Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (Atualmente)

 




Confiram também:

Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 60): 

https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/08/retrospectiva-das-melhores-historias-do.html

Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 70): 

https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/08/retrospectiva-das-melhores-historias-do_26.html

Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 80): 

https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/08/retrospectiva-das-melhores-historias-do_28.html

Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 90): 

https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/09/retrospectiva-das-melhores-historias-do.html

Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 2000): 

https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/09/retrospectiva-das-melhores-historias-do_3.html

Retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha (anos 2010): 

https://ozymandiasrealista.blogspot.com/2025/09/retrospectiva-das-melhores-historias-do_7.html

 

Dos anos de 2020 até agora tem sido uma época de várias histórias em quadrinhos de boa qualidade tanto da DC quanto da Marvel. Porém Amazing Spider Man não está entre elas.

Para aqueles que não sabem, no final da última década, Nick Spencer assumiu o título do Homem Aranha, cujas histórias buscaram tentar restaurar elementos para algo mais próximo do que era durante o período pré-Um Dia a Mais, com Peter e Mary Jane voltando a serem um casal e a revistas dando pistas de que a fase iria restaurar o status quo. O final acabou não indo na direção esperada, porém foi um final promissor, com Peter e M.J mantendo sua relação e podendo evoluir mais pra frente.



Infelizmente, parece que a Marvel não gostou nada dessa direção de Spencer. Quando ele terminou sua fase, o Amazing Spider Man foi mais uma vez zerado e passado para Zeb Wells. 

Já de cara, as coisas tomaram uma direção completamente oposta, com o primeiro arco estabelecendo o Peter vivendo sozinho, estando brigado com seus amigos (tanto como Peter Parker quanto Homem Aranha) e separado da Mary Jane, que estava vivendo com um homem chamado Paul e duas crianças.



Isso levou a uma das piores fases de hq, com um foco maior em chocar os leitores do que contar boas histórias, ideias interessantes sendo mal exploradas, mistérios com resoluções insatisfatórias e várias descaracterizações de personagens, principalmente o Peter Parker, que se comporta como um jovem tão impulsivo e antipático que fica quase impossível de criar empatia por seu drama.



Apesar do título do Aranha continuar sendo um dos mais vendidos, as histórias continuam com qualidade fraca, com os escritores parecendo não ter ideia do que fazer com Peter (ou talvez eles tenham e os editores é que estejam interferindo nos planos deles).

Mas então, isso quer dizer que não tem nenhuma história boa do Aranha atualmente?

Não exatamente. Tem umas histórias boas do Aranha... Elas só não são do Peter Parker do universo 616.

A Saga Clone (Miles Morales: Spider Man vol.2 nº24 a 19)



Enquanto as histórias do Peter Parker caíram de qualidade, as de seu sucessor Miles Morales subiram e muito.

Embora Brian Michael Bendis tenha feito um trabalho decente em introduzir Miles para os leitores, foram os roteiristas seguintes que souberam pegar o personagem e desenvolve-lo como sua própria versão do Homem Aranha, e não uma cópia do Peter como algumas pessoas o acusam de ser.

O primeiro desses escritores foi Saladin Ahmed, cujo arco de melhor destaque foi “A saga clone” (Sim, Miles também possui sua própria versão dessa saga). Nela, o Miles descobre que um de seus inimigos, o Assessor, criou 3 clones dele próprio, que estão agora a solta por Nova York, cometendo crimes e arruinando sua imagem.

Ao caça-los, Miles acaba sendo capturado por esses clones (Selim, Mindspinner e Shift), que revelam serem cópias imperfeitas tentando, desesperadamente, encontrar uma cura para uma instabilidade em seus corpos. Como acidentalmente destruiu sua possível cura, os clones decidem se vingar indo atrás de dos amigos e família do Miles, colocando o rapaz numa corrida contra o tempo para salvar seus entes queridos.

Já falei que a Saga Clone dos anos 70 é minha versão favorita dessa história pro Peter Parker. No entanto, se for pra comparar, eu diria que a versão do Miles consegue ser superior em vários sentidos.

