Confiram também:
Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 60): https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/08/retrospectiva-das-melhores-historias-do.html
Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 70): https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/08/retrospectiva-das-melhores-historias-do_26.html
Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 80): https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/08/retrospectiva-das-melhores-historias-do_28.html
Por favor, digam uma
história do Homem Aranha dos anos 90?
Maioria dos fãs: A saga clone
Alguma mais?
Maioria dos fãs: A saga clone
Alguma história boa do
Aranha?
Maioria dos fãs: .....
Como podem ver por essa
introdução o Homem Aranha nos anos 90 é mais lembrado pelos fãs pela Saga
Clone, um arco muito impopular que pegou um conceito de história dos anos 70 e
complicou ainda mais, introduzindo vários clones do Peter (incluindo figuras como
o Ben Reily e Kaine), criou incoerências e complicações na continuidade do
Aranha e provocou vários problemas entre autores e editores.
É compreensível que
muitos associem a época a essa história tão infame devido ao impacto que ela
teve nas histórias do Aranha. Mas, nesse processo, parece que muitos cometam
muito pouco sobre as histórias boas da época. Devo lembrar que a revista do
Aranha, na época era uma das mais vendidas da Marvel, perdendo apenas para os X-men, com o
personagem estrelando em várias hqs variantes. Logo não era tudo material de má
qualidade.
Portanto, vamos
explorar essa época do Aranha conforme eu apresento suas melhores histórias do personagem nos anos 90.
Tormento
(Spider Man vol.1 nº01 a 05)
Se é pra falar de Homem
Aranha nos anos 90, é importante falar de Tormento, o primeiro arco da nova
revista do herói que foi um sucesso de vendas.
Escrita e desenhada
pelo Todd McFarlene (o criador do Spawn), essa história de 5 partes, mostra o Homem Aranha
investigando o retorno do Largato, que agora tem uma personalidade bem mais
selvagem e incontrolável. Durante essa
intensa batalha, enfrenta dificuldade após o vilão envenena-lo fazendo sofrer
alucinações.
A trama é bem simples e
longe de impressionante, mas a revista se destaca pela intensidade das cenas de
ação e as ilustrações do McFarlene, que se tornaram uma influência para futuros
artistas que desenhariam o cabeça de teia.
O
retorno do Sexteto Sinistro (Amazing
Spider Man nº334 a 339)
Existe uma grande
ironia no Sexteto Sinistro: Apesar de terem sido criado na década de 60 pelo
Stan Lee e Steve Ditko e serem um grupo
de vilões bem popular, eles passaram um longo período ausente das hqs. Já que muitas coisas em hqs tem um retorno,
cedo ou tarde, o grupo teria uma volta impactante.
Sob a direção de David
Michelinie as histórias do Aranha foram aos poucos estabelecendo o Doutor
Octopus reunindo seus antigos colegas (exceto Kraven, que estava morto e foi
substituído pelo Duende Macabro) para executar um novo esquema.
Enquanto Peter está
ocupado lidando com a volta desse grupo de inimigos, Mary Jane é atraída a uma
cilada e se reencontra com seu stalker e inimigo, Jonathan Caesar, fazendo a
ruiva ter que sobreviver sem seu marido para salva-la.
De certa forma, esse
arco pega vários elementos da primeira aparição do Sexteto e os melhora. Não só
o Aranha finalmente enfrenta todos os vilões juntos (ao invés de um de cada
vez), mas cada membro do Sexteto tem uma personalidade própria e momentos de
destaque. O melhor é o Homem Areia, que apenas se uniu ao grupo após Octopus
ameaçar uma familia com quem Flint tem vivido, resultando nele, eventualmente,
ajudando o Aranha contra seus colegas.
Falando no Octopus,
esse quadrinho é mais um exemplo do gênio perverso que ele é, manipulando todos
os envolvidos, incluindo seus colegas, apenas para atingir seus objetivos.
No entanto, os vilões
não são os únicos a se destacarem. O arco também explora bem o Peter Parker e a
Mary Jane, com o rapaz tentando derrotar seus inimigos para reencontrar sua
esposa, enquanto a moça consegue se virar contra Caesar, demonstrando como ela
tá longe de ser apenas uma “donzela em perigo”.
