FANFIC: Super-Herói por Bart Batson


Narração em off

Essa é uma arte bem curiosa! Pois se bem usada, ela poderá enriquecer sua história, mas se mal utilizada, ela poderá evidenciar a mediocridade de seu texto! Por exemplo, a narração do filme Taxi Driver é boa pois ela é usada tanto para criar atmosfera do filme quanto para construir o protagonista. Ela é tão importante que faz o filme ser uma coisa com ela, e outra sem ela! Diferente de filmes como As Patricinhas de Beverly Hills que..tanto faz! A narração só descreve o que já está evidente!

Então terei que ser mais sábio para fazer a minha narração!

Pode até parecer meio idiota para você, caro leitor, mas, tente se imaginar no meu lugar! Eu gosto de escrever histórias desde criança mas...nunca tive a oportunidade de contar nenhuma! Só agora depois de tanto tempo trabalhando na Editora Arcano é que finalmente poderei apresentar um pitch.

E além do mais, tenho que terminar isso o quanto antes, pois às 16:00 tenho um encontro marcado com Louise Lavínia, repórter importante daqui que é a minha LITERAL garota dos sonhos! E às 19:00 tenho a festa da firma da editora...e não...queria faltar dessa vez!...talvez devesse....mas como poderei então causar uma boa impressão pro chefe antes da apresentação de amanhã?

Já decepcionei a Louise uma vez, já decepcionei a editora uma vez e...aff...tenho que terminar isso o mais rápido possível! Meu dia está complicaaado...

Não queria falhar na apresentação das minhas ideias amanhã, pois, se eu falhar nessa primeira proposta, as outras poderão não ser contadas, e também não queria me perder no tempo e decepcionar a Louise...e também com o pessoal....pelo menos a Louise me entenderia agora visto que eu já contei pra ela...

...hum..

....mas os outros não..

..aiai.....

...será que eu deveria me aprofundar mais nesses meus exemplares de Sobre Histórias do C. S. Lewis e no Herói de Mil Faces do Joseph Campbell para conseguir escrever algo bom o suficiente?.....na real....talvez esteja me cobrando demais para algo que deveria ser simples, mas de qualquer forma, isso não quer dizer que não tenho um ponto válido!

Mas do que se trata a minha história? Bem, eu gostaria de saber também! 

"Por que se tenho tantas ideias?" Você me pergunta

É porque não queria começar com minhas ideias grandes logo de cara, entende? Por  isso que vou tentar fazer algo mais simples para esse primeiro trabalho! E é por causa disso que decidi escrever uma história de super-herói! Meu pai e eu adorávamos! Ele era escritor e grande fã de quadrinhos, e sempre me dava dicas preciosas quando precisava para escrever:

"..bom filho, toda vez que tento escrever alguma historinha, sempre tento me inspirar em 3 grandes artistas, Will Eisner, Wally Wood, e Jack Kirby! Will Eisner reconhecia que o ambiente ao redor fazia parte da história, logo, ele sempre fazia o cenário contar a história muito mais que o próprio texto, isso dava um charme em suas obras! Wally Wood era um mestre das narrativas, mesmo que algumas de suas histórias tivessem propostas simples, ele as contava da melhor maneira possível com uma precisão inigualável, enquanto que Jack Kirby, apesar de não ter as melhores narrativas, suas obras tinham algo que muitas hoje em dia não tem: coração! Na infância, Kirby usava os desenhos como válvula de escape, e muitas vezes, ele expressava o que sentia através de suas artes, até mesmo quando adulto ele continuou assim! Isso faz suas obras serem tão especiais até hoje!

Se fosse para escolher entre o "charme de Will Eisner", a "precisão de Wally Wood" e o "Coração de Jack Kirby", escolheria o caminho do Kirby, pois no fim, toda obra é um reflexo do coração de seu artista! Tanto nos seus momentos bons, quanto nos ruins!.."
- Batson, Pai. 2005

(Como é bom ter flashbacks de vez em quando!)

Ele era quase que o meu "Jonathan Kent", meu "Tio Ben"...como queria que estivesse aqui!
Bom, chega de enrolação, e vamos logo com essa bagaça! "Coração de Jack Kirby"....hum....o que o Kirby faria no meu lugar?..não pera...isso não está certo! Ele não gostaria que pensasse assim! Tanto é que uma vez, um escritor, que não lembro quem foi, roteirizou uma hq dos Desafiadores do Desconhecido e ficou com medo que o Kirby lesse, pois o que ele havia escrito era muito diferente do conceito original. Mas no dia que Jack leu tudo, ele parabenizou o cara porque era isso que ele esperava! Que ele fosse autêntico! Genuíno! Assim como ele havia sido nas hqs originais! Então, eu não tenho que pensar no "coração do Kirby", tenho que pensar no meu coração! Mas o que têm nele?

Deixa eu ver:
Um pouco de melancolia...alguma ansiedade...muito medo..
Acho que não vou trazer isso para a minha primeira proposta de emprego!
Deixa eu tentar outra coisa:
"Era mais um dia normal em uma época não tão especial!.."

Não, isso tá horrível!
"Era mais uma tarde na grande cidade de Parksville, em um dia não tão bom para seus cidadãos!.."

Visto que é um pitch, acho que devo escrever de uma outra forma! Talvez sem narração em off?...vamos ver!
"Nossa história começa em uma cidade metropolitana chamada de..

de..

..bezpieczna?

..achei chique! É a única palavra polonesa que conheço!....Nada me impede de fazer isso!

"(...) através da narração do protagonista, veríamos que era até então uma tarde comum para todo mundo, quando então, das profundezas de seu céu ensolarado, surge uma enorme criatura que cobre o lindo dia ensolarado com as trevas das sombras causadas por uma enorme criatura. Essa terrível criatura era ninguém menos que o próprio..."

...dragão?

...Sim, dragão!

..dragão..franksteein...branco...dos céus de sol!!

..Isso! "..Dragão Franksteein Branco dos Céus de Sol!! Ele veio para destruir os belíssimos prédios da paisagem..."

Tá, está sendo divertido escrever isso! kkkkkkk...não sei se deveria apresentar essa ideia mas...vamos ver no que vai dar!

"..quando a segurança dos nobres cidadãos começou a ser ameaçada, veio também dos céus, outra figura que poderá mudar essa situação toda! Seria um passarinho? Uma nave? Não, era o super-herói oficial daquela cidade, que chegou logo carregando seu punho com energia cósmica

- SUPER SOCO DO TROVÃO!!! -  Gritou o herói batendo no Dragão

A enorme criatura bestial é arremessada para longe com o grande poder do "supersoco", mas logo se recupera ao se posicionar estrategicamente seu pouso.

- Pelo visto a criatura é mais inteligente do que pensava! - Pensou o Herói consigo mesmo - Terei que ser mais esperto que ele para poder vencê-lo sem afetar os nobres cidadãos!

Antes que nosso herói pudesse fazer algo, o Dragão Fanksteein Branco dos Céus de Sol soltou uma grande rajada de suas chamas pra cima dele, com o intuito de destruí-lo, mas por algum motivo, o fogo não conseguiu destruir nem o "supertaje" de nosso magnífico super-herói.

- Interessante! - Pensou ele em voz alta - A prata de meu "supertraje" não pode ser dissolvido pelo fogo! Será que ela tem outros efeitos nele?

O herói tira seus braceletes de prata e joga contra o rosto do dragão, e isso afeta grandemente o grande monstro.

- Ótimo! - Pensou o herói consigo - Poderei usar a prata como arma contra o dragão! Mas onde poderei achar prata suficiente no meio disso tudo?

Olhando para os lados, o herói notou alguns utensílios de prata destruídos pelo dragão, e partiu em direção delas para poder pegá-las, mas o monstro conseguiu atrapalhar sua trajetória, e obrigou ele a se defender com o que tinha.

- EXPLOSÃO CÓSMICA!! - Gritou nosso herói jogando uma bola de energia cósmica para despistar o dragão.."

Ué? Já estou começando a ficar cansado de escrever? Eu mal comecei...deixa eu terminar no mínimo essa cena inicial!

"..O nosso herói então decidiu pegar os utensílios que tinha no local enquanto despistava o dragão manipulando a prata que possuía, com o intuito de colocá-lo em uma armadilha. E então, depois de tanto bater na enorme criatura, o herói manipulou mentalmente todo a prata que conseguiu reunir em volta, e construiu uma pequena prisão para cercar o bicho, da mesma forma que o Homem-Aranha fez com o Venom em Homem-Aranha 3, fazendo com que assim, o dragão fosse finalmente vencido.

E mais uma vez, o dia foi salvo pelos heróis oficiais do governo de Bezpieczna, mostrando assim, que os cidadãos sempre estarão seguros em qualquer situação."

Ok, foi uma experiência até que divertida escrever isso mas..não sei...falta algo nessa história..parece meio vazia, meio inverossímil..

Pera...que som é esse? Som de...gritos e...destruição em massa?...acho que vou ter que descobrir de forma literal se minha história é inverossímil ou não...tenho que me trocar e...ah pera! Eu não contei para vocês que sou um super-herói, né? Na real, não contei quase nada sobre mim!

Bom, enquanto me troco e parto com minha dimensão de bolso retrátil (Sim! Isso existe!) permitam que me apresente melhor (Droga de roupa difícil de tirar!)

Meu nome é Bart Batson, até os meus 12 anos pensava que era apenas um garoto comum que nasceu em 1998 e era filho biológico de Jonas e Gleyce Batson! Vivo no mesmo universo de Pugiles, OU SEJA, habito em um universo cercado por super-heróis dos variados tipos! (Ou melhor, vivia! pois a Aliança da Aurora "deixou de existir" em 2011...mas vocês me entenderam!) Isso, somado ao fato de meu pai ser um escritor apaixonado por quadrinhos de heróis, me fez crescer sendo fã do gênero, e isso de certa forma moldou meu caráter!

Aos 12 anos comecei a manifestar poderes cósmicos, que saiam direto de meu coração, e assim como todo moleque inocente fã de super-heróis, eu os usei para benefício próprio e ajudar algumas pessoas pois ISSO ERA UM MÁXIMO!!! Porém, para a minha surpresa, meu pai me proibiu de usar os poderes em público no dia que descobriu. De início eu não havia entendido, mas com o tempo, conforme as coisas iam acontecendo, eu meio que acabei o compreendendo melhor.

Meu verdadeiro nome é Karl Clark, sou filho de uma família em que quase todo mundo é super-herói, e atuava (ou ainda atuará!) no ano de 2113. No futuro, tudo deu errado! E todos eles tentaram fazer a diferença no mundo, mas não conseguiram! Meu tio até tentou fazer algo mais severo, mais de nada adiantou, pois o mundo acabou se autodestruindo sozinho!

Diante da falta de soluções em seu tempo, Joel e Martha decidiram viajar de volta no tempo para o ano de 1998, quando os problemas supostamente começaram, com o objetivo de mudar eventos específicos e alterar o destino trágico do mundo. Eles construíram a Inteligência Artificial chamada Ella para auxiliar na missão e até se aliaram aos antepassados de Joel, meus pais adotivos, para essa missão. No entanto, durante a viagem no tempo, ocorreu um acidente e apenas eu consegui chegar vivo. Jonas e Gleyce, então, decidiram me adotar, e o resto é história!

Minha mãe, Gleyce, tinha medo que eu me perdesse no meio do caminho, enquanto que meu pai, Jonas, tinha medo da minha segurança, pois escrever super-heróis é uma coisa e viver como um é outra! Era só ver os perrengues que o Altiorem e a Aliança da Aurora passaram de 1956 pra cá que, como falei, não existem mais no meu tempo! Pelo menos, eles tinham um ponto! Mas mesmo assim, com os poderes se manifestando cada vez mais fortes somado a vontade que tinha de ajudar as pessoas cresceu em mim, e não tive outra escolha a não ser me tornar em um super-herói em 2016, e de quebra, mudar um pouco o destino! Curiosamente, meus pais me apoiaram, depois de um tempo, e confiaram em mim! Até o dia em que morreram....eu...sinto falta deles! Quantas coisas eu queria falar com eles se pudesse...mas pelo menos eu tenho vocês! Grande público! Vocês podem até não me responder, mas eu sei que vocês estão aí lendo essa fanfic e me acompanhando, e para mim isso é o suficiente! Pois, sabe? É bom saber que tem alguém ouvindo o que você tem a falar de vez em quando! Só não prometo não ser chato de vez em quando! kkkkkkk

Desde que sai da casa de meus pais, vivi altas aventuras! Enfrentei super vilões malignos, caí, e depois superei vencendo ele! Enfrentei uma super gangue do mal, caí, e depois superei vencendo eles! Enfrentei alienígenas caí, e depois superei vencendo ele!....enfrentei um "vilão sem rosto", um vilão sombra....caí, e depois superei vencendo eles tudo...e minha vida tem sido isso....me deu uma bad agora...

