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10 MELHORES HISTÓRIAS DO CAPITÃO AMÉRICA
Além de heróis como
X-men e Super Choque, outro cujas histórias tocam em assuntos encontrados na
realidade é o Sentinela da Liberdade, o Capitão América.
Por seu visual baseado
na bandeira americana é natural muitas pessoas julgarem o Capitão como apenas
um “garoto propaganda”, feito somente pra promover os Estados Unidos e nada
mais.
Apesar essa visão não esteja totalmente incorreta (afinal o personagem foi na Segunda Guerra criado por judeus com o propósito se opor aos nazistas), ela é muito superficial, deixando de lado muitas histórias que o herói teve desde seu retorno na década de 60, que desenvolveram o Capitão e fizeram o herói encarar não só super vilões, como também tópicos bem complexos da realidade, fazendo-o questionar seus valores e o que ele representa no mundo atual.
Mas dessas histórias, quais
foram as melhores? Como elas conseguiram desenvolver o Capitão?
Para responder essas
perguntas... eu apresento meu top 10 melhores histórias do Capitão América.
10)
O PODER PARA O POVO (CAPITÃO AMERICA VOL 1 Nº 143)
Um dos eventos que influenciou as hqs na metade da década de 60 foram o movimentos de
igualdade racial, com muitos autores criando personagens para representar
minorias (como no caso do Pantera Negra e o Falcão) e escrevendo histórias que lidavam com essas temáticas como
preconceito e discriminação (grande exemplo sendo os x-men).
Não sendo exceção isso,
o Capitão também se envolveu nesse tópico, com um dos exemplos sendo essa
história feita por Gary Friedrich, onde Steve e seu parceiro, o Falcão tem que
lidar com O Homem, um vilão misterioso que está incentivando um grupo de negros
a provocarem uma revolução contra os brancos e qualquer um que os apoiarem, o que
levaria a destruição do Harlem.
Para uma história da
era de bronze, Friedrich consegue abordar as questões dos conflitos raciais de
uma forma abrangente pra época, não só fazendo crítica ao uso de métodos
extremos como também abordando formas como indivíduos se aproveitam do ódio
entre massas para beneficiar seus interesses próprios.
9)
HOMEM FORA DO SEU TEMPO
Mesmo sendo um dos
heróis mais otimistas das hqs, o Capitão tem um aspecto trágico de ser um herói
dos anos 40 que despertou nos dias atuais, tendo que lidar com o fato que está
vivendo num mundo bem diferente. Lugares que ele conheceu foram demolidos,
ideais que ele acredita não são mais visto como algo simples e o mais
importante, muitos de seus amigos envelheceram ou já morreram.
Embora seu retorno em
Vingadores vol 1 nº 4 tenha abordado um pouco esses aspectos, foi Mark Waid que
deu uma aprofunda nessa sub-trama com essa minissérie que reconta o despertar
do Steve nos dias atuais e mostra como ele vai de um herói deslocado para
aceitar o mundo atual e encontrar um novo propósito na vida.
8)
GERAÇÕES - CAPITÃO AMERICA SAM WILSON E CAPITÃO AMERICA STEVE ROGERS
Steve Rogers não foi o
único Capitão América. Já tiveram casos onde seu escudo foi passado para
outros, como foi o caso do seu parceiro Sam Wilson, o Falcão. Seu tempo como o
novo Sentinela da Liberdade foi tudo menos fácil, com Sam sendo criticado pela
mídia, pelo governo e até mesmo pelas pessoas por decisões que ele tomado (como
defender um grupo de imigrantes) além de ser vítima de racismo. Tudo isso fez
com que Sam tivesse dúvidas se ele era digno de continuar o legado do Steve ou
se pra isso ele deveria atender a vontade do público e abrir mão de seus
ideais.
A resposta para suas
perguntas acaba vindo após o evento Império Secreto, quando Kubik (a forma
humana do Cubo Cósmico, um artefato capaz de alterar realidade) envia Sam e
outros heróis sucessores para pontos diferentes da linha do tempo. No caso do
Sam, ele é enviado para os anos 40, se alistando no exército e lutando na
Segunda Guerra Mundial, no processo conhecendo o Steve Rogers e tendo uma
influência no seu futuro.