Carnificina
(Amazing Spider Man nº361 a 363)
Nesse novo período de
histórias do Aranha, teve a aparição de novos inimigos. Um dos que mais se
destacou foi o Carnificina.
Tendo sido introduzido
algumas edições antes, Cleetus Cassady era um serial killer que dividiu cela
com Eddie Brock em Ravencroft (basicamente o Asilo Arkham do Homem Aranha).
Quando o ex-jornalista virou Venom uma vez mais e escapou, Cassady notou uma
substância vermelha. Aquilo era “filhote” do simbiote do Venom.
Se fundindo com
Cassady, o simbiote o transformou no Carnaficina. Com seu novo poder, o
psicopata escapou e começou uma nova onda de assassinatos por Nova York,
chamando a atenção da policia e do Homem Aranha.
Devido a conexão de
Cassady com o simbiote ser bem mais forte, Carnificina se mostrou um vilão bem
mais poderoso e violento que o Venom. Por causa disso, o Aranha acaba não tendo
escolha exceto convencer Brock a ajuda-lo derrotar esse novo vilão, marcando uma
das primeiras ocasiões onde os dois deixaram suas diferenças lado e trabalharam
juntos, o que será parte de um arco muito maior em futuras histórias.
A
criança interior ( Spectacular Spider Man nº178 a 184)
Um nome que irá
aparecer muito nessa lista é J.M. DeMatteis. Muitos leitores conhecem ele por
ter escrito A Ultima Caçada de Kraven, só que o DeMatteis tem outras histórias
do Aranha, muitas bem escritas e com um abordagem bem psicológica, explorando
tanto o herói quanto seus inimigos.
Como primeiro exemplo
disso, eu cito “A criança interior”. A trama gira em torno do Aranha saindo
numa caça a Vermin, um vilão (também da Ultima Caçada de Kraven) instável que
escapou de Ravencroft.
Simultâneamente a esse
evento, Harry Osborn começa a sofrer alucionações de seu pai, levando a sofrer
relapso e voltar a ser o Duende Verde para atormentar Peter mais uma vez.
O que torna esse arco
funcionar são os três personagens envolvidos, com o roteiro de DeMatteis
explorando como cada um deles é influenciado por traumas ligados a perda, culpa
e, especialmente, a forma como foram criados por seus respectivos pais e
figuras paternas.
Semelhante a Ultima
Caçada, o tom é bem melancólico e sombrio, mas também tem momentos de
esperança, tornando uma leitura bem emocionante.
A
saga dos Esmaga-Aranhas (Amazing Spider
Man nº368 a 373)
Existe uma frase
memorável dita pelo Seu Madruga de
Chaves “A vingança nunca é plena. Mata a alma e a envenena!”. Ela é uma
perfeita descrição do Alister Smythe nessa história.
Mais uma vez, o inventor
dos Esmaga-Aranhas inicia uma série de ataques ao Homem Aranha, com cada novo
Esmaga-Aranha sendo diferente e mais mortal que o anterior.
Depois de sobreviver a
esses atentados contra sua vida, o Aranha, como sempre, vai atrás de Smythe, só
que ele descobre que o gênio do mal já estava preparado, tendo transformado a
si mesmo no Esmaga-Aranha Supremo.
Enquanto o arco é um
compilado de histórias de ação, o desenvolvimento de Smythe cria uma temática
interessante. Sua transformação não só faz uma referência ao que aconteceu com
o pai dele (morto pelas invenções que ele criou) como também representa
visualmente as consequência do Smythe ter se deixado ser corrompido pelo seu
desejo de vingança, se tornando a mesma arma que ele desenvolveu.
Destaque também para os
Esmaga-Aranha, com cada tendo designs e habilitares muito legais e criativas.
A
noiva de Venom (Amazing Spider Man nº374 e 375)
Desde sua primeira
aparição, Venom se tornou um antagonista bastante popular, resultando em várias
aparições nas futuras edições. Durante isso, escritores foram dando mais
complexidade para o personagem, estabelecendo Eddie Brock como um vilão com um
senso de justiça distorcido: Ele odeia Homem Aranha e deseja mata-lo, mas ele
se dedica a proteger inocentes.
Embora insano, esse
aspecto levou Venom demonstra ter um “lado simpático” e potencial para ser um
protetor, como comprovado em arcos como do Carnificina.