Enfim, acho que enrolei demais! Voltando ao roteiro...

Bom, todos esses gritos começaram daqui, no centro da cidade metropolitana de São Paulo, era até então uma tarde comum por aqui até que algo grandioso ocorreu! Algumas casas estão destruídas e essa rua especifica que estou sobrevoando agora está toda bagunçada, parece que alguém vilanescamente poderoso passou por aqui, mas...pelo que ouvi não parecia alguém humano e sim...uma besta! Será que...naaaa, não é possível...deixa eu perguntar pra alguém aqui!

Após ajudar algumas pessoas no caminho, eu pergunto para um velho:

- Oi, bom dia, senhor! - Digo eu com minha pose de herói - Poderiam me dizer o que "ocorrestes" por aqui?

- Você não é herói, é? - Perguntou o velho me estranhando

- Sou! Por que a pergunta?

- Bom...você é...diferente!

Diferente? Como assim?! Ele por acaso está me achando feio?! Gordo? Cara de coxinha da barba mal feita?! Cabeludo?!! Ah, como se ele fosse o homem mais bonito do mundo esse velho carcum..

..isso está ficando especifico demais...desculpe..

- ...Ah - Disse eu ainda tentando manter minha pose heroica - Mas sim, sou o herói hoje!

- E qual seria seu nome, rapaz super-herói?

- Super-Herói!

- Ah, sim, eu sei que você é um super-herói, mas qual seria seu codinome?

- Super-Herói!

- ...você é um super-herói chamado Super-Herói?

- Sim! - Disse eu na maior tranquilidade enquanto o velho ficava confuso

Em minha defesa: Não sou muito bom com nomes e decidi escolher logo esse pois não queria que a mídia escolhesse algum por mim, e também, existe algum outro super-herói chamado "Super-Herói"? Não! Então o que me impede?

Enfim, voltando...

- Enfim, o que ocorreu por aqui?

- Um dragão passou por aqui e destruiu tudo!

Ele fala com uma naturalidade...

- E o que aconteceu com esse dragão?

- Eu sei lá, a última vez que vi acho que ele estava abrindo um portal!

- Tipo o dragão feiticeiro que a Aliança da Aurora enfrentou?

- Acho que era o mesmo!

- Impossível! Eles mataram o bicho em rede nacional!

- Mataram ou fizeram ele adormecer? Hum? Você sabe, os heróis costumam mentir para manter as pessoas calmas!

- Huff! Mas se fosse assim, essa informação teria sido revelado com o vazamento dos arquivos da Aliança!

- Vai que essa informação não estava disponível na hora de vazar, né..

- ...notei que o senhor não gosta muito de super-heróis!

- Gosto mais da dos desenhos! Pelo menos lá eles são honestos!

- Bom, você pode contar comigo!

- Porque? Por acaso você é diferente dos heróis da Aliança da Aurora?

- Claro!

- Por quê?

- ..digamos que eu tento ser honesto como os heróis de desenho!

- E isso significa?

- ...significa que o senhor pode contar comigo para ajuda! - Não sei se essa foi uma boa resposta, mas era o que tinha!

- Huff!

- Mas agora eu preciso de sua ajuda! Queria saber de algumas informações!

- Bom, eu já te disse tudo que sei! Mas se você quer informações, meu rapaz, talvez os policiais da esquina possam te ajudar!

- É..talvez!

Eu me lembrei que o pai do Francisco Marques, meu amigo e colega de trabalho, era policial, e busquei a ajuda dele para acessar as filmagens de câmeras de segurança locais e ver se tudo aquilo foi causado pelo dragão ou não. Apesar dele ter me oferecido grande auxílio (coisa que digamos não acontece muito!), não conseguimos nada muito importante pois, por algum motivo, as coisas se destruíam sozinho, e as câmeras não captaram literalmente nada, assim como o dragão que a Aliança da Aurora enfrentou...hum...

Depois de agradecê-lo, eu partir para o único lugar que poderia me trazer informações sobre, o QG Terrestre da Aliança da Aurora! E cara, como tudo aqui está decaído! Muitos fatores contribuíram para o fim do grupo, e uma delas, foi a destruição desse QG causada pelos ascendentes da heroína Raquel em 2011. Tudo aqui foi simplesmente obliterado! Os restos das antigas estruturas estão queimados, o ar está poluído, os equipamentos de abertura para dimensões de bolso estão caindo aos pedaços debaixo desses destroços, se bem que, olhando daqui, nem parecem tão danificadas, parecem estarem no mesmo estado das dimensões que tenho e

..o que é isso?

...

..eu conheço esse som!

..

Deve ser!...tenho que prestar atenção agora pois, se for mesmo ele, esse bicho costuma se tornar invisível...mas será?

...

..

.

..até agora nada..

..quando me viro, surge das profundezas do céu, no fim daquele dia ensolarado, uma enorme criatura que, rapidamente, cobriu os lindos raios de sol desse dia com as trevas causadas por ela. Essa terrível criatura era ninguém menos que o próprio...pera...

- É REALMENTE O MESMO DARGÃO FELADAP...

O Dragão então me dá um soco com seus poderes místicos e me deixa desnorteado

- AAUUUUUUUUUUUUU

Aiaiaiaiai, tenho que parar de falar palavrão, sempre dá azar para mim! AIII que dor!! Mas é claro, dragões tem golpes fortes mesmo, idiota! Não consigo acreditar que esse é realmente o mesmo dragão que a Aliança da Aurora enfrentou!

Depois de recuperar minha consciência, o dragão veio para cima de mim tentando me matar e....vendo de perto agora, acho que acredito que esse é o mesmo dragão!

- IAUUUU!!! - Gritei eu por impulso quando rapidamente escapei por baixo do bicho

Pelo visto, esse dragão não veio somente para destruir os belíssimos prédios da paisagem!

O que eu faço? O que eu faço? O que eu faço? Perai, os equipamentos de abertura para dimensões de bolso, é claro!! Se eu der um trato rápido com meus poderes cósmicos posso aprisionar o bichinho! Mas tenho que ser rápido, ou se não a segurança dos nobres cidadãos começará a ser ameaçada! Então tenho que manter ele aqui no QG!

Eu tento dar uns socos fortes no dragão para empurrá-lo para perto ao mesmo tempo que tentava dar meu jeito pra fazer os porte de dimensão de bolso funcionarem! Eu tentei mudar essa situação toda com meu soco especial carregado com energia cósmica.

- SUPER SOCO DO TROVÃO CARAL.... - Meu soco não surtiu efeito, porque ele era mais poderoso que eu, ou seja, quebrei minha mão e ele não mexeu nem um pouco - .PORR..

POW!!

Com mais um golpe do dragão, eu sou levado para longe, tenho que parar de falar palavrão!

Me quebro todo no chão, mas me levanto como um verdadeiro campeão e volto para mais um round e

POW!!

Com mais um golpe do dragão eu sou levado para longe, e me quebro todo no chão de novo, mas me levanto como um verdadeiro campeão e volto para mais um round. Pelo visto, a criatura era mais inteligente do que pensava!

Eu, tentando ser mais esperto que o dragão, rapidamente me desviei de seus socos diretos e fui logo ajeitar os equipamentos de dimensões de bolso. Mesmo com minha super velocidade, parece que não tenho tempo!

Para ganhar tempo, eu tento dar uns super socos no bicho, volto rapidinho para cuidar dos equipamentos e depois volto e repito esse processo até onde dá! Me cansei rápido nesse processo todo!

Antes que eu pudesse fazer dar um décimo soco seguido, o Dragão criou um pequeno portal e usou sua energia contra mim, por algum motivo, esse ataque conseguiu destruir quase todo o "supertaje" de nanotecnologia.

- AAAAAAAAAAAHHHHHH!!! - Gritei de dor após eu escapar de outra rajada - Droga de uniforme futurista!!! DROGA DE DRAGÃO!!!

Por impulso, acabei jogando alguns pedaços dos destroços do QG no dragão, e nada parecia o machucar de verdade, ele só fica incomodado da mesma forma que uma pessoa comum fica incomodada quando cai poeira no cabelo

Perai, isso pode ser útil!

Antes que ele conjurasse outro feitiço contra mim, eu o deixei desnorteado jogando vários destroços do QG contra várias partes de seu corpo, e termino meu trato nos três equipamentos de dimensão de bolso. Com alguns golpes cósmicos super rápidos, induzo o bicho a caminhar para trás bem no centro da armadilha que formei! Mesmo que ele tenha tentado andar pra frente de novo, eu consegui fazer ele no mínimo ativar um equipamento, o que fez com que os outros três fossem automaticamente ligados no processo, e ele fosse teletransportado para essa dimensão de bolso que criei.

E assim, tudo se acalmou. As ruínas do QG pairam silenciosas novamente, e respiro fundo olhando para onde o dragão está preso, incapaz de sair. Olho para o uniforme futurista, cheio de rachaduras e marcas da batalha, mas ainda inteiro. Foi um desafio grande, pelo menos tudo deu certo, e agora eu sei que a historinha que escrevi não é nada verossímil!

Tenho que fazer uns ajustes na minha historinha!

Depois de tudo isso, eu entrego a dimensão de bolso com o dragão para o exército de Brasília, as únicas pessoas capacitadas o suficiente nesse momento para guardar isso! E volto para o meu pequeno quarto terminar o meu pitch! Tento trazer um pouco da minha experiência pessoal com o dragão pra historinha, mas sinto que ela não vai cativar o público. Sendo assim, decido recomeçar do zero, buscando inspiração nos filmes da Marvel, que têm sido um sucesso indiscutível (pelo menos até onde eu sei!) e tento emular sua fórmula.

Agora minha história será leve e divertida com uns toques de drama por cima pra não chatear alguns telespectadores mais exigentes! Acompanharemos a jornada de 4 personagens. O protagonista é um cara que costuma fazer muitas piadinhas e referências a música pop antiga (pois são as únicas que ele conhece!) e começou a ser herói depois que seus Daddy Issues se intensificam e com a morte de um ente querido. O interesse romântico, uma mulher séria para contrastar com a personalidade do herói e criar uma dinâmica legal de se ver! O alívio cômico feio que faz mais piadinhas para o público se identificar e que vai ajudar de alguma forma na batalha final...eu acho...e o quarto protagonista que vai acabar se tornando em vilão no final pra continuação!

A história começa contando a origem do vilão, e explicaria em cinco minutos as suas motivações e o porque dele querer esse mcguffin específico que criei mas não tenho ideia para nome mas que vai ser importante na continuação! Coincidentemente ou não, os nossos heróis precisam desse mcguffin, e todos eles vão enfrentar um grande desafio para isso, principalmente o herói, pois o vilão possui os mesmos poderes que ele! Vou usar um pouco da jornada do herói, mas não muito, para me "adequar aos gostos do público", e já vou começar com uma grande cena de ação para logo prender de cara a atenção da audiência!

Com base em suas habilidades tecnológicas (não mágicas!), os heróis e vilões vão de um canto para o outro do mundo para manter o pessoal animado e não achar tudo chato! Todas as cenas de ação serão movidas com músicas de cultura pop de sucesso hoje e as piadinhas sarcásticas e irônicas manterão o público engajado!

Depois de derrotarem o vilão e seus minions, os heróis conseguirão o mcguffin e analisarão ela junto de outro herói, que fará seu cameo para aparecer aqui e depois em filme solo sem precisar contar sua origem lá!

Depois, teria uma segunda grande luta com o vilão e seus minions e os heróis perderiam o mcguffin pro vilão agora. Eles não vão se ferir muito, mas vão sair abalados emocionalmente! Depois de uma ceninha calma rápida, ocorreria a batalha final, o vilão iria soltar uns raios azuis no céu e destruiria parte da cidade para ganhar vantagens nos heróis, os heróis chegam de forma épica e lutam com os minions de pouco a pouco até chegar no chefão final. No fim, os heróis ajudam algumas pessoas sem importância sem suas máscaras e causariam uma morte horrível no vilão, e teria uma cena pós-créditos preparando para um vilão maior e...

Tem alguma coisa errada!

Agora sim eu acho que estou escrevendo algo não muito bom! Talvez tenha sido genérico demais na hora de usar a fórmula da Marvel Studios, mas será? Para confirmar minhas suspeitas, ao meio dia, levei meu amigo Francisco Marques com minha dimensão de bolso retrátil ao encontro de Jhon Victor, um colega de trabalho nosso que gosta de histórias de super-herói também, para ver o que ele acha sinceramente do que escrevi.

