HOMEM ARANHA NUNCA MAIS - A HISTÓRIA MAIS IMPORTANTE DA FASE DO STAN LEE /JOHN ROMITA Sr



HOMEM ARANHA NUNCA MAIS - A  HISTÓRIA MAIS IMPORTANTE DA FASE DO STAN LEE /JOHN ROMITA Sr


Quando se fala nas histórias importantes do  Homem Aranha, muitos fãs apontam para a fase do Stan Lee na década 60. Embora ele tenha tido muitas histórias legais mais pra frente, a fase do Lee com a arte do Steve Ditko e, logo depois, John Romita Sr. continua sendo uma das melhores fases da Era de Prata da Marvel, tendo introduzido os fãs ao Homem Aranha e sua mitologia nas hqs. Se não fosse pelo sucesso dessa fase, o Homem Aranha não seria o ícone que ele na atualidade.

 


Das suas 100 edições, uma das histórias mais populares desse período é o Homem Aranha Nunca Mais. Publicada em na edição de Amazing Spider Man 50, escrita por Stan Lee e John Romita Sr, essa hq é considerada por muitos fãs uma das melhores histórias de todas do Homem Aranha, com o foco sendo dado não no herói enfrentando um super vilão ou salvando a cidade de uma catástrofe, mas sim lidando com  efeito negativo que suas ações heróicas tem  em sua vida pessoal.

 


Mas por que essa história é tão lembrada até hoje? O que torna ela uma história tão importante para o Homem Aranha? Vamos descobrir!

 

ANSIEDADE DO DIA-A-DIA

 


Desde sua estreia em Amazing Fantasy 15, Homem Aranha se mostrou um personagem bem diferente dos outros super heróis de hqs. Ele não era perfeito, rico, admirado pela população e suas histórias na maioria das vezes nem sempre terminava com um "felizes para sempre". Isso é demonstrado na primeira edição onde Peter salva a vida do filho de Jameson, e o publico continua a desconfiar dele mesmo após ter feito algo tão heroico.

 



Durante o desenvolvimento da fase, Stan Lee foi mostrando os pensamentos de Peter, suas duvidas e insegurança sobre sua vida heroica, com o rapaz questionando se ele teria seu heroísmo reconhecido, das pessoas o aceitarem como um herói ao invés de tratá-lo como uma ameaça. Isso ajudou a estabelecer o desejo do Peter de querer ajudar as pessoas assim também seu medo de decepcioná-las, que nem ele falhou em salvar o tio Ben.


A  edição 50 marca o momento onde essas inseguranças finalmente chegam ao seu limite máximo. Não só o Aranha tem que lidar com a desconfiança das pessoas que salvou mas, pra piorar a situação, ele não consegue encontrar tempo para as pessoas próximas como Peter Parker, seja sua tia May ou seus amigos. Isso somado com uma nova campanha do Jameson contra seu alter-ego, faz o Peter se render a suas duvidas e desistir de ser o Homem Aranha. Afinal qual o ponto de ser um herói se isso o impossibilita de estar presente para seus entes queridos? Qual a razão do Peter se arriscar toda vez pelos outros, se essas mesmas pessoas irão retribuir com desconfiança e ódio?

 


 

A ASCENSÃO DO REI DO CRIME

 


Além do dilema do Aranha, a história também marca a introdução de um dos personagens mais importantes para o universo Marvel, um dos meus vilões favoritos de todos, Wilson Fisk, o Rei do Crime. Já de cara ele é apresentado como um chefão do crime, que começa a expandir seu poder e influência sobre o submundo após saber do sumiço do Aranha, chegando a colocar as vidas de J Jonah Jameson e o repórter Frederick Foswell (ex-criminoso Maioral) em perigo.

