Confiram também:
Retrospectiva das melhores histórias do Superman (Era de Ouro) - https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/06/retrospectiva-das-melhores-historias-do.html
Retrospectiva das melhores histórias do Superman (Era de Prata) - https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/06/retrospectiva-das-melhores-historias-do_26.html
Continuando com a
retrospectiva das histórias do Superman, falarei sobre um período
bem subestimado das hqs do personagem, a Era de Bronze (período entre os anos
70 e metade dos anos 80).
O final dos anos 60 marcou um período de mudança para os quadrinhos da DC Comics. Devido ao sucesso das histórias da Marvel, com seus personagens mais falíveis e relacionáveis, a editora começou a adotar histórias com um tom mais sério e roteiro mais sofisticados. Claro que ainda havia elementos fantasiosos das eras de ouro/prata, porém tinha um foco maior nos aspectos humanos dos personagens e aproximar suas histórias de questões presentes em nossa complicada realidade.
Esse foi período onde
DC lançou trabalhos significativos como a fase do Batman do Dennis O’Neil, a hq
do Lanterna Verde/Arqueiro Verde do O’Neil em parceria com Neal Adams e a Era
Satélite da Liga da Justiça.
Quando se trata do Superman, essa fase das hqs dos anos 70/metade dos 80 não chega a ser tão falada, exceto por suas últimas duas histórias (que eu irei comentar). Para alguns parece existir apenas a era de prata e a fase do John Byrne em seguida.
Isso é
uma pena pois, pra mim, a Era de Bronze é o melhor período de histórias do Superman.
Enquanto os aspectos fantasioso e momentos bizarros da Era de Prata ainda estavam presentes, eram mais ocasionais, com os roteiros tendo uma pegada bem mais dramática, com cenas de ação bem ilustradas, aventuras mais épicas e desenvolvimento dos personagens, principalmente o Superman, que foi representado mais como um herói falível e emocional, lidando com dilemas envolvendo assuntos como solidão, perda, moralidade e a busca por aceitação.
Sem falar que as hqs do personagem foram escritas por grandes nomes da indústria dos quadrinhos, como Dennis O’Neil, Len Wein, Marv Wolfman, Eliot S. Maggin (roteirista bem subestimado do Superman) e, o grande destaque, Jack Kirby e Alan Moore.
Agora irei apresentar
aquelas que considero terem sido as melhores histórias do Superman nessa fase e
demonstra porque considero a Era de Bronze como o melhor período do homem de
aço nas hqs.
Vamos começar....
Kriptonita
nunca mais (Superman 233 a 238 e 240 a 242)
Uma das fraquezas
recorrentes na história do Superman era a kriptonita, fragmentos de seu planeta
que drenavam os poderes do herói. Sempre que um autor queria justificar o
Superman estar mais fraco numa situação, eles usavam a kriptonita como
justificativa.
Porém, quando assumiu a
hq do Superman, Dennis O’Neil fez uma mudança ousada: Ele teve Superman, ao tentar
impedir um desastre com uma bomba, causando um fenômeno que transformou toda
kriptonita na Terra em ferro. Basicamente O’Neil tirou a fraqueza mais icônica
do Superman.
Mas isso não tornar Superman
é praticamente um gary stu chato, sem fraquezas?
O’Neil não deixou esse fato passar despercebido, mostrando Clark, a princípio, ficando confiante com o fim de sua fraqueza principal, mas logo começa a sentir seus poderes sendo drenados por uma criatura de areia com aparência idêntica a ele.
Isso levou a um grande mistério envolvendo esse Superman de areia, além de um drama pessoal para Clark lidando com essa instabilidade em seus poderes e o efeito que isso tinha na forma como as pessoas o julgavam e em si mesmo, expondo como ele tinha se tornado dependente de seus poderes vendo-os como uma qualidade que o torna único na sociedade, mas se esquecendo da responsabilidade que ele tem com esses dons.
O conflito de Clark com o Superman de Areia é ele confrontando um reflexo sombrio desses defeitos que ele se nega a reconhecer em si mesmo, provando como kriptonita não é a sua unica fraqueza. Como qualquer pessoa Superman também tem que confrontar suas próprias falhas. É habilidade de escolher ser uma pessoa melhor que define quem ele é.
Superman na Super Cidade (Forever People 1 e Superman's pal Jimmy Olsen 133 a 148)
Seria um crime a toda comunidade nerd de falar do Superman da Era de Bronze sem nem citar as histórias feitas pelo rei dos quadrinhos em pessoa, Jack Kirby.
Depois de uns desentendimentos com Stan Lee, Kirby se mudou da Marvel para DC, onde continuou a produção de hqs, como Etrigan e Kamandi. Mas, o que muitos fãs consideram ser o trabalho mais memorável de Kirby no universo da editora foi a Saga do Quarto Mundo, uma épica história continua focada na guerra entre os Novos Deuses de Nova Genesis e as forças de Apokolips.
Para preparar os leitores para esse arco, Kirby começou a plantar suas sementes na hq spin off do Jimmy Olsen, mostrando Superman e seu amigo saindo em aventuras e desmascarando vários esquemas de Apokolips e ficando cientes da grande batalha que está acontecendo na Terra.
Não só todo esse arco foi responsável por introduzir vários personagens como Darkseid, o Povo da Eternidade, a Intergangue, o Projeto Cadmus e novas versões do Guardião e da Newsboys Legion, como foi recheado de cenas de ação épicas e imagens surreais, todas ilustradas pela arte icônica do Kirby.