- É para ser sincero? - Pergunta ele para confirmar - Eu não sei o que falar!

- Sim! - Francisco acaba respondendo por mim

- Só seja honesto! - Digo eu ansioso para sua resposta

Mudando sua expressão de olhar, Jhon sentou na cadeira do seu escritório e me respondeu suavemente:

- ...a mediocridade presente nesse texto me doeu até na alma! E com certeza, tudo que li tirou todas as forças que tinha de no mínimo terminar! Preferia mil vezes que isso fosse assumidamente ruim pois, no mínimo, eu sentiria alguma coisa, diferente desse produto vazio e insignificante!

Depois de eu ficar meio em choque por alguns segundos, Jhon percebeu isso e tentou amenizar a situação.

- ..desculpe...fui muito grosso?

- Sim! kkkkkkkk - Disse Francisco

- Ah...desculpe Bart, eu..

- Não, tudo bem! - Disse Francisco tomando a fala - Pelo menos foi sincero.! Eu não seria tão... extremo em minha crítica. Eu também não sabia muito o que dizer quando li, mas Bart, tipo, essa sua história acaba sendo muito em função de dar gancho para sequências, como a introdução do herói lá aleatório e do vilão, os personagens são simplesmente assim porque sim, e as coisas acontecem assim porque sim, ou melhor, para incorporar diversos clichês e padrões de uma vez só. Acho que falta propósito nesse filme, os personagens precisam de um propósito para serem do jeito que são, o filme precisa de um propósito para existir. Tipo, qual mensagem você quer passar? Porque você está fazendo esse filme?...

Fala pra caramba esse Francisco...

- ...A ideia de um dos protagonistas se tornar vilão é muito boa - Continuou ele - De verdade! Porém, isso precisa de um motivo para ocorrer. O quarto protagonista que vai ser vilão poderia trazer uma ideia divergente quanto ao uso da tecnologia, por exemplo. Além disso, acho que você poderia trabalhar os clichês de uma forma melhor, como a ideia padrão do protagonista perder uma figura paterna, isso poderia ser explorado de maneira mais verossímil, para trazer aproximação com o público que também sofreu essa tragédia, de maneira a desmistificar o que vemos nesses clichês de filmes. Você poderia desconstruir esses clichês e..

Eu gostei dos argumentos dele mas...já são 12:30!...

- ...e pegar essas ideias e construir de maneira mais verossímil e melhor, mais condizente com a realidade e quebrando ideias vigentes e repetidas e mistificações irreais, colocando-as como elementos que acrescentam a sua história e ajudam a construir os personagens e a trama. Não faça algo pensando em ganchos e sequências, pense nessa história e na construção da mesma. E no propósito disso!

Ufa! Ele acabou!

- Agora que você falou.. - Disse Jhon

Lá vem...

- ..eu queria te perguntar - Jhon pegou uma caneta e se levantou de onde estava sentado para fazer essa pergunta olhando para os meus olhos - Qual é o seu propósito para escrever isso?

- Bom, o motivo é para eu finalmente me tornar um escritor! Kkkkkkkk! - Digo eu tentando quebrar o gelo - O Chefe me deu a oportunidade de escrever uma proposta para ver se consigo escrever algo!

- Ah, ótimo! - Disse Jhon sorrindo - E..você vai apresentar isso?

- ...sim! Pois aqui tem tudo que a galera gosta dos filmes do Homem de Ferro, desses novos filmes do Homem-Aranha, e até dos  Guardiões da Galáxia! E acho que ele vai gostar também!...

- kkkkkkkk, não! - Jhon pegou os papeis que mandei com os textos e foi folheando - Isso é bem diferente dos filmes dos Guardiões da Galáxia!

- Por quê? - Perguntou Francis

- Por que, cara - Jhon parou de folhear - Os filmes dos guardiões, ao invés de quebrar o drama com humor, eles quebram o humor com o drama!

- E isso significa o quê? Que eles equilibram muito bem os momentos de comédia com os momentos de emoção e profundidade. Eles conseguem criar uma conexão emocional com os personagens e suas histórias, ao mesmo tempo em que nos fazem rir e se diver..

- SIM! - Jhon acaba se alterando com Francisco, mas logo se acalma novamente - Sim, francis! É exatamente isso! Relaxe!

- Mas e daí? - Perguntei para ver o que ele responderia

- Bom, antes de eu responder, permite que eu lhe faça algumas perguntas?

- Se você insiste...

- Qual é o seu nome?

- Bart Batson!

- Tem certeza que esse é seu nome?

- ...tenho!

- Você é um ser humano?

- Sou!

- Tem um coração?

- Tenho!

- Acorda todo dia, se arruma e vêm trabalhar assim como eu, o Francis e todo mundo aqui?

- Sim!

- Então você não é o Bart Batson, você é só um qualquer um!

- ...como assim? Eu sou Bart Batson!

- E isso significa o quê? Pois tudo que falou me deu a entender que você é tão igual a qualquer um! Por que eu deveria me importar logo contigo?

- Porque eu sou diferente!

- Se é assim, me diga: O que você é, além do que todo mundo é?

- Eu sou Bart Batson! Sou...filho de Jonas Batson, grande escritor de histórias de super-heróis! E por eu ter crescido com ele, acabei crescendo com uma paixão por esse tipo de história, e queria poder transmitir isso nas minhas historinhas!

- Rob Zombie tinha paixão também, mas isso não quer dizer que os filmes de Halloweeen dele são bons por isso!

- E o que você quer que ele responda então, oras? - Perguntou Francis

- A resposta certa! - Jhon virou-se para mim de novo, e olhando direto nos meus olhos ele continuou - Você estava certo em falar quem era! Você não é Jhon Victor, não é Francisco Marques, você é Bart Batson! Você vai contar histórias de uma maneira diferente da nossa! Assim também é com James Gunn! O jeito que ele faz o drama é diferente dos outros diretores do MCU, seu humor é diferente, a forma como ele usa a música e as cores é diferente! E por conta disso e muitos fatores suas histórias acabam oferecendo algo diferente! Algo que valeu a pena ser contado!

Jhon deixou a caneta em cima de sua mesa e continuou falando de forma mais calma

- A maioria dos filmes da Marvel Studios investem em um drama, fazem o público se engajar, e depois quebra a expectativa! Mas isso acaba sendo ruim, pois visto que anteriormente o pessoal comprou o drama, e confiou seu investimento emocional mais sério, quando a quebra vem, eles acabam se sentindo traídos! Pois eles confiaram suas emoções e isso não foi levado a sério! James Gunn não! Ele primeiro mostra uma face mais acessível, mesmo que mais escrachada, a gente compra pois eles pensam de maneira parecidas com a nossa! E depois de nos familiarizarmos com isso, nós conhecemos seus lados ruins, e isso flui naturalmente! Sem interrupções, pois essa, é a quebra de expectativa que vale! É como conhecer uma pessoa! A gente primeiro vê uma face mais acessível, e a medida em que mais ficamos íntimos dela acabamos conhecendo mais seus lados ruins! Por isso que, não ironicamente, o pessoal se sente íntimo dos Guardiões da Galáxia! E é isso que faz essa história valer a pena! Diferente dos outros que traem sua confiança e que, de quebra, são facilmente descartáveis!

- Mas eu não sou o James Gunn para fazer assim! - Digo eu meio triste, por algum motivo.

- Mas eu não quero mesmo que você seja o James Gunn! Eu quero que você seja o Bart Batson! - Disse Jhon apontando para mim - Que, pelo visto, não é o que está acontecendo pois você só copiou ideias batidas e não pôs nenhuma vida nisso! Nenhuma vontade! Se escrever histórias é sua paixão, especialmente as de super-herói, e você está sem vontade, então deve está alguma coisa de errado em você! E isso está se refletindo na história!

Mesmo não querendo, eu acabo assumindo

- ..é, talvez!

- Está tendo uma daquelas crises sobre histórias de herói, né? - Perguntou Francis - Do porque você faz isso... De achar que viaja demais em um mundo de fantasias enquanto a realidade bate na porta...

- Diria que não! É que..isso é um passo importante que estou dando e tenho medo dessa ser minha única oportunidade e perdê-la!

- Eu sei bem como é isso! - Disse Jhon - Bom, garoto, não se preocupe em escrever algo super elaborado ou algo do tipo, pegue mais leve na escrita, mas tente ainda contar algo vale a pena! Seja simples e eficaz!

- Eu tentei ser simples e você me humilhou! kkkkk

- Eu já pedi desculpas! kkkkkkk - Jhon então se sentou novamente

- Acho que você não está ajudando muito não, Jhon! - Disse Francisco

- Bom, se é assim - Disse Jhon - Eu vou propor um exercício para você, Bart: Pense no que faz as histórias de super-heróis especiais, peça ajuda a algumas pessoas se puder, organize suas ideias, e apresente elas no dia!

- Como assim? - Perguntou Francis - É pra ele escrever tipo um artigo, e apresentar?

- Seria apresentar um pitch! - Digo eu quando saquei o que ele queria dizer - Né?

- Exato! - Disse Jhon empolgado - Você só precisa dar um primeiro passo!

- Eu não sei - Digo eu cruzando os braços - Entendi o que você quis dizer mas não sei se tenho muito tempo para pensar nisso!

- Ah não ser que alguém te ajude a ter tempo! - Francisco disse animado - Se é pra pensar em uma resposta para uma pergunta, então, eu posso te ajudar! Conheço algumas pessoas, e eles, podem ajudar na formulação de sua respostas E enriquecer sua apresentação, quem sabe?

- Eles estarão disponíveis a tempo? - Pergunto eu meio receoso de confiar nessa proposta

- Confia! - Disse Francisco imitando o gesto do meme do Will Smith

Eu confiei, e isso custou minha paciência!

Depois de acabarmos com Jhon, Francis e eu decidimos almoçar juntos. Para economizar tempo, optamos por utilizar minha dimensão de bolso retrátil, para ser mais dinâmico, sabe? Mas enquanto eu almocei tranquilamente, o Francis ficou mais preocupado em falar no celular com pessoas que poderiam nos ajudar do que em comer. No fim, isso acabou sendo uma perda de tempo para ele. Não bastando isso, alguns conhecidos responderam o Francis e decidimos tentar conversar com ele, mas...as coisas não saíram como planejado.

Primeiramente, fomos ao encontro de Carlos, um amigo da comunidade alienigena aqui de perto. O ruim é que descobrimos que ele era (ou foi) líder de uma quadrilha envolvida em uma briga de gangues que COINCIDENTEMENTE ocorreu no momento em que fomos falar com ele!

- TAKIPAILL!!! AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!!! - Todos nós, incluindo Francis, corremos para nos misturar e encontrar um lugar seguro para eu poder vestir meu traje de super-herói e acabar aquela guerra de gangues.

- EI PERA!! - Gritou Francis correndo em direção a mim se desviando de algumas explosões - AONDE VOCÊ VAI?! PERA!!!!

- AQUI!!! - Gritei eu apontando para um beco sem ninguém

- O QUÊ?!!

- AQUI!!!

- PERA!!

Francis e eu nos escondemos em um beco que não tinha ninguém, e o Francis, quase sem ar, perguntou para mim

- Ué? Você não é um super-herói? Não vai fazer nada?!

- E o que você acha que vou fazer? - Digo eu tirando minha roupa civil meio nervoso

- Ah..

- O tal amigo que nos iria ajudar, onde ele está?!

- Bom..

POOOOOOOWWWWW!!!! 

Uma grande explosão ocorre atrás de nós, e ela foi tão intensa que simplesmente obliterou todo mundo que fazia parte das gangues. Nós saímos da onde estávamos e vimos os restos alienígenas estáticos.

- ..ele está ali! - Disse Francis apontando para um dos esqueletos

- ....ele não era um dos líderes de gangue? - Digo eu tendo um deja vu

- ...talvez?

- ...

- ...

- ..

- ..

- ..

- .

- O pessoal alienígena, eles estão seguros agora? - Pergunto querendo me esquecer do que aconteceu

- Eles não gostam de serem chamados de

- O PESSOAL está bem? - Pergunto meio estressado

Depois de olhar rápido, Francis respondeu:

- Os policiais daqui estão ajudando eles agora!

- Ah...

- ...

- ...

- ..

- ..

- Bora falar com o Bruce, então?

- ....fazer o quê, né?

Com a mesma animação que estava, fui com o Francis na casa do segundo amigo. Apesar dele estar bem apertado com tudo, o tal Bruce nos atendeu bem, tanto é que ele e a mãe dele nos serviram um café com rosquinhas, que me aliviaram um pouco, devo confessar, mas não o suficiente!