“A noiva de Venom”
mostra o próximo passo dessa evolução de Brock, com o vilão escapando da prisão
e sequestrando Richard e Mary Parker, os pais de Peter.
Saindo a procura de
seus pais, Peter decidi pegar informação com Anne Weying, ex-esposa de Brock, e
ela acompanha o herói até um parque de diversões abandonado, se reencontrando
com seu ex-marido.
A reunião é interrompida
pela chegada do Wild Pack, fazendo Aranha e Venom terem que escolher entre sua
rivalidade ou proteger seus entes queridos.
Esse arco marca um
momento de virada para o Venom, que, em futuras aparições passaria a agir mais
como um anti-herói, ajudando Peter em algumas ocasiões.
Preparativos
Fúnebres (Spectacular Spider Man nº186 a 188)
No 3º capitulo dessa
retrospectiva, eu falei sobre “As asas do Abutre”, uma história onde o
Adrian Toomes desenvolve uma amizade com
o noivo da Tia May. Infelizmente, mas não surpreendentemente, essa relação teve
um final trágico durante “O retorno do Sexteto Sinistro”, quando o vilão alado,
durante uma luta contra o Aranha, acabou matando Nathan.
“Preparativos Fúnebres”
age como uma continuação desse arco pessoal do Abutre. Nessa trilogia, o vilão
é diagnosticado com câncer terminal. Sabendo que está com os dias contatos,
Toomes começa a resolver algumas pontas soltas em sua vida, o que inclui
eliminar o Homem Aranha e, o mais chocante de todos... ganhar o perdão da Tia May.
Mais uma vez o roteiro
de J.M DeMatteis consegue pegar um vilão clássico do Homem Aranha e torna-lo
uma figura bem complexa. Por um lado, o Abutre tá longe de ser inocente ou
santo nessa história. Ele continua sendo um sociopata querendo matar pessoas
que ele julga lhe terem prejudicado. Mas, seu desejo em querer o perdão da May
é genuíno, deixando os leitores no mesmo questionamento que os personagens.
Outra personagem a ser
bem explorada nessa história é a tia May. Qualquer leitor de longa data iria assumir
que uma boa velhinha May perdoaria Toomes, porém DeMatteis dá um realismo, com
May rejeitando os pedidos do Abutre, revelando que ela tá longe de ser essa
velhinha idealizada. Ela é apenas uma senhora também lidando com muitos traumas
relacionados a perdas e também tem dificuldade de abrir mão desses sentimentos.
O
legado de Osborn (Spectacular Spider Mannº189)
Já era trágico ver
Peter ser forçado a enfrentar seu amigo, Harry Osborn, quando esse se tornou o
novo Duende Verde. No entanto, nos anos 90, coisas se tornam piores pelo fato
dos dois serem homens de famílias.
Como explicado antes,
Harry teve um surto no arco “Criança interior” e voltou a ser o Duende Verde.
Estando mais insano que nunca (em parte por causa de uma nova formula do
Duende), Harry começa a atormentar o Peter, provocando-o com presentes sendo
dados para ele e seus entes queridos.
Cansado dessas ameaças,
Peter sai em busca de Harry na mansão dos Osborns. Ao entrar na casa, ele vê
que seu “amigo” capturou a própria
familia ( Liz Allan, Normie Osborn e o Magma) e força a participarem de um
jantar, onde Harry começa a se gabar de ter uma familia perfeita e acusar o
Peter de ter tentando destruir essa perfeição por inveja. Com a tensão subindo,
o confronto entre Peter e Harry se torna imininente e os outros Osborn tem que
escolher entre ajudar ou se opor ao Harry em seu estado de loucura.
Como sempre a dinâmica
entre Peter e Harry é um dos pontos altos da história, com presença de Liz,
Normie e Mark contribuem para a história expor como Peter não é a único a tomar
duras decisões em relação ao seu amigo.
O titulo ser “Legado
dos Osborn” não foi escolhido a toa, pois as ações de Harry acabam tendo uma má
influência em seu filho Normie, indicando que o ciclo começado por Norman
continuaria para futura geração. Seu legado é uma história depressiva sobre
abuso, violência e corrupção, onde todos são marcados.