O trabalho dele foi tão marcante que acabou sendo uma inspiração pra Bruce Timm, que não só adaptou esse arco no Superman Série Animada, como também usou a arte do rei como base em seu estilo artístico.
Tem também um arco interessante do Superman onde, após achar que sua presença na Terra faz pessoas se sentirem inferiorizadas, ele fica encantando com Nova Genesis, julgando ser um lugar onde ele poderia viver com pessoas poderosas como ele. No entanto, ao poucos, ele vai entendendo que seu lugar é na Terra, onde ele pode ser mais útil e ajudar as pessoas, ao invés de viver num mundo onde ninguém precisa dele.
Os Anos Secretos (Superman The Secret Years 1 a 4)
Confira review completa: https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2023/11/superman-os-anos-secretos-quando-o.html
Crise
em 3 terras (DC comics presents annual 1)
Um dos momentos mais
importantes da DC foi a publicação de Flash 123, cuja história principal,
“Flash de dois Mundos”, introduziu a Terra 2, um universo paralelo habitado
pelos heróis da Era de Ouro como o Jay Garrick e a Sociedade da Justiça. Isso
não só introduziu o conceito do multiverso da DC como foi o ponto de partida para
vários crossovers entre os heróis das duas terras.
Embora o primeiro
encontro entre os dois Supermen tenha rolado na hq da Liga da Justiça, Crise em
3 terras, é quando eles finalmente tem uma aventuras como uma dupla. Nessa
história, o Lex Luthor, em mais uma de suas fugas mirabolantes, usa um
dispositivo para se transportar pra Terra 2, conhecendo sua contraparte.
Visto que são inimigos
dos Supermen das respectivas terras, os gênios do mal formam uma aliança. Para
complicar as coisas, eles acabam viajando pra Terra 3 e recrutando o Ultraman
para auxilia-los em seu plano.
Para deter esse trio
diabólico, os dois Supermen formam sua própria aliança com Alexander Luthor, da
Terra 3.
Só a ideia de ver todas
essas versões diferentes do Superman e do Luthor é divertida, mas a hq consegue
balancear isso com foco a dinâmica entre os dois Supermen. Os dois demonstram
ter uma forte química, com Clark da Terra 2 (conhecido como Kal L) agindo como
um mentor para sua versão mais jovem, além de um avô conselheiro, tentando incentivar o Clark a confessar seus sentimentos pra Lois, dizendo que ele merece felicidade em sua vida.
A história também
abordar as diferença entre os dois Supermen: Enquanto Kal L é um herói
aposentado, casado com sua Lois e tem como arqui inimigo um Luthor bem mais
psicopata, Kal el ainda é solteiro, sendo ignorado por sua Lois e seu Luthor é
um inimigo mais pessoal.
Precisa
Haver um Superman? ( Superman 247)
Eis uma pergunta que
algumas hqs de super heróis apontaram: Num mundo com um homem capaz de voar,
ter super-força e que se dedica a proteger a humanidade 24h por dia, existe
alguma razão para existirem policiais, construtores e outros trabalhadores?
Qual propósito de ter qualquer função se alguém Superman consegue pode fazer o
trabalho com facilidade?
Esse é o dilema que é
dado ao Superman nessa história, quando, durante uma aventura no espaço, ele
tem sua atenção chamada pelos Guardiões do Universo, que acusam de estar
interferindo demais nos assuntos da humanidade, deixando-a dependente de sua
pessoa.
Essa realidade é comprovada quando, ao voltar pra Terra, Superman para num
vilarejo para ajudar um garoto imigrante e é recebido por várias pessoas pedindo
por sua ajuda.
Essa história é uma
complexa desconstrução do Superman, expondo sua humildade e como, no final do
dia, ele não é esse deus que todo mundo imagina. Ele é apenas um cara decente
tentando ajudar e ser um bom exemplo pra eles.
O
homem que assassinou a Terra (Superman 248)
Outro personagem que
teve vários momentos de destaque na Era de Bronze foi o Lex Luthor. Já até
adianto dizendo que Luthor é o vilão mais desenvolvido desse período de
histórias do Superman, com várias histórias memoráveis.
A primeira delas foi “O homem que assassinou a Terra”, onde o gênio criminoso cria o Golem Galático, um ser artificial e o coloca para enfrentar o Superman.
O que Lex não contava era
que o combate entre Superman e o Golem acaba provocando a destruição não só
deles dois como também de toda humanidade, deixando Luthor como o único
sobrevivente na Terra.
O ponto alto dessa
história é Luthor surtando diante da solidão que ele mesmo causou para si
mesmo. Ele pode ter odiado Superman, mas nunca a ponto de querer eliminar todo
seres vivos da Terra. É um dos poucos momentos onde Lex expões suas
vulnerabilidades.
Embora o final tenha
uma reviravolta que restaura o status quo, fica claro como Luthor tem um lado
sensível por trás de seu grande ego, algo que será bem explorado nas histórias seguintes.
O
desafio do Homem Terra (Superman 249 e 250)
Além de desenvolver
vilões estabelecidos, como Lex Luthor e Brainiac, a Era de Bronze também
introduziu novos inimigos para o homem de aço enfrentar.
Desses oponentes, um
dos que conseguiu se destacar nesse período foi o Homem Terra. Em sua primeira
aparição, ele aparentava ser um cowboy espacial que veio a Terra desafiar o
Superman para um duelo. Sua atitude estoica e de poucas palavras o fazia
parecer um personagem inspirado em figuras dos clássicos de velho oeste, como
Clint Eastwood.
