TOP 10 Melhores histórias do Justiceiro



TOP 10 Melhores histórias do Justiceiro

Um personagem da Marvel que se tornou muito polêmico nos dias de hoje é o Justiceiro, um dos anti heróis mais populares da cultura pop.

Devido a umas polêmicas que tem acontecido, os editores da Marvel tem tentado ao máximo eliminar a popularidade do personagem, seja cancelando suas hqs ou fazendo retcons que tornem o personagem mais antipático e malicioso.



Apesar dos motivos serem bem compreensíveis, eu sinto que isso é mais um caso de alguém tentando resolver um problema atacando o fator errado. Maioria dos casos polêmicos envolvendo o Justiceiro não tem a ver com o personagem em si, mas sim pessoas com uma compreensão errada quanto a ele e suas histórias.

Quando escrito bem, Frank Castle é um homem muito complexo, um vigilante que mata criminosos porque ele julga ser a única forma de fazer diferença num mundo controlado por um sistema corrupto. Seus métodos são extremos, mas seus pontos são válidos.

O erro que muitos cometem é tratarem ele como esse figura inspiradora quando Frank na verdade representa uma área cinza nesse conceito de bem e mal. Suas histórias não são um confronto de herói e vilões, mas sim um drama noir que abordar questões da sociedade relacionas a moralidade, principalmente do protagonista. Elas não foram feitas para fazerem os leitores querem ser como Justiceiro, mas sim questionar sua posição nesses dilemas e o que faríamos se estivéssemos no mesmo cenário.



Nesse texto, irei apresentar 10 histórias que considero serem as melhores do anti-herói da Marvel e que melhor representam os aspectos complexos de sua personalidade e o mundo que ele habita.

Portanto, vamos começar... eis o meu top 10 melhores histórias do Justiceiro.

 

10) A confederação dos tolos (The Punisher vol 6 nº 33 a 37)



Por ser um vigilante que tortura e mata criminosos, naturalmente o Frank Castle não seria aceito pelos outros heróis da Marvel, que muitas vezes resulta em conflitos entre eles e o anti-herói.

“Confederação dos tolos” marca um momento onde três desses heróis (Demolidor, Homem Aranha e Wolverine) decidem se unir para pôr um fim ao Justiceiro e sua guerra contra o crime, apenas pra perceber que eles podem estar subestimado Frank Castle e suas habilidades.



Com um tom mais cômico, lembrando clássicos como “Coyote e Papá-Leguas” ou “Pernalonga e Hortelino”, esse arco quebra o paradigma das histórias do Justiceiro, mostrando que o personagem pode funcionar em histórias que não são apenas sombrias e com cenas pesadas. Ela também é um exemplo de como Castle pode ser um oponente perigoso para os heróis, apesar de ser apenas um ex-fuzileiro sem poderes sobre-humanos.

9) Ciclo de sangue (The Punisher vol 1 nº 1 a 5)



Em suas primeiras aparições nas hqs, Frank Castle era um antagonista nos quadrinhos de heróis como o Homem Aranha. Foi na década de 80 que o roteirista Steven Grant e artista Mike Zeck vieram com a proposta dele ter uma minissérie. Embora a principio, a editora tenha sido contra a ideia de uma história protagonizada por um assassino, o aumento de criminalidade nos EUA os levou a aprovar o projeto, resultando na publicação desse primeiro grande arco do Justiceiro em 1986.

A trama gira em torno do Frank Castle sendo recrutado pela Confiança, uma organização que diz buscar eliminar o crime organizado. 



No entanto, conforme Frank vai realizando missões, ele vai descobrindo que seus “novos amigos” estão o usando para causar uma guerra de gangues em Nova York, para que eles possam conseguir aprovação de seu projeto: A criação de um esquadrão da morte, composto por criminosos que sofreram uma lavagem cerebral.



Em apenas 5 edições, o arco estabelece vários elementos que fariam parte das histórias do Justiceiro em diante, como o conteúdo sombrio e violento (oque incluía coisas na época inéditas em hqs, como morte de uma criança e cena de suicídio), criticas a corrupção no sistema e, o mais importante, o código moral complexo do Frank Castle.

Ele continua sendo o matador sangue-frio que conhecemos, mas o arco mostra outros lados de sua personalidade. Mais evidente numa sub-trama envolvendo Frank lidando com o filho de um mafioso que ele matou. Apesar de poder facilmente mata-lo, Frank não faz, sabendo que o garoto não é um criminoso como o pai. É um exemplo das fagulhas de humanidade que ainda existe em Castle.