Pecados
do pai (Amazing Spider Man nº365)
Uma das qualidades do
Aranha que o torna um grande herói é seu altruísmo. Não importa a situação,
Peter valoriza a vida das pessoas e tenta ao máximo protege-la.
Mas o que aconteceria
se a pessoa que ele estivesse tentando proteger quisesse morrer?
Esse foi o dilema que o
Peter é colocado nessa história, pelo Lagarto. Diferente de histórias passadas,
dessa vez o vilão reptiliano retorna, revelando ter, por breves momentos, a
mente do doutor Connors. Tendo encontrado um laboratório secreto, o cientista
decide realizar um novo experimento que poderia cura-lo de sua transformação.
No entanto, o Aranha aponta que é um experimento arriscado e poderia matar
Connors, o que o doutor não se importa, vendo isso como uma chance de poupar
sua família de mais sofrimento.
Então o Aranha tem que
realizar uma dura decisão: Impedir Connors de realizar esses experimento e
condena-lo a viver como Lagarto ou atender seu desejo deixa-lo realizar esses
experimento perigoso, livrando o mundo da ameaça do Lagarto?
A decisão que o Aranha
captura a essência do personagem e seus ideais.
Outro personagem
explorado nessa história é Billy, filho de Curt, com o garoto lidando com seu
próprio ressentimento em relação ao seu pai e os perigos que ele expôs a
familia. Sua presença ajuda o leitor a ter ideia clara do dano que o Lagarto
causou não só a família do Connors como a relação entre um pai e seu filho.
Melhores
inimigos (Spectacular Spider Man nº200)
Como demonstrado em
histórias como “Criança Interior” e “O Legado de Osborn”, os anos 90 foram o
auge da rivalidade do Peter com Harry. A amizade deles parecia ter quebrada e
Harry tinha cedido a loucura e se tornado um vilão recorrente durante a metade
dessa década.
No entanto, o que
leitores menos esperavam era que J.M. DeMatteis estava montando uma grande saga
sobre os dois velhos amigos, cuja conclusão veio na forma de “Melhores
Inimigos”.
Nessa história, Harry
anuncia estar criando a Fundação Oscorp, como uma homenagem ao seu falecido
pai. Na verdade, o prédio é uma armadilha, parte de um esquema de Harry para
matar todos que ele julga terem traído seu pai.
Mais uma vez, ele e
Peter travam um combate, que termina no prédio da Fundação Oscorp, com Peter e
Harry caídos no chão, com o novo Duende tendo ativado um dispositivo de
auto-destruição, planejando matar a si mesmo e o Aranha. É apenas quando
percebe que Mary Jane e seu filho, Normie, estão no prédio, que Harry recupera
a razão, e tenta salva-los, incluindo Peter.
Esse ato de heroísmo de
Harry seria o último, pois ele acaba sofrendo os efeitos colateriais da formula
do Duende e morre, com Peter lhe fazendo companhia em seus últimos momentos.
Esse foi um perfeito
encerramento do arco do Harry Osborn, dando uma ultima redenção e fazendo pazes
com Peter, que é forçado a lidar com o fato que ele foi incapaz de salvar uma
pessoa, ainda mais de suas próprias trevas.
Maximum
Carnage (Spider Man Unlimited nº1 e 2, Web of Spider Man nº101 a 103, Amazing
Spider Man nº378 a 380,Spider Man nº35 a 37 e Spectacular Spider Man nº201 a
203)
Os anos 90 não foram um
bom período para heróis como Aranha. Foi um tempo onde histórias estavam se
tornando mais cínicas e sombrias e o protagonismo estava sendo dado para
anti-heróis, que tinham moralidade mais questionável e não hesitavam em usar
força bruta para resolver os problemas. Diante desse cenário parecia não haver
lugar para heróis nobres como Aranha.
É aí que Maximum
Carnage entra em cena. Ela se trata de uma grande saga onde o Carnificina, um
dos inimigos mais perigosos do Aranha , escapou de Ravencroft e formou uma
“familia” com outros vilões psicopatas como Grito, Doppleganger, Duende
Demôniaco entre outros, e começou uma onda de assassinatos pela cidade.
