aprisionando em garrafas.



Por ser incapaz de destruir o campo de força do invasor, Superman opta por se deixar ser capturado, junto com Metrópolis, para poder resgata-los de dentro da nave. No entanto, ele acaba ficando preso em Kandor, uma cidade kriptoniana onde o sol vermelho remove seus poderes.

Felizmente, com a ajuda de um cientista da cidade, ele consegue escapar e restaurar quase todas as cidades...exceto Kandor, que passa a permanecer na Fortaleza da Solidão até que encontre uma forma de restaura-la ao tamanho original.



Todo quadrinho consegue demonstrar o nível de ameaça que Brainiac, com Superman no final nem chegando a confronta-lo diretamente, optando apenas por fugir com as cidades, deixando Brainiac sem sua coleção. Apesar do herói ter sua revanche em seus próximos encontros, esse primeiro encontro conseguiu definir o lugar de Brainiac entre os maiores oponentes do homem de aço.



O mundo dos Bizarros (Action Comics 263 e 264)



Pegando inspiração em personagens como o Monstro de Frakenstein, Bizarro foi introduzido nas páginas de Superboy nº68 como um clone imperfeito do Superman. Tal como a criatura da obra de Mary Shelly, ele tinha uma aparência assustadora, mas um bom coração, querendo apenas ganhar aceitação do povo, tal como Superboy, mas sempre sofre rejeição devido a reação do público a sua aparência ou seu jeito atrapalhado.



Quando ele apareceu nas história do Superman, Lois Lane, sentindo pena do clone incompreendido, criou uma cópia dela mesma, a Lois Lane Bizarro. Os dois clones decidiram abandonar a Terra juntos.



Nesse arco de duas partes, Superman reencontra com o casal no Mundo Bizarro, um planeta semelhante a Terra habitado por cópias do Bizarro e sua esposa.  Por não entender as leis opostas do lugar, Superman acaba cometendo atos que o fazem ser preso e colocado em julgamento. Agora ele precisa provar sua inocência e conseguir escapar desse mundo insano.




Como muitas histórias envolvendo o Bizarro, essa tem a típica pegada de humor, mas, ao mesmo tempo apresenta uma reviravolta interessante nos papeis do protagonista e antagonista. Mesmo sendo o personagem título, Superman meio que banca o antagonista, tendo que aceitar que ele não pode fazer o Mundo Bizarro se assimilar ao costumes de outros mundos como a Terra.

O velho de Metrópolis (Action Comics 270)



Algumas pessoas enxergam as histórias da Era de Prata como um período marcado por histórias bobas e infantis. Porém essa visão os cega para algumas bem tocantes.

Uma dessas gemas é “O Velho de Metrópolis”. Trata-se de uma história curta, onde Superman, ao ser pego pela explosão de um foguete descontrolado, acaba indo parar no futuro distante, onde ele é velho aposentado sem poderes (devido as exposições a kriptonita), Kara protege o mundo como Superwoman, Jimmy Olsen é casado com Lucy Lane e dono do Planeta Diário e até mesmo Lex Luthor se reformou e virou prefeito.










Admito que o final da história é meio preguiçoso, mas não é o destino que conta nessa história mas sim a jornada. O ponto alto dessa revista é Clark lidando com o fato de todos seus conhecidos terem evoluído e seguido em frente na vida enquanto ele virou um velho solitário e esquecido pelas pessoas que ele protegeu. 



Isso expõe das inseguranças do Superman, tipo seu medo de solidão, como também o ensina a importância de desenvolver seus relacionamentos na vida.

A reversão de super poderes (Action Comics 274)



Uma das formulas usadas nessas histórias do Superman da Era de Prata era aquelas onde, devido circunstâncias, um dos amigos do Superman acaba sofrendo uma transformação.

No caso da Reversão de super poderes a personagem foi a Lois Lane, que, após um acidente na Fortaleza da Solidão, acabou recebendo os poderes do Superman, que agora era apenas um homem normal.



Nessa troca de papéis, a revista consegue descontruir a relação do Superman com a Lois, permitindo que um consiga entender a situação do outro. Enquanto Lois se vê incapaz de aceitar casar com Superman, visto que ele poderia se tornar um alvo de seus inimigos, Superman se sente inferiorizado por ser incapaz de ajudar pessoas como a super-lois. 



Isso ajuda a mostrar obstáculos presentes na relação dos dois, algo que algumas versões costumam ignorar. A história também explora os sentimentos da Lois pelo Superman, fazendo ela se questionar se seu amor por ele se deve ao homem que ele é ou por causa de seus poderes, outra questão que muitas hqs não exploram com seus casais.