No entanto, em um twist, logo o filho de Krypton descobriu que seu oponente não era um alien, mas sim um jovem do Velho Oeste que foi abduzido e criado por aliens. Ele tinha voltado a Terra para continuar o legado de seu falecido pai, um fora-da-lei, saqueando o planeta e derrotando Superman, que ele enxergava como símbolo de “lei e ordem”.
Como muitos dos vilões
criados nessa época, o Homem Terra viria a cair no limbo do esquecimento Porém
suas participações na Era de Bronze demonstravam seu potencial, tanto por sua origem
trágica e criativa (ele era praticamente um Peter Quill do mal) assim como um carisma e uma visão bem crítica em relação aos tempos modernos.
O
Luthor que ninguém conhecia (Superman 292)
No meu texto anterior
da Era de Prata, eu falei sobre Adventure Comics 271, que reinventou o Lex
Luthor como um colega do Clark de Smallvile e um inimigo dele desde a
adolescência.
Essa versão do personagem costuma ser ignora por algumas pessoas, que julgam que conectar Luthor com Clark é um esforço preguiçoso de criar uma conexão maior entre os dois. Eu admito que costumava ter essa visão. Porém mudei de opinião após ler “O Luthor que ninguém conhecida”.
A trama acontece após
Superman travar mais um confronto com Luthor. O duelo termina como sempre com o
herói saindo vitorioso, mas tendo que corrigir os danos colaterais causados
pela briga. Quando questionado sobre o motivo do Lex ter tanto ódio por ele,
Superman conta sobre sua história com Lex em Smallville, revelando mais
detalhes sobre a jornada de Lex para o lado negro e seus fracassos em tentar
reabilita-lo.
A partir dessa
retrospectiva fica claro como, no fundo, Clark, apesar de sua rivalidade com
Lex, no fundo sente pena de seu inimigo, se conectando com a solidão de Luthor
e querendo ajuda-lo. Mas, toda vez que ele tenta ajudar Lex, este o rejeita, se
recusando a abrir mão de seu ódio, porque é tudo que ele teve em sua vida. O
fato de não ser capaz de redimir Luthor leva o Clark a odiá-lo, como se os
crimes fossem parcialmente culpa dele. Porém, ao mesmo tempo, essa culpa é o
motivo dele mostra tanta compaixão por seu inimigo.
Por isso a conexão do
Luthor com o passado com Clark é tão importante. Sua transformação num vilão
ensina o futuro Superman que, apesar de seu bom coração, ele tem que aceitar
que existem pessoas que não podem redimir, que não querem se redimir, mas isso
não significa que ele deva deixar o ódio delas corromper sua moral.
Quem
tirou o Super do Superman? (Superman 296 a 299)
Uma pergunta explorada
por autores nas histórias do Superman é sobre quem é a personalidade dominante.
Quem é de fato o Superman? Kal El, filho de Jor-El e Lara, ou Clark Kent, filho
de Jonathan e Martha Kent?
A resposta varia
dependendo do roteirista.
No caso da pré-crise, ficava estabelecido que Kal-El era a personalidade oficial do Superman, enquanto Clark Kent era um disfarce que ele usava pra ter algo próximo de uma vida normal e humana.
Mas isso quer dizer
que, se fosse escolher, o Superman nunca seria Clark Kent, ou vice versa?
A resposta é dada nesse arco de quatro partes. Nele um alienígena usa um aparelho em Clark que faz com que ele perca seus poderes quando usa as roupas de Clark Kent. Sendo capaz de sentir experiência que ele não consiga, Clark fica em dúvida sobre qual vida ele prefere ter: A de Clark Kent ou de Superman?
Isso leva o resto do
arco a focar no Clark vivendo uma de suas duas vidas e lidando com os pontos
positivos e negativos.
Como Clark Kent, ele
consegue não só sentir e ver as coisas como um humano normal (ex: calor, frio,
gosto de comida), mas ele não tem mais motivo pra se conter, expondo sua
coragem, se opondo ao bullying de figuras como Steve Lombard e Morgan Edge, e saindo com Lois em um encontro.
Porém, a ausência de
seus poderes faz com que Clark se sinta culpado diante emergências, sabendo que
poderia ter feito uma diferença maior se tivesse suas habilidades
sobre-humanas.
Já como Superman, Clark
mantém seus poderes e pode se dedicar mais a proteger as pessoas e resolver os
problemas do mundo. Porém isso impede que ele tenha qualquer momento de
sossego, com pessoas sempre cobrando e colocando pressão sob seus ombros.
No final, Clark passa a
entender que ele não pode abrir mão de uma vida dele por outra, porque tanto
Superman quando Clark Kent são partes fundamentais de sua vida e quem ele é.
Batalha
contrária pelo mundo Bizarro (Superman 305 e 306)
No final da Era de
Prata, Bizarro, o clone do Superman, tinha conseguindo a felicidade que tanto
procurou. Ele tinha seu Mundo Bizarro, tinha amigos, se casou e tinha filho.
Parecia que nada poderia arruinar sua felicidade.
Como isso são
quadrinhos, a vida Bizarro não iria permanecer estável pra sempre. Enquanto
voltava de um passeio pelo espaço, o clone testemunhou seu planeta ser
destruído por uma tempestade de meteoros.
Desesperado, Bizarro
volta à Terra, em busca do raio amplificador para recriar seu povo. Porém, em
sua impulsividade, ele acaba provocando o caos em Metrópolis levando a mais uma
batalha entre ele e o Superman.
Obs: Essa história é quando Bizarro passa a usar poderes oposto ao Superman (ex: visão de frio, sopro de calor, etc...)