Diante desse caos,
Peter se junta ao grupo formado por figuras como Venom, Gata Negra, Manto &
Adaga, Morbius, Punho de Ferro e Capitão America para impedir Carnificina e
seus seguidores. No entanto os heróis ficam divididos em relação ao desejo de
Venom em matar Carnificina. Isso leva o Aranha a confrontar um grande dilema:
Ele será capaz de derrotar o Carnificina sem mata-lo, ou deverá se rebaixar ao
nível de seu inimigo para vencer?
O número extenso de
edições e a forma como o Aranha derrota a gangue poderão fazer alguns leitores
acharem a história meio boba e cansativa. Mas, em seu núcleo, esse evento é uma
boa critica a época em que foi publicado, com o drama do Aranha sendo uma
resposta do personagem aos anti-herói de outras histórias, com Peter se
recusando a abrir mão de seus ideiais.
Ilumine
a noite (Spider Man vol.1 nº38 a 40)
Vilões como Duende
Verde e Kraven são motivados por seu desejo de vingança e revanche contra o
Homem Aranha. Outros como Doutor Octopus e Rei do Crime buscam poder e controle
sobre outros. Mas Electro tem um desejo muito mais pessoal: Atenção.
Em sua essência, Max
Dillon é um homem inseguro, que é constantemente menosprezado pelas pessoas a
sua volta. Consequentemente isso faz ter um forte desejo de querer se provar e
ganhar seu reconhecimento, temendo ser visto como um zé ninguém.
“Ilumine a noite” é uma
trilogia que mostra o extremo desse objetivo, com Electro decidindo executar um
plano ambicioso: Ele roubaria toda energia de Nova York, deixando ele comoa única fonte de luz na cidade. Esse
plano se revela bem perigoso, visto que a quantidade de energia que Electro
absorve poderia mata-lo.
O pior não acontece porque
o Homem Aranha consegue alcançar Electro e o convence a desistir dessa ideia
suicida.
Mais uma vez J.M
DeMatteis cria uma história cativante que explora o paralelo entre Peter e
Dillon e como dois são homens que foram vítimas de rejeição e temem serem
esquecidos pelas pessoas.
Roubo
da vida (Amazing Spider Man nº386 a 388)
Uma das reviravoltas
mais inesperadas nas histórias do Aranha dos anos 90 foi o retorno de Richard e
Mary Parker, os pais de Peter, que revelaram que passaram todo esse tempo presos
na Rússia. Tendo sido libertados e voltado para América, eles se reencontraram
com Peter e foram se reconectando com o filho.
No entanto, quando
Peter, após um confronto com o Abutre, revelou para o casal seu segredo, eles
começaram a demonstrar uma atitude muita suspeita.
O motivo disso acabou
sendo uma revelação chocante para o herói: O casal não eram seus pais, mas sim
androides criados pelo Camaleão para espionar Parker e descobrir sua “ligação
com o Aranha”.
Quando Richard estava
para revelar a identidade do herói, Mary o impediu, tendo desenvolvido
sentimentos por Peter e sua familia. O conflito terminou com a destruição de
ambos, deixando Peter mais uma vez sentindo que perdeu seus pais.
Normalmente eu não sou
fã de histórias envolvendo os pais do Peter. Acho o drama deles bem irrelevante
para o personagem. Porém esse arco soube executar a volta deles de modo bem
efeito, além de ter boas participações tanto do Abutre (que tem uma sub-trama
bem divertida dele tentando recuperar sua juventude) e do Camaleão, que
demonstra ser um vilão que não deve ser subestimado.
Perseguição
(Spider Man nº45, Spectacular Spider Man 211, Web of Spider Man nº112 e Amazing
Spider Man nº389)
Uma regra constante nas
histórias do Homem Aranha é que toda ação tem consequências. Isso vale tanto
para heróis quanto vilões.
Se “Roubo da vida” foi
sobre a ação do Camaleão, dele usando androides do pais do Peter para
espiona-lo, então “Perseguição” é ele pagando a consequência, com o Aranha
virando a cidade atrás do Camaleão, deixando o homem de mutiplas faces cada vez
mais desesperado e sem ter pra onde fugir.
Conforme essa
perseguição vai se desenvolvendo, vão tendo momentos que revelam mais sobre o passado
do Camaleão e sua relação com seu irmão, Kraven, cujos abusos fizeram Dmitri se
tornar esse criminoso atormentando e com crises de identidade.