- Vocês já almoçaram, então tem que comer tudo! - Diz a mãe do Bruce, antes de sair com os meninos rindo da frase dela e concordando com os termos.

- Que bom que você conseguiu uma horinha para nos ajudar - Disse Fancis pegando as rosquinhas.

- Quê isso, bro! - Disse Bruce pegando um lugar - Se não fosse o professor liberando...

- Mas seu pai não vai atrapalhar? 

- ...o quê que tem o pai dele? - Pergunto curioso enquanto pego o café.

- Ah, ele é de boa - Disse Bruce - Ele só..faz umas piadas ás vezes e entra um pouco na conversa ás vezes. Não em um sentido ruim, é claro, quer dizer...até porque ele de fato dá "opiniões muito interessantes" quando se engaja 

Apesar de estranhar essa fala toda de Bruce, fiquei na minha tomando meu café, até que surgisse uma brecha para voltar a conversa

- A gente tá meio sem tempo. - Diz o Francis.

Ótimo, te amo Francis!

- Eh, mas ele não vai atrabalhar não, brow, no máximo aparecer aí pra cumprimentar e fazer umas piadinhas, especificamente contigo, por ser novo aqui, Bart

Droga, começou a falar de novo...

- Mas se preocupa não, pois isso só é brincadeira, e é só ele ganhando intimidade com a pessoa!

- Certo - Digo eu tentando formar uma brecha eu mesmo colocando meu copo de café na mesa que tinha ali - Mas bom, agora vamos falar de coisas importantes, kkkkkkkkkkkkkk, Bruce, o que você faz as histórias de heróis especial?

- Ah, não dá pra cravar em pedra não, varia. Histórias de super herói são histórias como outras histórias, no máximo podem ter um diferencial de terem uma cronologia por trás, mas o que as torna especial vai vir do autor, se quer contar algo inspirador, algo..

- Oi todo mundo! - Disse o pai do Bruce chegando de surpresa

- Oi, pai - Diz o Bruce quando o pai dele vai na cozinha.

- Iae, tão falando de mulher é?

- Não senhor - Digo eu meio travado e sério.

- Não posso - Disse Francis - A docinho não deixa!

- Você tem uma namorada, Francis? - Pergunto meio surpreso

- Você não sabe muita coisa de mim, querido!

- ....tipo o quê?

- Tenho muitos "amigos diferentes"

- Imagino...

- Eu tava brincando contigo, filho hahahahahah - Disse o pai de Bruce - Ó, Bruce, esse aí deve ser repelente de mulher, viu? kkkkkkk

- Ahhh... Senhor... Ehh... kkkkkkk... Sou não... - Digoeu enquanto o Francis ria da situação e o Bruce genuinamente ficava constrangido.

- Por que? Namora alguém?

- Não...mas estou saindo com uma garota!

- E como ela é?

- Incrível e perfeita - Respondo meio estressado

- Então ela não tem defeitos?

- ...não... - Digo eu sem saber muito o que responder

- E ainda quer dizer que não é repelente de mulher? Nem sabe os defeitos dela...

- Eh...pai, fazia tempo que você não via o Francis, né - Disse o Bruce tentando desconversar.

- É mesmo - Disse o pai do Bruce cumprimentando Francis - Venha mais vezes, viu? Agora eu vou indo, visse, Bruce, que tem uns negócio aí pra fazer com o carro e também não vou atrapalhar muito vocês com o trabalho aí, já que estão com pressa. Outro dia eu te conto das mulher que eu já peguei, Bart, pra tu aprender, voltem sempre! - Disse o pai do Bruce enquanto saia e a gente se despedia dele.

- Eu disse que ele era de boas, nem interrompeu muito... 

Não, imagina...

- ..só fez umas piadas como geralmente faz. - Disse o Francis

- Foi mal aí, brow, pai é assim mesmo, mas é só o jeitinho dele, ele é de resenha com quem gosta.

- Tranquilo! - Digo eu tentando não ficar mais estressado - Mas bom... Onde estávamos mesmo?

- Ah sim... Bom, a magia das histórias de herói depende o autor, tem várias histórias com

- BRUCE!! - Gritou a mãe do Bruce da cozinha - Tem como ajudar aqui com a comida aqui?

- Um minutinho - Disse Brucio se levantando e indo para a cozinha - Você está tendo o mesmo problema de novo?!!

- É que é o pudim!

- Ah bom

- ....

- ...

- Aconteceu alguma coisa! - Disse Francis estranhando

- Acho que não! - Respondo meio estressado

Nesse momento, a mãe do Bruce entrou no local onde estávamos com um pudim na mão, e o Bruce serviu a gente

- Vocês gostam de pudim? - Perguntou a mãe do Francis

- Não obrigado! - Digo eu

- Gostamos sim! - Disse o Francis pegando um pedaço de pudim

Ela deixou o pudim na mesa com um sorriso no rosto, devido às nossas reações, e disse:

- Vocês já almoçaram, não tem desculpa para não comer a sobremesa! Vocês são obrigados!

Todos nós rimos e o Francis disse antes dela sair:

- Já que você insiste...

- ... Bom, onde estávamos mesmo? - Digo eu

- Estávamos..

O celular do Bruce vibra, e quando ele tira do bolso para olhar, ele logo se levanta meio nervoso dizendo:

- Guys, acabei de ver aqui que algumas aulas foram adiantadas lá na Faculdade, então vou ter que indo. Lo sinto mesmo por não poder ficar mais, mas espero ter ajudado.

- Não, imagina - Digo isso para não falar outra coisa

- Boa sorte no trabalho de vocês! - Completou Brucio enquanto se arrumava loucamente - Espero que consigam ajuda boa!

- Não se preocupe! - Disse Francis enquanto eu o encarava meio estressado - Agora a gente vai encontrar alguém que vai ajudar muito!

Às 15:15 (não ironicamente!), nós fomos a casa do terceiro amigo de nome Ned que, assim como o anterior, estava muito atarefado e "conseguiu um tempo para falar conosco", o ruim é que ele nem sequer nos atendeu, e ficamos muito tempo esperando na frente da casa dele parados que nem tontos.

Na segunda vez que Francis bateu na porta, eu já comecei a ficar um pouco irritado!

- ...

- ...

- ..

- ..

- Acho que ele não está! - Digo eu

- Naah - Disse Francis - Ele me garantiu que estaria aqui!

- ...

- ...

- ..

- Talvez preciso chamar mais alto....Ô NED!!!

- ....

- ....

- ...

- ...

- ..

- NED!!!

- ....

- ....

- ....

- ...

- ...

- ..

- ..

- .

- .

- ...talvez ele não esteja!

- JURA?!!

Que perca de tempo!

Saímos dali frustrados, Francis ficou decepcionado e eu fiquei chateado de ter feito quase nada até aquele momento. Tanto é que no meio do caminho de volta acabei comentando:

- ..não acredito que até agora não escrevi nada!... - Digo eu me virando em um beco

- Ei! - Disse Francis tentando me alcançar - Aonde você vai?

- Vou em um beco escondido para que ninguém veja a gente entrando na dimensão de bolso!

- Acho que não teria problema de alguém nos ver entrando na dimensão de bolso!

- Assim como também acho que vai ser bom não te ouvir mais?

- Primeiro: Isso não faz sentido, e segundo: Me desculpa, tá? Eu não sabia que iria dar tudo errado e

- Tudo bem, tudo bem - Digo eu enquanto acionava a minha dimensão de bolso retrátil - Aff, acho que vou ter que recorrer a outros métodos mais eficientes!

- Tipo o quê? - Disse Francis enquanto ele e eu entrávamos na dimensão de bolso - Falar com aquela sua Inteligência Artificial de estimação?

- Primeiro: Não fala assim da Ella, ela é a única coisa que tenho do meu pai cientista!

- Eu sei, eu sei!

- E Segundo: Acho que ele me ajudaria mais que você!

- Eu duvido muito!

- Mesmo? Então chame ele e tente você mesmo!

- Mesmo?

- Mesmo!!

- Então, Ô JOREL DE MENTIRA!!

- Olá! Como posso ajudar você? - Respondeu Ella, a Inteligência Artificial que tinha

- ....e não é que ela respondeu mesmo com você chamando assim... - Digo eu meio surpreso

- Eu já acostumei ela chamando assim! kkkkkk -  Disse Francis se gabando - Mas então, Jorel, pois é, eu e meu amigo Bart estamos querendo que você responda: O que faz as histórias de super-heróis especiais? Tem como você responder?

- Claro! - Respondeu Ella  - As histórias de super-heróis são especiais por diversos motivos. Aqui estão alguns aspectos que tornam essas histórias únicas e cativantes:
1. Poderes e Habilidades Extraordinárias: Os super-heróis geralmente possuem poderes especiais, como superforça, velocidade sobre-humana, capacidade de voar, entre outros. Essas habilidades os diferenciam dos seres humanos comuns e os tornam capazes de realizar feitos extraordinários.

Estranhei essa resposta e exclamei:

- Eu não sei se..

- 2. Combate ao Mal e Justiça - Interrompeu Ella - Os super-heróis são conhecidos por lutar contra vilões e combater o mal. Eles representam a ideia de justiça e proteção da sociedade, usando seus poderes para defender os inocentes e garantir a ordem.

- Hum! - Exclamou Francis

- 3. Identidades Secretas - Continuou Ella - Muitos super-heróis têm uma identidade secreta, ocultando sua verdadeira natureza por trás de uma vida cotidiana. Isso cria uma dualidade interessante entre a pessoa comum e o herói, adicionando um elemento de mistério e suspense à história.
4. Jornada de Autodescoberta e Superação: Muitas vezes, as histórias de super-heróis exploram a jornada de autodescoberta e superação dos protagonistas. Eles enfrentam desafios pessoais e aprendem a lidar com seus poderes, responsabilidades e limitações, tornando-se pessoas melhores no processo.
5. Inspiração e esperança: As histórias de super-heróis frequentemente inspiram e oferecem esperança aos leitores. Elas mostram que, mesmo diante de adversidades, é possível superar obstáculos e fazer a diferença no mundo.

Não sabia que essa IA gostava de falar tanto quanto o Francis...

- Esses são apenas alguns aspectos que fazem das histórias de super-heróis algo especial - Concluiu a IA - Cada história tem suas particularidades e atrativos únicos, mas, no geral, elas nos cativam pela ação, emoção e pela possibilidade de imaginar um mundo onde indivíduos extraordinários lutam pelo bem.

- Achei essa resposta meio vazia! - Digo eu meio decepcionado com a resposta!

- Bom - Disse Francis - Tem como você dar outra resposta, Jorel? Que possa ser mais satisfatória pro Bart?

- Claro - Disse Ella - vou tentar dar uma resposta mais satisfatória para o Bart! As histórias de super-heróis são especiais por várias razões:
1. Empoderamento: Os super-heróis são personagens que possuem habilidades especiais ou recursos excepcionais, o que os torna capazes de enfrentar desafios e resolver problemas de maneiras únicas. Isso pode inspirar os leitores a acreditar em seu próprio potencial e buscar suas próprias habilidades e talentos.
2. Escapismo: As histórias de super-heróis oferecem uma fuga do cotidiano e nos transportam para um mundo cheio de aventura, ação e fantasia. Elas nos permitem mergulhar em um universo onde o impossível se torna possível, proporcionando uma forma de entretenimento emocionante e divertida.
3. Valores e Moralidade: Muitas histórias de super-heróis abordam temas como justiça, coragem, responsabilidade e trabalho em equipe. Elas nos mostram exemplos de personagens que lutam pelo que é certo, mesmo diante de adversidades que muitas vezes se mostram na vida real. Isso pode transmitir importantes lições de moralidade e ética aos leitores.
4. Identificação e Representatividade: Os super-heróis são personagens que podem representar diferentes tipos de pessoas e situações. Eles podem refletir experiências e desafios que as pessoas enfrentam na vida real, permitindo que os leitores se identifiquem com eles e encontrem inspiração e conforto.

Fala pra caramba...

5. Imaginação e Criatividade: - Continuou Ella - As histórias de super-heróis são um terreno fértil para a imaginação e a criatividade. Elas nos apresentam mundos e personagens inventivos, estimulando nossa capacidade de sonhar e explorar possibilidades infinitas.

Esses são alguns dos motivos pelos quais as histórias de super-heróis são tão especiais e populares. Elas nos proporcionam uma mistura única de entretenimento, inspiração e escapismo, cativando nossas mentes e corações.

- Me diga - Disse Francis - Você mesmo quis enumerar seus argumentos?