Admiro como, numa época
onde vilões estavam perdendo sua inocência e sendo mais sinistros e maliciosos
(algo que veremos no decorrer da lista), o Bizarro permaneceu intacto, tendo
seus conflitos com Superman como nessa edição, porém mantendo a essência
trágica do personagem, permitindo que nós leitores pudéssemos sentir empatia
pelo coitado.
O
Homem com coração de kriptonita (Superman 310,316 e 317)
Um vilão importante que
eu não cheguei a citar nos textos anteriores, foi o Metallo.
O motivo disso foi porque, embora a versão conhecida do John Corben, tenha sido apresentada na Era de Prata, não acho que o potencial dele foi explorado, com o personagem sendo morto no final de sua primeira e única aparição.
Isso seria corrigido
por Martin Pasko e Curt Swan, que introduziriam Mark Corben, irmão de John. Jurando
se vingar do Superman pela morte do irmão, Mark se uniu a organização criminosa
SKULL (CAVEIRA em português) e sofreu uma cirugia similar a John, virando o
novo Metallo.
Armado com um coração
de kriptonita, Mark, a princípio, buscou tentar eliminar o Superman, sem
sucesso. No entanto, após saber que os líderes da SKULL foram responsáveis pelo
acidente que o transformou num ciborgue, ele se vira contra seus criadores, se
tornando uma ameaça para todos em seu caminho.
A transição de Mark de
um agente da SKULL para um vilão independente é muito bem executada e um
exemplo de como um conceito de história passada pode ser reinventado em algo
novo e melhor.
A
saga da praga de Amalak (Superman 311 a 314)
Um dos fatores que
define o heroísmo do Superman é seu auto-controle e código moral. Por mais
poderoso ou cruel que seu inimigo seja, o homem de aço se recusa mata-los, pois ele valoriza a vida acima de tudo. Mas, essa
dedicação, embora nobre pode ser uma fraqueza a ser explorada.
Isso é demonstrado
nessa saga, onde o herói tem que lidar com uma praga que está afetando todos em
Central City, incluindo Flash e Lanterna Verde. Lois Lane, que estava presente
na cidade, também acaba sendo vítima dessa misteriosa doença.
Ao lado da Supergirl, Superman descobre que o responsável por essa praga é Amalak, um inimigo dos kriptonianos, que implantou um agente que está transmitindo o vírus. Para complicar as coisas, o assassino de kriptonianos revela que, para salvar o mundo, Superman teria que matar o agente transmissor, quebrando seu código. Então o homem do amanhã tem que encarar o grande dilema, escolhendo entre as vidas do mundo ou seu código moral.
Para um vilão que foi
usado bem pouco nas hqs, Amalak se provou nesse arco sendo um dos melhores
vilões do Superman na Era de Bronze, agindo como completo psicopata que sabe
como atingir o Superman num nível bem mais emocional.
O arco também explora a
relação do Clark com a Lois, com a repórter considerando deixar Metrópolis, o
que leva Clark a querer confessar seus sentimentos. Infelizmente isso leva a um
final trágico, quando Lois questiona Clark se ele é o Superman e ele, não
querendo colocar Lois em perigo, se recusa a revelar, quebrando o coração dela.
Trancado
a 20.000 pés ( Superman 331 e 332)
Na era de bronze, o
romance de Clark e Lois ganhou um novo obstáculo na forma de Lana Lang, colega
de Clark em sua juventude em Smallville. Dessa vez, a ruiva tinha se mudado
para Metrópolis e conseguiu um emprego na Rede Galáxia, onde Clark trabalhava
como âncora. Logo ficou claro que esse retorno aconteceu com a intenção dela
querer reascender sua paixão pelo Superman.
No entanto, em “Trancado
a 20.000 pés”, os dois logo descobrem que há mais um pretendente nesse drama
romântico: Carl “Moosie” Draper um colega de Clark e Lana que queria conseguir
a atenção dela. Como Lana só tinha olhos para Superman, Moosie ficou com inveja
do herói. Tendo se tornado um inventor, ele adotou o alter-ego de Master Jailer
e capturou Superman e Lana, prendendo-os em uma prisão flutuante, onde o homem
de aço teve que passar por várias armadilhas para salvar sua amada.
Como um vilão da
galeria do Superman, Master Jailer pode ser desconhecido porém funciona bem
como antagonista nessa história. Suas motivações são bem realistas, sendo
possível vê-lo como uma alegoria a incels e invejosos que enlouquecem diante rejeição de mulheres.
A história também cria
um paralelo interessante entre Master Jailer e a Lana, com Superman apontando pra sua
amiga que sua atitude em relação a ele e recusa em aceitar que não podem voltar
a ser o casal de antes, não chega a ser tão diferente do Master Jailer.
Os
últimos dias de Lois & Lana (Superman 362 e 363)
Um dos motivos pelos
quais Clark Kent se tornou o herói que ele é foi graças ao seus pais adotivos,
Jonathan e Martha Kent. Mesmo Kal-El sendo de outro mundo, esse casal o tratou
como um filho, lhe dando amor e ensinado lições sobre moral e responsabilidade.
No entanto, enquanto
algumas versões modernas tem os Kent sendo personagens presentes nas histórias
do Superman, a continuidade pré-crise vai por uma direção bem triste, com ambos
Kents adoecendo e morrendo pouco antes do Clark deixar Smallville. A perda
deles serviu não só como uma lição para o Clark (que ele nem sempre pode salvar
todos, mesmo com seus poderes) como também uma transição o Clark de um garoto
para um homem independente.
