X-Men: Dinastia X, Potências de X - Review


 

Este encadernado, Dinastia X, Potências de X, inicia a celebrada fase de Jonathan Hickman nos X-Men. Como por enquanto só li um número, não dá para tecer muitas considerações no geral, mas essa aparenta ser a fase mais pretensiosa dos X-Men desde a de Grant Morrison, no início dos anos 2000. Na verdade, até diria que essa fase consegue ser mais pretensiosa que a do Morrison, que, apesar de "diferentona", não tinha uma história tão difícil de compreender.

No enredo dessa HQ, os X-Men e todos os mutantes se estabeleceram na ilha de Krakoa, para criar a Utopia mutante. Como ato de boa-fé, os mutantes entregaram para os humanos flores de Krakoa, que têm efeitos como prolongar a vida e curar doenças humanas, em troca do reconhecimento da soberania de Krakoa como nação mutante, e todos estão juntos nesse objetivo, inclusive o professor Xavier e Magneto, que se uniram pela milionésima vez. E foi requisitada a anistia de todos os mutantes, até os criminosos, como Mística e Dentes de Sabre.

Por esse plot de todos os mutantes se unirem e se isolarem, sendo que representam uma ameaça potencial para o mundo, por causa de seus poderes, já é uma prévia de que a história provavelmente não irá acabar muito bem. Além disso, para deixar o enredo ainda mais confuso, a trama se passa em quatro períodos temporais diferentes: um no passado, o ano um dos X-Men, em que Xavier e Moira, se encontram; o ano dez, que é a atualidade, com o estabelecimento de Krakoa; o ano cem, que seria uma versão de Dias de um Futuro Esquecido; e o ano mil, em que ocorre a ascensão dos mutantes.

Hickman ainda retoma outro conceito da fase de Morrison que em cinco gerações ou menos os mutantes iriam soprepujar o número de humanos na Terra. Na fase de Hickman, em menos de vinte anos, os mutantes ultrapassariam o número de humanos. Engraçado que foi só os direitos cinematográficos dos X-Men voltarem para a Marvel, com a aquisição da Fox pela Disney, que os mutantes voltaram a ser mais valorizados. Antes disso, os inumanos que quase se tornaram os novos mutantes.

Pelo menos, Jonathan Hickman é bastante sincero em uma coisa: ele não finge que não é uma história para o leitor veterano, que lê X-Men há muitos anos e acompanha a cronologia de décadas. Quem é leitor neófito de X-Men ou só conhece os personagens por conta de filmes e desenhos vai patinar legal. É como se ele admitisse que é o nerdola mesmo que consome e mantém o mercado de HQs de super-heróis e que a massa não lê quadrinhos e só acompanha os personagens por meio de adaptações. Enfim, ao menos, essa fase dos X-Men do Jonathan Hickman tira os personagens da mesmice. Os desenhos ficam por conta de Pepe Ferraz e R. B. Silva, que lembram muito a arte de Stuart Immonen. Nota 7,5 de 10.

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