Além de ter ritmo de narrativa bem melhor construído e consistente, a trama dá um destaque pra dinâmica do Miles com seus clones. Eles não estão na história apenas pra chocar os leitores. Os três tem designs e personalidades únicas, uma motivação compreensível. A rivalidade deles com Miles não serve apenas pra mostra-lo lutando contra copias de si mesmo, mas também pra história ter os clones agindo como um reflexo sombrio do próprio Miles, com ele vendo o tipo de pessoa que poderia ter se tornado caso cedesse ao estresse em sua vida e se isolasse de sua família e amigos.

 

Batismo de Aranha (Miles Morales: Spider Man vol.2 nº1 a 5)



Atualmente, a hq do Miles Morales tem sido escrita por Cody Ziglar, que soube pegar elementos das fases anteriores e leva-los para um novo nível.

Já em seu primeiro arco, Ziglar coloca Miles Morales lidando com uma nova inimiga: Raneen Rashad, a Rabble. Ela é estabelecida uma jovem inventora e technopata, com uma obsessão por Miles, culpando o rapaz por ter ganhado o concurso para entrar na Academia Brooklyn Visions, obtendo a chance de um futuro que ela julga que deveria ter sido dela.

Tendo passado um bom tempo espionando Miles, Rabble inicia uma série de ataques ao rapaz e também aos seus entes queridos, fazendo com que Miles tenha que encontrar uma forma de protege-los enquanto confronta essa nova inimiga.

Como uma clássica história de Homem Aranha, esse primeiro arco é cheio de cenas de ação dinâmicas, uma vilã com uma história interessante, personagens de apoios bem utilizados e um drama cativante para o Miles, que começa a lidar com o estresse da pressão que ele sofre por causa de sua vida dupla, o que seria o prelúdio para outro arco pessoal que falarei logo abaixo.

Esgotado (Miles Morales: Spider Man vol.2 nº08 e 09)



Como explicado antes, um argumento que alguns fãs usam contra o Miles é dele ser um um variante do Peter Parker, uma copia do herói, usando eventos e histórias como a Saga Clone para exemplificar seu ponto.  No entanto, como disse Dumbledore em Harry Potter e a Câmara Secreta, “Não são nossas habilidades que revelam quem realmente somos, são nossas escolhas”.

Miles pode passar por experiências similares a de Peter, porém ele segue um caminho diferente de seu antecessor.

“Esgotado” é uma prova disso. É uma história onde Miles tenta apenas curti uma dia junto de seus amigos e sua namorada Tiana. Porém, como típico das histórias do Aranha, ele é forçado se retirar quando percebe uma explosão causada pelo Duende Macabro.

Ao confrontar o bandido, Miles acaba despertando um novo poder, mas que ele acaba não tendo experiência em controla-lo.

Por meio disso a história construí para uma interação bem tocante entre Miles e Tiana, onde o Aranha do Brooklyn finalmente desabafa sobre a dificuldade que tem tido de lidar com todas as crises em sua vida, decidindo aceitar fazer terapia.

Essa é a diferença principal entre Peter e Miles: Enquanto um foi um jovem solitário e com dificuldade de se abrir para as pessoas próximas, o outro escolhe ser mais receptivo a ajuda de seus amigos.

Dia dos Irmãos (Miles Morales: Spider Man vol.2 nº20)



No final da “Saga Clone”, Miles ganhou um novo aliado: Shift, um clone metamorfo, com aparência grandalhona mas uma personalidade inocente. Depois de mantê-lo escondido, Miles o apresentou a sua família, com Shift se tornando um irmão para o garoto.

Em “Dia dos Irmãos”, a trama gira em torno dois realizando uma tarefa importante: Cuidar da irmãzinha de Miles, Billie Morales enquanto tem que impedir um roubo cometido pela gangue do vilão Black Obsidian.

É uma história simples e descontraída, com o foco sendo dado para interações do Shift com Miles e seus amigos, com o clone finalmente encontrando pessoas que são boas e o aceitam por quem ele é.