Por um tempo, pareceu que Clark tinha superado esse trauma, porém esse arco reabre essa ferida, quando Lois Lane e Lana Lang, as duas paixões do homem de aço, acabam pegando o mesmo vírus que matou os Kents.
Querendo evitar que a história se repita,
Superman sai numa busca por uma forma de cura Lois e Lana, levando a tomar
decisões inesperadas, desde pedir ajuda a seu inimigo, Lex Luthor, a viajar
para o futuro, arriscando provocar um paradoxo.
Essa história expõe um
lado bem mais vulnerável do Superman que é raro de se ver num personagem que representa esperança.
Ele pode ser poderoso para derrotar monstros e deter catástrofes naturais, mas
coisas como perdas e luto são os maiores desafios que o ultimo filho de Krypton
tem que encarar.
O
destruidor de Bizarros a solta (Superman 379)
Até agora Bizarro tem sido um antagonista nas histórias do Superman. Apesar não ter más intenções, ele e Clark não se davam tão bem, com o herói tendo dificuldades de tolerar seu clone e os problemas que ele causava.
Porém, os dois se veriam do mesmo lado quando uma nuvem misteriosa começou a eliminar todos os habitantes do mundo bizarro, deixando o clone do Superman como o único sobrevivente.
Incapaz de enfrentar essa ameaça, Bizarro consegue pedir ajuda ao
Superman, que decide auxiliar seu antigo oponente a salvar seu mundo.
Sendo a última aparição
de Bizarro antes da Crise das Infinitas Terras, essa história pode ser
considerada a conclusão para o arco do personagem, com Superman e Bizarro não
só lutando juntos mas, finalmente, se vendo como amigos. Os dois lados do mesmo
individuo finalmente aprenderam a se aceitar.
A
Zona Fantasma (Phantom Zone 1 a 4)
Um ambiente bem
associado com as histórias do Superman é a Zona Fantasma, uma dimensão que
serve de prisão para os piores criminosos de Krypton, como o General Zod.
Quem fica preso nessa
dimensão, não envelhece, não sente sono ou fome, apenas existe. Tal destino
cruel acabou contribuindo para que os prisioneiros escapassem o destino de
Krypton. Claro, houve situações onde alguns deles conseguiam escapar e
confrontavam o Superman, com a exposição ao sol amarelo dando a eles os mesmo
poderes que o herói.
Desses confrontos, um dos meus favoritos é da minissérie “Zona Fantasma”, que mostra um grupo prisioneiros, compostos por vilões como Zod, Faora, Jax-Ur e Nam-Ek, conseguindo escapar, simultaneamente prendendo o Superman em seu lugar.
Sem o homem de aço para se opor, Zod e os outros prisioneiros começam a aterrorizar a Terra. Isso coloca Clark numa corrida contra o tempo para poder encontrar uma forma de voltar a sua realidade e derrotar seus inimigos. Contudo, ele logo vai percebendo que a Zona é mais do que apenas um vazio dimensional.
Diferente de outras histórias com a Zona, nessa, o local recebe um foco maior, com Superman e seus companheiros aos poucos descobrindo que a dimensão é composta por vários reinos e figuras da mitologia de Krypton, incluindo feiticeiros, o que dá um aspecto de aventura sword & magic para a trama. Isso foi uma direção criativa que os autores levaram o conceito da Zona Fantasma, algo que é raro de ver hoje em dia, quando a Zona é trata apenas como um vazio dimensional.
Outro ponto positivo do
arco é o destaque dado aos prisioneiros da Zona Fantasma, com cada um tendo seu
momento pra brilhar e mostrar sua personalidade. Destaque para Zod, que começa
a evoluir como antagonista principal, provavelmente graças a popularidade que
recebeu na época após ser interpretado pelo Terrence Stamp no Superman II.
É
um pássaro...é um avião... é o Super-móvel (Action Comics 480 a 483)
Não, caros leitores.
Vocês não leram errado. Nos anos 70 Superman ganhou um Super-Móvel, com um arco
90% dedicado a ele.
Nessa história, Superman tem que lidar com o despertar de Amazo, o androide com os poderes da Liga da Justiça. Sua reativação aconteceu devido a uma nuvem de radiação vermelha que chegou a Terra, que, simultaneamente, também enfraqueceu Superman.
Sem seu poder total, Superman tem que recorrer a outros métodos (incluindo o
Super Móvel) para poder proteger o Pofessor Ivo, criador do Amazo, que está
sendo perseguido por seu androide, que acusa o cientista de ter perturbado seu
sono.
Evidente que a saga é
apenas um comercial para promover um brinquedo. Por sorte, Cary Bates consegue
promover o Super-Móvel, ao mesmo tempo em que apresenta uma trama bem intensa,
do Superman enfrentando um oponente difícil mas conseguindo sobreviver com sua
inteligência e recursos. Com ou sem poderes, Clark continua sendo Superman.
Krypton
morre de novo (Action comics 489 a 491)
Enquanto alguns vilões
podem ser figuras trágicas e que fazem simpatia dos leitores, Brainiac não é
nada disso. Como demonstrado na Era de Prata, ele é um monstro antipático que
não valoriza o estado de suas vítimas.
Agora que chegamos na Era de bronze, onde as restrições das hqs diminuíram, esse lado sádico se torna mais evidente. Um dos primeiros casos é “Krypton morre de novo”, que se passa numa época do ano onde o brilho da destruição de Krypton poderia ser visto da Terra. Se aproveitando desse fenômeno, o colecionador maníaco arma uma armadilha para o Superman, forçando o kriptoniano a ver de perto a destruição de seu mundo.
