O Homem Do Norte

  




The Northman: Film Fan Poster - Kyle V. James



Estados Unidos

2022

Cor

137 min 

Direção: Robert Eggers

Produção: Lars Knudsen, Mark Huffam & Arnon Milchan

Roteiro: Robert Eggers & Sjón

Elenco: Alexander Skarsgård, Claes Bang, Nicole Kidman, Anya Taylor-Joy, Willem Dafoe, Björk, Ralph Ineson, Ethan Hawke

Cinematografia: Jarin Blaschke

Edição: Louise Ford

Companhia produtora: New Regency

Distribuição: Focus Features (Estados Unidos); Universal Pictures (Internacional)

Estréia: 22 de abril de 2022 (Estados Unidos); 12 de maio de 2022 (Brasil)

Idioma: Inglês



Sinopse


A Vingança. O Ódio. A Força. Esta é a história de Amleth, um Príncipe Viking que busca vingança contra seu tio, Fjölnir, o assassino de seu pai, o Rei Aurvandill. Além da vingança, ele busca salvar a mãe, tomada por aquele que jurou matar. Mas, neste épico passado no Século X, o Destino nas Mãos das Nornas tece tramas várias determinando acontecimentos e momentos que o sangue derramado não é a maior das brutalidades da Existência.






Odin Jag är korpen och vargen söker lik för att tillfredsställa min hämndlystna mars


Com sangue faço

Meu caminho 

Fenrir

Me molda

Fenrir 

Me movimenta

Fenrir 

Uiva

E eu agito

O meu sangue 

Contra sangue inimigo 


No Sangue

E na Dor

Eu fui gerado

No Sangue

E na Dor

Eu tombarei

Bem longe

Da Morte 

De Palha 


O Grande Lobo

Uiva Sobre

Minha Alma

E aos meus pés 

Amontoados 

Estão 

Os bravos 

Os fortes 

Os poderosos 

Os destemidos 

Os arrogantes

Que esmaguei 

Como podres

Moscas 


No Sangue

E na Dor

Eu fui gerado

No Sangue

E na Dor

Eu tombarei

Bem longe

Da Morte 

De Palha 


Nos Vôos 

Do Grande Corvo

De Odin

Vejo

A Espada 

Vejo

O Escudo 

Vejo

A Valquíria 

Vejo 

Valhöll


No Sangue

E na Dor

Eu fui gerado

No Sangue

E na Dor

Eu tombarei

Bem longe

Da Morte 

De Palha 


Nos Rugidos 

Do Grande Urso

Sinto o cheiro 

Da pele

Que devo

Rasgar 

Da pele

Que devo

Mutilar 

Da pele 

Que hei

De perfurar

Da pele 

Que hei

De profanar 


No Sangue

E na Dor

Eu fui gerado

No Sangue

E na Dor

Eu tombarei

Bem longe

Da Morte 

De Palha 


Na Linha

Das Nornas 

Observo

Meu Destino

Sendo 

Tecido 

Sendo 

Manobrado

Sendo

Medido 

Sendo 

Pesado 


No Sangue

E na Dor

Eu fui gerado

No Sangue

E na Dor

Eu tombarei

Bem longe

Da Morte 

De Palha 


Da Árvore 

Colho frutos

Cheios

De Sangue

Cheios

De Fúria 

Cheios

De Ódio 

E me lanço

Nos campos

De todas 

As batalhas 

Procurando 

Uma digna morte

Após 

Muita carne 

Ser beijada 

Pela faminta 

Lâmina 

Da minha 

Espada 


No Sangue

E na Dor

Eu fui gerado

No Sangue

E na Dor

Eu tombarei

Bem longe

Da Morte 

De Palha 


Odin 

Eu Sou O Corvo 

E O Lobo 

E O Urso

Buscando Cadáveres  

Que Satisfaçam 

Minha Vingativa 

Marcha


No Sangue

E na Dor

Eu fui gerado

No Sangue

E na Dor

Eu tombarei

Bem longe

Da Morte 

De Palha 


Odin

Eu Sou O Corvo

E O Lobo

E O Urso

Buscando Satisfação 

Na Carnificina

Que Me Preencha

Como Gigante

Guerreiro


No Sangue

E na Dor

Eu fui gerado

No Sangue

E na Dor

Eu tombarei

Bem longe

Da Morte 

De Palha 


Odin

Eu Sou O Corvo

E O Lobo

E O Urso

Buscando Paz

Que Me Abençoe

Após O Tombar

Do Último Inimigo

Diante De Mim

Em Poça De Sangue

A Me Fazer Lembrar 

Diante Das Portas

De Hel

O Que Eu Sou

O Que Eu Nunca Fui

O Que Eu Nunca Serei


No Sangue

E na Dor

Eu fui gerado

No Sangue

E na Dor

Eu tombarei

Bem longe

Da Morte 

De Palha 


Inominável Ser

UM HOMEM

AO

NORTE




Northman Poster Vassilios Bayiokos




Inomináveis Saudações a todos vós, Realistas Leitores!