- Peço desculpas se pareci enumerar meus argumentos - Disse Ella - Foi apenas uma forma de organizar e destacar os diferentes aspectos que tornam as histórias de super-heróis especiais. A intenção era fornecer uma resposta clara e abrangente para a pergunta. Se preferir, posso apresentar

- Não, não, tudo bem! - Digo eu interrompendo Ella - É que..sei lá..sinto que essa resposta ainda não é o suficiente....não era exatamente o que esperava ouvir!

- Então - Disse Francis - Quer dizer que eu estava certo?

- ....sim, Francis, sim... - Digo eu meio triste

- kkkkkkkkkk

- ....Ella?

- Sim? - Disse Ella - No que posso ajudá-lo?

- Que horas são?

- 15: 59!

- DROGA!!!

- Que foi? - Perguntou Francis

- O meu encontro com a Louise!! - Digo eu enquanto usava a minha super velocidade para me trocar

- ....AH É MESMO!! - Disse Francis quando bateu sua mão na cara - Desculpa cara, tinha esquecido!...

- Não, tudo bem! - Digo eu enquanto arrumava os sapatos - Droga de sapato!

- ...garanto que vou achar pessoas melhores e você não vai mais perder tempo!

- Não precisa se preocupar mais com isso! Vou fazer esse pitch sozinho!

- Mas você não quer ajuda?

- Não precisa! - Depois de terminar de me arrumar, fiquei em frente ao Francis e continuei a falar - Visto que sua casa é bem longe daqui, e não tenho tempo, você pode se divertir aqui com a Ella enquanto estou fora!

- Tem certeza que..

- Não precisa cara! - Digo eu interrompendo a fala de Francis - Enfim, qualquer coisa, pode pedir ajuda de Ella!

- ..qualquer coisa mesmo?

- Sim!

- Hum!

- Enfim, até!

Tenho a ligeira impressão de que ouvi com minha super audição o Francis dizer algo como: "Ella, pode entrar em contato com fulano?" enquanto guiava a dimensão de bolso pra longe..mas não tenho certeza!

De qualquer forma, quando me aproximei da rua onde havia combinado de encontrar com Louise Lavínia, decidi pousar no topo de um local abandonado, para evitar chamar a atenção! (Essa é uma das dicas mais valiosas para quem não quer ser descoberto! kkkkkkk) e do jeito apressadinho que sou, usei minha super visão para localizá-la.

Deixa ver...mulher alta, muscular, "doe eyes" azuis e uma bela comissão de frente...será que ela mudou o corte de cabelo?............Nahhhhh, ela sempre fica com aquele corte de parte lateral com ondas leves e....caramba, agora que notei que sei bastante detalhes dela...será que isso é bom?...não sei....mas de qualquer modo, tenho que achá-la!

Mulher alta..ruiva...não ironicamente tem muito mais ruiva em São Paulo do que parece!...aiaiai........pense Bart, pense....hum..perai...esse ônibus acabou de chegar! Será que ela está aí?

Uma primeira mulher desce e...naaahhh..é só parecida! Não tem muito o estilo dela....mas essa de vestido de renda e jaqueta jeans tem!!...alta...tênis estilosos...essa boquinha estilo Melina Toscano sempre me ganha!

Não disse que ela é a garota dos meus sonhos? kkkkkkk

Então, com um sorriso torto e o coração acelerado, decido começar a falar com ela mandando logo uma "pedrada"

- Ei, gata!

Olha só que pedrada!

- Ei gato! - Responde ela em um tom de brincadeira - Gostei do look!

- Ah, valeu!

Após nos cumprimentarmos, nós começarmos a andar em direção a uma lanchonete enquanto continuávamos conversando.

- Você é o primeiro nerd que vi em um encontro que se vestiu bem! - Disse Louise após botar suas mãos nos bolsos de sua jaqueta

- E você é a primeira mulher nerd alta que vi fazer essa combinação de look funcionar! - Digo eu olhando ela de cima pra baixo

- Eu dei meus pulos! kkkkkkk - Disse ela com um sorriso genuíno no rosto - E isso foi bem específico! 

- Foi mal! É que estou nervoso!

- Entendo! kkkkkk....bom, gosto de fazer esse tipo de combinação!

- E eu gosto do meu estilo! Se bem que poderia ter usado meu estilo heróico!

- E porque não usou?

- Por que ainda não queria vir com um look heroico pra cima de você!

- Uma pena! kkkkkk

- kkkkkk, mas acho que não seria uma boa! Estou meio gordinho!

- Ah, mas eu gostaria! Não ligo muito para as aparências!

- Disse logo a mulher que foi logo falando da minha aparência! kkkkkk

- Huff! kkkkkkk

- kkkkkkkkk

- Mas então, onde vamos?

- Tem uma lanchonete aqui, estava pensando em ir para lá!

- E é bom?

- ...sim!

- Beleza!

Por que escolhi esse lugar? Aiaiaiai

Apesar de estar com o coração acelerado, suando pra caramba e quase me tremendo conforme nos aproximávamos da lanchonete, mantive-me firme nos meus objetivos! Quase tive um treco quando chegamos na porta e percebi que a Louise já estava estranhando? Sim! Mas não é isso uma das coisas que faz um homem de verdade? Ter forçar de vontade o suficiente de tracar a bunda para não se cagar todo em uma situação tensa? Sim! Pois se não for verdade, eu vou tornar ela verdade na base do ódio!.....aiai..com certeza não tenho certeza de nada!

Quando partimos pros finalmente e atravessámos a porta, eu observei todo o local, desde as pinturas foscas das paredes quanto as mesas vazias, e notei que...está tudo calmo....e bem normal.....bom, é como meu sábio pai disse uma vez: Para conquistar uma garota não precisa ser perfeito, só precisa fazer o suficiente!

Fizemos nossos pedidos, tomamos alguns lugares confortáveis perto da janelas, fomos recebidos bem, e fiquei com medo de não conseguir conversar com ela bem, pois mesmo sabendo que o segredo é ter "perguntas abertas", como eu posso ter criatividade para fazer esse tipo de pergunta se a única coisa que consigo pensar é na possiblidade de tudo dar errado? Pelo menos, a Louise é boa de conversa e conseguiu puxar assunto depois de recebemos nosso pedido!

- Mas então - Disse Louise enquanto começava a comer - Poderia me dizer um pouco mais sobre você?

- Não! - Disse eu tentando ganhar confiança no humor

- .....

- ...brincadeira! kkkkkk

- Já ia te dar um soco! kkkkkkk

- Bah! kkkkkkkk - Digo eu enquanto começo a saborear meu lanche - Mas eu já te falei...

- Sim! - Interrompe Louise - Mas visto que é oficial agora, e estamos mais calmos que da última vez kkkkkk, queria conhecê-lo melhor!

Ok, o "oficial" me pegou desprevenido.....

- ..é-é "Oficial"? - Pergunto meio surpreso

- Você diria que é oficial? - Perguntou Louise de uma forma provocativa

- ...não faça isso comigo não! kkkkkkk

- Você é que não quer que seja oficial! - Diz ela com um pequeno sorriso 

- Ah!...ah..buh....ah - Visto que estava nervoso nessa hora, só consegui falar isso

- kkkkkkkkkkk

- Mas eh.. - Digo eu conseguindo retomar o meu controle - ..você acha que eu te chamei aqui, por que?

- Por quê você quer que seja oficial?

- Eh....bom, é....

Ai papai, esse sorriso sempre me ganha

- ..você, bem...o que sente por mim? - Pergunto enquanto um milhão de sentimentos passam em mim

- Eu te admiro, Karl! - Disse Louise mudando para uma expressão mais séria - Apesar de tudo, você continua lutando com a mesma energia de lutas anteriores. Eu gostaria de ter isso! Você é destemido, forte, fiel....aos seus ideais! E...eu gosto de estar ao seu lado!...

- Então, você gostaria que fosse oficial?

- E porque.. - Disse Louise se aproximando de mim com um sorriso - ..eu não gostaria?

Depois de falar isso, Louise me roubou um selinho...e bom....eu sou obrigado a falar....

CARACA!!!!!

RAPAAAZ!!!!!!!

MEU!!!!!

NÃO ACREDITO, NÃO É POSSÍVEL!!!!

NÃO ESTOU CONSEGUINDO CONCEBER A SITUAÇÃO DISTO DAQUI!

EU CONSEGUI!!!

NÃO ACREDITO QUE CONQUISTEI ELA!!!!!

RAPAZ!!!

MEUUUUUUUUUUUU!!!!

OBRIGADO DEUS!

FINALMENTE!!!

Enfim, continuando...

- Então que assim seja! - Digo eu devolvendo o selinho

- Huff! kkkkkkk - Riu Louise

...como eu amo ver ela sorrindo!

- Mas então - Digo eu me recuperando - O que você quer saber de mais?

- Sei lá.. - Disse Louise tentado descontrair - Alguma coisa de sua vida de super-herói

- Você praticamente me acompanhou desde o início da minha vida heroica! Por quê gostaria de "saber mais"?

- Sei lá, me diga como é a sua vida, a dinâmica de ser um herói e tal..conte-me algo que você não contou para nenhum outro jornal, ou para mim!

- Por quê? Você por acaso vai publicar isso em uma matéria?

- E porque eu não publicaria?

- ....

- ....

Com sentimentos mistos, acabo perguntando:

- E você...pretende publicar a nossa conversa?

- Talvez sim...talvez não! - Disse Louise tentando me ganhar

- Como assim: "talvez sim...talvez não"? - Digo eu estranhando ela

- Seria errado?

- ...bom, estamos em um momento que deveria ser íntimo, e você quer que eu me abra pra você para, possivelmente, publicar isso no seu jornal! Talvez eu fique incomodado!

- Então me desculpa, por isso!

Louise voltou a comer, mas eu não senti que ela foi sincera. Foi aí que me veio uma coisa:

- Você só aceitou sair comigo hoje para conseguir uma matéria, né? - Digo eu meio triste

- O quê? - Disse Louise limpando sua boca

- Você não foi com minha cara desde o início, no nosso primeiro encontro, e agora, depois que você descobriu que sou Super-Herói, aceitou de boa sair comigo de novo e

- Não foi isso que eu quis dizer! - Interrompe Louise com um tom de voz mais sério

- Então porque você pediu para que contasse: "Algo que você não contou para nenhum outro jornal"?

- Foi só um modo de exemplificar o que queria dizer contigo!

- Mesmo?

- Uhum!

- Mas você quer me conhecer melhor?

- Sim!

- E queria publicar algumas informações minhas?

- Depois dessa não mais! - Disse Louise comendo meio estressada

- Depois dessa?

- Af, uhum!

- E o que me garante que você não irá publicar outras informações íntimas que posso te dar?

- Eu posso garantir que sou honesta!

- Assim como foi honesta me falando que queria publicar algo sobre mim?

- SIM! - Disse Louise meio nervosa - ...sim...

Louise voltou a comer e tentou não olhar para mim por alguns segundos. Mas então eu perguntei:

- Por quê eu?

Respirando fundo, Louise limpou sua boca e respondeu:

- Por que você é fascinante!

- Fascinante como? - Pergunto com sentimentos mistos

- Bom, por onde eu começo? - Disse Louise se ajeitando em sua cadeira - Como falei, apesar de tudo que ocorreu, a queda da Aliança da Aurora, a exposição dos arquivos secretos dela, o aumento nos índices de violência e a desvalorização dos super-heróis quase no mundo todo, inclusive nos Estados Unidos, você, super-herói não legalizado, decidiu lutar! Sem ser beneficiado em nada! E luta não como se fosse uma obrigação, mas como se fosse algo genuíno, como o Capitão América e o Superman! O mais fascinante em você é a sua capacidade de se manter fiel aos seus princípios, mesmo diante das dificuldades!

Você tem uma força interior que admiro muito, Karl. Além disso, você é determinado, e tem um senso de justiça muito apurado. Você é um verdadeiro herói, tanto na vida como nos combates. E, bem... além de tudo isso, você também consegue ser encantador, engraçado, e possui um charme único que me cativa sempre.

- Sério?

- Claro, gato! - Disse Louise sorrindo

- Eu não sei o que dizer....mas...o que você quer dizer com "fascinante"?

- É difícil explicar. É como se você tivesse essa aura, é como se os seus valores e a sua paixão pela justiça fossem contagiosos. Você me inspira, e bem...como eu falei...eu gosto de estar ao seu lado!

Tocado por sua fala, eu podia ver sinceridade nos seus olhos dela, e senti que, de alguma forma, parecíamos estar em sintonia. Era uma sensação incrível!

- E-eu não sei o que dizer!

- Desculpa, não queria te deixar sem jeito...

- Não, não, tudo bem!

- Sério?

- Sim...eu só...queria saber: o que faz você querer me conhecer melhor?

