Faleceu no último dia
28 aquela que provavelmente foi a maior atriz francesa do cinema e um dos
maiores sex symbols dos anos 60, Brigitte Bardot. Pode-se afirmar que os
anos 60 tiveram quatro grandes “Bs”: Beatles, Bond, Batman e Bardot. Devo dizer
que a notícia de sua morte não foi tão inesperada, em razão de sua longeva
idade, 91 anos.
Nascida em 28 de
setembro de 1934, em Paris, Bardot era filha de pais tradicionais e católicos e
teve uma criação bastante rígida. Segundo ela, até seus 15 anos, sua mãe não a
deixava fazer nada. Porém, como era muito bela, logo iniciou uma bem-sucedida
carreira de modelo fotográfica.
Quando o cineasta Roger
Vadim viu Bardot estampando a capa da revista Elle, logo percebeu que estava
diante de uma beleza que poderia brilhar no cinema. Por sua influência, a jovem
iniciou sua carreira como atriz. Seu primeiro filme foi Le Trou Normand,
de 1952. Pouco tempos depois, se casaria com Vadim.
Em 1956, Bardot atuaria
no filme que a lançou ao estrelato, E Deus... Criou a Mulher. Nesse
filme, Bardot interpreta Juliette, uma jovem órfã com a sensualidade a flor da
pele que só anda descalça. O filme inclusive serviu para popularizar de vez o
biquini.
Em seguida, Bardot despontaria
em muitos filmes marcantes, como Amar é Minha Profissão (1958); A
Verdade (1960); O Repouso do Guerreiro (1962); O Desprezo, de
Jean Luc-Godard, em 1963; entre muitos outros.
Um fato muito lembrado
foi a visita de Bardot ao Brasil, acompanhada de seu namorado à época, Bob Zagury.
Nessa ocasião, ela literalmente parou o Rio de Janeiro.
No entanto, Bardot
passou a cada vez se incomodar mais com a fama e a notoriedade. Detestava o
assédio dos paparazzi. Isso contribuiu para que ela se aposentasse
precocemente, antes dos 40 anos, e se tornasse mais reclusa. Após isso, ela se
tornou uma ativista dos direitos dos animais. Em uma entrevista, comparou
caçadores a paparazzis.
Nos últimos anos, Bardot
deu uma guinada mais à direita, fazendo declarações conservadoras, criticando
os imigrantes islâmicos e os “desempregados profissionais” franceses, que vivem
à custa de benefícios (não é só aqui que isso acontece...). Durante uma
entrevista, ela disse que se incomodava com o protagonismo da revolução sexual
e que nunca se viu dessa maneira. Ela também falou que “o feminismo nunca foi
minha praia, porque gostava de rapazes”. Ao ser contestada pelo jornalista, que
disse que se poderia ser feminista e gostar de rapazes, respondeu com um seco “non”.
https://www.instagram.com/reel/DLR1XCluYH4/
Uma curiosidade mais nerd
é que Bardot foi a inspiração para a aparência da personagem Barbarella, de
Jean-Claude Forrest. Porém, quando a HQ foi adaptada para o cinema, quem interpretou
o papel foi Jane Fonda, pois acreditavam que o filme seria mais bem recebido em
Hollywood com uma atriz norte-americana como protagonista.
Em suma, fica aqui
minha homenagem a essa grande atriz e musa do cinema, que faz parte de uma França
de uma época mais otimista e esperançosa, em que de Gaulle era presidente. Como
é sabido, a decadência cultural francesa já vem ocorrendo há muitas décadas,
mas Bardot foi um alento e até fez bem a autoestima dos franceses. E é uma
França que não volta mais, ainda mais hoje em dia, em que quase está se
tornando um Estado islâmico, com a taxa de natalidade dos franceses e o aumento
da imigração.
Admito que os anos não
foram tão gentis com Bardot, e ela não envelheceu tão bem (ou não se cuidou
tanto), mesmo estando tão idosa. Para efeito de comparação, Catharine Deneuve,
que é um pouco mais nova e está na casa dos 80, está mais conservada. Porém,
ela fica só em segundo lugar no ranking das atrizes francesas mais belas.
O primeiro lugar ainda é de Bardot. R.I.P.