As interações do Sam
com Steve do passado não só mostram como o sentinela da liberdade não era tão
diferente do seu sucessor, também tendo lidado com a pressão das expectativas
da população, mas mostra uma nova dinâmica, com Sam meio que se tornando um
mentor para seu futuro parceiro, encontrando solução para suas inseguranças e
fechando o ciclo da história deles.
7)
SOLDADO INVERNAL (CAPITÃO AMERICA VOL 4 Nº 1 a 14)
Um dos nomes mais
associados as histórias do Capitão América é Ed Brubaker, responsável por
reinventar a direção das hqs do líder dos vingadores, dando a elas um clima bem
mais noir e pé no chão.
De todos os elementos da fase do Brubaker, a mais popular foi o retorno de Bucky Barnes, o parceiro do Capitão que tinha sido dado como morto desde o retorno do Steve nas hqs atuais. Num retcon bem executado, é revelado que Bucky sobreviveu e foi encontrado pelos russos, não tendo mais memória do seu passado, sendo transformado no Soldado Invernal, um assassino frio e determinado.
Esse arco consegue
levar o drama do Steve, da culpa que ele carregava pela morte do seu parceiro
para um novo nível e destaca a determinação do herói em tentar salvar seu
amigo, mesmo com outros duvidando que ele conseguiria.
6)
O FLAGELO DAS NAÇÕES (CAPITÃO AMERICA VOL 1 Nº312, 321 e 322)
É comum em histórias um vilão, o galeria de vilões, representar um contraste ao herói em relação a um aspecto específico. No caso do Capitão América, maioria de seus inimigos são motivados por ideais que entram em conflito com os dele, ou representam a os aspectos negativos do mundo atual que ele agora vive (com Steve representando os aspectos positivos). Um dos vilões que melhor representa isso é o Apátrida.
Em suas primeiras aparições, ele foi estabelecido como Karl Morgenthau, um suíço que perdeu seu
pai, um senador morto durante um motim numa embaixada. Essa tragédia (mais os preconceitos que
sofreu na infância por ser um estrangeiro) fizeram com que ele se torna-se líder
do ULTIMATO, uma organização dedicada destruir o conceito de nacionalidade e
governo, o que o levou a confrontar o Capitão América (um símbolo americano).
Além de um estilo de
“filme de espionagem” bem parecido com os do 007, o ponto alto da história são
interação entre o Capitão e o Apátrida, com o debate de suas ideologias
trazendo muitas questões envolvendo temáticas como patriotismo e nacionalidade.
5)
BRILHO VERMELHO (CAPITÃO AMERICA VOL 3 Nº 14 a 19)
O maior desafio de um
herói é encarar um vilão que ele não pode derrotar facilmente, um obstáculo que
o faz ter que ir além de seus limites e pensar diferente para poder obter a
vitória.
No caso do Capitão, um
desses desafios que ele teve que encarar veio na fase do Mark Waid, quando o
herói teve que lidar com o retorno do seu arqui- inimigo o Caveira Vermelha.
Tendo se fundido com o Cubo Cósmico, o Caveira ganhou o poder de alterar
realidade, se tornando imbatível, colocando o Capitão diante um grande dilema:
Como ele vai derrotar um vilão com o poder de um deus?
A forma como a história
se desenvolve é muito surpreendente, com momentos bem tensos e twists
inesperados, com a determinação do Capitão em enfrentar o “Caveira Cósmico”
demonstrando como seu grande poder no final de tudo não é a força dada pelo
soro do Super Soldado, mas sim sua coragem para enfrentar desafio, não importa
o quão impossível pareça sua chance de vitória.
4) CAPITÃO PARA PRESIDENTE (CAPITÃO AMERICA VOL
1 Nº250)
Uma pergunta que muitos
fãs leitores de hqs fazem é: Num universo com tantos super heróis, pessoas com
poder, senso de justiça e dedicação aos seus valores, por que nenhum deles foram
eleitos lideres político? Por que nenhum deles não assumem o poder como líder
de um país ou mais e convenceu outros a adotarem seus ideais justos?
Bem, John Byrne abordou essa questão em sua fase curta no Capitão América. Nessa história o herói acaba conhecendo membros de um partido que querem que ele seja candidato a presidente dos EUA. Steve se recusa, porém membros anunciam sua candidatura, fazendo que muitas pessoas fiquem no pé do Capitão sobre a eleição, com muitas pessoas querendo que ele assume o poder, fazendo Steve refletir sobre sua situação: Ele deve atender o desejo do povo e ser o que eles desejam, ou deve se manter fiel aos seus ideais e recusar assumir uma posição tão importante?
