James Bond 007 Volume 1 - VARGR - O Bond de Warren Ellis

 





Depois de décadas ausente da mídia dos quadrinhos, finalmente o espião mais famoso do mundo volta a ter uma HQ, escrita pelo genial Warren Ellis e desenhada por Jason Masters e publicada pela Dynamite. No Brasil, foi publicada pela editora Mythos em encadernado capa dura. Ellis faz um Bond mais próximo dos livros e dos filmes do Daniel Craig. Ou seja, basicamente, ele é um assassino frio. Apesar de romancearem o personagem, na realidade a profissão dele é matar pessoas, como agente 00.



No enredo deste arco, chamado VARGR, depois de vingar a morte de 008, Bond é designado por M a fechar os casos de seu colega. Como espólio de 008, Bond tem de investigar as origens de uma droga que está entrando no Reino Unido, mas que na verdade é uma arma biológica. O interessante é que é mostrado que Bond é realmente uma relíquia da Guerra Fria e que os agentes 00 realmente são bem raros hoje em dia. Tanto que ele chega na representação do MI 6 em Berlim e a menina de lá fica excitada por ver um agente 00.




Os tempos são outros, e Bond não pode nem andar armado em território britânico. Ele tem de se separar sua querida Walther P99 e só recuperá-la quando estiver em Berlim. Na capital alemã, Bond tem de encontrar com um contato de seu velho amigo da CIA, Felix Leiter, que foi meio que devorado por tubarões no romance 
Viva e deixe morrer de Ian Fleming e se tornou o sr. próteses. Leiter indica o milionário e cientista sérvio Slaven Kurjak, responsável por uma empresa farmacêutica e de próteses.





Entretanto, na realidade, Kurjak é que é o Bond vilão dessa história e quer matar o espião para acobertar seu esquema. Ele também é meio ciborgue. O vilão conta com o auxílio da letal Dharma Reach, uma assassina ex-fuzileira dos Estados Unidos, com braços mecânicos, e de Bryan Masters, um psicopata imune a dor que é capanga do vilão. Nessa história, a Bond girl é vilã. Sim, vilãs também são categorizadas como Bond girls.




Como o universo de espionagem de James Bond é, por falta de uma palavra melhor, fantástico, uma história com ciborgues não é tão absurda. Na verdade, eu diria que as histórias de Bond seriam histórias de espionagem pouco ortodoxas e que se prendem a alguns arquétipos. A caracterização de Bond por Warren Ellis está muito boa, e ele segue cínico, irônico e fumando um cigarro atrás do outro. Bond também é um assassino bem frio nessa versão. Nos livros, ele mata os inimigos, mas vê-se que às vezes fica incomodado com isso. Nessa HQ, ele mata sem titubear. Está uma máquina de matar. E também não pega ninguém. Tem zero Bond transas. Quando ele ia pegar a Dharma, ela tentou quebrar o pescoço dele. Veremos se na próxima aventura Bond se sairá melhor. Nota 8,5 de 10.

 

Postar um comentário

0 Comentários