Louise me olhou nos olhos e respondeu:

- Porque você é alguém que me intriga. Possui uma complexidade que me cativa, algo deve mover você a lutar todos os dias, e eu queria saber o que é!

- Eu...nunca pensei assim...

- Sério?

- Sim! Pois eu só...faço! Entende? Pois....devo confessar que foi mais um meio de "me encontrar", entende? Na minha adolescência, "coisas" começaram a fluir em mim, pensei que era outra coisa mas eram meus poderes! Eles são uma rajada cósmica que emanam direto do meu coração e, simplesmente fluem! É natural de mim, e não posso negá-lo! E sob a figura do Super-Herói, posso ser quem eu sou de verdade sem que isso prejudique minha vida pessoal, e de quebra ajudo mais pessoas além de mim!

- Então é mais sobre você do que nós?

- ...talvez sim...talvez não!..pois também gosto de ajudar as pessoas!

- E você é feliz com esse status quo?

- ...talvez sim!...

- Porquê diz isso?

- ...digamos que..coisas como falta de consideração de algumas pessoas, a exemplo de senhores de mais de 50 anos, me chateam

- Então você acha que vale a pena continuar a lutar apesar disso?

- ....bom...você que sabe de tudo...como está o nível de criminalidade agora em comparação a época que não atuava como Super-Herói

- O mesmo de sempre!

- .....então, talvez sim!

Isso me quebrou!

Eu tentei continuar normalmente o encontro, porém, algumas questões acabaram surgindo e não me deixaram aproveitar aquele momento totalmente. Acho que a Louise gostou mas...

...será que vale a pena, mesmo?

Será que vale a pena continuar lutando....por mim?

Será que vale a pena me matar todos os dias para no fim, não ter impacto nenhum?

Vale a pena continuar a lutar por um mundo que, não adianta o que faço, avança em um caminho que no futuro causará sua destruição?

Será que vale a pena lutar pelos outros quando na verdade estou me preocupando comigo mesmo?

E-eu...estou confuso.....

...acho que vou pra festa da firma da editora pra relaxar!

No caminho de volta acabei refletindo bastante nisso, tanto que acabei me perdendo no tempo e passei andando direto da onde o Francis estava me aguardando com minha dimensão de bolso retrátil!

- Ei, Bart! - Gritou Francis tentando chamar a minha atenção saindo da dimensão de bolso

- Ah, oi Francisco! - Digo eu caminhando de volta para ele meio triste - Me esqueci que era aqui!

- Está triste? - Disse Francisco notando meu seblante

- ...talvez sim, talvez não!

- Ah, bom, eu posso te animar um pouco, pois tenho 4 pessoas para te ajudar na...

- Eu estou meio estressado - Digo eu interrompendo ele - Depois eu resolvo sozinho isso!

- Tá! Mas pelo menos você pode aproveitar a ajuda do Sr. Lutckmeier, que já está aqui?

- ...quem está aqui? - Pergunto meio confuso

- Bom, Ô SR. LUTCKMEIER!!! PODE VIR AQUI UM INSTANTE?!! Se, não for incômodo!

Nesse instante, saiu de dentro da dimensão de bolso retrátil um dragão branco, vestido de terno, que segurava um exemplar de Superdeuses, livro em prosa de Grant Morrison, renomado roteirista de quadrinhos de super-heróis!

- Não vai ser incômodo, sr. Marques! - Disse o dragão enquanto ajeitava sua gravata borboleta

- O quê? - Pergunto meio assustado e surpreso ao mesmo tempo

Mesmo meio incrédulo com o que estava acontecendo, entramos de volta para dentro da dimensão de bolso retrátil e, juro, eu tentei conversar de boa com eles, mas eu não consegui isso de primeira!

- Depois de tanto ler sobre nos últimos anos - Disse o dragão colocando seu livro em cima de uma mesa que tinha - Posso afirmar que o que enxergo de especial nas histórias de super-heróis é como eles brincam com a ideia do fantástico ser real em nosso tempo! E essa fantasia traz a tona o lado bom e ruim das pessoas como nos antigos mitos, a fantasia dessas narrativas são únicas, os poderes trazem a luz vários lados da sociedade em que essas histórias se passam, e isso tanto traz um entreterimento bom para relaxar quanto conecta o público com os personagens, traz uma reflexão por menor que seja!

- ...é... - Digo eu meio desligado da situação

- ....

- ....

- ....

- ....ah..me desculpe senhor lucky... - Digo eu me recuperando 

- Lutckmeier! - Disse o Sr. Lutckmeier com uma voz estranhamente suave

- ...isso!..isso!..é que, eu ainda não consigo acreditar que VOCÊ Francis - Digo eu apontando pro Francisco e pro dragão - Tem um amigo que é um literal dragão!

- E o que é que tem? - Perguntou Francis - Não posso ter? kkkkkk

- Não imagina! kkkkk

- Eu não sou um dragão! - Disse o Sr. Lutckmeier 

- Você é o quê, então? - Perguntou Francis

- Sou um racikrura serpento!

- ...isso é latim? - Pergunto eu

- É Esperanto!

- Significa "Cobra-Guaxinim"! - Disse Francisco tentando ajudar

- Na verdade "Sepente de Patas"! - Disse o Sr. Lutckmeier corrigindo Francis

- ....o quê? - Pergunto meio confuso - ....você é tipo o dragão que enfrentei hoje mais cedo?

- ...ele também não é um dragão!

- ...tá certo, bom! Acho que estamos indo rápido demais! Prazer! Meu nome é Karl Clark..

- Prazer! - Disse o Sr. Lutckmeier me cumprimentando de volta

- ...sou de uma família de super-heróis do futuro...que, morreu tentando vir pro passado, uma pena! E desde então fui adotado como Bart Batson pelos ascendentes deles, e agora atuo como o super-herói chamado Super-Herói!

- Que nome genérico para um codinome heróico!

- ...é...e você?

- Meu nome é Sr. Lutckmeier! Sou um racikrura serpento imortal! De vez em quando, eu vinha para cá com o intuito de aproveitar o melhor que o seu mundo tem a oferecer: Matemática, Música e Literatura! Gosto de apreciar desde as epopeias antigas quanto seus sucessores espirituais: as histórias de super-heróis! E foi por isso que Francisco me chamou, para lhe ajudar!

- ...porque será que eu não me sinto surpreso com isso?

- Você é um super-herói! Deve estar acostumado com informações absurdas como esta!

- ...estou acostumado com tanta coisa!

- Não querendo puxar muito o saco dele - Disse Francis meio animado - Mas ele também é escritor! E roteirista de quadrinhos!

- Trabalho na DC! - Completou o Sr. Lutckmeier 

- Oh, legal! - Digo eu mais sóbrio - E você atua como dragão mesmo ou atua com outro nome e disfarçado de humano?

- Não sou um dragão... - Disse o Sr. Lutckmeier - ...e me mudei para cá após receber o convite da Karen Berger, para trabalhar na DC!

- Caraca!

- E atuo com um pseudônimo sim, e de vez em quando me disfarço de humano!

- Qual seria seu pseudônimo?

- Não posso revelar, mas eu presumo que já saiba qual é!

Quando o Sr. Lutckmeier falou isso, me toquei que ele ainda estava com Superdeuses ao seu lado e perguntei:

- Você é o Grant Morrison?

- Não, mas sou amigo dele! - Respondeu o Sr. Lutckmeier

- ...porque será que eu não me sinto surpreso com isso?

- Huff! kkkkkk - Disse Francis rindo se divertindo da conversa

- Acho que estamos perdendo seu tempo precioso, Sr. Batson - Disse o Sr. Lutckmeier de um forma educada

- Verdade! - Digo eu ajeitando minha postura - Ann, pior que eu tenho tantas perguntas para você, mas acho que não vou conseguir fazer nem a metade, pois não é todo dia que a gente vê um ser mitológico que curte Superdeuses!

- E não é todo dia que vejo alguém jovem como você lendo Joseph Campbell! - Disse o Sr. Lutckmeier apontando para meu exemplar de Herói de Mil Faces

- É...confesso que não li tudo pois estava meio estressado! Tentei ler algo "mais simples" com o Sobre Histórias, mas não avancei em nada!

- Compreendo!

- Aproveitando a deixa: Desde quando você acompanha histórias de super-heróis?

- Desde 1938!

- ...SÉRIO?!!

- Sim! - Disse Francisco - Ele não disse que não era imortal?

- Uau! - Digo eu impressionado - E como foi acompanhar isso tudo de camarote?

- Foi uma experiência bastante curiosa! - Começou a falar - Antes de 1938, estava dando um tempo na literatura mais densa, por conta de umas frustrações que tive com o movimento modernista! E me investi mais em histórias mais recreativas, a exemplo dos quadrinhos pulp do Will Eisner...

- Legal! - Digo eu animado em ouvir isso

- ..não tinha pretensão alguma em achar algo mais denso, mas aí então, em 1938, li a Action Comics #1 e me encantei com a proposta de ter algo mais profundo ao mesmo tempo que era divertida o suficiente para ser recreativa! Isso me remetia as grandes histórias clássicas que li no século XVIII e XIX! Queria que as temáticas fossem mais trabalhadas, mas não consegui isso por um bom tempo, nem na Era de Ouro, por que na época quadrinho era tratado majoritariamente como somente coisa para criança, e nem no período da Era de Prata, devido a censura do governo estadunidense e também do Altiorem!

- AH, entendo!

- Mas por que o Altiorem? - Perguntou Francis

- Por que Francis.. - Digo eu me virando para ele - ..com a revelação da existência do Altiorem, e de super seres no geral, muitos governos, incluindo a do Brasil, usaram eles como ferramentas de propaganda! E sempre eram vendidos imagens idílicas por cima deles!

- E isso.. - Completou o Sr. Lutckmeier - ..somado a grande censura que os quadrinhos estadunidenses sofreram, acarretou em histórias em quadrinhos de heróis sem nuances e sem aprofundamento nenhum em questões delicadas nas narrativas, isso só começou a mudar com a revelação de alguns podres dos super-heróis da vida real, e com a chegada do Quarteto Fantástico em 1962!

- Aliás - Digo eu voltando minha atenção ao Sr. Lutckmeier - Você gostou na época das histórias da Marvel dos anos 1960?

- Sim, sim! - Afirmou o Sr. Lutckmeier bem contente - Toda a fase do Lee e do Jack Kirby me remeteram muito ao sentimento que tive em 1938! E foi isso que me inspirou a escrever minhas próprias histórinhas!

- Sério?

- Sim! A criatividade de Jack Kirby sempre me fascinou! Desde as histórias de terror! E incentivado pelo exercício de imaginação que ele sempre colocava, eu escrevi narrativas que buscavam também ter essa imaginação toda! E isso me ajudou muito! Não comecei escrevendo super-heróis, mas bebi muito da fonte deles! Escrevi muitos romances quando estava triste, escrevi muitas crônicas quando estava melancólico, e escrevi muitas histórias de super-heróis quando superava um grande problema! Mesmo que muito delas sejam bem ruinzinhas, devo admitir! kkkkkk, no fim, elas acabaram valendo a pena para mim!

- É... - Digo eu quando um "estalo" veio em minha mente 

- Essas histórias me ajudaram nas várias quedas que tive!

- É..então isso é o que você diria que faz as histórias de super-heróis especiais?

- Sim! Mas além disso, também é o simbolismo, a metáfora, não é a toa que os heróis carregam símbolos em seus peitos! É simplesmente, tudo isso somado!

Quase satisfeito com a resposta que tive com a conversa, acabei falando:

- Muito obrigado pelo papo, Sr. Lutckmeier!

- O prazer foi todo meu! - Disse o Sr. Lutckmeier me cumprimentando - Foi ótimo, ficar um tempo com vocês dois! Isso tudo me ajudou a moldar algumas ideias que tenho!

- Não duvido! - Digo eu o cumprimentando de volta

- Mas então - Disse Francis - Você já vai?

- Já! - Disse o Sr. Lutckmeier se transformando em humano - Não queria que vocês se atrassassem para a confraternização de vocês!

- Não chamaria assim! kkkkkkk - Brincou Francis

- E Sr. Batson, gostaria que você ficasse com esse exemplar de Superdeuses, isso pode o ajudar no seu pitch! - Disse o Sr. Lutckmeier me dando seu exemlar

- Ah, obrigado! - Digo eu feliz recebendo o livro

- E gostaria de lhe perguntar uma coisa

- Que seria?

- Você aprendeu lendo O Herói de Mil Faces que a Jornada do Herói tem quantas etapas?

- ...acho que mais ou menos 12...pelo que me lembro!

- Tente resumir para 5!

- 5?