 

8) Barracuda (The Punisher vol 7 nº 31 a 37)



Se pensavam que os alvos do Justiceiro são apenas mafiosos e bandidos de ruas, estão muito enganados. No arco “Barracuda”, o autor Garth Ennis (o melhor roteiristas do Justiceiro) coloca o Frank contra um outro tipo de oponente: Corporações.

Após salvar um homem de uma gangue, Frank descobre uma ligação da corporação Dynamo, controlada pelo corrupto Harry Ebbing, e vários esquemas ilegais. Com o Justiceiro se intrometendo em seus negócios, Ebbing contrata o sádico Barracuda para eliminar o vigilante. No entanto, seu mercenário pode se provar não muito confiável.

Além de abordar tópicos como corporativismo e abuso de privilégios, esse arco marca a estreia do Barracuda, um dos adversários mais durões que Frank já enfrentou, com suas lutas sendo recheadas de momentos brutais.



7) Justiceiro Ano Um (The Punisher Year One nº 1 a 4)



A origem do Justiceiro é uma das histórias mais trágicas nos quadrinhos: Frank Castle era um ex-fuzileiro que, durante um piquenique com sua família no Central Park, eles testemunharam mafiosos executando um inimigo. Percebendo a presença de testemunhas, os bandidos mataram a família de Frank, fazendo-o declarar guerra ao submundo.

Em Ano Um, o autor Dan Abnnet vai em mais detalhes sobre essa transformação do Frank, mostrando seus esforços para conseguir trazer os responsáveis pela morte de sua familia a justiça, seja auxiliando a polícia ou se aliando ao repórter McTeer. Mas cada tentativa acaba falhando, o que apenas contribui para puxar Castle para sua inevitável transformação em um dos maiores anti-heróis da Marvel.



O fato que a história mostrar Frank Castle tentando dar uma chance pra lei ajuda a torna sua transformação num processo mais natural e compreensível. Ele não virou um assassino justo quando sua família morreu. Tiveram vários outros fatores que o puxaram até além do seu limite (algo que futuros autores como Garth Ennis iriam expandir).



6) Bem vindo de volta Frank (The Punisher vol 5 nº 1 a 12)



O final dos anos 90 não foram nada agradáveis para o Justiceiro. A venda de suas revistas estava caindo e autores não tinham ideia do que fazer com Frank, chegando até mesmo mata-lo e torna-lo um anjo a serviço do Céu.

Mas, em 2001, Garth Ennis, em parceria com o artista Steve Dillon, escreveu a minissérie de 12 edições “Bem vindo de volta, Frank”, que trouxe o Justiceiro de volta a suas origens, como um vigilante das ruas, tendo histórias noir e enfrentando vilões como a Mama Gnucchi e sua família criminosa.


A história é bem simples, mas cheia de momentos marcantes, incluindo a luta do Frank Castle contra o Russo e ele emboscando os bandidos num zoológico. Algumas dessas cenas chegaram a servir de inspiração para o subestimado filme do anti herói de 2004, estrelando Thomas Janes.




5) O Julgamento do Justiceiro (The trial of the Punisher nº 1 a 2)



Algo que muitos leitores subestimam no Justiceiro é sua inteligência. Embora ele pareça ser apenas um maluco armado até os dentes, Frank Castle é também um excelente estrategista, sempre tendo planos bem elaborados para atingir seus objetivos.

Essa curta série de duas edições, escrita por Marc Guggenhein e desenhos de Leinil Yu, é um exemplo do que me refiro. Nela, Frank chega na delegacia de polícia e se entrega as autoridades após confessar que matou um promotor público. Apesar dele não reagir a prisão e, aparentemente, aceitar seu dia no tribunal, sua decisão de se render atraí a suspeitas de alguns, incluindo sua advogada. Terá o Justiceiro decidido pagar por seus crimes, ou ele teria intenções ocultas ao se deixar ser preso?



Essa história é como assistir um filme de suspense “Hitcock”, com a narrativa mantendo a atenção do leitores e deixando curiosos para ver qual será o objetivo do Frank no final.

4) Demolidor vs Justiceiro Fins & Meios (Daredevil vs Punisher: Means and ends nº 1 a 6)



De todos os heróis que cruzaram o caminho do Justiceiro, o Demolidor foi um de seus rivais mais recorrentes. Os dois são completos opostos, com Frank buscando executar criminosos, enquanto Demolidor acredita no sistema e busca trazer os criminosos a justiça. Naturalmente, um encontro dos dois sempre levam a várias lutas e debates sobre suas distintas ideologias.

“Fins & Meios” é o auge de sua rivalidade. Dessa vez, o Justiceiro busca eliminar o Cabeça de Martelo, que formou uma aliança com o Chacal para assumir controle do submundo de Nova York. Por causa dos ataques do vigilante a sua organização, o Cabeça de Martelo envia seus homens para caça-lo, colocando a vida de civis em perigo. Diante desse aumento de crime e violência, o Demolidor jura encontrar Frank e prendê-lo de uma vez por todas.