Essa experiência deixa Superman traumatizado, fazendo-o perder controle de seus poderes, fazendo ter que enfrentar não seu grande inimigo mas também um de seus maiores medos, de se tornar um perigo para os inocentes.
Além da excelente
caracterização de Brainiac (provando que vilões podem ser irredimíveis e ainda
funcionarem na narrativa), essa hq explora o Superman lidando com luto pela
perda de seu mundo e como isso ainda tem cicatrizes profundas em sua mente.
Ela também tem uma das
melhores lutas entre Superman e Brainiac, com momentos épicos e bem ilustrados.
Isso representa como as histórias em quadrinho evoluíram em quesitos de
história visual.
A
história da vida do Superman (Action comics 500)
Tendo chegado a 500ª
edição da revista que introduziu Superman, naturalmente que eles iriam querer
comemorar com algo grande e especial.
Mas eu posso imaginar a
surpresa de muitos leitores que pegaram essa hq na época que lançou. Ao invés de
uma aventura épica, Action Comics 500 foi uma história simples do Superman
agindo como um guia em um museu dedicado a ele, contando para Lois, Lana e
outras pessoas eventos de sua origem.
Enquanto maior parte da
história seja retrospectiva, a narração do Superman dá um toque especial, com o
quadrinho dando vários momentos pro herói expressar suas emoções desses eventos,
resultando em cenas bem tocantes, desde ele chorando ao se lembrar da
destruição de seu planeta a sua felicidade ao falar sobre Krypto e como super
cão o ajudou a não se sentir sozinho. São esses detalhes que ajudam o leitor se
conectar com Superman e ver o quão humano ele realmente é.
A
trilogia da redenção de Lex Luthor (Action Comics 510 a 512)
Um dos meus tipos de
histórias favoritas envolvendo super vilões são as histórias de reforma, quando
determinado vilão tenta se redimir. Dependendo da popularidade, essas
tentativas quase sempre terminam com os vilões voltando para o crime. Mas o
fato deles tentarem mudar contribui para revelar lados diferentes desses
personagens que julgamos serem malignos.
No caso dos vilões do
Superman, um que passou por tal arco foi o Lex Luthor, em uma trilogia onde o
gênio do mal acaba se apaixonando por uma moça, vítima de câncer. Após salvar a
vida dela, Lex decide provar que ele mudou se redimindo de seus crimes e usando
seus talentos científicos para o bem da humanidade. Mas será que o desejo de
Lex é genuíno?
Obviamente o Lex Luthor
não vai ter sucesso e algo vai acontecer para fazê-lo voltar a ser o vilão que
amamos odiar. Mas esse arco sabe aproveitar seu ritmo para mostrar o Lex sendo
um herói, colocando o leitor na perspectiva do Superman, que aos poucos vai
tendo sua confiança conquistada pelo seu antigo inimigo.
Essa ideia é tão bem
executada que torna mais triste quando é revelado a verdade por trás do amor de
Lex pela moça. Eu não vou revelar, mas tem a ver com uma temática dessas
histórias do Lex que irei falar uns itens abaixo.
A saga de Vandal Savage (Action Comics 515,516, 542,543,552,553 e 556)
Confira review completa: https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/05/a-saga-de-vandal-savage-superman-nao-e.html
O
homem mais popular de Metrópolis (Action Comics 578)
O que torna Superman
tão relacionável é o fato que mesmo tendo todos esses poderes, no fundo, ele é
apenas um rapaz bondoso que queria ser aceito como parte da humanidade. Isso
torna triste quando algo ou alguém faz com que o público se vire contra Clark,
arruinando todo seu esforço e fazendo-o ter dúvidas em sua auto-confiança.
Em “O homem mais popular de Metrópolis”, esse tipo de situação é causada por John Blohe, um homem misterioso que, logo quando chega em Metrópolis, se torna uma figura popular e adorada pela população.
Simultaneamente, o povo começa a odiar tanto Superman quanto Clark Kent, fazendo se sentir rejeitado e não apreciado.
Isso
cria todo um mistério sobre o Blohe e qual seria seu papel nessa onda de
críticas contra o homem de aço.
De novo, eu não vou revelar como
essa trama se desenrola, pois eu quero que vocês confiram por si mesmo. Mas
posso dizer que a resposta tem o uso bem criativo de um personagem estabelecido
do Superman e a interação dele com herói torna a dinâmica bem mais
interessante.
Lex
Luthor a solta (Action Comics 544 & Superman 385 a 386)
Um dos elementos da Era
de Prata que retornou nas hqs da Era de Bronze foi o Lexor, o planeta nomeado
em honra a Lex Luthor, após o vilão ter salvo os habitantes que passaram a
venera-lo.
Depois de ter sofrido
mais uma derrota nas mãos do Superman, Lex retornou a este planeta, se
reencontrando com sua esposa Ardora, que revelou ter tido um filho, Lex Jr. Com
uma família e a adoração do povo, Luthor decide se aposentar e viver em Lexor
para sempre.
No entanto, como sempre
seu ódio pelo Superman não o deixa em paz. Devido a uns problemas causados por
um de seus robôs na Terra, Lex descobre que Superman está vindo a Lexor para prendê-lo.
Se recusando a atender as exigências do kriptoniano, Luthor cria sua icônica
armadura e confronta seu inimigo. Só que dessa vez, o duelo term consequências gravíssimas: Luthor acidentalmente danifica um aparelho ligado ao núcleo de
Lexor, fazendo planeta explodir, matando todos os habitantes, incluindo sua
esposa e filho.