- Sim! 1) Mundo Comum, 2) O Chamado a Aventura, 3) Testes, Aliados e Inimigos, 4) Aproximação da Caverna Oculta e 5) Retorno, isso pode o ajudar a reorganizar as ideias!

- Pode ser que me ajude!

- Uhum! Até mais Francis e Sr. Batson! - Disse o Sr. Lutckmeier se despedindo enquanto saia da dimensão de bolso retrátil

- Tchau! - Disse Francis e eu se despedindo dele

Fiquei em silêncio por alguns segundos refletindo nas palavras que ouvi, mas o Francis acabou interrompendo minha linha de raciocínio

- Pois então...bora falar com os outros 3?

- Acho que não Francis - Digo eu começando a trocar de roupa super rápido - Queria ir para a festa da editora!

- Pois é cara, os outros 3 vão estar lá na festa!

- ....então...bora pra festa! - Digo eu animado com essa informação

Após terminamos de nos arrumar, Francis e eu guiamos a dimensão de bolso retrátil até a parte de trás do prédio, onde conseguimos sair sem levantar suspeitas. Até chegar ao andar onde estava ocorrendo a festa, nos encontramos com outros funcionários como Jhon Victor, o Emanuel Novo (um engraçadinho que sempre nos pertuba), um amigo alienígena nosso chamado Dabi, e até mesmo o Bruce! Só não nos encontramos com o Dr. Kerber, nosso chefe, porque não encontramos ele!

Mas o que interessa mesmo é a hora em que encontramos dois outros colegas na área de refrigerantes, o Pedro e o nosso colega alienígena Alex, os dois são figuras lendárias daqui da editora, e o Francis chamou eles para me ajudar no meu pitch. E eles, gentilmente, nos recebeu muito bem e até nos pagou alguns refris enquanto conversávamos!

- Boa pergunta - Disse Pedro enquanto terminava de encher o meu copo de refrigerante - Acho que o que faz as histórias de super-heróis especiais, tanto as reais quanto as ficcionais, é o princípio do senso de justiça e o aspecto de que nos coloca no local desses heróis! Vide os personagens da Marvel, por isso gosto do Homem-Aranha! Esses paralelos e ecos nos permite criar essa conexão!

- Isso não seria o básico de qualquer história? - Digo eu enquanto tomava meu refrigerante

- Eu acho que as histórias de super-heróis têm um "tempero a mais" porque os personagens, pelo menos na ficção, são mensagens ambulantes, são a personificação de símbolos! E isso reflete em suas histórias de vida! É uma mensagem boa que fica mais poderosa com a conexão que ela faz com os espectadores, pois torna elas reais e inspiradores!

- E essa é a base das histórias de heróis que amamos! - Disse Francisco enquanto era servido por Alex

- Exato! - Disse Alex colocando a garrafa de refrigerante vazia na mesa - Eu diria duas coisas me atraem nesse tipo de história: 1) A primeira são os personagem bem relacionáveis e inspiradores, pelo menos os que eu considero heróis!

Percebi que Emanuel Novo acabou passando ao nosso lado na hora que Alex foi falando, e ficou nos ouvindo por um tempinho, o que será que ele deve estar tramando?

- E 2) - Continuou Alex - A forma como elas consegue combinar aventuras surreais e bem criativas com temas bem realistas e fáceis de se conectar! Por exemplo os X-Men lidando com preconceito representado por vilões como os Sentinelas, o Quarteto Fantástico sendo uma familia com seus dilemas e etc.) Isso ajuda a tornar o mundo dos heróis bem mais "real" e suas histórias ficam muito mais impactantes; Podemos até dizer que histórias de super herói são os contos de fada e mitologia da modernidade

- Mas vocês não acham que o fato de vivermos em um mundo com super-heróis de verdade não tira um pouco dessa magia toda que vocês enxergam?

- Sim e não! Eu sou fruto da Era Moderna dos heróis - Disse Pedro - Sempre achei que histórias fictícias e a vida real são diferentes!

- E também - Completou Alex - Não é como se as idas e vindas dos heróis por aqui tivessem tirado o brilho delas! A desconstrução do arquétipo já estava acontecendo desde a Era de Bronze, ou até mesmo antes! Esse status quo só reforçou algo que já estava sendo trabalhado!

- Diria que é mais ou menos como aconteceu na literatura? - Perguntou Francis

- O mais próximo que consigo imaginar agora, sim! - Respondeu Alex

- Eu concordo! - Disse o Dr. Kerber enquanto..

PERAÍ, O DOUTOR KERBER?!!

ONDE ELE ESTAVA ESSE TEMPO TODO?!!

Talvez ele só estivesse no seu canto observando tudo

AI MEU DEUS!! SERÁ QUE EU CAUSEI UMA BOA IMPRESSÃO?!!

Ele está falando alguma coisa comigo...deixa eu ver, nem prestei atenção..

- Vejo que está recebendo uma boa ajuda na construção de sua proposta, né Bart?

É, pelo menos consegui ouvi isso...

- Sim, sim! Mas já está tudo encaminhado, não se preocupe - Respondo meio nervoso

- Que bom! - Disse Kerber feliz acreditando em mim - Pelo menos conseguiu se concentrar o suficiente para defender sua ideia?

- Acho que sim, Doutor! - Disse Emanuel Novo, que estava do nosso lado - Eu ouvi as ideias dele, e devo dizer que são boas!

Eu fiquei surpreso com a fala de Emanuel porquê ele estava me defendendo de algo que não tinha ouvido, e nem sabia, pois não tinha ideia de como fazer o pitch, e acho que nem proposta de história tinha direito...ele deve estar querendo algo!

- Que bom! - Disse o Dr. Kerber contente - Então, até amanhã meu jovem talento! Boa sorte amanhã

Apesar do Dr. Kerber ter se retirado, eu continuei a falar no automático:

- Obrigado pela..oportunidade de apresentar minha proposta - Digo eu tentando manter a calma

Enquanto Emanuel se aproximava de nós, eu respirei aliviado, agradecendo mentalmente por ter conseguido passar por aquela situação constrangedora.

Ufa!

- Deixa eu advinhar - Disse Emanuel pegando um refri pra ele

Lá vem...

- Você não tem nada pronto ainda, né?

- Quê? - Pergunto meio estressado para Emanuel

- Sim! E o Francis chamou nós dois - Disse Pedro - Para ajuda-lo a organizar as ideias

- Hey! - Digo eu meio estressado para Pedro, pois não queria que o Emanuel soubesse e possivelmente me estressasse...ainda mais!

- Ele perguntou o que faz as histórias de super-heróis especiais - Disse Alex

- Sabia - Disse Emanuel bebendo um copo de refri

- ....vem cá Emanuel, você veio aqui para nos atrapalhar ou o quê?! - Pergunto meio estressado para Emanuel

- Vim ajudá-lo, o Francis pediu ajuda..

- Ei mas.. - Francis tentou falar algo mas foi interrompido por Emanuel rapidamente

- ..eu sei, Francisco! Não se preocupe! - Disse Emanuel colocando seu copo vazio na mesa da área

- E no que você pode me ajudar? - Pergunto mais calmo com Emanuel, pois foi o Francis que o chamou, né?

- Bom - Disse Emanuel enchendo mais um copo -Eu acho que o que faz as histórias de super-heróis especiais são osclichês! Trabalhar os clichês das mais diferentes formas; é o principal pra mim! Entender a lógica por trás das características desse tipo de história e brincar com ela, o conflito arquétipo do bem contra o mal, a figura do super ser acima da humanidade, o elenco de apoio que torna o personagem mais humano mesmo quando não é humano, o universo vivo ao seu redor, os vilões que quase sempre são contrapartes ao que o herói representa, todos esses super clichês! Quando bem executados são o que dão o charme pra uma boa história de herói, e visto que vivemos em um mundo em que isso já é comum, isso tudo torna-se mais especial!

- ....Interessante resposta!

- Eu sei! - Disse Emanuel com um sorriso besta na cara

- Huff!

- Quer um conselho? - Perguntou Alex - Faça como eu! Eu me identifico muito com os X-Men, pois nós alienígenas passamos por muitas situações parecidas com a dos mutantes, e por isso tenho um amor por essa franquia! Eu tento colocar esse amor nas histórias que escrevo, pois é isso que faz tudo valer a pena!

- Eu recomendo.. - Disse Pedro batendo no meu ombro - ..que você tente relaxar agora! As ideias fluem melhor!

- Concordo! - Disse Emanuel - Bora, guardei umas bebidas especiais para agora!

- É.. - Digo eu meio triste - ...fazer o quê, né?

Após tomar alguns shots, acabei ficando mais estressado do que antes, e tentei me distrair em um canto isolado, pensando naquilo que eu gosto! Porém, tudo que consegui pensar foi no porque carambas o Sr. Lutckmeier pediu para resumir a Jornada do Herói em apenas 5 passos!

- Mundo Comum é a apresentação do mundo e do herói... - Digo para mim mesmo no canto isolado - ...o Chamado a Aventura e a Recusa do Chamado podem ser mesmo os mesmos tópicos pois é a parte que o herói tem seu status quo mudado...Retorno é o fim....a caverna oculta são as provações...

Por sorte, Francis acabou me encontrando, e tentou me animar após ver como eu estava

- Ei! - Disse Francis - O que está fazendo aqui?

- Pensando em uma maneira de escrever... - Respondo meio triste

- Não precisa ficar assim, Bart. Escrever um pitch não é tarefa fácil, mas você já tem algumas ideias, não é?

Eu suspirei e balancei a cabeça em concordância. De fato, eu já tinha algumas ideias soltas na minha cabeça, mas ainda precisava organizá-las de forma clara e persuasiva.

- É, eu tenho algumas ideias, mas está difícil colocá-las em ordem

Deitando minha cabeça na parede, penso em voz alta:

- Será que vale a pena?

- Não fala assim! - Disse Francis tentando me animar de novo - Vai valer a pena sim!

- É o que eu quero, mas parece mais difícil do que se pensa! - Digo eu tirando minha cabeça da parede e procurando um lugar para me sentar - Eu estou confuso com tanta coisa!

- Então você poderia ouvir a quarta pessoa que pode te ajudar? Acho que isso vai "valer a pena"!

- Ué? - Digo eu meio confuso - Mas já não falamos com todos os 4?

- E quem seria esses 4 para ti? - Pergunta Francis cheio de gracinhas

- Oras, o Sr. Lutckmeier..

- Sim! - Disse Francis contando nos dedos

- O Pedro, o Alex..

- Sim, sim..

- E o Emanuel!

- O Emanuel não conta!

- Ué? Mas ele não disse...

- Sim! - Interrompe Francis - Chamei ele, mas na hora ele disse que não estaria disponível, e por isso acabei não contando com a ajuda dele quando falei das 4 pessoas!

- Então quem seria esse quarto?

- Eu! - Disse Francis apontando para si

- Você? - perguntei, surpreso.

- Sim, eu! - respondeu Francis, com um sorriso confiante. - Você ficou tão preocupado em ver respostas de outros que esqueceu de perguntar para mim! kkkkk

- ....hum! - Digo eu refletindo

- Pois é! kkkkkkk

- Então.. - Digo eu mais animado - ..me diga: O que você acha que faz as histórias de super-heróis especiais?

- Bom kkkkkkk - Disse Francisco animado - Por onde eu começo? Eu diria que acho que o elemento fantástico é que dá o brilho das histórias! O coração, a criatividade, um mundo incrível com heróis incríveis, mas também a identificação, você se identificar com aqueles heróis é tudo! Ver suas falhas, a verossimilhança, Kirby não trazia só coração nas suas histórias! Mas também, verossimilhança, coisas da época! Sua própria vivência para conseguir passar essa verossimilhança, essa identificação, o intimismo é usado não só para a obra seguir um princípio: agradar o autor, ser algo que ele põe seu coração, um pouco de si, do seu saber, de suas vivências, do seu conhecimento, de suas experiências, mas também para gerar essa identificação!..

Como sempre, falando demais! kkkkkkk, mas acho que esse vale a pena!

- ..do público com a obra, do público com o autor, com a visão dele.. - Continuou Francis a falar enquanto ele se movimentava de maneira inspirada para alguns cantos, me tirando do meu canto escuro - ..que ele expõe na obra, O fantástico fascina as pessoas! E pode ser usado para tirá-las da realidade, ou fazê-las olhar para ela, e pode servir até para os dois: o processo sociológico de estranhamento, e depois de problematização. Achar estranho aquele mundo irreal e suas falhas claramente erradas, e depois perceber que nosso mundo não é tão diferente, estranhar certos atos para desnaturalizar atos da nossa realidade, ver que não são coisas normais, e sim erradas, ver que não são coisas normais, e sim erradas. Histórias podem deixar críticas, lições (através de seus contos fantabulosos) ou apenas gerar entretenimento. Passar sentimentos. Então são os contos fantásticos e cheios de coração e como eles conversam com a gente!