A super vingança de Brainiac (Action Comics 280)



Se “Duelo no espaço” estabeleceu Brainiac como uma ameaça global para o Superman, “A super vingança de Brainiac” mostra o que acontece quando a rivalidade se torna mais pessoal.

Querendo pela humilhação que sofreu nas mãos do Superman, Brainiac, nessa história, usa seu raio encolhedor para capturar não só o kriptoniano, como também Lois, Jimmy Olsen e Perry White. Diante dessa situação, Superman teria que manter seus amigos a salvo enquanto pensa numa forma de restaura-los a tamanho original e derrotar seu inimigo alienígena.



Ver Superman numa aventura aos seus amigos é bem legal. Cada personagem complementa o outro e tem suas dinâmica que os faz passar a ideia que eles são amigos e se importam um com outro.



O fato que Brainiac os evolveu nessa armadilha só para atingir o Superman demonstra o quão desprezível que ele é, tornando o momento onde Superman e seus amigos conseguem a situação a seu favor bem satisfatória.

 

O dia difícil do Superman (Action Comics 282)



Uma crítica comum que Superman sofre é que ele é um personagem com a “vida perfeita” e não possa por situações que os leitores conseguem relacionarem. Isso é uma visão incorreta, como demonstrado por várias das histórias personagem, incluindo citadas nessa retrospectiva.

Uma que melhor representai isso é, apropriadamente intitulada, “O dia difícil do Superman”. A trama não envolve Superman enfrentando Lex Luthor ou Brainiac, mas sim com vários compromissos, tanto de sua vida como Clark Kent como Superman. Para estar presente em todos esses eventos, ele recorre a um de seus super robôs, para se passar por Clark Kent enquanto ele protege a cidade como Superman.



A história é simples, mas demonstra de uma forma bem divertida o Superman tentando cumprir com as tarefas de sua vida dupla, com situações que colocam em risco o segredo do Clark dando um leve suspense para a trama.

Poder do Parasita & O Poder do Parasita (Action Comics 340 e 341)



Um dos inimigos do Superman que sempre achei quis ver em adaptações é o Parasita. Não só ele tem um visual bem marcante mas o fato que ele consegue drenar a força de um dos heróis mais poderosos da DC dá ele potencial como antagonista para possibilidade de histórias.

As duas primeiras aparições são perfeitos exemplos do que estou falando.

Em sua estreia, o Parasita foi introduzido como Maxwell Jesten, um funcionário de laboratório que, ao ser expostos a radiação, ser um mutante que absorve a força dos outros. 




Ao sentir o poder do Superman, o Parasita desenvolve uma obsessão pelo herói e começa a persegui-lo, chegando a descobrir a identidade secreta.



Diante de um ultimato, Superman é forçando a confrontar Parasita num combate que quase custa sua vida. Por sorte, o corpo do vilão acaba não suportando tanta energia e ele acaba explodindo.



Porém esse não seria o fim dele. Algumas edições depois, o Parasita seria acidentalmente ressuscitado por um viajante alienígena. Após nocautear seu salvador, o vilão retomaria sua caça ao Superman, dessa vez usando um disfarce para conseguir um emprego no Planeta Diário, permitindo que ele se aproxime de Clark e, aos poucos vá drenando a energia, aguardando o momento em que ele estiver fraco o bastante para poder mata-lo.



Para algo feito na inocente Era de Prata, essas duas edições parecem uma história de terror, com Parasita é um monstro sedento por sua presa. Cada momento é um teste de ansiedade, não tendo saber como Superman irá escapar desse oponente mortal.



É uma pena que o Parasita acabou se tornado um personagem definido apenas por seus poderes e foi substituído por outras versões, com alguns tentando representa-lo como uma figura trágica e simpática. Nada contra essa abordagem, mas eu sinto que essa versão original do Maxwell Jesten foi o melhor Parasita, sendo um inimigo assustador mas com muita personalidade.

Superman...acusado de homicídio & O caso do povo contra o Superman (Action Comics 358 e 359)



Uma das frases memoráveis do Superman é essa . 👇👇👇

 



Esse diálogo expõe o quão auto-controlado Superman é em relação a sua força, ciente do estrago que ele poderia causar se não for cauteloso. Por isso que um de seus medos é de perder o controle e machucar as pessoas.

Mas, o que aconteceria se esse medo se concretiza-se? Se Superman acidentalmente causa-se a morte de alguém?

