DEFENDENDO O INDEFENSÁVEL (Superman Novos 52)


Superman Sem Limites (2013). Arte por Jim Lee

Como eu conheci.

Hoje quero conversar sobre o controverso Superman dos Novos 52.

Minha primeira experiência com os quadrinhos da DC Comics aconteceu em 2019, depois de assistir à animação Liga da Justiça: Guerra. Essa história, inspirada na fase dos Novos 52, despertou minha curiosidade e me levou a explorar os quadrinhos que marcaram essa era da editora.

Print da animação Liga da Justiça Guerra (2014)

Essa animação talvez não seja tão impressionante hoje em dia, mas, na época em que assisti, me encantou completamente. Ver aqueles personagens com um estilo tão único foi incrível – até o Superman parecia muito mais interessante do que eu havia visto em outros desenhos. Foi uma ótima introdução para mim, que sempre adorei assistir a filmes da Marvel. Foi graças a essa animação que comecei a buscar scans e filmes na época, procurando algo que capturasse o mesmo espírito que ela transmitia.

Foi nessa busca por HQs que encontrei um quadrinho do Superman da fase dos Novos 52, especialmente após descobrir que essas histórias haviam inspirado, em parte, o filme O Homem de Aço. Foi assim que despertou em mim o desejo de colecionar e comprar HQs de forma intensa nos anos seguintes. Neste texto, vou me concentrar apenas na série Superman, já que ainda não reli Action Comics.

Liga da Justiça 2 (2011). Arte por Jim Lee

Por que eu gosto?

Este Superman é bem diferente do pós-Crise. Aqui, ele é mais durão, se irrita com facilidade e tende a agir de forma mais impulsiva diante dos perigos que surgem. Sei que aquela visão mais simpática tem muito charme, mas este Superman ainda preserva as características que o tornam um grande símbolo de esperança.

No arco H'el: Inferno na Terra, aquele discurso do Clark contra as atitudes de Morgan Edge e o jornalismo sensacionalista do Planeta Diário é verdadeiramente inspirador. Lembro que, quando li pela primeira vez, fiquei reflexivo ao ver Clark tomar uma atitude que ele já precisava ter tomado há muito tempo. Esse tipo de postura adiciona um carisma especial ao personagem, que, desde suas primeiras histórias, já demonstrava insatisfação com o corporativismo do jornal onde trabalha. No próprio arco mais pra frente, ele luta a todo custo para salvar o Superboy, mostrando sua determinação e altruísmo.


Página de Superman 13 (2012) Arte por Kenneth Rocafort.

"Superman: Condenado" é outra saga incrível. Ver o Superman se sacrificar para salvar a humanidade do Apocalipse foi emocionante. Apesar de ser uma releitura de A Morte do Superman, a história se mantém sólida, pois não é uma simples cópia. Ela apresenta conceitos novos e uma proposta diferente, o que a torna única. Não quero dar spoilers, já que não estou entrando em muitos detalhes sobre cada história, mas toda a construção da ameaça do Apocalipse é muito bem feita, deixando o leitor tenso e ansioso pelo que está por vir. Definitivamente, vale a pena ler.

Superman Condenado (2014) Arte por Ken Lashley.

Esses dois casos apresentam um Superman bem sólido no seu Status Quo de simbolo de esperança. São cenas assim, que durante toda a minha leitura me fizeram gostar muito dele, mesmo sabendo de todas as criticas que foram feitas a essa fase. Sem contar outras grandes histórias, como Os Homens do Amanhã e Sem Limites, que apresentam ótimos arcos para o personagem e contribuem para amadurecer ainda mais esse Superman.

Muitos julgam esse Superman pelo início de Liga da Justiça, em que ele aparece brigando com o Lanterna Verde e o Batman logo de cara. Porém, vejo isso mais como uma demonstração de força, especialmente na apresentação dos personagens para um novo público. Não encaro essa abordagem de forma tão negativa. O Superman precisava ser introduzido de uma maneira que mostrasse o enorme poder que ele possui em relação aos outros, e é inegável que isso foi bem executado. No entanto, tanto em sua revista solo quanto em Liga da Justiça, ele rapidamente amadurece e se torna algo muito maior do que essa faceta mais impulsiva.

Liga da Justiça 1 (2011). Arte por Jim Lee

Concluindo.

Um começo bem simples, que aos poucos foi se desenvolvendo e trouxe ótimas histórias para o personagem. Acredito que muitas pessoas subestimam esse Superman por conta de seu visual diferente e da reformulação que os Novos 52 trouxeram para toda a DC. No entanto, recomendo que todos deem uma nova chance ao personagem. Quem sabe, após tantos anos desde sua criação, hoje vocês possam vê-lo de uma forma diferente.

Antes que eu me esqueça, considero essa fase como a de melhor visual do Superman. Foi um grande acerto retirar a cueca por cima da calça e adotar a armadura kryptoniana. Além disso, os desenhistas dessa época capricharam muito. Artistas como Jesús Merino, Tony Daniel, Jim Lee, Rags Morales, John Romita, Ed Benes, entre outros, conseguiram dar uma identidade marcante ao personagem e trouxeram muita ação e emoção para as histórias.

Obrigado pela leitura! Se você já leu essa fase dos Novos 52, deixe seu comentário, mesmo que não tenha gostado. Quero explorar mais sobre essa fase tão controversa em textos futuros. Valeu!.



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