16 Personalidades (Ou : a Psicanálise é uma Sopa de Letrinhas)



O suíço Gustav Jung, uma espécie de Robin do comedor de mãe e de bosta Sigmund Freud, em 1921, publicou a obra Tipos Psicológicos, na qual catalogou a psiquê humana com base em três eixos comportamentais.  

1) Introvertido (I) x Extrovertido (E).
E aqui o significado dos termos não são os de uso comum, nada têm a ver com timidez ou expansividade. Mostra de onde o sujeito tira a energia e a motivação para tocar a vida. Se extrovertido, essa força vem de fora, do contato e interação com outras pessoas, vem da imagem que os outros fazem dele, ser o centro das atenções é o que lhe abastece; se introvertido, o extenso contato humano, antes pelo contrário, exaure-lhe, mina-lhe as energias vitais, o introvertido é sua própria fonte de energia, utiliza -se da solidão para recarregar as baterias. 

2) Sensitivo (S) x Intuitivo (N).
Essa díade mostra como o sujeito busca e percebe as informações ao seu redor e, de novo, os significados dos termos fogem do uso corriqueiro. O sensitivo nada tem de místico, paranormal ou mediúnico, é o cara que obtém e processa informações se valendo, preponderantemente, de seus cinco sentidos, ele aprende pelo toque, pela sensação, pela experimentação. O intuitivo é aquele que deduz e infere suas conclusões por pura observação, sem grandes necessidades de algum processo empírico. 

3) Pensamento (T) x Sentimento (F).
Diz respeito às tomadas de decisões. Se mais racionais ou se mais emocionais.
Pelo princípio fundamental da contagem (2x2x2), ao intercambiar essas três duplas de letras, Jung categorizou-nos em oito tipos psicológicos : IST, ISF, INT, INF, EST, ESF, ENT, ENF.

Tempos depois, em 1943, duas outras desocupadas, Katherine Briggs e Isabel Briggs Meyers, mãe e filha, respectivamente, apaixonaram-se pela obra de Jung, reduziram-na a termos leigos, tornaram-a mais compreensível e palatável aos não iniciados em psicologia e psicanálise, e acrescentaram um quarto eixo comportamental aos três originais do suíço : Julgamento (J) x Percepção (P), que representam, respectivamente, um estilo de vida mais regrado ou mais espontâneo. 
Havia nascido o método MBTI, o Meyers-Briggs Type Indicator. Parece até um daqueles produtos picaretas das Organizações Tabajara. E é . 
Pelo mesmo princípio fundamental da contagem (2x2x2x2), o MBTI nos engaveta em 16 tipos psicanalíticos. 

Assim, a exemplo, uma pessoa ESFP é alguém extrovertido, sensitivo, sentimental (ou emocional) e perceptiva (ou espontânea).
O teste virou o santo graal dos selecionadores dos RHs  de empresas e corporações para a contratação de funcionários, é até hoje é um dos mais difundidos e aplicados para esse objetivo.

Como sei dessa papagaiada toda? O teste chegou até mim através de minha esposa, cujo RH da empresa em que trabalha o aplicou aos funcionários,  mais a título de curiosidade, para descontrair um pouco o sisudo ambiente corporativo. Então, fui me informar a respeito dele.

O teste parece com os questionários que, antigamente, vinham em revistas femininas, como Capricho, Nova, Cláudia etc, aquelas que ficavam nas mesas de centro dos consultórios médicos e odontológicos antes do advento dos celulares.
Minha esposa sabe que eu não acredito em nenhum desses testes (o que é verdade), mas que, não obstante, adoro fazê-los.

O que mais instigou minha curiosidade sobre o teste foi que ele, além de fornecer a sopa de letrinhas que seria a minha tipologia, ao final, também exibiria 16 personalidades,  reais e ficcionais, cujos perfis mais se assemelhariam ao meu.

Fiz o teste. Respondi a 144 questões e fui diagnosticado como INTJ, perfil que, segundo o teste, corresponde apenas a 2% da população global. Com os seguintes resultados parciais : 99% Introvertido x 1% Extrovertido; 72% Intuitivo x 28% Sensitivo; 69% Analítico x 31% Emocional; 81% Regrado x 19% Espontâneo. 
Mas o melhor veio no final, quando surgiram as pessoas com personalidades análogas à minha.
 
 
Vejam só quem figura logo em primeiro lugar, o Dr. Gregory House. Sujeito radicalmente analítico, um poço de razão, um pires de emoção, obstinado, impessoal, um menir de racionalidade, que caga e anda para a imagem que possam fazer dele, genial, intolerante para com o comezinho, para com a burrice, ranzinza pra cacete, chegadíssimo num goró. 

Adoro o seriado House M.D. Assisti-o repetidas vezes, todos os episódios das oito temporadas.
Quando o seriado era exibido e tinha certa notoriedade, tanto na TV a cabo como na aberta (acho que na Record), muitos me relacionavam à persona de House. O primeiro foi meu corno amigo Fernandão, que também foi quem me apresentou ao seriado. Depois, um cunhado e vários alunos para quem lecionava me associaram ao simpático esculápio. 

De resto, estou muito bem acompanhado: o sombrio Bruce Wayne, o obcecado Tesla, o pessimista Nietzsche.
O teste MBTI está disponível na internet de forma gratuita em diversas versões. Para fazer o mesmo que o meu é só clicar aqui, no meu poderoso MARRETÃO.




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