Essa é a ideia que esse arco explora. Nele, uns bandidos armam uma cilada para o Superman, fazendo ele executar um homem numa disputa de boxe. Se deixando ser preso pela lei, Superman é colocado em julgamento, tendo que provar sua inocência.



Ao invés de uma história envolvendo batalhas com super vilões, essa é mais um drama de mistério e julgamento, com Superman tentando descobrir uma forma de provar para o público que ele não matou o lutador, o que não é fácil, visto que o próprio tem suas dúvidas.

As cenas no tribunal são um ponto alto, com Clark tendo que ver não só muitos de seus amigos sendo forçados a testemunhar contra ele, como ainda suportar as palavras do promotor, que trazem vários pontos contra o herói e o efeito de suas ações no mundo.



Não vou revelar a forma como Superman consegue desmascarar o esquema dos vilões mas garanto que é bem inesperado e imaginativo, bem a cara do Superman na Era de Prata.

 

Retorno a Krypton (Superman 141)



Um aspecto importante do Superman da Era de Prata foi sua conexão com seu planeta natal Krypton. Diferente de versões conhecidas, ele veio para Terra quando ainda era uma criança de 2 a 3 anos, tendo memórias de seus pais e civilização. Por isso a destruição de seu mundo era grande trauma para Clark, mesmo após ter alcançado a maturidade.



De todas as histórias a abordarem esse aspecto, “Retorno a Krypton”. Nessa aventura emocionante, Superman, ao confrontar uma criatura alienígena, acaba sendo mandando para passado, antes de Krypton explodir. Devido ao sol vermelho, Superman perde seus poderes, ficando impossibilitado de voltar para sua época. 



Tendo que encontrar uma forma de voltar para seu período antes que Krypton exploda, Clark pede ajuda ao seu pai biológico, Jor El, conseguindo a chance de conhecer a familia que ele perdeu.



É tocante ver Superman interagindo com seus pais, cuja participação aca dando muito mais personalidade para eles, mostrando que eles eram bons pais, com Clark tendo herdado essas qualidades deles.  



Tem também uma sub-trama do Clark se apaixonando por uma amiga de sua mãe, o que o incentiva a querer quebrar as regras do tempo e tentar impedir a destruição de Krypton.



Infelizmente, como uma tragédia grega, Clark acaba voltando para sua época, sendo forçado a aceitar que ele não pode impedir a perda de seu planeta. 



É um final bem triste, fazendo o leitores entender o que o Superman perdeu e a razão dele ser tão protetor dos outros.

Os últimos dias do Superman (Superman 156)



Uma das histórias mais populares do Superman é Grandes Astros, uma obra-prima de Grant Morrison onde focada no homem de aço em seus últimos dias de vida, após seu corpo ter absorvido muita radiação solar.



Um detalhe que muitos provavelmente não sabem é que aquela história não foi a primeira a aborda esse tipo de história. Esse posto pertence a “Os últimos dias do Superman”

Semelhante a história de Morrison, esse quadrinho mostra o Superman sendo vítima de uma doença terminal, sendo que nesse contexto a causa foi ele ser infectado por um vírus kriptoniano. 



Com seus dias contados, Clark começa a se preparar para sua morte, enquanto seus amigos, se recusando a desistir dele, se colocam numa corrida contra o tempo para encontrar uma cura.



Essa história pode até não ser melhor que Grandes Astros, mas continua sendo uma história bem contada, sabendo cativar os leitores tanto com a busca dos amigos do Superman quanto do herói lidando com sua mortalidade. 





Isso resulta em momentos bem emocionantes como o Clark visitando Smallville, pelo que ele julga que será a última vez, se lembrando de sua infância e seus pais adotivos. Esses são momentos que mostram como Superman é um dos personagens mais humanizados de todos.



A invasão das super pessoas (Superman 158)



Quando se fala em Kandor, fãs pensam nela apenas como um ester egg ou um plot-device para motivar o confronto do herói contra Brainiac. Mal sabem eles que a cidade engarrafada foi palco para várias aventuras do Superman na Era de Prata.

Em uma dessas histórias, Superman tem a população de Kandor se virando contra ele pelo cientista Than Ol, que planeja executar um experimento que poderia restaurar Kandor ao seu tamanho original.  No entanto, Superman percebe que o plano de Than tem uma falha que poderia deixar Kandor num estado. Mesmo com sua relação com os kandorianos prejudicada, o homem aço, acompanhado de Jimmy Olsen entraria na cidade, buscando restaurar a confiança do povo nele e impedir Than Ol antes que ele destrua Kandor.