Fúria & Sangue Puros, em uma síntese única que os conceitos de suas premissas advogam, modelam a espécie de impacto que O Homem Do Norte causa-me n'alma. Ainda atordoado, abalado, ferido, morto e renascido pela guerra que foi assistir a uma obra-prima de Verdadeiro Cinema como dito filme, inicio esta Resenha com o sangue fervendo de euforia, calor e sintonia com o que Robert Eggers no filme estabeleceu. Não há romantização dos Vikings, nem do protagonista Amleth (Alexander Skarsgård), mostrados no historico contexto da realidade na qual eles viveram. Muito menos há uma desumanização completa do antagonista, Fjölnir (Claes Bang), um homem tão complexo quanto o sobrinho que busca matá-lo e que, mesmo brutal, como aquele, não teme amar e derramar lágrimas. E, no contexto geral de uma trama poderosamente visceral, qualquer pausa para o espectador respirar diante das sequências, de um vigor que raramente me deparo em um filme nos últimos tempos, inexiste. Não tentem, leitores virtuais que ainda não assistiram a este filme, buscar algum alívio ou pausa momentânea para qualquer tipo de manobra do Diretor para lhes poupar. Há danças e alguma alegria em determinados momentos deste filme (até Satisfação Sexual em determinado ponto), mas a Dança que se sobressai nele é regada a Dor, a Sofrimento, a Violência e ao Sangue, tanto o derramado como o que corre nas veias dos personagens (metaforicamente considerando), sem qualquer espaço para que nós, deslizantes imersivamente nele (se você costuma se transferir totalmente para dentro de um filme, como eu faço), sintamos o desejo de abrir um sorriso ou dar uma gargalhada. Sinistra história, faz com que por diversos motivos nos sintamos incomodados e provocados por ser algo que transmite uma veracidade completa digna dos grandes Clássicos Cinematográficos.


A Masculinidade e a Feminilidade se harmonizam de um modo objetivamente ímpares, algo que não se aguarda em um filme tão brutal quanto este. Olga (Anya Taylor-Joy) completa Amleth, Amleth completa Olga e toda participação feminina no filme não é em função da plena observância de continuidade do universo masculino de uma época onde as mulheres não são nada valorizadas pela maioria dos senhores que detém o Poder. Entretanto, nas visuais e corporais referências às Religiões Antigas, ao Paganismo, em rituais, cânticos e citações de Princípios Esotéricos deles, a Presença do Feminino, O Sagrado Feminino, se faz sentir como que complementando O Sagrado Masculino. Björk como uma das Nornas passou despercebida por mim, visto estar irreconhecível com toda aquela caracterização; e foi uma Representação Feminina  Arquetípica quem fez Amleth relembrar da promessa de vingança feita quando, criança, ele viu o pai ser assassinado por Fjölnir. A Norna foi apresentada costurando algo com as mãos, Simbolismo ao costurar do Destino daquele com o qual comunicou-se. Amleth seguiu o Destino que imaginou para si mesmo, sem direito ao Perdão e à Misericórdia. Ele participou de um ataque, que antecedeu o vital Encontro, a uma aldeia fortificada agindo como um Berserk (aliás, o Ritual feito antes da sequência, em si, é de uma ancestral perfeição que me fez entrar em Transe, assim como as demais cenas ritualísticas) e, terminada a batalha, ele não participa dos estupros em redor, do recolhimento e separação dos escravos, nem do ato da distribuição do butim do que de valor havia no lugar atacado. Pairando zumbificado no meio de tanta crueldade, insensível aos gritos de crianças, mulheres e homens que não nasceram para o Caminho Guerreiro, ele apenas mecanicamente volta os olhos para uma grande habitação que foi incinerada repleta de alguns moradores daquela aldeia. E foi nas cinzas da habitação que ele encontrou uma das Nornas. E as cinzas passadas o impulsionaram para a concretização da prometida vingança sanguinária. E cinzas amontoadas a mais ele construiu na jornada mostrada no filme após aquele ataque.


