Thor: Vikings - Garth Ennis, Glenn Fabry & Paul Mounts

 



Roteiro: Garth Ennis

Arte: Glenn Fabry

Cores: Paul Mounts

Ano de publicação dos originais: 2003

Encadernado

Editora: Marvel Max 

Créditos do Scan: Rapadura Açucarada

Arquivo ZIP por: Ozymandias Realista



SINOPSE: 


Houve uma época que os marinheiros preferiam se atirar ao mar e perecer nas águas turbulentas a enfrentar uma embarcação viking. Tamanha era a ferocidade e a crueldade dos guerreiros nórdicos. Garth Ennis, o genial e provocador roteirista por trás de sucessos como Justiceiro e Preacher, aliado ao seu fiel parceiro Glenn Fabry (Lugar Nenhum), apresenta sua primeira e sangrenta aventura com o poderoso Deus do Trovão, obrigado a lidar com uma hora de vikings zumbis que desembarcam em Nova York e desencadeiam o maior massacre que a cidade já viu. Ninguém parece páreo para tais guerreiros, como o próprio Thor descobrirá.




Inomináveis Saudações a todos vós, Realistas Leitores!


Garth Ennis é um nome explosivo e sua escrita vibrante, única, visceral, brusca e agressiva tornou-o um dos Grandes Gênios Dos Quadrinhos. Para mim, ele é O Mais Fodão Entre Os Fodões Dos Quadrinhos e, mesmo que esteja ou tenha estado ou venha a estar no comando de histórias fracas, ainda é infinitamente superior a qualquer Jason Aaron da vida.  Eu o conheci através da extraordinária e ímpar Fase dele em Hellblazer, cujo ponto focal maior é Hábitos Perigosos, o auge da Mágicka Caminhada Obscura de John Constantine na saudosíssima Vertigo. Conferi alguns dos muitos outros trabalhos dele, principalmente em histórias curtas, com a exceção dos três mais famosos e notórios pelas polêmicas abordagens: Preacher, The Boys e Crossed. Dizem que ele odeia Super-Heróis e há incontestáveis razões para confirmar isso com base em The Boys e Justiceiro Massacra O Universo Marvel.  Logicamente, eu nunca o imaginaria escrevendo histórias, de boa vontade, com um personagem como o Thor. Quando li este Encadernado, Vikings, no início deste ano de 2022, mudei a minha opinião. Ennis aqui se entrega com tudo, tendo total liberdade para explorar um nível épico de ultraviolência que anteriormente eu nunca havia presenciado em histórias do maior dos Asgardianos. Ultraviolência que não foge do controle e assume o lugar do enredo como preocupação maior do desenvolvimento da pequena sanguinária Saga.


O fôlego acabava a cada página, ainda mais por causa da magistral presença da Arte de Glenn Fabry e as Cores de Paul Mounts. O trabalho deste Colorista, eu não conhecia e é sutilmente brilhante conforme as necessidades de cada enquadramento, cenário e situação. O trabalho de Fabry há muito tempo conheço e foi a primeira vez que li uma obra por ele ilustrada. Como Capista de Hellblazer, ele conquistou a minha admiração e nas capas de Vikings brilha com a mesma considerável magnitude. Obras de arte dignas de grandes exposições, como é habitual no trabalho dele.











A trama não perde tempo em nenhum instante, não tendo furos narrativos e nem um ponto sequer de enfraquecimento. É uma intensivíssima porrada no meio da cara mais poderosa do que uma martelada da Arma Oficial de Thor. Ou o cravar da lâmina inteira de uma espada em um crânio, fazendo o cabo acomodar-se até de modo gentil ao final daquela. Este último tipo de hábito é comum entre os monstros que se apresentam como os antagonistas de Thor e são membros de uma Horda Viking liderada por Harald Jaekelsson (o monstrengo que aparece nas capas acima postadas). Após massacrarem a Vila de Lakstad na Costa Oeste da Noruega no ano de 1003 d.c., pelo fato dos moradores terem-nos denunciado por roubo ao Rei do país, a Horda pretendia partir em direção ao Novo Mundo, uma terra da qual eles haviam ouvido falar. Uma terra "além da Islândia, além até da Groenlândia", nas palavras de Jaekelsson, para continuarem agindo como queriam, fugindo das consequências do massacre que cometeram. Mas, antes que partissem, eles foram amaldiçoados por um homem que se dizia "O Sábio da Vila" com Magia Rúnica. O único problema foi que, durante o encantamento feito com o próprio sangue em uma Pedra Rúnica, ele foi morto por uma flecha lançada por Jaekelsson e a Obra Mágicka Amaldiçoante continuou a ser operada.

"Ainda que velejais por mil anos, ó, nórdicos, vós não alcançareis a terra que buscam!”: palavras de parte da Maldição lançada pelo "Sábio" em um promontório à frente da Embarcação Viking, totalmente exposto à flecha do líder da mesma. Mil anos passaram-se, os Vikings permaneceram à deriva no oceano, presos pela Magia e nos Corpos Físicos, prolongando anti-naturalmente a existência. Mil anos se passaram e o Ódio de cada um deles, tanto quanto a persistência em quererem alcançar a terra que decidiram explorar, exponencialmente cresceram a elevados tons rubros. Mil anos se passaram e eles alcançaram o Novo Mundo, aportando na Cidade de New York e promovendo uma das mais cruéis carnificinas que já presenciei em uma História Em Quadrinhos.

Afirmo que o nível aqui de crueldade é tão extremo, mesmo quando decapitações e torturas e violações sexuais não são mostradas,  do início ao fim da sangrenta conturbação promovida pelos "Zumbis" em New York, não estou exagerando nem um pouco. Ennis mostrou os Vikings como eles verdadeiramente foram em sua maioria, sem as amenizações feitas por muitas Séries e Filmes dos Estados Unidos antes e depois desta obra: um bando de frios babacas ladrões, assassinos e estupradores sem nenhum traço de bondade ou misericórdia n'alma e no coração. Com exceções dos Quadrinhos, muito raramente em outras Mídias os tão adorados, por algumas pessoas, Guerreiros Nórdicos Marítimos são representados fielmente nos casos onde muitos deles eram demasiadamente monstruosos. Os "Zumbis" matam homens, mulheres e crianças, assim como idosos, como se estivessem participando de uma divertidíssima festa. São chocantes as cenas que Fabry delineia no domínio de parte de New York pelos invasores de mil anos de idade.


A Magia ainda em operação foi agindo neles a cada ano que passava e fazendo-lhes adquirir Força e Resistência Sobre-Humanas. Chamar essas criaturas de "Zumbis" soa meio estranho, mas po falta de um termo mais apropriado vou me afastar de qualquer proposição sobre como nomeá-los. Unindo a Magia, então, que neles operava, à maneira selvagem e instintiva de lutar, eles tocaram o Terror em ampla escala. A Polícia foi dizimada. O Exército foi dizimado. Os Vingadores levam uma vergonhosa surra. O próprio Thor não resistiu a Jaekelsson, o melhor guerreiro dentre eles e o único a demonstrar grande técnica como arqueiro e espadachim. Restou, então, ao Doutor Estranho, que resgatou Thor após a derrota, o encontro da solução para deterem os Vikings Cadavéricos: como o sangue do "Sábio" ativou a Forma Mágicka que a eles dava Poder, apenas descendentes guerreiros dele poderiam ajudar Thor a livrar New York e todo o planeta da ameaça monstruosa representada pelos sanguinários inimigos. Tais descendentes e o modo como os invasores/conquistadores foram vencidos, vocês apenas conhecerão lendo a obra.


Posso dizer que Vikings é mais sobre os vilões do que propriamente sobre o Thor. O líder da horda, Jaekelsson, além de ser um dos maiores filhos da puta que já encontrei lendo Quadrinhos, é um vilão extremamente foda que merecia ser mais vezes utilizado pela Marvel. O que se vê nele e nos comandados parece muito com o visto no filme Cyborg, mais precisamente em Fender Tremolo e sua gangue: puro desejo de violação e destruição, corrompendo tudo, adquirindo tudo e tratando a tudo como algo a ser esmagado. Ennis criou um desafio à altura para o Thor neste sanguinário conto macabro e modelou um vilão que, particularmente, muito me agradou. Heróis precisam passar por extremos momentos para demonstrarem o que realmente são. Têm-se extremos demais nas páginas deste épico sangrento, forte leitura para quem curte algo mais visceral e ilimitadamente sinistro em seus pormenores.


Por último, quero esclarecer a todos que leram esta Resenha até aqui que a mesma não tem qualquer tipo de reação para com o hediondo Trailer de Thor: Amor & Trovão divulgado pela Marvel Films na segunda-feira. O texto estava programado por mim para ser publicado sexta-feira passada, mas enfentei problemas técnicos com meu celular no momento em que estava prestes a finalizá-lo. Me irritei quando perdi parte do final da Resenha que não foi salva e desisti, me voltando para outros escritos meus. Mais calmo, hoje tenho tranquilidade para finalizá-lo e entregar às leituras dos interessados. Quanto às possibilidades de uma adaptação para o Cinema ou uma Minissérie em Streaming desta garthenniana história... Sem chance, minhas caras e meus caros, a vibração da Marvel nas mãos da Disney é bem outra. O Homem Do Boné JAMAIS aceitaria a produção de uma obra em Live Action ou Animação com gente sendo decapitada, violentada, sodomizada, empalada e diversas outras atrocidades mostradas e sugeridas em Vikings. A maior chance que temos é a de um Fan Film fiel a tudo neste mostrado, mas para ser disponibilizado no YouTube seria complicado... Da mesma forma que esta nórdica saga carniceira não será adaptada, nós não veremos Gorr torturando Thor, esfolando Deuses, matando Seres de diversos Panteões das mais variadas formas que possamos imaginar. Este é um assunto para outro dia e outro texto, porém.


A Trilha Sonora que recomendo para a leitura de Vikings é qualquer álbum do Watain, brutais músicas para uma brutal jornada de Guerreiros Caminhantes Para Valhalla. Guns'n'Roses é para aqueles que merecem A Morte De Palha.


Saudações Inomináveis a todos vós, Realistas Leitores!



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Garth Ennis



Glenn Fabry



Paul Mounts

























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