Em conjunto com a forma como expande ainda mais a mitologia de Krypton e seus habitantes (incluindo um momento onde Superman e Jimmy adotam a identidades dos lendários heróis kriptonianos Asa Noturna e Pássaro de Fogo), essa história apresenta um conflito interessante, com os kandorianos não sendo mostrados como vilões mas sim um povo desesperado. Até Than Ol, que poderia se tornar um Zod 2.0, é caracterizado como um cientista tão impaciente com os fracassos do Superman a ponto de não perceber suas próprias falhas. É compreensível a atitude deles, mostrando como as falhas do Superman tem consequências para a perspectiva das pessoas que colocam fé demais nele.



A Aliança Luthor Brainiac (Superman 167)



Sendo dois gênios com um ódio particular pelo Superman, era natural que a DC teria Lex Luthor se unindo ao Brainiac cedo ou tarde.

Seu primeiro encontro aconteceu quando Luthor escapou da prisão mais uma vez. Buscando uma forma de derrotar o Superman, ele acabou aprendendo sobre Brainiac e o libertou, formando uma aliança contra o kriptoniano.



Juntos, a dupla atrai o Superman para uma armadilha, encolhendo-o e o deixando incapaz de usar seus poderes. Esse poderia ter sido do homem de aço senão fosse habitantes de Kandor, que, tendo as mesma habilidades que o Superman sob o sol amarelo, vão ao seu resgate.



É uma grande satisfação ver os kandorianos enfrentando o Brainiac (que encolheu a cidade deles) e salvando Superman. Mas o ponto alto dessa história são as interações entre Lex e Brainiac. Embora ambos sejam bem arrogantes e prontos para trair um ao outro na primeira oportunidade, eles demonstram saber trabalhar em boa sincronia para escapar das situações. No final, eles conseguem se safar graças a suas manipulações, provando o nível de ameaça que eles representam quando trabalham juntos.

A saga de Lexor ( Superman 164 e 168 e Action Comics 318 e 319)





Para fechar essa parte da retrospectiva com chave de ouro temos um dos primeiros arcos recorrentes nas histórias do Superman dessa época: A saga de Lexor.

Esse arco começou com Luthor desafiando o Superman para luta em um planeta, sob sol vermelho, esperando conseguir derrotar seu odiado inimigo.



O plano falhou, forçando Luthor a fugir. Nessa perseguição, Lex acabou encontrando uma civilização alienígena. Ao salva-los, os habitantes ficaram gratos ao Lex Luthor, passando a trata-lo como líder e salvador, rebatizando o planeta de Lexor, em sua honra. 



Embora Superman conseguiu encontrar Luthor e leva-lo de volta à Terra, suas ações apenas pioram sua imagem para o povo de Lexor, que ainda enxergavam Luthor como seu herói. O planeta se tornou um cenário recorrente nas hqs do Superman, com Lex muitas vezes voltando para lá, forçando Superman a confronta-lo num mundo que o  teme e odeia, ao mesmo tempo em que admiram Luthor.







Assim como “Quando Luthor conheceu Superboy” a saga Lexor é outra peça importante na reinvenção do Luthor como um personagem. Seria fácil ter ele sendo um vilão caricato e apenas usando os habitantes de Lexor em seus esquemas. Porém o quadrinho demonstra que a felicidade de Luthor com a admiração que recebe é genuína. Ele ama ter um grupo que o elogia e o trata como um salvador, e busca ajuda-los a evoluir como uma civilização, mostrando o potencial de Luthor para poder ser um herói.  Sua conexão com Lexor aumenta após Lex se apaixonar e casar com uma das habitantes. 



Esse detalhe ajuda o leitor a sentir uma simpatia por Luthor, e até torcer para que ele consiga permanecer em Lexor. Infelizmente é sua insistência em ficar infernizando a vida do Superman, de se recusar a responder por seus crimes, que leva aos confrontos entre os dois e Lex sendo derrotado.

Isso é a essência que ficaria marcada ao Lex Luthor. Ele é um gênio que deseja ser idolatrado, mas é condenado a sempre falhar seus objetivos por causa da incapidade de abrir mão de seu ódio pelo Superman. Ele é um vilão que nos faz odia-lo um momento, mas sentir pena no outro. John Byrne pode até ter feito Luthor no empresário que os fãs conhecem, mas foram essas hqs clássicas que fizeram Lex o personagem complexo que os fãs conhecem.



Então é isso! Quais são suas histórias favoritas do Superman da Era de Prata? Sintam-se a vontade para colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo