Batman: Death Note

Parte Final – Humanos Muito Interessantes

Batman está se infiltrando dentro do castelo da Inglaterra, que foi apropriado pelo "Deus" Coringa com seus seguidores. Virando cuidadosamente um corredor, ele vê um capanga distraído olhando para um quadro e pensa “Isso será fácil”.

Na sala do trono, Coringa está sentado brincando com uma caveira. Rem surge atravessando uma parede e chega a ele, dizendo “Coringa, até onde isso irá? Eu já estou ficando entediada”

“Só você Rem, eu estou me divertindo bastante”

“A única razão de você ainda estar se divertindo... É a minha vingança contra Yagami, e ainda não vi você se mexer contra ele.”

“Ah é, o Kira. Já tinha até me esquecido dele. Afinal, o que ele fez para você?”

Rem se lembra de Harley morrendo e não responde. Ela se aproxima bastante do Coringa, que não sente medo ou recua e diz “A minha paciência está acabando Coringa, já é hora dessa história chegar ao fim. O Batman está vindo atrás de você. Ele já está dentro do castelo” Aí sim, ela consegue a atenção do Coringa. Comovido de emoção por saber que seu velho inimigo está próximo, os olhos do palhaço chegam a lacrimejar.

Robin está em uma sala vazia, ele usa o binóculo para observar as ruas pela janela, ele engole em seco enquanto vê a tamanha multidão que se move fora do castelo. Mas não quer desistir de encontrar Kira, apesar de saber que agora será mais difícil, já que perdeu o elemento surpresa.

O radar da armadura do Batman o alerta. Ele se pergunta “O que é isso? Algo grande...” Uma máquina barulhenta anda pelos corredores... Batman coloca um pé para trás, então a parede ao seu lado é destruída e ele se esquiva para o lado, rapidamente desviando. A máquina que havia entrado atravessando a parede se tratava do Coringa usando a armadura de Lex Luthor, que grita

“Surpresa, Bats!”.

Batman se coloca em posição de luta e o Coringa diz “O que achou da minha armadura hein, Batman? Hahaha...”

“Coringa... A sua brincadeira termina aqui!” Batman taca bumeranges na direção da cabeça dele, mas ele defende com as enormes mãos da armadura e já as estica a frente lançando projéteis de energia. Batman se esquiva e vira um corredor para se esconder. Coringa levanta os braços (sempre da armadura, que só tem espaço de fora da sua cabeça) e grita “Uaaaaaaaaarrá! Isso será muito divertido! Eu estou vindo atrás de você!”

Batman vai correndo virando os corredores com agilidade enquanto diz para Robin pelo comunicador “Mantenha distância da minha área Robin, Coringa está usando a armadura de Luthor, eu pensarei em uma forma de...”, mas o Coringa vai a frente com os propulsores da armadura e agarra Batman, o lançando para cima atravessando o teto.

Batman se levanta, o Coringa se põe de pé enquanto dá risada e diz “Olha só o que mais tem aqui” e tira uma lança com uma ponta de pedra verde (kryptonita) das costas da armadura. Batman faz uma posição marcial, e quando o Coringa o ataca com a lança, ele se defende, pula e acerta um chute na cara dele, já sobe na armadura e desfere dois socos, mas então um escudo de energia se liga e o Batman é lançado longe. O Coringa faz careta com o rosto sangrando enquanto diz “Eu nunca imaginei que o careca deixaria alguma coisa mais divertida, Batman! A armadura só aceitava ligar com o código genético dele. Mas pra nossa sorte... EU MANTIVE A CABEÇA COMIGO! Hahahahaha!”

Coringa avança novamente mas Batman lança uma bombinha de gás e some.

Coringa fala “Bat-man... Eu vou te encontraaaaaaaaaar! HhuhHAUAHAHuahauhaauh!”

Batman corre enquanto tira alguns equipamentos de seu cinto de utilidades e ouve o Coringa gritando “E aí vou te esmagar! A sua fantasia ridícula de dia das bruxas vai ficar presa na minha parede!”

Coringa vai perseguindo o Batman usando os sensores da armadura “Todos os seus coleguinhas virão aqui visitá-la, ver o seu cadáver antes de se retorcerem em um fumegante ATAQUE CARDÍACO! Aí me livrarei dos corpos deles com um lança chamas e aí...” ele vira um corredor “quer saber o que eu farei? Hehe... você está curioso?” Batman puxa um lustre com o seu gancho e várias bombas caem em cima de Coringa.

Kira com a sua cabeça coberta pela toga está em uma cozinha do castelo do Deus Coringa, e vê Professor Porko, que diz para ele “É aqui que nós fazemos a janta do Deus Coringa, tem que ter algo pronto a cada momento caso ele esteja afim de fazer uma refeição! Como vocês macacos devem entender nada de culinária, podem aprender a servir a mesa para ele e mais um daqueles convidados mortos que ele coloca por lá.”

Kira pergunta “E onde o Coringa fica?”

“Ele fica na sala do trono, ô esquisitão! Tudo bem que eu sou feio, mas haha, você é bem mais!”

“Hehe... HAHAHAHAHAHAHAHA”

Alguns bandidos ficam olhando para ele e comentam “Mano! Que cara mais esquisito...”

Batman liga para Robin e diz “Robin, eu acho que o neutralizei, mas fique longe.”

“Batman! Tem vários manifestantes vindo para o castelo, nós temos que--”

Mas então Coringa sai da fumaça da explosão, vem correndo e pula no Batman com tremenda selvageria. Ele diz “Você achou que isso iria me vencer? Você achou que podia me vencer?!” Ele segura o Batman com bastante força, rosto com rosto, vai o esmagando e continua falando “Eu vou te destruir! Haha! Essa armadura foi feita para caçar o Superman! Você acha que tem chance?!”

Então as mãos do Coringa na armadura se abrem, Batman cai e Coringa grita “Não!!!! O que está acontecendo? Droga! Não responde! O que você fez!? Eu vou, vou...”

A armadura pifa de vez e o Caçador de Marte pode ser visto atrás dela, enfiando os dois braços na traseira dela, a destruindo. Batman caído no chão diz “Ajax, fique fora disso, eu tinha a situação sob controle.”

Coringa ainda não entende direito o que aconteceu, mas é levantado no ar por Ajax, que o segurando diz “Batman, é o fim dele, eu o matarei. Mal precisarei de esforço.”

Batman estica o braço e diz “Ajax, NÃO!”

Ajax segura a roupa do Coringa com mais força e diz “Me deixe, Batman. Vingarei todas as mortes que ele causou, cada vida que esse monstro destruiu”

Coringa olha surpreso para a cara de Ajax, como se finalmente tivesse se ligado no que estava acontecendo. Batman se levanta, ainda com um joelho no chão e diz “Marciano, é a última vez, vá! Deixe-o”

Abrindo os braços com ódio é o que Ajax faz largando o Coringa e diz “Então é totalmente com você” e vai embora atravessando uma parede.

O Coringa se levanta, dá uma risadinha, está meio tonto e desorientado. Mais de 10 pessoas aparecem atrás de Batman com metralhadoras. O Coringa diz “Haha, Bats... Matem-no. Não, levem-no”.

Robin liga para Batman e pergunta “Batman, você tem certeza disso? Eu posso te ajudar!”

“Deixe Robin, vá, não interfira!”.

Raito anda por um corredor passando pelo corpo de pessoas mortas, ele pensa “Inocentes... quantos inocentes... todos caíram. Ah... é claro que aqueles idiotas não saberiam onde está localizado o Death Note, mas não há problema, aqui estou eu... na casa do inimigo, e sei o seu nome...”

“Jack Napier” diz Raito abaixando o seu capuz em frente ao Coringa que está sentado no trono. Rem abre bem o seu olho quando vê Raito. Ela fica com o seu Death Note na mão.

Coringa ainda sentado (está com as roupas do rei) diz pensativo “Hum... interessante, eu estava tentando lembrar desse nome há uns dias, só que depois eu acabei desistindo. É alguém que eu conheça?” Então dá um sorriso bem grande como só ele é capaz de fazer.

Raito olha para ele e diz “Eu sou Kira, Coringa. E eu trarei um fim a todos seus crimes.”

“Oh Kira! Eu estava há tanto tempo esperando para te ver, mas eu nunca perdi a esperança! E agora, aqui você está!” diz de braços abertos.

Kira está com uma caneta e o pedaço bem amassado da página do Death Note em suas mãos, ele diz “Apesar de não poder te perdoar pelos seus pecados, talvez eu deva lhe agradecer Coringa, você livrou o mundo de várias forças opressoras, conseguiu poder, espadas... E escudos também. Agora tomarei tudo isso de você, tudo que já deveria me pertencer. Você é a minha próxima vítima, tem últimas palavras?”

Coringa não para de mudar de posição no trono como uma criança inquieta e diz “Hum... Interessante isso aí. Mas antes vamos conversar... Kira!”

Kira o observa surpreso, Coringa diz “Você realmente é maluco, não é mesmo? Pirado! Eu vejo nos seus olhos, vá por mim, eu não me engano!”

“Sim... Eu sou louco Coringa, fiquei maluco.”

“Haha, que bom que você enxerga, é mais fácil do que o outro. Pois bem, aqui está você, na minha frente, pronto para me jogar no chão enquanto tento resistir aos poderes do caderno vodu, porque você quer livrar o mundo de gente como eu! Mas aposto que você não percebe... Que você é igualzinho a mim, Kira!”

“Não, eu sou muito diferente.”

“Não, você não é! Veio fazendo tudo que queria, quebrando o precioso equilíbrio, se é que ele já existiu, entre a vida e a morte, julgando quem merecia a paz que só o caixão pode proporcionar! Você foi e sempre será... Um assassino! Como eu!”

“Não, você não entende. Eu sou o novo deus, eu dito quem é o herói, e quem é o vilão, e eu sou o único maldito herói que sobrará nesse mundo, Coringa. Você será mais um de vários vilões a cair.”

“Como você quiser então!” diz o Coringa e se levanta do trono.

Em outro lugar do castelo, Batman liga para Robin e diz “Sim, eu já fugi. Yagami não estava no calabouço. Aliás, eu era o único vivo lá dentro. Alguma pista, Robin?”

“Sim, Kira e o Coringa estão conversando na sala do trono. Parece que o Coringa tá tentando fazer a cabeça dele”

“Temos os dois no lugar! Não ataque, eu estou a caminho!”

Batman atende o Asa Noturna, que diz “Batman, eu estou aqui com Oráculo. Parece que o Charada fez um top 3 mistérios. Um era descobrir a sua identidade secreta. E está faltando a resposta, pois como vimos, ele foi traído. Depois ele parece ter descoberto a identidade do diabo, ele chama de Jack Napier, se refere ao Coringa, já que cita a Ace Chemicals onde ele ficou deformado”

“Oh não! E por último?”

“Por último ele estava prevendo os passos do próprio Kira. Ele previa que ele queria descobrir a sua identidade e a do Coringa, para ir a Europa e se livrar dos dois, tomando o trono do Deus Coringa e o substituindo. Também é mencionada uma fraqueza do Yagami, como se os seus poderes tivessem diminuído por ter sido pego por você e pela ascensão do Coringa”

“Não, então ele pode se livrar do Coringa a qualquer momento! Talvez já tenha feito isso! Nenhum dos dois pode vencer.”

Coringa desce a escada que leva ao trono calmamente com o Death Note na mão, ele pergunta “É isso que você quer? Eu já me diverti bastante” e joga o Death Note no chão em direção a Raito. Raito se abaixa e abre o Death Note. Virar aquelas páginas novamente em suas mãos é um alívio.

“Você não se conhece, Kira. Por isso não pode se divertir, como eu! Eu sei o que quero, e já tive o bastante disso aqui, você pode pegar.” E coloca a própria coroa na cabeça de Kira, ele tira o seu manto de rei. Kira tira a coroa, a deixa cair no chão.

Coringa joga a roupa sobre os ombros de Kira, ele fica meio que com um pijaminha roxo e diz “Parabéns! Agora você é o Deus Kira!” Rem começa a observar os dois com muita atenção, Batman abre o portão principal para a sala...

...então Coringa diz... “E é claro, não se esqueça do seu cajado!” e Coringa atravessa o peito de Raito com o cajado real que ele mantinha. Ele o enfia enquanto Raito cai sangrando assustado. Atrás do Coringa gargalhando, enfiando o cajado com força, há o demônio Ryuk, com seu sorriso congelado escrevendo com a sua caneta no seu Death Note.

Batman olha assustado e diz “Não!”.

A última coisa que Raito vê antes de deixar a vida, é Rem agarrando sua alma e dizendo

“VOCÊ É MEU, YAGAMI!”

...e como últimas palavras, sai do corpo de Kira um desesperado “Nãããão...!”

Batman vai andando até a área do assassinato, vira um soco com força no Coringa e se abaixa no corpo de Yagami com o cajado fincado. Ele observa os olhos assustados do rapaz... Sabe que ele não é o vilão.

Olha para trás e diz rancorosamente “Ryuk...”

Ryuk responde “Olá, Batman. Surpreendente, você não achou?”

“Quantos cadernos há Ryuk?”

“Ah, então você ficou confuso? Cada shinigami tem um Death Note, mas eu não! Eu tenho dois!"

"Um eu consegui em um jogo com um amigo meu, é o que você está carregando nesse exato momento."

"O outro está aqui comigo, foi o que eu usei para me livrar do nosso amiguinho Yagami. Porém, haviam mais dois, você deve se lembrar de Misa. Ela ganhou um pois um shinigami estava apaixonado e virou pó após salvá-la. Isso foi visto por Rem, outra shinigami que entregou o Death Note para ela..."

"Somando com o da Rem dá um total de... 4 Death Notes! Depois que você capturou Misa e Raito foi para a cadeia, eu peguei o Death Note da Misa e entreguei para o Coringa naquela noite no Arkham. Mas antes deixei que ele encostasse no meu para que eu pudesse explicá-lo do que se tratava e ele não esquecesse na cela dele, k-k”

“Ryuk, você já causou problemas demais, agora... vá embora.”

“Você parece se esquecer Batman, parece se esquecer que eu sei o seu nome, e de todos os seus aliados... K-K”

“Eu não tenho medo de você. E você não conhece todos os meus aliados.”

Então uma aura negra se abre atrás de Batman e ao seu lado se unem Ravena, Etrigan, Zatanna, Desafiador e um pouco mais distante ao lado deles, John Constantine. Ryuk se assusta e vai para trás com os braços abertos.

Batman então diz “Você não vai mais brincar com a humanidade, Ryuk. Eu estou te expulsando, e se você voltar, se deixar algum Death Note cair sem querer... Terá que se ver com a gente. Aliás, estou tomando o seu.”

Então Robin atravessa pulando o corpo de Ryuk e pega o seu Death Note. Ryuk grita “Não!” com uma mão para a frente e Ravena se coloca a frente de Batman, conjurando um corvo preto fantasmagórico que ataca Ryuk e ao entrar em contato com ele, ambos somem.

Ravena diz “Ele foi mandado de volta...”

Batman pergunta para Zatana “Temos que ficar de olho no maldito. Quando para de usar o Death Note, os últimos acontecimentos são esquecidos, há risco de eu não me lembrar do que ocorreu?”

“Creio que não Batman, afinal você não usou o Death Note e todos esses eventos foram bem grandiosos, creio que ninguém vai se esquecer, com exceção talvez... Do psicopata” E eles olham para o Coringa que está sendo mandado pra dentro de um portal pela Ravena.

Batman pega o cajado que está fincado no corpo de Yagami no chão. Ele o retira com tanto asco que pensa como alguém pode ser doente ao ponto de ocupar o posto ao qual ele pertencia. Vê a expressão de terror que havia ficado petrificada no rosto do jovem e hesita de fechar seus olhos, sendo tomado por muitos pensamentos e sensações de desconforto.

Robin se aproxima dele entregando o Death Note de Ryuk e comenta "Apesar de tudo que já vimos... Não consigo deixar de pensar... Que loucura!"

"Trágico..."

"Você também deve pensar a mesma coisa que eu estou pensando. Tudo que aconteceu... Tudo que tentamos evitar. E agora ele tá morto aqui na nossa frente. Com mais tantos inocentes que o Coringa eliminou nesse inferno que foi essa semana. Acho que nem podemos trazê-los de volta... Eu sei que é errado. Mas não podíamos ter nos livrado deles logo? Teríamos evitado tudo isso!"

"Eu te entendo, Robin. Sim... Eu estou pensando o mesmo que você... Conforme olho para Raito. Ele é... O outro lado da minha cruzada... De certa forma. Jovem, como você, e como eu também já fui. Mal intencionado? Eu não sei. Já senti o terror que ele deve ter sentido. Quando você vê... Um universo se desfazendo. Implorando a Deus por uma explicação... De porquê o mundo é assim..."

"Existem polaridades, Robin... Para não dizer lados. Que caminho seguir? Quem diz para nós, ou para o Coringa e todos os outros... Que o caminho que escolhemos é o correto? Eu me pergunto todos os dias, Robin. Às vezes acho que sempre vou me perguntar."

Os dois se afastam para voltar ao seu veículo e partir. "E qual é a resposta?"

"Eu não sei."

Muito obrigado por ter lido.

ESCRITO EM 30/09/2020...

9 ANOS APÓS O ORIGINAL...

EPÍLOGO - 2 DEMÔNIOS NO ESCURO

Ryuk, um deus da morte japonês, lamenta sua existência quase imortal preso na cela paranormal que foi reservada para ele em uma dimensão localizada além da compreensão humana...

É da natureza dos deuses da morte manter sua vida conforme escrevem o nome de mortais em seus cadernos, popularizados como "death notes". Entediado... Ryuk havia lançado um na Terra para um humano, dando início a uma corrente de eventos que o deixou em sua presente situação: preso, sozinho e sem o seu caderno. A criatura sentia pena de si própria. Sentia que em certo ponto era um inocente injustiçado. Passar quase toda a eternidade vendo o tempo passar conforme seus milhões de anos acumulados se desfazem... Sentia que não tinha tanta culpa! A punição era exagerada em comparação ao crime. Afinal, era de sua natureza. Sem ter mais o que fazer, observando gerações irem e virem, não conseguia evitar de escrever um pouco no seu caderno para se ocupar um pouco com seus poderes.

Ser assassinado por um ente querido...?

Ter uma overdose de uma substância que estava tão acostumado a usar?

Pisar em uma mina faltando apenas um dia pra guerra acabar e voltar pra sua família?

Ok. Talvez Ryuk não fosse inocente. Mas nunca tinha esperado que sofreria tanto. Era como se todos os seus feitos parecessem mixaria perto do que o aguardava.

Não sabia há quanto tempo estava ali. Há quanto tempo via ninguém, imortal ou não. Por isso considerou a possibilidade de estar delirando quando viu uma silhueta familiar se aproximando de sua pequena cela... Poderia ser uma esperança de mudança?!

"Quem está aí?! Batman?! É você?! Quem é?!"

"Olá, Ryuk" responde o Batman "Sou eu mesmo"

"O quê? O que você quer aqui?!"

"Eu vim te pedir um favor... Ryuk."

"O quê? Mas como assim?! Por que eu iria te ajudar?! Olhe o que você fez, me deixando aqui!"

"Ora, eu não sou burro, Ryuk. Sei que você não me ajudaria por vontade própria. Eu ia oferecer uma troca. Posso dar algo que te interessa..."

"O quê? E o que poderia me interessar nessa prisão maldita?! O que poderia me interessar além da liberdade?! Aaaaaaaaaaaaaaaaah!"

"Lembra-se disso?" Batman mostra o Death Note que havia pertencido a Ryuk por um tempo imemoriável.

"É o meu caderno...? Por favor, Bruce Wayne, por favor, devolva ele pra mim! Eu juro que não vou usar ele contra você! Nem ninguém que você conhece! Me desculpa, eu vou ser bonzinho, juro! Só uso com pessoas que estejam sofrendo muito ou quase morrendo de alguma forma, eu prometo!"

"Eu acredito em você, Ryuk. Mas como eu disse... Preciso de uma coisa."

"O que foi, Batman? Eu faço qualquer coisa, qualquer coisa que você quiser pra me tirar daqui ou devolver meu caderno! Eu posso até ajudar vocês super-heróis se precisarem!"

"Eu preciso de uma informação... Que você deve saber."

"O que é?!"

"Alguns heróis da Terra... Aqueles que te colocaram aqui... Precisam saber... Você e Rem... Vieram para o plano dos humanos. Deve haver alguma forma, algum caminho. Nós precisamos identificar isso."

"Como assim...?"

"Como se faz a passagem do mundo dos humanos para o mundo dos deuses da morte?"

"Mas o que vocês vão fazer? Sabem com o que estão lidando? Os shinigamis poderiam exterminar vocês sem muita dificuldade!"

"Eu não disse que pretendíamos enfrentar os shinigamis. Eu só vim aqui porque precisava dessa informação, Ryuk. Em troca... Você pode ter o caderno de volta. Mas se não quiser eu vou embora e você não verá ninguém pelos próximos milhões de anos."