Diferente de outros confrontos do dois, esse é mais equilibrado, com a história mostrando as vantagens e desvantagens dos métodos tanto do Demolidor quanto do Justiceiro. Por um lado o Demolidor prender os criminosos não funciona devido a controle deles sobre outros, incluindo a prisão. Mas os métodos do Justiceiro também não são uma solução, visto que apenas leva criminosos a responderem com mais violência, colocando mais inocentes na linha de fogo (alguns que foram inspirados pelo exemplo do Frank). Isso torna o confroto do Demolidor com o Justiceiro muito mais difícil de ser julgado pelo leitor, pois, no final nenhum dos dois está absolutamente certo ou errado.

3) No sangue (The Punisher in the blood nº 1 a 5)



O inimigo mais recorrente do Justiceiro em suas história é Billy Russo, o Retalho. Originalmente ele era um bandido galã e narcisista, até que o Justiceiro jogou-o contra uma vidraça, desfigurando seu rosto, virando esse vilão insano e obcecado em se vingar de Frank.

A minissérie “No sangue” é quando suas brigas chegam a um nível mais pessoal, quando Retalho descobre que um dos aliados de Frank é seu filho, Henry. Enfurecido, Retalho dá inicio a um novo esquema: Ele contrata uma mercenária e faz o Frank acreditar que ela é sua esposa ressuscitada, atormentando-o psicologicamente. Enquanto isso, ele captura Henry e tenta convencer seu filho a ajuda-lo a eliminar o Justiceiro.






Esse arco é bem intenso, representando bem a rivalidade entre Frank e Retalho, além de explorar a temática sobre relação de pais e filhos através da dinâmica de Henry com os dois: Enquanto o Retalho é abusivo e manipulador, Frank, apesar de sua postura antipática, demonstra no se importar com a segurança do rapaz.

2) Não caia em Nova York (The Punisher vol 6 nº 06)



Como demonstrado em seus exemplos desse top, Frank Castle é bem imprevisível. Normalmente ele mata criminosos sem misericórdia, mas ele é capaz de poupar pessoas que ainda não seguiram por esse caminho. Mas como ele agiria perante um individuo que é parecido com ele? Um homem que cometeu atrocidades após ser vítima de tragédia?

“Não caia em Nova York (história escrita por Garth Ennis), responde essa pergunta com sua trama tendo o Frank na busca de um assassino, um antigo colega do exército que surtou e matou sua família. Sem saber que está sendo caçado pelo Justiceiro, o coitado fica em conflito sobre suas decisões e lidando com a tentação de matar mais pessoas.



É evidente o paralelo entre os dois personagens: Ambos foram traumatizados pela guerra e tragédia, se tornam incapazes de se reestabelecer na sociedade. O roteiro de Ennis usa isso para aumentar o suspense na hora em que eles se encontrarem, deixando os leitores na dúvida sobre o que acontecerá quando Frank confrontar esse reflexo de si mesmo. 



A forma como Frank lida com esse ex-fuzileiro é surpreendente e demonstra a complexidade do personagem.

1) Monstros do homem (The Punisher vol 11 annual 1)



Nem toda história precisa ser contada do ponto de vista do personagem-título para ser boa. As vezes elas são interessantes pelo fato de serem contadas pelas perpectiva de outros em relação ao protagonista.

No caso de “Monstros do homem”, a história é narrada por Mamdouh, um policial que está seguindo Frank, enquanto ele, por sua vez, está atrás de Nick, um criminoso responsável pela morte de um policial. Ao encontra-lo, Justiceiro mata os capangas de Nick, que é atacado por  Mamdouh, que revela ser o filho do policial que Nick matou. Com o bandido em sua mira, Mamdouh tem que tomar uma escolher entre cumprir com seu dever como policial ou ceder ao seu desejo por vingança.



Embora a história seja contada sob a perspectiva de Mamdouh, ela continua sendo um excelente estudo do Frank Castle como um indivíduo. Apesar de lutar contra crime e o pior do submundo, Frank não se enxerga como um herói. Em seus olhos, ele é um monstro com nada mais para viver exceto sua guerra e aceita isso. Mas, ao mesmo tempo, ele não é 100% apático a pessoas como Mamdouh, no final convencendo o rapaz a não matar Nick e se tornar um monstro como ele. 



Frank pode ter escolhido sua guerra eterna contra o crime, mas ele não deseja que ninguém siga por esse caminho destrutivo.

Então é isso! Para vocês, quais são as melhores histórias do Justiceiro? Sintam-se a vontade para colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo.

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