 

Embora muitas pessoas reconheçam o Rei do Crime como arqui inimigo do Demolidor, sempre achei a participação dele nas histórias do Escalador de Paredes bem subestimadas. É fácil de entender a as criticas dos fãs e até dos roteiristas da época em relação ao Fisk, visto que um chefe do crime é uma ameaça pequena comparado a outros. No entanto a participação dele nessa história serve para demonstrar um ponto importante: A consequência da decisão do Aranha e a importância dele como um herói.

 


Sendo um amigão da vizinhança, o Aranha sempre protegia as pessoas de criminosos, ladrões de rua e especialmente dos super vilões. Com ele tendo desistido, Nova York se tornou vulnerável perante esses criminosos, incluindo um simples mafiosos como Fisk.

 

HOMEM ARANHA : MALDIÇÃO OU PROPÓSITO

 


O grande destaque dessa história é toda jornada do Peter após desistir de ser o Aranha e a forma como demonstra um certo "fechamento" para o arco que veio sendo construído desde o inicio da fase do Stan Lee e Steve Ditko. Em toda essa fase foi sendo mostrado a difícil relação de Peter com seu alter-ego, com seus atos heroicos sempre atrapalhando os interesses de Peter e complicando sua vida. Essa edição mostra o Peter confrontando de vez esse dilema, tendo a chance de experimentar uma vida normal, livre da "maldição do homem aranha".


Porém, é aí que a história dá um twist: Ao invés de sua vida mudar pra melhor, Peter continua na mesma posição que estava no inicio da história, sendo que agora são seus amigos e família que não tem tempo para ele. Apesar de ter desistido de ser o Aranha para poder dedicar mais tempo as pessoas com quem ela se importa, o fato delas estarem ocupadas torna a decisão do rapaz desnecessária e vazia, não fazendo diferença nenhuma, trazendo assim a questão: A vida de Peter como Homem Aranha era mesmo uma maldição ou algo que lhe dava um propósito na vida?

 



A resposta para essa pergunta é respondida quando Peter resgata um velho de uns bandidos de rua, dando-lhe um momento de claridade. Ele reconhece o quão ele mudou durante esses anos de histórias. Ele não era mais o garoto arrogante, que só queria saber de fama e dinheiro. Ele agora é um homem responsável, que deseja ajudar as pessoas e não falhar com elas como falhou em salvar seu tio. Ser o Homem Aranha não é uma maldição, é um propósito, algo que ajudou Peter a expressar a confiança que ele tinha por trás de sua figura tímida e insegura e a crescer não só como um herói mas também como um homem.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS



Durante seus anos criando escrevendo Aranha, Stan Lee fez muitas histórias divertidas e memoráveis, porém Nunca Mais é o grande exemplo do que tornou elas tão legais. Ao invés de focar no Aranha confrontando um novo super vilão, a hq mostrou confrontando suas próprias inseguranças e finalmente reconhecendo como sua identidade heroica fez se torna uma pessoa melhor, mesmo diante tantas criticas e momentos difíceis.

Nada simboliza isso melhor que a ultima pagina, onde Aranha confronta Jameson, o seu primeiro antagonista (junto com Camaleão), aquele que tem o criticado desde que começou sua vida heroica, dizendo que ele era fraude, um covarde e uma ameaça, e diz na cara do editor que ele não vai desistir ser o Aranha. Esse momento não é apenas uma cena engraçada para dar humor ao final da história, mas sim o momento onde Peter confronta aquele que representa suas inseguranças, reassumindo sua vida como um herói mais confiante e maduro.

Claro que uma história influente como essa chegou a ser refeita em outras histórias futuros, tendo inclusive uma adaptação no segundo filme do Aranha do Sam Raimi, porém até mesmos versões como essa dificilmente conseguiram ofuscar a marca deixada pela hq original, que é com certeza uma das melhores histórias não só da fase do Stan Lee e John Romita mas das hqs do Aranha em geral.


Então é isso! Qual a opinião de vocês em relação Homem Aranha Nunca Mais? Sintam-se a vontade para colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo!


 


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