"Tudo bem, tudo bem, Batman! Eu explico pra você! Mas você promete que vai me dar meu caderno?"

"Você realmente acha que está em posição pra isso?"

Ryuk se irrita e resmunga. Depois começa a explicar "Então, eu duvido que mortais possam fazer a passagem. Mas existe um caminho... Você pode se orientar pelas estrelas. Dá pra localizar pela cidade de Yokohama. De lá a Terra deve estar sincronizada com uma constelação que lembra... Hum... Sabe aquele cogumelo do Super Mario?"

"Eu posso pesquisar."

"Então, parece aquele cogumelo quando tá amassado, na hora que pula nele. Por aí é só fazer a viagem entre planos. Eu... Acho que isso é tudo. Você..."

"Seguindo essas instruções... Qualquer um em posse de habilidades espirituais sombrias conseguiria detectar o plano?"

"Acho que sim, Batman. Eu... Não consigo pensar em outros detalhes..."

"Você quer o seu caderno...?

"Você disse que ia me dar!"

"Sofra, Ryuk. Sofra bastante."

"Você não pode fazer isso! Me dá o caderno!"

"Eu não pretendo entregar o caderno pra você, Ryuk. E você... Nem sequer consegue me tocar."

"Por quê?!?!?! Por que veio aqui fazer isso comigo?!"

"Sinceramente? Não consigo pensar em punição justa o suficiente para tudo o que você fez quando foi pra Terra... Seu degenerado."

"Não?! Passar o resto da eternidade preso aqui nesse cubículo... Sem nada pra fazer?!"

"Espera que eu tenha pena?"

"Você...! Diz que é um herói! Age como se fosse bom! Se um dia eu puder sair daqui, Batman! Eu irei arquitetar mortes tão cruéis pra todos que são importantes pra você, que vai sentir falta do luto pelos seus pais!"

"Se queria me assustar não devia ter elevado tanto o nível das ameaças ao ponto de dar um caderno pro Coringa, seu debilmental." O homem zombava do deus da morte. Sua firmeza vinha de recantos da alma que preferimos não conhecer...

"Então o que está fazendo aqui?! Vai embora logo, demônio!"

"Acha mesmo que eu vou sentir pena de você? Você não sentiu pena quando todas aquelas pessoas morreram. Se bem me lembro, você estava entretido e rindo de nós."

"E o que você quer de mim?! Nada vai mudar!"

"Sim. Não vai. Talvez eu já deva ir embora. E claro, vou levar o... Death Note... Comigo."

"Vá embora e não apareça nunca mais..."

Mas ao invés de partir... O Cavaleiro das Trevas fala com o shinigami uma última vez.

"Pensando melhor, Ryuk, eu tive uma ideia. Vou fazer uma proposta. Será que o Death Note funciona com shinigamis? Eu não vou te tirar daqui, mas podia poupar seu sofrimento, escrevendo seu nome."

"Sim! Sim! Faça isso por mim, Batman! Por favor."

"Você quer que eu escreva seu nome no caderno... Ryuk?"

"Sim, Batman! Por favor! É a única coisa que eu quero! Não aguento mais ficar aqui!" Ryuk se sente feliz pela primeira vez desde quando foi banido pela Ravena.

Batman tira uma bat-caneta de seu cinto de utilidades e abre calmamente o Death Note, sem nenhuma pressa. Ele fala.

"Como se escreve seu nome? Dá pra escrever na linguagem humana? É Ryuk, 'r', 'y', 'u', 'k'?"

"É assim mesmo! 'R', 'y', 'u', 'k'."

"Ok, então eu vou escrever. Ri... u..."

Ryuk acompanha atentamente.

"Eu não vou escrever."

"O QUÊ?!"

"Repito: Sofra, Ryuk."

O Homem Morcego deu as costas ao demônio e foi se afastando de sua pequena prisão. Talvez você não acredite de jeito nenhum, mas Ryuk pode jurar que ele estava dando gargalhadas.

"Você... Você... Você é pior... Por que está fazendo isso?! Por que veio até aqui fazer isso comigo, seu louco?! Apenas para rir da minha cara?! Você não tem um pingo de pena?! De humanidade?!"

"Pense na natureza das suas próprias ações, Ryuk. Você terá muito tempo pra isso." Batman responde conforme vai embora. Partindo para nunca mais voltar.

"Talvez os demônios...

...sejam interessantes."