Última leitura. Não é muito
comum eu fazer reviews de mangás, apesar de que gosto bastante desse tipo de
literatura dos japas doidos. Eu diria que 70% do que consumo de
quadrinhos é constituído de comics americanos e uns 30%, de mangás. E, de vez
em quando, compro alguma BD do velho mundo, apesar de já ter várias na minha
coleção.
E Hokuto no Ken é um ótimo
mangá para estrear um review, pois basicamente ele é o responsável pela Shonen
Jump ainda ser o que é hoje e pelo próprio shonen ser o que é hoje. Antes de
Dragon Ball, esse foi o primeiro sucesso da revista.
O enredo de Hokuto no Ken não
é nada complexo. Aconteceu uma hecatombe nuclear, e o mundo se tornou um
cenário de Mad Max. Aliás, os autores nem escondem que o filme do Mel Gibson é
a principal influência para a ambientação da história. O protagonista da
história é Kenshiro, um mestre do estilo Hokuto Shin Ken de Kung Fu, que
consiste em acertar os pontos meridionais dos corpos dos adversários, os
fazendo explodir. Então, ele sai por aí matando os malvadões e ajudando os
inocentes.
Logo no começo da história,
Kenshiro arranja um sidekick, um moleque ladrão que só fica enchendo o saco. Na
verdade, ele arranja dois sidekicks, pois depois a doce menina Lin se junta a
eles. Os primeiros oponentes de Kenshiro são punks selvagens que ele liquida
sem grande dificuldade. O protagonista é visualmente inspirado no Stallone e
está sempre com uma cara de cu, principalmente quando encara os malvadões. Mas
com as pessoas boas geralmente ele é gentil.
Logo no primeiro volume, já
é mostrado o passado de Kenshiro e o início da rixa com Shin, que deu um pau no
protagonista e ainda o marcou com as sete cicatrizes, tudo feito com dedada
(uia). Shin derrota Ken porque estava de olho na namorada do herói, Yuria, que
concorda em ficar com o vilão para salvar a vida de seu amado.
E o embate final entre
Kenshiro e Shin é resolvido logo nesse primeiro volume. Achei que iria demorar
um pouco para ele acabar com o primeiro “boss”, mas é bem rápido. Em seguida,
começa um novo arco, com o herói enfrentado os militares da Godland, que
sequestram e estupram mulheres.
O roteiro de Buronson é
simples, mas desenvolve bem os personagens. A arte de Tetsuo Hara é de encher
os olhos. É um estilo de desenho meio datado, mas muito bem-detalhado. As cenas
de violência são bem explícitas e saltam dos quadrinhos. Principalmente vendo
as cabeças dos vilões explodindo em razão dos golpes de Kenshiro. Engraçado que
esse mangá é infanto-juvenil, mas mostra cérebro, tripas, coração e outros órgãos
dos inimigos que o protagonista despedaça, sem pena. Hokuto no Ken também tem
um lado bem cafona. Os diálogos dos personagens são bregas e piegas, mas isso
até que fica legal.
Sem dúvida, esse é um dos
lançamentos do ano em se tratando de mangás. Quem não leu até hoje, vale muito
a pena. Nota 8 de 10.
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