TIA MAY ULTIMATE – Breve homenagem no Dia das Mães

 


Já aos 45 do segundo tempo, com o dia quase terminando, invento de fazer esse post. Na verdade eu faria um top de grandes mães em ótimas histórias, envolvendo várias mídias e teria nessa lista mães como a do Chris (Todo Mundo Odeia o Chris), a do Forrest Gump e ao final dela teria a Tia May.

Resolvi pular etapas e ir logo a ela, que é mais mãe do que tia. Há um tempo atrás o Blue Hammer lançou um “Obrigado,Brian Michael Bendis”, é justo da minha parte dizer que esse post é uma parcial parte 2, já que o foco aqui será essa ótima personagem de Ultimate Homem-Aranha.

O universo Ultimate, antes de mais nada, atualizou – mais com a razão do que por paixões políticas – muitos personagens, (os erros e acerto cada um que avalie ao seu critério...). Gosto bastante da Tia May tradicional, mas Bendis me fez reavaliar muita coisa. A principio, May tem como maior diferença ser bem mais jovem do que sua contraparte, mas não nível Marisa Tomey. O parente biológico de Peter Parker é o estimado Tio Ben, cujo destino está sempre selado na irretocável jornada do herói. No primeiro arco, May nem tem tanto entrosamento com seu sobrinho, e aí está uma das chaves: ela basicamente aprendendo a ser mãe dele, já que o jovem é tudo o que lhe resta depois do latrocínio de seu marido.


Bendis foi muito feliz em traduzir bem o que é um adolescente, sem ficar tanto em clichês. A Tia May da noite pro dia se vê com aquele jovem que sempre enxergou como uma criança se tornando em um rebelde, que some de casa e volta tarde da noite, fica de rolo com sua vizinha Mary Jane, aparece com hematomas, se torna “respondão”, falta em aulas... E ela até se pergunta se o mesmo não está usando drogas. Logicamente que como leitor, temos acesso a óbvia informação de que o que torna Parker tão suspeito é a sua vida dupla como vigilante, mas sua tia, que ainda trabalha e tenta ir equilibrando todo o trabalho como mãe, dona de casa, não a tem. Após uma tragédia semelhante com o pai da Gwen Stacy, com quem May estava tendo até uma certa aproximação, May acolhe a adolescente em sua casa, como um tipo de irmã mais nova de Peter (causando justificável ciúmes de MJ), colocando em prática o “coração de mãe sempre cabe mais um”. Por vezes, por estarmos “do lado” do Aranha, e dependendo da sua idade ao ler esse quadrinho a primeira vez (eu tinha própria idade do Peter na época...) enxergamos a coroa como uma antagonista, já que parece sempre haver uma barreira para que ela e Peter possam conversar mais e terem uma convivência melhor. Não sei se pensando nisso, Bendis de maneira astuta nos conta isso de forma mais direta e pela perspectiva da própria em Ultimate Spider-Man #45, em uma história fechada chamada “Culpa”.

Em um divã, May desabafa sobre o medo que possui de perder Peter, que é o que lhe restou na vida. A culpa que sente em ter sentindo alguma atração pelo capitão Stacy, que parte dela sente que adotou a menina mais para aplacar a solidão do que para ajudá-la. Que talvez seja insensibilidade dela com o Peter o tempo todo o afastando, temendo todos os dias que ele não volte para casa, podendo ser vítima de alguma violência urbana. Ela confessa que dá bastante liberdade ao garoto, faz vista grossa o máximo que pode, para depois “podar” tudo isso com sua insegurança, porque:

 


Ao que a terapeuta, após longa conversa, lhe aconselha:

 


Tia May chega em casa e encontra o apático Peter e o chama pra ir num cinema e comer uma pizza. Uma tentativa de fazer algo diferente e melhorar as coisas, -- que tantas vezes deixamos passar na vida com as pessoas próximas de nós. -- Enquanto Peter se arruma, vemos depois de muito tempo a velha guerreira abrir um sorriso, um peso parece ter saído de suas costas... Nem todo mundo precisa de uma picada de aranha geneticamente alterada para entender seus "grandes poderes: grandes responsabilidades."






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