A câmera, notei na sequência do pontual ataque que definiu o lógico posterior desenvolvimento do filme, se propôs a distanciar-se de uma amostra explícita de estupros e demais abusos. Entretanto, o fato de não ter se habilitado da parte do Diretor em exibir algo explícito não diminui o peso narrativo do que se ouviu e viu por alto. Na cena mesma do barco que segue com os escravos para os domínios de Fjölnir, expulso do Reino que tomou quando assassinou Aurvandill (Ethan Hawke), as expressões faciais e corporais das mulheres, incluindo Olga, indica as brutalidades das quais foram vítimas. Unido aos escravos para alcançar o inimigo máximo de sua Existência, Amleth passou a sentir o que as vítimas consequentes de ataques a aldeias dos quais participou sentiam ao serem acorrentadas e escravizadas. Não foi necessário que o Roteiro fosse didático, tratando como retardados intelectuais os espectadores, para a explicação de que aquela não foi a primeira e nem a única atrocidade da qual ele participou. O rosto, o corpo, as cicatrizes visíveis e invisíveis em Amleth, denunciam o homem formado apenas no Ódio a agir como máquina de matar. Mostrado como ele é, sem maquiagem, pelo Roteiro e pela Direção, o protagonista conquista pela selvagem simplicidade e feroz consistência de um olhar repleto de infindável rancor. Sempre curvado, arisco, como se a qualquer momento fosse atacar alguém, ele aguardou, meditou e planejou, junto com aquela que se tornou sua amada, o modo como se vingaria, as decisões de cada sanguinário passo, as implicações de cada ato de um cenário de Horror e Terror para seu inimigo, assim como para todos que à este rodeavam. Porém, o inesperado pega tanto o protagonista quanto o espectador desprevenidos e o que se tratava de um simples filme de Alta Vingança com sabor épico extremo expande-se para um dramático enredo que ainda mais incomoda tanto quanto as fortíssimas cenas ultraviolentas. Nó na garganta, sufoco e os já citados incômodo e provocação causados por este filme são expressões discursivas minimizadoras para o que se seguiu do terceiro ao último ato da obra. Terror e Horror narrativos, sem a necessidade de vulgar Gore explícito nas cenas, que seriam pura exploração barata, amplificaram a já perturbadora, sinistra e doentia aura do filme.


Doentio porque Amleth, como bem nítido aos observadores mais perspicazes, não é um homem equilibrado. Sinistro porque nunca se joga de maneira impune o pior do Ser Humano dentro de um filme. Perturbador porque o que se pensava antes sobre parte fundamental do filme adquire outra ótica que se explica por si mesma quando aquele revela-se para a mãe como o filho que ela pensara ter sido morto. Gudrún (Nicole Kidman) se torna no filme o ponto mais ultraviolento da narrativa e eu não vou aqui estragar a surpresa do que ela significa para o mesmo entregando um crucial Spoiler. Posso aqui declarar, por alto, sem dar vistas ao que essa personagem significa para a obra, que ela faz parte do significado desta não ser uma comum sequência óbvia de acontecimentos que levaram todos os envolvidos nela ao ponto culminante dos acontecimentos dentro do contexto no qual ocorre a história. Mesmo acostumado a terríveis contextos narrativos da parte de Autores Ficcionais, Gudrún e sua participação causaram-me um choque, o que apenas um filme que não se pauta por seguir pelas atenuações de sua proposta natural inicial consegue fazer, tanto comigo quanto com qualquer um de vocês, leitores virtuais, que conhecem obras tão ou mais furiosamente viscerais do que esta. Tudo se aplica a Gudrún, dentro d'alma do filme, que nas entrelinhas permite ao espectador mais analista expandir-se para análises que atinjam o que se permite encontrar além do subterrâneo dele. Tudo se explica em Gudrún, as expectativas de um caminho que propiciassem uma diferente conclusão da história abortadas são quando ela é exposta. Tudo se aflora em Gudrún,  fazendo o Sentido de todo a Fúria & Sangue aplicar-se além da busca do filho dela em vingar-se. Tudo se torna mais doentio, sinistro, perturbador, doloroso, impactante e incômodo (sim, o filme todo é, afirmo, isto, impiedosamente; se uma obra de arte, minha colega e meu colega a ler até aqui esta Resenha, não te incomoda, você deve ter uma espetacular e grandiosa frieza dentro de si) em Gudrún,  uma amplificadora do brutalizante ritmo da sombria atmosfera de todo o filme em si mesmo. Esta personagem é o início, o meio e o fim de O Homem Do Norte, não um enlouquecido Guerreiro buscando vorazmente Vingança quando retoma a consciência de que deve cumprir o Destino por ele mesmo determinado.