Superman e Luthor
conseguiram sobreviver, porém Lex, tendo perdido sua família, passa a culpar o
homem de aço por sua perda, voltando a Terra para arruinar a vida herói.
Esse arco, combinado com outras histórias do Luthor nessa época incluindo “O homem que assassinou a Terra” e a “trilogia da redenção de Luthor”, representam a grande temática por trás das histórias de Lex, de como ele é um homem condenado por seu próprio ódio pelo Superman, com sua incapacidade de deixar essa emoção para trás sempre o levado a se auto prejudicar.
Esse arco também abordar o Superman lidando com a culpa por ter falhado em impedir a destruição de Lexor e sua ansiedade de Luthor voltar para confronta-lo.
É apenas quando
Luthor coloca o planeta Terra em risco, que Clark consegue recuperar sua
confiança para derrotar seu rival.
Brainiac
Renascido (Action Comics 544 a 546)
Além do Lex Luthor,
Action Comics 544 também marcou um upgrade em outro inimigo importante do
Superman: Brainiac.
Depois de ser derrotado pelo Superman e aprisionado num planeta artificial, Brainiac, para escapar, se converteu em pura energia, permitindo ele ampliar seu conhecimento. Sendo levado a insanidade, Brainiac renasceu como um esqueleto robótico, obcecado em eliminar o Superman, a quem ele enxerga como “um anjo da morte criado pelo programa mestre (deus) para elimina-lo".
Primeiro, Brainiac
tenta apenas capturar Superman e disseca-lo. Quando seu plano falha, ele cria
um exército com os habitantes dos planetas que conquistou e inicia um ataque em
massa a Terra, levando a um confronto com Superman e os heróis da DC.
Tal como “Lex Luthor a
solta”, essa história introduz vários elementos do Brainiac, como sua nave
icônica em forma de caveira. A diferença é que, enquanto o arco do Lex é uma
conclusão para seu arco no Planeta Lexor, a de Brainaic é um desenvolvimento do
personagem desde sua primeira aparição em Action Comics 242, com o vilão que
antes era colecionador, querendo cidades para reconstruir seu mundo, se
tornando um destruidor de civilizações.
Podemos dizer que foi
desse ponto que Brainaic foi de um vilão do Superman para se tornar uma das
maiores ameaças do universo DC, conseguindo rivalizar com grupos como a Liga da
Justiça e os Novos Titãs.
Clark
Kent demitido ( Superman 410, 412 e 413)
Como aprendemos com
heróis como Homem Aranha, ser um herói com uma vida dupla não é fácil e as
ações podem ter consequências para uma de suas vidas, fazendo o herói escolher
qual das duas ele deve priorizar.
Mas o que isso tem
haver com Superman? A vida dele é sempre estável, certo? O que poderia ser um
problema por causa de sua dupla identidade?
A trilogia da demissão de Clark Kent explora isso mostrando Clark publicando uma história sobre Superman impedindo a queda de um satélite. No entanto, todos a sua volta dizem que não houve satélite algum e que ele publicou uma matéria falsa. Não querendo dizer que Superman lhe deu informação errada (visto que isso prejudicaria a confiança que as pessoas tem nele como herói) Clark assume culpa e é demitido do Planeta Diário.
Mal sabia Clark que esse seu engano é resultado de um
esquema do Lex Luthor para destruir o herói num nível bem psicológico.
Esse arco é mais um
exemplo que mostra como Superman é capaz de passar por situações que muitos
conseguem se relacionar, com sua identidade de Clark Kent também sendo importante
e para seus relacionamentos.
Isso fica evidente no
clímax, onde Superman consegue escapar da armadilha do Luthor após ouvir seus
amigos procurando por seu alter ego.
A conexão de Eistein
(Superman 416)
Como demonstrado nas
histórias até agora, a Era de Bronze soube tornar o Lex Luthor num personagem
mais complexo, tendo momentos que nos fazem odiá-lo, mas também aqueles que nos
fazem simpatizar com ele.
Desses momentos “A
Conexão de Eisten” é um das que melhor explora a humanidade do rival do
Superman.
A história gira em
torno do Superman lidando com Luthor mais uma vez fugindo da prisão. Ao
caça-lo Superman começa a perceber seu inimigo realizando atos estranhos, incluindo salvar a vida de um jovem durante a perseguição. Mas qual motivo
por trás das ações de Luthor? Seria parte de mais um plano mirabolante?
Todas essas perguntas
constroem para um final que não ousou revelar, mas posso garantir que é um
momento de derramar lágrimas.
No entanto, essa conexão acaba se tornando um problema gigantesco após Superman, quando destruiu um aparelho do vilão Vandal Savage, acabou provocando um distúrbio na linha do tempo que apagou sua existência, consequentemente de todos os super heróis.Agora um mundo sem defensores, a Terra é invadida por aliens que se aproveitam do estado vulnerável do planeta.
Contudo, ainda existe esperança para a humanidade, dois garotos, Joey and Jerry, que juntos criam a imagem de um herói, o Superman, para inspirar as pessoas a resistirem aos invasores.
Esse quadrinho não só é um grande tributo aos criadores do Superman, Joe Shuster e Jerry Siegel (ambos são representados nos meninos nessa história) como também é uma cara de amor ao Superman e a forma como a figura do personagem consegue inspirar o melhor nas pessoas, tal como suas hqs continuam a inspirar vários de nós leitores.
Para
o Homem que já tem tudo (Superman Annual 11)
Com certeza uma das top
3 melhores histórias do Superman já feitas.