Eu gosto da ideia dos super-heróis serem representações literais de ideais e os super vilões serem o completo oposto deles, a representação literal de defeitos, pois sua vitória no final significa a superação de seus próprios defeitos, e isso pode tanto ajudar pessoas a superarem suas falhas de maneira inspiradoras quanto ajudar a trazer algo bom pro coração em momentos difíceis! Eu sei disso porque tanto fui motivado a ser uma pessoa melhor vendo Homem-Aranha, e o Superman quanto sai de uma crise vendo um filme divertido de herói!

Não só neles, mas você Bart também me inspira! - disse Francis com sinceridade.

- Sério?

- Sim, você. Mesmo com todo esse estresse, você não desistiu de encontrar uma forma de escrever o pitch. Você está buscando maneiras de organizar suas ideias e transmitir sua paixão por histórias de super-heróis. Isso é inspirador para mim.

Fiquei surpreso com as palavras dele, pois não tinha me tocado que minhas pequenas lutas pessoais também poderiam servir de motivação para alguém. Francis continuou:

- E também, ter você como super-herói em um momento sem heróis, aparentemente, é muito especial!  Talvez eu nunca venha ser um super-herói ou especial nesse sentido, mas só o simples fato de eu poder ajudar alguém Super, como você, me faz sentir especial, e me mostra que vale a pena, sabe?

- Sim! - Digo eu finalmente satisfeito com alguma resposta - Muito obrigado, Francis, por toda a ajuda que você me deu!

- Oh, kkkkkk, quê isso bro, tamo junto!

- kkkkkkkk

É....isso valeu a pena! Acho que finalmente tenho o que procurava

Depois da festa, levei Francis de volta para a casa dele e fiquei a noite toda trabalhando em meu pitch! Depois de ter tido toda minha ideia arquitetada, criei uma apresentação de slide com base em tudo que ouvi ontem, e o batizei de "Super-Herói por Bart Batson", que acham? kkkkkkk

Dessa vez tentei fazer não uma coisa perfeita, mas o suficiente com coração! Assim como mestre Jack Kirby gostaria que fizesse!

Agora era só partir pro combate!

No dia seguinte, mesmo meio nervoso, preparei tudo que fosse necessário e sai da minha dimensão de bolso como um verdadeiro campeão, e enfrento esse round tranquilamente! Todos os meus colegas conhecidos, Jhon Victor, Emanuel Novo, Muttley, e até mesmo o Francis que estava meio longe de onde estava fazendo seu trabalho de estagiário, me cumprimentaram e me deram forças! Sou muito grato a eles!

Perguntei para a secretária (que curiosamente é namorada do Emanuel!), e ela me informou que o Dr. Kerber estava pronto para ver minha apresentação no escritório dele, e fui lá para encontrá-lo. Ao entrar na sala onde ele se encontrava, Kerber me recebeu muito bem e perguntou:

- Bom dia, Bart! Está preparado?

- Estou! - Digo eu mais confiante

Montei o datashow, acessei o slide, respirei fundo e comecei a compartilhar minha ideia. Francis, que estava passando por ali, percebeu que minha apresentação havia acabado de começar, e tentou ouvi-la escondido. Não sei o quanto ele ouviu, mas, sei que essa parte aqui, depois da apresentação inicial, ele ouviu muito bem!

- ...todos esses personagens aqui.. - Dizia eu enquanto passava os slides - ...terão suas histórias contadas pois, minha ideia, é que meu primeiro projeto seja um livro de crônicas chamado "Super-Herói". Nela, uma força mística apelidado de "Lumoj" decide atuar sobre a vida de 7 personagens diferentes para provar para a entidade cósmica "Malluma Morto" que algumas pessoas valem a pena..

- Lumoj? - Perguntou Dr. Kerber - Malluma Morto? Por que esse sotaque?

- É Esperanto!

- Ah, sim! Pode continuar! - Disse o Dr. Kerber voltando o foco

- Pois bem - Digo eu também voltando meu foco - Ela terá 7 capítulos, com cada um acompanhando um personagem diferente, e mostrando as reações deles ao adquirirem os poderes de Lumoj. Alguns se tornarão heróis, outros vilões, anti-heróis, ou não! Veríamos as observações de Lumoj e Malluma Morto através do prólogo e dos interlúdios, que servirão como narradores oniscientes, trazendo uma visão mais ampla e profunda desse universo que vocês trabalham. Através dessas crônicas, pretendo explorar a dualidade entre o bem e o mal, trazer reflexões sobre as jornadas dos personagens e, consequentemente, das nossas também! Pretendo trazer uma vibe parecida com as histórias do Surfista Prateado de Jack Kirby, Stan Lee e John Buscema misturado com o Homem-Aranha do Steve Ditko! Serão histórias emocionantes e repletas de reviravoltas, com personagens complexos e cativantes, e tudo isso para passar a mensagem sobre ações e reações, atos e consequências, sobre poder e responsabilidade!

- Muito interessante, Bart! - Disse o Dr. Kerber contente com minha apresentação - Muito interessante! Apesar de ser muito parecido com muitas propostas que recebi!

- Sério? - Pergunto meio surpreso

- Sim! Em todos os meus anos nessa empresa já recebi várias propostas de muitos escritores amadores e profissionais que possuíam a "mesma vibe", algumas eu aprovei e outras estão sendo ainda analisadas! E por isso, eu gostaria de te perguntar, Bart: Por que eu deveria me importar logo contigo?

- Bem..

Depois de respirar fundo, eu falei para o Dr. Kerber:

- O ato de contar histórias está presente na humanidade desde seus primórdios, seja através de figuras ou palavras, as narrativas, tanto as reais quanto as ficcionais, é uma parte intrínseca da nossa cultura, ajudando-nos a transmitir conhecimento, perpetuar tradições e entender melhor a nós mesmos e ao mundo ao nosso redor. Todos que contam histórias sempre tem um objetivo claro! 

Eu me baseio muito na fala de C. S. Lewis, quando ele afirma que: "Nós lemos para saber que não estamos sozinhos", no sentido da importância de compartilhar nossas jornadas e superações uns com os outros! E também em Joseph Campbell, quando ele afirma que: "A vida tem sua sabedoria própria que fala à alma. A arte é alimentada pela vida, pelo inconsciente e por visões, pela vida de formas, pela ciência e pelo inconsciente".

Falando em Joseph Cambell, ele também defendeu a ideia da "Jornada do Herói", que é um conceito utilizado para descrever um padrão recorrente nas narrativas em diversas culturas ao redor do mundo. Essa estrutura poe ser condensada em 5 etapas: 1) Mundo Comum: O momento em que somos apresentados ao herói e seu status quo; 2) O Chamado a Aventura: Quando o herói inicia um processo de mudança em sua vida e parte em uma jornada; 3) Testes, Aliados e Inimigos: Que são os desafios enfrentados pelo herói, ao lado das pessoas que o acompanham; 4) Aproximação da Caverna Oculta: A grande prova que o herói passa após muito treinar e passa por transformações pessoais; e 5) Retorno: Quando o herói retorna ao antigo mundo comum mudado

Essa estrutura básica das narrativas reflete o próprio caminho de autoconhecimento e crescimento que passamos em nossas vidas! Isso de certa forma me lembra as histórias dos super-heróis!

Jerry Siegel e Joe Shuster criaram o Superman, que é praticamente a representação deles dos heróis dos antigos mitos! E por causa disso, ele foi um enorme sucesso, e inspirou vários outros escritores, até os dias de hoje, a escreverem várias histórias diferentes! Tanto de outros heróis quanto outras interpretações para os mesmos personagens!

Cada herói passa por sua jornada própria, eles enfrentam seus medos, lidam com suas próprias vulnerabilidades, tudo isso enquanto vivem normalmente e superam todos seus problemas! Cada história nos impacta de maneiras diferentes, e molda muita gente que acompanha elas!

De cabeça, me lembro de 3:

Sr. Lutckmeier é um amante de narrativas que, após receber uma proposta de emprego para ser roteirista de uma editora grande, se mudou para cá e construiu sua própria carreira! Pelo que vi, suas histórias são especiais porque, além de seu grande conhecimento, ele se utiliza de suas experiências pessoais na hora de escrever, e isso enriquece muito sua obra! Ele usou seus sentimentos como instrumento, e foi crescendo a medida que escrevia cada coisa nova! Mesmo nos seus piores momentos!

Alex, que vive em um universo praticamente diferentes de Lutckmeier, é descendente de alienigenas que cresceu amando as histórias dos X-Men, visto que ele se identificava muito com as situações vividas pelos personagens! Ele se mudou de sua comunidade para cá com o intuito de escrever sua própria história, e depois de passar muitos perrengues, ele conheceu todo mundo daqui da editora, conseguiu emprego, e agora é famoso por suas histórias cheias de coração!

E a minha história! Um nerd comum que encontrou sua paixão por meio desses heróis e da figura do meu pai, que,  quando atingi a maioridade, se mudou para cá com o intuito de escrever minha história e ser um bom homem assim como meu pai foi, e possivelmente ganhar confiança! Já enfrentei muitos problemas, mas isso não me impediu de continuar, não é atoa que estou aqui!

São esses acontecimentos corriqueiros que acabam ganhando holofotes, e que movem multidões! Por isso que acabou-se criando o padrão da Jornada do Herói, que para alguns pode parecer meio repetitivo, mas não me importo muito pois isso, para mim pelos menos, só reforça um detalhe interessante:

Apesar delas contarem diferentes histórias sobre diferentes personagens que vivem em universos diferentes e enfrentam diferentes situações, no fim, eles contam só uma história, a nossa história! A história do herói que saiu de sua casa, enfrentou os seus problemas, caiu e se reergueu diversas vezes de maneiras diferentes! Essas histórias são mais que sobre os personagens, são sobre as pessoas que escrevem elas, sobre quem as lê, pois mesmo que muitos artistas escrevam o mesmo personagem, cada um vai transcrever um pouco de si nelas, e outros vão interpretar da maneira que quiserem! É assim desde Siegel e Shuster! E eu queria ter a oportunidade de fazer o mesmo! De colocar o meu coração, e ter a oportunidade de dizer a algumas pessoas que vale a pena lutar de diversas maneiras diferentes!

O Dr. Kerber (e o Francis também!) ficaram contentes com minhas palavras e encontraram um novo entusiasmo pela minha proposta. Por isso, Kerber acabou dando um ultimato

- Bom, e qual é o seu prazo?

- ...M-meu prazo? - Pergunto meio surpreso e animado ao mesmo tempo

- Sim!

- ..dois meses!

- Então, seja bem vindo a nossa Editora, jovem escritor! - Disse o Dr. Kerber me cumprimentando - Foi um prazer ouvir seu pitch!

- ...o prazer é todo meu! - Digo eu segurando o choro

Um sorriso de alívio e felicidade se formou em meu rosto quando sai da sala. Era uma mistura de emoções, desde a ansiedade inicial até a gratidão e realização. Francis, que tentou disfarçar que não estava ouvindo nada, foi até mim e perguntou:

- E aí? Como foi?

- Meu pitch foi aprovado! - Digo eu fingindo pro Francis que não sabia que ele não havia ouvido

- Sério?! Aeeh cara! - Disse Francis genuinamente animado - Estou feliz por ti, cara!

- Obrigao pela ajuda, cara!

- Quê isso, não tem de quê! Mas então, o que você vai fazer agora?

- Estou pensando em tirar o dia de hoje de folga! Para relaxar, sabe? E a partir de amanhã começar a trabalhar!

- Faz bem, faz bem!

Pelo menos posso ficar sossegado agora pois já está meio caminho andado, e, com sorte, vai dar tudo certo!

Quando Francis e eu estávamos prestes a sair do prédio da editora, um homem estranho, com rabo de cavalo, usando óculos quadrados, foi ao nosso encontro e o Francis começou a conversar com ele, meio que do nada!

- Ei, Ned! - Cumprimentou Francis

- Oi, Francisco! - Cumprimentou o homem de volta

- Ned? - Pergunto meio surpreso

- Sim, sou eu! - Respondeu Ned

- Ei, cara. O que faz aqui? - Pergunta Francis

- Eu vim.... - Disse Ned

- Pera, pera, pera - Digo eu interrompendo a fala de Ned - Você é o Ned?

- Sim! - Disse Ned - Desculpa não ter atendido vocês ontem, houve um imprevisto, e eu vim aqui para ajudar vocês no pitch!

- .....AGORA QUE VOCÊ VEM SEU FELAP


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