Isso cria um paralelo
com Peter, que vai se afastando de Mary Jane, conforme ele vai ficando obcecado
por sua vingança, com sua identidade como Homem Aranha como uma “armadura” para
se proteger seus problemas de sua vida civil.
Predador
e Presa (Spectacular Spider Man nº215 e 216)
Super heróis não são os
únicos que, de vez em quando, tem duvidas sobre suas vidas ou consideram se
aposentar. O mesmo pode acontecer com super-vilões, com eles tendo momentos
onde consideram se aposentar.
No caso Predador e
Presa, temos Escorpião se escondendo nos esgotos de Nova York e reclamando por
sua incapacidade de ter uma vida normal. Isso muda quando ele é abordado por um
milionário que o contrata para ser seu guarda-costas.
Com o tempo, Gargan e
esse milionário vão desenvolvendo uma amizade, fazendo o criminoso a decidir
finalmente se aposentar.
Em contraste com o
Escorpião, a vida do Homem Aranha acaba seguindo uma direção oposta: Com a tia
May tendo ido parar no hospital, Peter fica frustrado com e sua incapacidade
poder de ajuda-la. Isso acaba afetando sua performance como Homem Aranha,
quando ele acidentalmente fere o milionário e se torna alvo de mais críticas do
Jameson, fazendo-o ficar temido por todos.
É essa oposição que
serve para levar a um clímax bem intenso, onde é o Aranha quem encontra o Mac
Gargan e começa a espanca-lo, apesar do vilão insistir que ele não deseja mais
lutar. O pior não acontece pois Peter consegue perceber como ele está se
tornando o verdadeiro agressor. Isso foi uma conclusão astuta que subverteu o
papel do protagonista e antagonista da história, ao mesmo tempo desenvolve
ambos personagens.
Homens
Mortos/Dois iguais (Amazing Spider Man
nº396 e Spectacular Spider Man nº219)
Peter Parker pode ter
derrotado o Camaleão pelo esquema com os androides de seus pais, mas isso não
melhorou a dor que ele ainda sentia. O rapaz se reprimiu ainda mais em sua
identidade heroica numa tentativa de apagar sua vida como Peter Parker. Com ele
afastando de sua esposa Mary Jane (que está lidando com seus dramas pessoais
envolvendo sua familia), quem poderia ajudar o Peter nessa crise de identidade?
O Demolidor, é claro.
Na época dessas duas
revistas, Matt tinha forjado sua própria morte e estava tentando ser Demolidor
permanentemente. Sendo um dos poucos que conhece o segredo do homem sem medo, o
Aranha rapidamente o encontra e tenta pedir conselhos.
O encontro dos dois não
poderia ter acontecido em tempo melhor pois dois de seus inimigos, o Abutre e o
Coruja também se reuniram, com Toomes revelando para o mafioso alado um plano
de usar abutres para espalhar veneno pela cidade, matando todos que conhecem
seus alter-egos. Essa ameaça leva Homem Aranha e Demolidor a deixarem suas
diferenças de lado para poderem impedir o esquema louco do Abutre.
Ver Homem Aranha e
Demolidor trabalhando juntos é sempre divertido, porém essa história traz uma
reviravolta interessante, com ambos personagens estando em situações parecidas:
Ambos homens tendo dúvidas quanto assumirem suas vidas civis e usando seus
alter-egos como forma de esconder seus traumas do resto do mundo. É por meio de
suas interações que eles vão se abrindo e ajudando um a outro a evoluir. Graças
ao Homem Aranha, Demolidor consegue demonstra sua sabedoria e compaixão. Em
resposta, Matt consegue fazer o Peter percebe que a vida dele como Peter Parker
também tem coisas importantes a serem mantidas por perto.
Morte
na família (Amazing Spider Man nº400)
Harry Osborn não seria
a única pessoa que Peter perderia nesse período. Um tempo depois, sua tia May
começou a demonstra problemas de saúde, tendo que fazer exames no hospital.
Isso pode parecer algo
normal para a personagem dela e algo já repitido de histórias anteriores. No
entanto, dessa vez coisas adotariam uma direção bem mais inesperada.