A conclusão que o Steve
chega, embora não seja tão surpreendente, diz muito sobre o personagem do
Capitão, demonstrando sua humildade e fé na humanidade.
3)
CAPITÃO AMÉRICA BRANCO
Uma das minhas hqs
favoritas é a “Quadrologia de cores” da Marvel, uma série de hqs feitas por
Jeph Loeb e Tim Sale (a mesma dupla responsável por Batman Longo Dia das
Bruxas), que mostram os heróis refletindo sobre o tempo que tiveram com uma
pessoa que eles perderam, visitando lembranças de histórias antigas (ex: Homem
Aranha azul foca no romance do Peter com a Gwen Stacy na fase do Stan Lee e
John Romita, Demolidor Amarelo destaca o romance do Matt com a Karen Page nas
suas primeiras histórias).
2)
OPERAÇÃO RENASCIMENTO (CAPITÃO AMERICA VOL 1 Nº 445 a 448)
Como muitos heróis, o
Capitão já foi morto e ressuscitado nas hqs em ocasiões. Uma delas aconteceu na
década de 90, quando o super soro em suas veias expirou. Como de costume, isso
não durou e o roteirista Mark Waid trouxe o Capitão de volta vida, com sua
ressurreição sendo causada por uma transfusão de sangue. O que Steve não
esperava era quem foi responsável por salvar sua vida: O Caveira Vermelha.
É então explicado que o
Caveira, com ajuda da namorada do Steve, Sharon Carter, trouxe o herói de volta
a vida pois precisa de ajuda para impedir um grupo de nazistas de usarem o cubo
cósmico para libertar a alma de Hitler e dominar o mundo. Sem escolha, Capitão
se alia ao seu arqui-inimigo para salvar o mundo. Mas será que o Caveira pode
ser confiado?
Só pela trama dá pra
notar que o arco é puro quadrinho, com vários conceitos insanos em uma história
bem divertida, que apresenta uma dinâmica nova entre o Capitão e o Caveira.
1)
CAPITÃO AMÉRICA NUNCA MAIS (CAPITÃO AMERICA VOL 1 Nº 332 a 350)
“Não gosto de tiranos,
não importa de onde sejam”. Essa é a frase que define o tipo de herói que o
Steve é, um homem bom e altruísta que sempre se dedica a proteger os outros.
Mas o que acontece quando seu inimigo acaba sendo o governo que o criou?
Essa questão que o autor Mark Gruenwald explorou nesse arco icônico, onde o Capitão é forçado se apresentar diante um comitê do governo que exige que ele passe a trabalhar exclusivamente pra eles. Mesmo diante ordens do governo que o criou, Steve se recusa a comprometer sua liberdade e como consequência tem seu traje e escudo confiscados pelo governo, sendo substituído pelo impulsivo e ultra-patriota John Walker.
Enquanto Walker assume o papel do Capitão, realizando várias ações questionáveis que danificam a imagem do herói, Steve vai aos poucos se reerguendo e volta a ativa, com um novo uniforme, escudo e a identidade de "O Capitão", com o arco levando a um conflito entre os dois Capitães.
Essa história é fusão de tudo de melhor das hqs do Capitão: Muita ação, retorno de personagens clássicos do Capitão, introdução de personagens novos, twists surpreendentes, conflitos ideológicos e muito mais.
Mas o melhor aspecto da história com certeza o Steve Rogers. O dilema que ele encara, de ir contra o governo é algo bem relacionável e relevante até nos dias hoje. A escolha dele se rebelar contra o governo destaca como o fato dele vestir não o torna um "cachorro do governo" e incapaz de pensar por si mesmo. O heroísmo do Steve não vem do seu uniforme e titulo, mas sim do bom homem que ele é. O governo pode até ter o tornado um super soldado, mas foi Steve, com sua coragem e determinação, quem deu a sua identidade heroica um significado tão poderoso e inspirador .
Por explorar esses aspectos que tornam o Steve Rogers um herói tão legal que eu considero esse arco a melhor história do Capitão América de todas.
Então é isso! Quais são suas histórias favoritas do Capitão America? Sintam-se a vontade para colocar suas opiniões nos comentários abaixo.
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