Cores - Episódio 2 de 3: Falando sobre a cor secundária



Ó, meu caro e atento leitor, permita-me conduzi-lo pelo intrincado labirinto das cores, onde o dançar dos olhos e do cérebro se entrelaçam em um balé de discernimento cromático!

 Veja bem, ao direcionar sua mirada ao redor, os astutos órgãos visuais, em tandem com o enredado emaranhado cerebral, executam uma coreografia meticulosa para coletar tidbits de informação. Surge diante de sua visão uma fruta, e eis que, como um árbitro da dieta, você decide se a incorporará ou a rechaçará. Dirige seus olhos ao firmamento, arauto da precipitação, e anuncia com aristocrática certeza: "Hoje não choverá."

"Hoje não choverá"

Porém, meus olhos analíticos, não se detenham ali, pois a própria essência das palavras que ora devoram com os olhos é moldada por sombras e matizes. Ah, sim, até mesmo as tonalidades ocultas desempenham sua influência. É isso mesmo, caro leitor, as cores, essas damas misteriosas, orquestram seus humores e decisões sem que sequer perceba, tais regentes invisíveis de um espetáculo metafísico.

Imagine, se permitir, a sublime fruta que se apresenta diante de você. A própria matiz de sua casca provoca uma sinfonia silenciosa em seu palato, sussurrando promessas de maturidade. E que dizer do espetáculo celeste, onde o matiz das nuvens guia seu discernimento climático com uma graça exuberante? Enquanto seus olhos flanam sobre estas letras entintadas, o contraste calculado entre caracteres e fundo sela um pacto de leitura indulgente. Ah, a sutileza dessa teia cromática a guiar suas ações sem súplica por reconhecimento!


Imagine, então, caro leitor, que para o vasto panorama cromático ao nosso redor, apenas três cores primordiais se juntam em um animado baile. As primárias, almas pioneiras na criação da panóplia visual, reúnem-se em um espetáculo de mistura e combinação. E sim, resquícios deste espetáculo têm sido revelados em edições anteriores. Nesta, todavia, permita-me desvelar a sinfonia multicolorida das cores secundárias.

Aplaudam, nobres conhecedores, as cores secundárias, nascidas da ardente fusão de duas primárias em proporções equitativas. Através de um esforço alquímico digno de um mago cromático, surgem essas resplandecentes criaturas: o verde, fruto da colaboração azul-amarelo, o laranja, resultado de um tórrido romance entre amarelo e vermelho, e o violeta, esse majestoso híbrido azul-vermelho que se eleva como uma miragem celeste.

E enquanto os séculos passam, observe, ilustres leitores, como até mesmo o esquema de cores se submeteu à intriga moderna. Agora, um duelo em duas arenas: o aditivo e o subtrativo, onde as cores primárias de um são submissas ao outro e vice-versa. Testemunhem a eloquência do sistema CMYK, uma sinfonia de tonalidades que dança nos palcos das artes gráficas. E nesse coro hipnotizante, o ciano, filho do azul e do verde, o magenta, nascido do ardoroso encontro entre azul e vermelho, e o amarelo, trazido ao mundo pelo íntimo abraço do verde e do vermelho.

Mas eis que surge o enigma do "K", o intruso vestido de tinta negra, que sussurra humildemente: "Eu não sou cor, mas sou força." Um reforço sutil, uma ressonância nas profundezas, ecoando a melodia das cores que preenche nosso mundo.

E, meus curiosos leitores, após essa jornada pelas tintas e tonalidades, permitam-se voltar o olhar para o início, onde a laranja, esse ser vibrante, surge do matrimônio magenta-amarelo, o verde floresce da ardente fusão ciano-amarelo, e o violeta, uma epifania azul-magenta, fecha este espetáculo cromático. Que maravilhas se ocultam nas profundezas das cores, um universo vívido e multifacetado que desfila diante de nós, meros observadores perplexos.

Esta postagem foi adaptada do meu outro blog, Art & Design. Você pode acessá-lo em www.artandraw.blogspot.com


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