Tendo recebido alta do
hospital, May pode voltar para sua casa e decidiu passar o dia seguinte com seu
sobrinho e a Mary Jane. Fazendo um passeio em Nova York, eventualmente May
falou com Peter, confessando saber de seu segredo e expressando o orgulho que
sente do homem que ele tinha se tornando.
O dia feliz deles logo
chegou a um fim quando retornaram a casa de May, com ela morrendo na cama, na
companhia de Peter, Mary Jane e a tia dela Ana Watson.
Isso foi uma história
com menos foco na ação e aventura de super herói e sim no drama humano, dando a
morte de May uma construção bem mais suave, mostrando ela e o Peter
aproveitando o ultimo dias que tinham juntos, o que deu mais impacto quando a
hora dela chegou.
Embora seja uma pena
que a Marvel tenha retconizado esse momento e ressucitado May, essa edição foi
uma boa despedida da personagem.
Como
os sonhos são feitos (Webspinners, Tales
of Spider Man nº 1 a 3)
Depois de ter feito
histórias do Aranha com vilões icônicos como Kraven, Abutre, Electro e Duende
Verde (Harry Osborn), J.M DeMatteis escreve uma história envolvendo o Aranha contra um dos meus vilões favoritos: O Mysterio.
Nessa trilogia, que se
passa entre Amazing Spider Man 38 e 39, Quentin é solto da prisão. Sendo
incapaz de encontrar emprego devido a sua ficha criminal, não demora para Beck
retormar sua identidade vilanesca e começar um novo esquema contra Aranha.
De novo o vilão assume
a identidade do herói e forja o assassinato de Jameson, sequestrando o editor e
o prendendo num “inferno artificial”, onde passa a tortura-lo com suas ilusões.
Ao mesmo tempo em que
executa essa vingança, Beck se reconecta com uma velha amiga de infância, por
quem ele desenvolve uma atração. No entanto, o Aranha superando seu plano,
combinado com a moça descobrindo sobre a vida criminosa de Beck, vão fazendo-o
ceder a sua megalomaníaca e tenta prender a moça num reino virtual, onde eles
poderiam viver “felizes para sempre”.
Tal como em seus
trabalhos anteriores, J.M DeMatteis se destaca na forma como ele humaniza o
Mysterio, revelando o passado do vilão e explorando-o como um sujeito
anti-social e com um desejo de querer fugir da realidade. A identidade de
Mysterio não é apenas uma fantasia para Beck, mas uma forma dele se empoderar.
Isso também é usado
para criar um paralelo entre Beck e Peter(que também usa identidade do Aranha
de forma parecida), com o quadrinho tendo momentos que mostram o quão
semelhantes Peter e Beck são um do outro e, senão fossem pelas circunstâncias,
eles poderiam ter sido amigos.
Quem
sou eu? (Spectacular Spider Man nº242 a 245)
Comparado a figuras
como Duende Verde e Doutor Octopus, o Camaleão pode parecer um vilão bem fraco.
Essa visão muitos o subestimem e esqueçam que Dmitri é um criminoso astuto e
manipulador, que consegue enganar pessoas, incluindo o Homem Aranha.
Embora arcos como
“Roubo da vida” e “Perseguição” sejam bons exemplos da eficiência do
personagem. Quem sou eu? é que mostra o quão assustador ele realmente é.
Tendo sido derrotado
pelo Aranha, o Camaleão foi preso em Ravencroft, para receber tratamento pra
sua crise de identidade. No entanto, o mestre dos disfarces consegue escapar e
vai atrás do Homem Aranha.
Sendo capturado, Homem
Aranha é expostos torturas psicológicas do Camaleão. Embora ele eventualmente
consiga se soltar, o vilão consegue descobrir sua identidade e foge, decidido a
atacar uma das pessoas próximas a Peter: Mary Jane.
Esse arco é uma sequência
de suspense atrás do outro, cheio de surpresa a cada página e com o roteiro
fazendo o leitor se questionar como qual será o próximo passo do Camaleão e
como Peter poderá derrota-lo.
Sem dar muito spoiler,
a forma como essa história termina é hilária e, ao mesmo tempo, um bom
desenvolvimento pra Mary Jane e como ela se adaptou a ser esposa de um super
herói.
Então é isso! Quais são suas histórias favoritas do Homem Aranha dos anos 90? Sintam-se a vontade para colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo.






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