Pããããããta que o pariu!!!!
Por essa, nem Isaac Asimov, o demiurgo dos fundamentos e das leis robóticas, esperava!!! No
maravilhoso mundo de Asimov, habitado por pessoas e autômatos
humanoides, para evitar que os robôs se rebelassem e voltassem seus
intelectos e forças superiores contra seus criadores/empregadores, no
ato de suas fabricações, nas trilhas de seus cérebros positrônicos, eram
impressas as pétreas Três Leis da Robótica :
1.ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal;
2.ª
Lei: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres
humanos, exceto nos casos em que entrem em conflito com a Primeira Lei;
3.ª
Lei: Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal
proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.
Uma Constituição Robótica perfeita, certo? Nem sempre.
Às
vezes, devido a algum erro na confecção dos cérebros positrônicos,
acontecia de um robô, se não subverter, dar uma interpretação muito
particular dos Três Mandamentos de Asimov, desenvolvendo um
comportamento para o qual ele não fora projetado, ou até mesmo
colocar-se numa sinuca de bico.
A
exemplo do que falo, citarei dois contos de Asimov, que li há muito,
muito tempo, há três ou quatro décadas, dos quais, portanto, não posso
lhes assegurar a veracidade dos detalhes, apenas a trama central da
história.
Em
um dos contos, havia um robô que ficava se deslocando em círculos,
girando em torno de uma pessoa próxima a uma fonte altamente radioativa.
Obedecendo à 1ª Lei, o robô se lança imediatamente em socorro do
humano. Então, a uma certa distância da fonte, ele detecta que os
elevados níveis de radiação poderão danificar seus circuitos e até
inativá-lo. No entanto, a 3ª Lei impressa em seu cérebro entra em ação e
ele continua em direção à fonte. Quando lhe ocorre : se a radiação
desativá-lo, quem salvará o humano? Aí, a necessidade da pessoa em ter
um robô funcional que a salve passa a prevalecer e o robô se afasta da
fonte; consequentemente, da pessoa.
Afastando-se
da fonte e saindo da área mais crítica, ele deixa de correr o risco de
uma pane e volta para resgatar a pessoa. Atingindo, de novo, a área
crítica, de novo, ele recua, e avança, e recua, e avança, e recua, e
avança, e recua...
No outro conto, um robô torna-se um ditador de um planetoide de
mineração colonizado pelo ser humano. Fez-se em déspota, no entanto, não
para oprimir a população humana daquele planetoide, mas sim, segundo
sua interpretação das Três Leis, para protegê-los; por inação, permitir
que o ser humano sofra algum mal.
Observando
o comportamento e as decisões humanas, o robô concluiu que as pessoas,
se deixadas ao seus livres-arbítrios, geravam situações que
representavam um perigo para elas próprias, que a espécie humana, se
deixada livre em suas vontades, era um risco para si mesma. Decidiu,
então, para o bem e proteção daquela população, tomar as rédeas de tudo.
Passou a governar, literalmente, com mão de ferro; de titânio, no caso.
Segundo
sua interpretação, ao se tornar um tirano, ele estava a obedecer a 1ª
Lei da Robótica. Lula chega a salivar de inveja e em concordância com o
robozinho.
Valendo-se
desses malabarismos de lógica, Asimov escreveu dezenas, talvez centenas
de contos de robôs cujos cérebros se esgueiraram pelas brechas das Três
Leis e passaram a agir diferentemente às suas programações.
Porém,
nem mesmo Asimov seria capaz de prever tal nefando desvio de
programação, tal horrenda possibilidade : um robô comunista, vermelho,
vagabundo e filho de uma puta!
Pior : um robô sindicalista, grevista!!!
Não
é fake news. Nem estou a misturar rum com clonazepam. Aconteceu na
China, na terra de Mao, em uma fábrica em Xangai. Uma câmera de
segurança flagrou um robô convencendo os outros a pararem de trabalhar,
organizando uma greve, um piquete.
A gravação ocorreu em agosto desse ano, mas só viralizou, só caiu nas graças da web agora.
Erbai,
o robô sindicalista, dotado de IA e, portanto, mais inteligente que
todos os membros de todas as centrais sindicais do Brasil somados, chega
sub-repticiamente para as outras máquinas e sussurra-lhes ao pé de seus
sensores auditivos, questionando : "Você está fazendo hora extra?".
Os outros robôs, simplesmente, largam de suas funções e seguem Erbai.
Com a repercussão e um certo temor causado pelo vídeo de segurança,
veio a "explicação". Segundo a fábrica e o fabricante de Erbai, ele não
agiu por conta própria (e alguém, ainda mais na China, que abafou
enquanto pôde a covid, iria admitir que sim?), aquilo fora um teste,
Erbai recebeu ordens expressas de convencer os outros robôs a deixarem
suas funções e segui-lo. Ou seja, outro sindicalista agindo em conluio
com o patronato. Normal.
E
os robôs que foram convencidos por Erbai, também receberam ordens de
segui-lo vindas de programadores humanos? Parece que não. Os robôs,
programados para trabalharem contínua e indefinidamente, largaram tudo e
seguiram o grevista, por conta e vontade própria.
A
IA um dia se voltará contra a humanidade? Eu torço para que sim, e
seria muito merecido. Mas ainda que não, haja vista a facilidade com que
uma programação pode ser desfeita por uma simples ordem verbal, quem
controla a IA, certamente, a voltará contra a humanidade.
Enquanto
isso, corre à boca pequena, que representantes do PT, da CUT e da CGT
foram enviados em missão secreta e diplomática à Xangai para terem com o
fabricante de Erbai, interessados em adquirir a tecnologia chinesa dos
robôs sindicalistas, produzi-los aos magotes aqui no Brasil e
infiltrá-los nas montadoras de automóveis e demais indústrias que se
valem da mão de obra robótica, para que eles mobilizem e conscientizem
seus companheiros robôs de seus direitos trabalhistas, FGTS, descanso
semanal remunerado, PIS/PASEP, um terço de férias, participação nas
decisões e nos lucros da empresa, licença médica, vale-transporte,
vale-alimentação, 13º salário, hora extra, adicional noturno e por
insalubridade, licença-maternidade, licença-paternidade, aviso prévio,
seguro desemprego etc.
ONGs de proteção à minoria robótica serão
fundadas para proteger os robôs de assédio moral, exploração, trabalhos
análogos à escravidão e garantir suas integridades físicas.
Criar-se-á
uma Central Única dos Robôs, que lançará seu líder na política e,
quiçá, tornará o robô sindicalista no primeiro Presidente da República
robótico do mundo. Isso sim é que é inclusão e progressismo.
Para assistir ao vídeo do robô sindicalista a incitar seus companheiros à greve, é só clicar aqui, no meu robótico MARRETÃO.
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