Escrita pelo Alan Moore, Para o Homem que já tem tudo é uma história que se passa no dia do aniversário do Superman. Querendo dar ele seus presentes, Batman, Robin e Mulher Maravilha fazem uma visita ao homem do amanhã em sua Fortaleza da Solidão. Porém, para seu horror, eles encontram o herói dominado pela Mercenária Negra, uma planta alienígena que prende suas vítimas no sonho baseado em seu maior desejo.
Para o Superman,
seu desejo é viver num sonho onde Krypton nunca explodiu e ele se casou e teve
um filho.
Então é revelado que a
planta foi capaz de capturar o Superman graças a uma armadilha criada pelo
detestável Mongul, um tirano com forte desejo de vingança contra o o kriptoniano.
Enquanto Mulher Maravilha
enfrenta Mongul na Fortaleza da Solidão, Batman tenta libertar Superman desse
sonho, fazendo o homem de aço ter que abrir mão de seu maior desejo.
O que há pra falar
dessa obra que já foi dito? É uma história linda, que captura o homem por trás
do Superman, expondo como, mesmo sendo um dos heróis mais populares do
universo, no fundo ele é apenas um cara normal que deseja ter uma vida
tranquila, tornando os momentos em que ele começa a perceber que sua "vida feliz" é uma mentira bem impactantes.
Mas um detalhe que muitos ignoram ou interpretam mal em relação a história é sua mensagem. Superficialmente parece ser o típica lição do “herói tendo que sacrificar sua felicidade pelo bem dos outros”, porém, em seu núcleo, é uma crítica a nostalgia, mostrando os males de ficar tão preso ao passado e como isso impede o indivíduo de evoluir com tempo e se abrir a novas experiências.
Isso é representado
pela sub-trama envolvendo a relação do Clark com o Jor-El, que no mundo dos
sonhos, se torna membro de um movimento se opondo as mudanças de Krypton,
querendo fazer a civilização voltar a ser como antes, o que prejudica seu
relacionamento com seu filho e família.
Vale citar também que
essa história foi adaptada no desenho da Liga da Justiça Sem Limites, sendo a única
adaptação do trabalho de Moore que ele aprovou. Isso sim foi uma grande
conquista.
O que Aconteceu ao
Homem do amanhã? ( Superman 423 e Action Comics 583)
Na metade da década de
80, DC Comics lançou o grande evento das Crises nas Infinitas Terras, cujo
propósito era de marcar o fim do multiverso e o inicio de um reboot do universo
da editora, com personagens como Superman sendo reinventados para uma nova
continuidade.
Entretanto, DC ainda
tinha uma ultima história para contra com o Superman da Pré-Crise, uma ultima
aventura antes do reboot. Nessa hora que entrou o Alan Moore, apresentando sua
outra obra marcante : “O que Aconteceu ao Homem do amanhã?”
Nessa história, o mundo do Superman vira de ponta cabeça, quando inimigos retornam mais perigosos do que antes. Primeiro Bizarro provoca caos em Metrópolis, matando vários inocentes antes de tirar a própria vida.
Em seguida, Homem Brinquedo e Galhofeiro tentam matar Clark Kent expondo sua identidade secreta (que eles descobriram após torturarem e matarem Pete Ross).
Não mais podendo ser Clark Kent e com seus amigos sendo atacados por seus inimigos, Superman leva Lois, Lana, Jimmy, Perry White e sua esposa para sua fortaleza da solidão, na esperança de protege-los.
Porém, Lex Luthor (sendo controlado pro Brainiac) os encontra
e, com ajuda do Homem Kriptonita e a Legião dos Super Vilões, cria um cerco
sobre a Fortaleza, fazendo Superman travar sua maior batalha para proteger seus
entes queridos.
Embora o arco seja
considerado uma história imaginária e não-canônica, não deixa de ser um final
definitivo para o Superman pré-crise, reunindo todo seu elenco de apoio e
inimigos em uma aventura épica e de grande escala.
Ao mesmo tempo, a história tem vários momentos emocionantes, como a Legião dos Super Heróis e a Supergirl visitando o Superman, com ele sendo incapaz de avisar a prima que ela irá morrer na Crise das Infinitas Terras, ou Clark contando para Perry White o lamento que ele sente por nunca ter confessado seu amor pela Lois, com medo de magoar Lana.
Pode-se criticar a
violência da história e o fato de muitos personagens queridos serem mortos de
forma brutais no que deveria ser a última história deles. No entanto isso
serve para a mensagem da história.
Sob uma abordagem meta-comentário,
Moore faz uma crítica ao estado das hqs de super heróis nos anos 80, que
estavam se tornando mais sombrias e com protagonistas com moralidade mais questionável.
Nesse ambiente não parecia haver lugar para um escoteiro como Superman.
No entanto, como
demonstrado nessa própria história, mesmo com o mundo ao sua volta ficando
sombrio e pessimista, Superman não desiste tão facilmente. Ele sente medo, frustração e outras emoções como qualquer um, mas se recusa a
deixar que a escuridão do mundo atual corrompe-lo.
Alguns criticam a
história por seu final, fazendo Superman parecer um covarde, porém eu acho que
ele é perfeito, mostrando Superman se mantendo fiel aos seus ideais e mesmo
assim conseguindo o final feliz que ele tanto queria.
Foi uma bela conclusão
para um dos melhores períodos do Superman de todos.
Com isso, é apropriado
que o finalize esse texto falando dessa história, que fechou o capitulo da
pré-crise e abriu uma nova fase para o Superman e suas histórias para os tempos
modernos (que veremos isso no próximo post).
Então é isso! Quais são
suas histórias favoritas do Superman da Era de Bronze? Sintam-se a vontade para
colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo




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