O desfecho do filme poderia ter sido dentro de um contexto diferente, Amleth foi tocado mais do que poderia ter sido pelo Feminino em Olga e teve a escolha de modificar o próprio Destino que ele mesmo escreveu para si. É possível a todos os mortais cortar os fios dos Enredos costurados pelas Nornas em seus passos na Estrada Existencial, nenhum Deus ou Entidade é maior do que a Verdadeira Vontade que precisa ser explorada, evocada e invocada no Abismo do Ser. Possível, sim, indo de encontro ao que determinado é pelas mãos humanas e, não, por Mãos Acima ou Mãos Abaixo, como as das Nornas, de Odin, de Freyr ou de Hades, os Elevados Seres da Mitologia Nórdica mais citados, implicita e explicitamente, no filme. Acreditar que "Tudo Esteja Já Escrito" é imbecilidade, tolice, fraqueza e tamanha loucura, mesmo sutil e imperceptível, para todos que tenham alguma Crença. Deuses e Entidades, conforme eu creio, conforme a minha pessoal experiência com a Espiritualidade, apenas Propõem, nada Determinam, aos mortais. Estes são os que devem decidir por seguirem ou não o que Viram e Ouviram diretamente Deles ou de seus Intérpretes Carnais. Não adiantou nada a demonstração de um Destino diferente de tudo pelo qual já passara para que Amleth optasse por segui-lo, ele cedeu ao Ódio, à Fúria, ao Sangue, à Vingança e, isto foi bem claro, à Loucura que o determinou como Ser desde que assistira ao assassinato do pai. A desgraça e tragédia dos momentos finais de todo o percurso narrativo visual de O Homem Do Norte são os óbvios resultados de errônea interpretação acerca da Linguagem Dos Imortais direcionada à Consciência Humana. Uma pessoa equilibrada, porém, cega e ignorante do que os Imortais Propõem,  também seria capaz de causar tanta desgraça e tragédia como vistas no filme. O duelo de Amleth e Fjölnir ao fim foi uma construção determinada por muito mais do que A Vontade Dos Imortais interpretada de modo errado tanto por um quanto pelo outro. Desafio cada um a ler-me até aqui para que estude o significado da mitológica luta entre eles que encerrou o filme, sou apenas um Resenhista autodidata em Críticas Cinematográficas a Propor, não Determinar, o interpretar dos significados vários da essência de um filme. Principalmente, a Essência deste belíssimo filme que, no meio de tantas merdas e lixos lançados pela Disney, Netflix, Amazon e outros que tratam os espectadores como se portadores de retardamento intelectual, é uma Presença Maior trazendo Mensagens para quem se propõe a Ouvir e Ver o que há nas entrelinhas dele.


Encontrem por si mesmos sentidos diferentes, posto que a minha interpretação, a minha visão e cada uma das minhas afirmações em todo este texto até aqui possam ser contestadas. Diferente dos "Críticos Profissionais", eu não sou um Deus Do Cinema que veneração pede através de Críticas que se limitam sempre a quererem ser Senhoras de toda a Verdade sobre o Ser de um filme. Alcancem suas interpretações, visões e afirmações, nunca sejam de "achar" quando se trata de resenhar obras de todo tipo, o "achismo" não é recomendável por pertencer a atrofiados e atrofiadas intelectuais quaisquer que, por exemplo, se proliferam ao infinito pelo Twitter. Em época de tanta merda e lixo, como citei no parágrafo acima, obras como esta nos fazem lembrar que ainda existem Diretores de verdade, Roteiristas de verdade, Atores de verdade e Atrizes de verdade. Seria uma indelicada injustiça aqui enaltecer bombasticamente, como tresloucado Fanboy, esse ou aquele Ator, essa ou aquela Atriz, porque tanto os principais quanto os coadjuvantes exercem com níveis de incrível harmonia e sintonia para com as cenas sublimes papéis. Autoral por necessidade de um Realismo capitalizante de cenas e situações próximas ao âmago do coração humano, o Destino deste filme depende apenas dele mesmo. A história original de Amleth passamos a conceber com mais conhecimento de causa no sentido que inspirou o Hamlet de William Shakespeare. Atemporal é o tema da Vingança, mas este filme difere de seus antecessores no mesmo, tanto quanto no Tema Viking, por ter Identidade, Caráter e Personalidade próprios, incomuns para parte do público atual acostumado a filmes que em nada incomodam, provocam e fazem pensar. Como o grito da Valquíria (Ineta Sliuzaite, uma participação na cena que se impregnou em minha alma) e cada uma das palavras de Heimir (Williem Dafoe, em pequena e importante contribuição no filme, que Gigante se incorpora à trama), O Homem Do Norte quebra, mastiga e extingue cada expectativa de quem o assistir aguardando algo óbvio brilhante como as grandes jóias de um tesouro encontrável. Há tesouros, sim, no filme, tesouros ensopados em Morte, Maldição e Miséria Existenciais sem brecha para final sorridente feliz.


De Valhöll a Hel, da Árvore Dos Reis a Yggdrasil, das Runas ao Xamanismo, atuantes diante de meus olhos como Personagens Internos, um filme preenchedor de todas as nórdicas necessidades que guiam o espectador para o que eu atento em todo este texto, por fim: O Verdadeiro Cinema ao norte de todos os mais diversificados gostos cinematográficos.


Saudações Inomináveis a todos vós, Realistas Leitores!










The Northman Posters Vassilios Bayiokos




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