 

Pássaros Idênticos (Miles Morales: Spider Man vol.2 nº23 a 26)



Outra aliada de Miles que recebeu grande destaque nessa fase atual foi sua namorada Tiana Toomes. Embora seja neta do Abutre, Tiana rejeitou o legado criminoso de seu avô e passou a auxiliar o Miles em suas aventuras como a vigilante Starling.

No entanto, quando o Abutre descobre que sua neta está namorando o novo Homem Aranha, ele retorna a vida de sua neta, querendo se reconectar com ela e eliminar Miles.

Para complicar ainda mais as coisas, isso acontece quando Miles estava lidando com uma infecção de vampirismo, que ele adquiriu no arco “Blood Hunt”, fazendo perder o controle de si mesmo durante as lutas, tornando difícil ele lutar contra o Abutre, com medo de matar o avô de sua namorada.

Além do drama do Miles lidando com esse “lado vampiro”, a história, similar a Preparativos Fúnebres, dá um bom destaque para o lado mais humano do Abutre. Seu desejo de se reconectar com sua neta é genuíno, mas é seu ódio pelo Aranha que o leva a ser rejeitado por ela.

Falando na Tiana, o arco destaca sua personalidade forte e independente. Ela demonstra ser corajosa para se opor ao seu avô, como também para questionar Miles, fazendo-o se abrir e os dois conversarem, como um casal, ao invés de romperem só pra dar drama barato para história.

 

Ultimate Homem Aranha 2025



Em 2025, a Marvel relançou uma nova linha do universo Ultimate.

Sob a direção de Jonathan Hickman, essas revistas se passavam num novo universo Ultimate, cuja história foi manipulada pelo Criador (a versão do Reed Richards do universo anterior). Por meio de suas ações impediu o surgimento de vários heróis e, aos poucos, criou um mundo sob controle dele e de sua Cabala. Ao descobrir sobre o que o vilão fez, Howard Stark (o Homem de Ferro dessa nova realidade) o confrontou e, com a ajuda do Doutor Destino (o Reed Richards dessa nova realidade), conseguiu prender ele e o Criador num campo de força.

Sabendo que o campo de força de seu pai não irá durar para sempre, Tony Stark (nessa versão um adolescente) e Destino enviam caixas para vários indivíduos, contendo mensagem sobre a manipulação do Criador e um recurso para restaurar os poderes e habilidades dos heróis.

Uma das pessoas a receber isso foi Peter Parker, que nessa realidade nunca foi picado quando adolescente. Ele é casado com Mary Jane, tendo dois filhos (Richard e May Parker) e, apesar de ter perdido sua tia May, seu tio Ben está vivo, sendo grande amigo do Jonah Jameson.

Sentindo que havia algo faltando em sua vida, Peter, após conversa com sua familia, decide aceitar o presente de Tony e se torna o Homem Aranha Ultimate.

Isso dá início a uma série de aventuras onde Peter tenta se adaptar a essa vida como um super herói, enquanto conhece e desenvolve amizade com Harry Osborn (uma versão heroica do Duende Verde) e sua esposa Gwen Stacy, que estão envolvidos num conflito contra o Rei do Crime e seu Sexteto Sinistro que controlam Nova York. Ao tentar ajuda-los, Peter acaba envolvendo sua família em sua vida heroica, tornando as coisas ainda mais complicadas para ele e seus entes queridos.

Tal como o Ultimate Homem Aranha de Bendis, essa versão do Jonathan Hickman reinventa a mitologia que os fãs conhecem do Homem Aranha, porém nunca a ponto de copiar o que eles já viram. Ao invés disso, Hickman explora ideias que dificilmente poderiam ser aplicadas no 616 (ex: Peter Parker adulto, com esposa e filhos) para criar histórias novas do Aranha e seu mundo, tudo isso sem perder foco do drama humano que torna o personagem tão interessante para os leitores e fãs.

Essa foi minha retrospectiva das melhores histórias do Homem Aranha através das eras. O que acharam? Quais são suas histórias favoritas do Homem Aranha? Gostariam de ver eu fazer outras retrospectivas no futuro? Sintam-se a vontade para colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo.