TOP 10 MELHORES WHAT IFs DA MARVEL

 


TOP 10 MELHORES WHAT IFs DA MARVEL

Um dos conceitos sci-fy que está sendo muito explorado na fase atual do MCU é o multiverso, a ideia da existência de terras paralelas e linhas de tempo alternativa, que se distinguem por eventos que aconteceram de forma diferente no universo principal que nós, o público, acompanhamos nos filmes.



Embora esse conceito seja algo novo nos filmes da Marvel (tanto do MCU quanto de outras produções como o Aranhaverso), já tinha sido explorado nas HQs da editora, com um dos principais exemplos sendo a “What If...” (ou “E se...” na tradução).



Diferente de sua adaptação em animação, a HQ do What If... era mais uma antologia, com cada edição apresentando uma história bem fechada, mostrando o que aconteceria se um respectivo evento da cronologia da Marvel fosse alterado, com o resultado dessa mudança sempre sendo algo inesperado.




Com a série do What If... tendo concluído sua segunda temporada no final do ano passado, acho essa uma perfeita ocasião para falar da HQ que inspirou essa animação e as histórias que, em minha opinião, são as melhores dentre as edições dessa série surpreendente.

Vamos lá... Esse é o meu top 10 melhores What ifs da Marvel...

 

10) E SE... O HULK TIVESSE VIRADO UM BÁRBARO? (What If vol 1 nº23)



Escrita por Peter Gillis e com os desenhos de Herb Trimpe, essa história se passa numa realidade em que a princesa Jarella, um dos interesses românticos do Hulk, sobrevive a um evento que custou sua vida na realidade principal. Com sua amada viva, o Hulk e ela continuaram seu relacionamento até que o Hank Pym, o Homem Formiga, encontrou uma forma de envia-los de volta para o mundo de Jarella. Tendo voltado ao seu reino subatômico, Jarella reassumiu o trono, com Hulk se casando com ela, se tornando o rei e protegendo o povo de ameaças como os seguidores doas deuses sombrios.

A ideia do Hulk encontrando aceitação e um amor na vida pode até não ser novidade, tendo acontecido em muitas ocasiões na linha principal. A diferença se encontra no fato que nessa realidade, a felicidade do Hulk permanece até final, não sendo desfeita por uma tragédia como acontece nas histórias canônicas, tornando todo o desenvolvimento de seu relacionamento Jarella e a forma como isso afeta sua vida bem merecedora, ainda mais para um personagem que sofreu tanto na vida.

9) E SE ... OS VINGADORES ENFRENTASSEM GALACTUS (What If vol 2 nº41)



Escrita por Jim Valentino, essa edição se passa numa realidade em que Reed e sua família morreram quando sua nave espacial colidiu com a Terra, impedindo o universo de ter o Quarteto Fantástico. Sem a presença da Primeira Família da Marvel, os Vingadores assumem o lugar deles durante a chegada de Galactus, se opondo ao Devorador de Mundos e seu arauto, o Surfista Prateado.

Se a ideia dos Vingadores encarando o Galactus já era boa no roteiro, a execução consegue ser ainda melhor, com a história se aproveitando que se passa numa realidade alternativa para mostrar as consequências que a falta do Quarteto tem não só nesse evento específico como também na história do universo Marvel, colocando os heróis numa desvantagem ainda maior do que o Quarteto passou na realidade principal. Mas, mesmo sendo uma a versão alternativa, a história consegue capturar a essência e o tom de suspense da Trilogia do Galactus, com a batalha tendo vários twists e momentos que mantém a atenção do leitor.

8) E SE... O WOLVERINE TIVESSE MATADO O HULK? (What If  vol 1 nº31)



Escrita por Rich Margopoulos, essa história retrata uma nova versão da primeira aparição do Wolverine e seu conflito com o Hulk. Nessa realidade, Logan conseguiu cumprir sua missão e matou o Golias Verde, um ato que o tornou famoso. Porém, isso também chamou a atenção de Magneto e a Irmandade dos Mutantes, que recruta Logan para se infiltrar nos X-men e ajudar o Mestre do Magnetismo a derrota-los. Mas, ao desenvolver sentimentos pela Jean Grey, Logan se encontra dividido entre as duas equipes.

Quem leu o universo Ultimate, deve ter notado que esse What If foi uma inspiração por trás da história do Ultimate Wolverine, dele começando como um assassino a serviço de Magneto que acaba se redimindo e se une aos X-men. Mas What If consegue se diferenciar, não só tendo um final trágico como também dando ao Logan motivações compreensíveis para ter se unido ao Magneto, demonstrado como o fato dele ter falhado em matar o Hulk na linha principal e se unido aos X-men antes foi importante para o personagem evoluir de um ranzinza descontrolado para um guerreiro mais sábio e autocontrolado.

7) E SE... THOR E OS VINGADORES TIVESSEM ENFRENTADO OS DEUSES (What If vol 1 nº25)



Escrita por Peter Gillis e com a arte de Richard Buckler e Dave SImons, essa história se passa quando Thor levou Jane a Asgard, na esperança de que ela passasse nos teste de seu pai Odin para se tornar uma imortal e poder se casar com ele. Tal como na realidade principal, Jane falha e é devolvida para Terra.  Mas, diferente do Thor da realidade 616, que aceitou a decisão de seu pai e eventualmente encontrou um novo amor na Lady Sif, o Thor dessa realidade protestou e, após ser banido por Odin, ele reuniu os Vingadores e inicio um ataque a Asgard, resultando numa guerra civil entre Thor e seu pai.

Embora seja divertido ver os heróis da Marvel lutando contra os deuses nórdicos, dessa história, tal como Guerra Civil no MCU, dá uma abordagem bem mais pessoal, com o foco sendo dado mais para a relação do Thor com o Odin e o conflito entre eles afeta sua relação e as pessoas ao seu redor. Se as histórias do Thor do universo principal são sobre um filho e um pai que tem que se entender, essa história representa o que pode acontecer caso eles não se entendem-se e fossem consumidos por seus argumentos e diferenças.

6) E SE... O PROFESSOR X TIVESSE VIRADO O FANÁTICO (What If vol 2 nº13)



Escrita pelo grande Kurt Busiek, essa What If se passa numa realidade em que Charles Xavier foi quem entrou em contato com o rubi de Cytorak, ganhando os poderes do Fanático. Combinando seus poderes mentais a sua força adquiria pela joia, Xavier começa a lutar pelos mutantes contra a opressão, disposto a criar um mundo melhor para eles... não importa os meios que ele tenha que recorrer.

Como muitas boas histórias do X-men, a força desse What If é a forma como usa a transformação do Xavier no Fanático para abordar temas bem relevantes como questão da segurança vs liberdade e o preço para manter uma utopia. As intenções do Xavier em querer garantir a segurança da raça mutante é boa, porém os métodos que ele vai criando para realizar seu sonho vão se tornando cada vez mais questionáveis, a ponto dele se tornar apenas mais um tirano cruel, não tão diferente do Magneto.

A história faz um bom uso dos X-men, em particular o Ciclope e a Jean, como os olhos do público, com eles observando as ações do Xavier e discutindo a moralidade delas, dessa forma, fazendo o público refletir sobre as mesmas questões.

5) E SE... OUTRA PESSOA, ALÉM DO HOMEM ARANHA, TIVESSE SIDO PICADA PELA ARANHA RADIOATIVA? (What If vol 1 nº07)



Escrita por Don Glut e com a arte de Rick Hoberg, essa edição de What If segue um estilo de antologia, apresentando três histórias em que a aranha radioativa que deu os poderes de Aranha para Peter Parker picasse outras pessoas: Flash Thompson, Betty Brant e John Jameson. Embora os 3 recebam poderes e, por motivos distintos, se tornem combates do crime, logo eles acabam tendo que lidar com um preço que vem com esse tipo de vida.

O legal do Aranha é o fato dele ser um personagem relacionável, com o qual qualquer leitor consegue se imaginar no lugar dele. Nas palavras do próprio Stan “Qualquer um pode usar aquela máscara” e essas três histórias exemplificam perfeitamente essa frase. Os Aranhas podem não ser o Peter Parker, mas conseguem ter dramas bem relacionáveis e similares ao do rapaz. Não me surpreenderia se fosse revelado que essa história foi a base para os Aranhas que temos na atualidade, como o Miles Morales, o Miguel O’Hara e a Spider Gwen.

 

4) E SE... O DOUTOR DESTINO TIVESSE VIRADO UM HERÓI ? (What If vol 1 nº22)



Nessa história escrita por Don Glut, é mostrada uma realidade em que Victor Von Doom nunca sofreu o acidente que desfigurou seu rosto. O motivo disso foi o fato do futuro Doutor Destino ter optado por dar ouvidos a Reed Richards, que ganhou o respeito de Doom. Após se deixar a faculdade, Destino continuou sua jornada, forjando uma nova armadura, e obtendo várias conquistas, desde resgatar a alma de sua mãe do reino de Mephisto a libertar seu povo da tirania do príncipe Rudolph. No final, Victor tinha tudo que desejava, sendo rei de Latvéria e se casado com sua amada Valeria. Porém sua felicidade não durou para sempre, pois o demônio Mephisto, voltou para se vingar, colocando as almas de todos os habitantes de Latvéria em perigo. Para poder salvar seu reino, Victor foi forçado a tomar uma decisão com graves consequências.

O interessante desse what if é como tira um dos aspectos fundamentais de um personagem e mostra como pouco mudou nele. O Dr Destino nessa história pode até não ter sofrido o acidente ou ter ódio pelo Reed mas ele seguiu um caminho similar a sua versão principal, tomando decisões que refletem sua arrogância. Isso demonstra como no final de tudo, não foram as ações de pessoas como Reed, que levaram Destino a ter essa vida difícil. Foi tudo causado pelo próprio Victor e suas escolhas egocêntricas.

3) E SE... O CAPITÃO AMÉRICA TIVESSE SIDO REVIVIDO HOJE? (What If  vol 1 nº44)



Escrita por Peter Gillis e com os desenhos do inconfundível Sal Buscema, essa história mostra uma realidade em que Steve Rogers nunca foi encontrado pelos Vingadores, deixando ainda preso no gelo. Na ausência do Capitão e com os Vingadores tendo se desfeito (pois não tinham o Steve para mantê-los unidos), um grupo formados por várias organizações (ex: Os filhos da Serpente, o Império Secreto) despertam William Burnside e Jack Monroe, o Capitão e o Bucky dos anos 50. Se passando pelo Steve Rogers, Burnside e seu parceiro aos poucos vão conquistando a população e manipulando eventos que levam o grupo de vilões a assumir controle do governo e adotar um sistema totalitário. A única esperança surge quando a resistência encontra o verdadeiro Steve Rogers, que forma um grupo de heróis para derrotar os vilões e confrontar o Capitão América impostor.

Essa história é mais um exemplo do What If abordando algo que se tornaria recorrente nas futuras histórias, nesse caso a ideia de vilões usando a imagem do Capitão América para manipular a população, demonstrando a influência que o Capitão tem no universo Marvel e como seus valores podem ser distorcidos para beneficiar grupos extremistas.

A história age como um bom comentário na paranoia e preconceito na década de 60 e como esses aspectos, se não enfrentados, podem ser usados levar uma democracia a se tornar uma ditadura.

2) E SE...O DOUTOR ESTRANHO TIVESSE SIDO UM DISCÍPULO DE DORMAMMU? (What If vol 1 nº18)



Escrita por Peter Gillis e com a arte de Tom Sutton, essa HQ mostra uma versão alternativa da origem do Doutor Estranho, onde Strange tem suas mãos curadas pelo Barão Mordo, antes que ele aprende-se a lição de humildade e aceita-se ser aprendiz do Ancião. Tentado pelo poder místico, Strange se alia a Mordo e aceita discípulo de Dormammu. Isso o leva a se tornar um feiticeiro tão poderoso que o Ancião acaba tendo que recorrer a Eternidade para deter a ameaça representa pelo Dormammu e seu novo aprendiz.

Dá pra notar que essa história foi uma inspiração para o Doutor Estranho Supremo que a maioria conhece na série animada do What If. Porém o que torna essa versão do Strange mais interessante é a forma como sua história destaca a importância de seu treinamento nas artes místicas não só em tornar o Strange poderoso mas também torna-lo mais humilde e sábio. O fato de Dormammu e Mordo conseguem manipular Strange simplesmente dando a ele o que ele quer, funciona para história passar aos leitores uma lição sobre os perigos de escolher o caminho fácil e forma como isso pode afetar o caráter de um indivíduo.

1) E SE... O QUARTETO FANTÁSTICO NÃO TIVESSE GANHADO SEUS PODERES? (What If vol 1 nº36)



Escrita e desenhada por John Byrne, essa what if se passa numa realidade em que a viagem de Reed e sua família no espaço foi um sucesso, e eles não sofreram o acidente com os raios cósmicos que lhe deram seus poderes. Mas as coisas complicam quando o Toupeira inicia seu ataque ao mundo superfície, criando com isso o dilema da história: Quem irá impedi-lo, com a ausência do Quarteto Fantástico?

O legal dessa HQ e como, apesar de ser uma what if, onde muitos esperam algo diferente do que aconteceu na linha principal (o universo 616), os eventos dessa história não são tão diferentes do que aconteceu no Fantastic Four nº1. O Toupeira executa o mesmo plano que na primeira HQ do Quarteto e Reed e sua família são os protagonistas que tentam impedi-lo, mesmo não tendo seus poderes.

Claro que esses tipos de histórias onde super heróis perdem seus poderes e tem que se virar sem eles costumam rolar na cronologia principal, mas o fato dos quatros nunca terem recebido e essas habilidades e ainda assim tentam enfrentar o Toupeira destaca como nunca foi o acidente que transformou Reed e sua família em heróis e sim seu desejo por aventura e explorar o desconhecido. Isso tudo não só dá a história uma aventura divertida e cheia de suspense, como ensina como não é preciso ser um super herói para fazer coisas incríveis, as vezes, só é preciso ser apenas uma pessoa (ou nesse caso quatro) corajosa e com força de vontade para encarar grandes desafios e ajudar pessoas. Na minha opinião, isso não só uma grande mensagem para se dar numa HQ como também reflete o conceito que Stan Lee para os heróis da Marvel, valorizando não os super heróis mas as pessoas por trás dos poderes e seus dramas que os torna tão relacionáveis.



Então é isso! Quais são os melhores what ifs da Marvel? Sintam-se a vontade para colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo.


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