Após a morte do Stan Lee, eu fiz uma homenagem ao editor listando minhas 15 HQs favoritas da Marvel. O retorno foi favorável, então não vi porque de não fazer uma versão da DC. Achei o resultado interessante, imagino que os leitores do blog vão gostar. Alguns clássicos obrigatórios estão em colocações previsíveis, mas há algumas coisas, principalmente mais recentes, que talvez vocês não estejam esperando. Vamos lá!
15-Olho por Olho?
"Não sou um idiota, Black. Sei que há homens maus no poder e que o mundo não é um lugar justo... Mas não se pode jogar a moralidade no lixo só porque a vida é dura."
Eu adoro histórias de super-heróis onde o protagonista está lutando por algo que acredita, por alguma ideia. Não devo ser o único. "Olho por Olho?" é um dos casos mais maravilhosos. Chega um bando de manés espertalhões dizendo que o herói está ultrapassado e é desnecessário. Então, além de combates muito irados, há o personagem argumentando porque ele é o Superman, não é porque sim, ele tem suas razões, e explica, "por causa de A, B, C". Mesmo que essas histórias não venham a ser grandiosas ou realmente trazer um conteúdo que seja bem pertinente com o mundo real, o simples fato de haver essa ambientação já me prende e empolga muito mais. "Olho por Olho?", no caso, não me decepcionou.
14-O Manicômio do Coringa
"Assim, como de hábito, quem riu por último foi o Pinguim. Mas o que ele não entendeu é que quem ri por último geralmente ri sozinho."
Poucas coisas me cativam mais na DC (se é que alguma faz isso) do que os vilões do Batman. Essa série aí era simples e brilhante. Toda edição havia uma trama protagonizada por um vilão do Batman e quem apresentava e fechava tudo era o Coringa, como se fosse o narrador dos Contos da Cripta. A maioria eram boas, lembro que só não curti o volume do Espantalho, todos os outros eu gostei. As equipes criativas mudavam, a pretensão e qualidade das histórias também, mas entre elas havia algumas que tinham enorme destaque, como as do Pinguim e do Duas-Caras, que é difícil alguém não gostar. Podiam retomar essa ideia de alguma forma, eu gostava bastante. Que eu soube, só publicaram metade no Brasil.
13-Justiça
"Quem decidiu que precisávamos ser salvos?"
Considero um filme perfeito da DC, mas sem ser um filme, sendo um gibi. Nessa homenagem ao clássico desenho dos Super Amigos, parece que os envolvidos utilizam as melhores características dos personagens, fazendo um meio termo definitivo entre seus aspectos fantasiosos com os mais dramáticos. Cenas com Lanterna Verde, Brainiac e Caçador de Marte me passam a impressão que foram as melhores versões que vi deles, mesmo aparecendo pouco. Desde coisas muito simples como o Superman dizendo "é meu trabalho" até tiradas ótimas do Coringa e a forma que o Brainiac usa seus poderes contra todos os heróis, parece que os autores eram realmente muito íntimos com esse universo para ter feito uma aventura simples de "heróis vs vilões" ser assim tão divertida. Ah sim, o título originalmente até ia ser "Versus", mas decidiram mudar, hehe. Por mim o Jim Krueger passava o resto da vida escrevendo super-heróis, adoro a forma que ele os explora.
12-Aquaman e Os Outros
"Como é ser o herói favorito de ninguém, Aquaman?"
Até hoje me surpreende como todos os coadjuvantes dessa série eram inéditos e tão legais. Quer dizer, conhecê-los, para mim, foi como conhecer a formação mais clássica dos X-Men pela primeira vez. Com tantos personagens famosos antigos de todos os lados, considero um feito notável. Mesmo que ele dê umas bolas fora, não tem como eu não ser fã do Geoff Johns depois do que ele fez nessa fase, que é toda boa. O título do Aquaman era um dos melhores na DC na época, tinha gente que o considerava tão legal quanto o Batman. Um povinho aí esculacha os Novos 52 porque o Superman e a Liga da Justiça tavam meia boca,
É essa aí |
11-A Noite Mais Densa
"Meu pai dizia, 'todo mundo morre, William'".
Cara, as pessoas realmente precisam parar de ficar falando que essa série foi criada ampliando a ideia do Alan Moore, não faz sentido nenhum. Até hoje vejo gente que entende mais da DC do que eu replicando essa bobeira. Já li as do Moore 500x e em nenhum momento ele menciona um ataque de anéis que ressuscitam pessoas como zumbis. Só porque o cara escreve que vai ter um período meio apocalíptico de grande desespero pra tropa dos lanternas ninguém pode fazer uma super saga com eles que tá imitando...? Fala sério...
Tem gente que prefere Guerra dos Anéis, mas sou do time da Noite Mais Densa. Curto algumas histórias antigas do Lanterna, mas chegam nem aos pés dessa longa fase do Geoff Johns, quando eu lia sentia que ele era um gênio e tava superando clássicos de space opera como Star Wars e Valerian, era muito divertido e alucinante. Vale lembrar que tô deixando a série da Noite Mais Densa como exemplo, somente, me refiro a toda essa fase que gosto muito, incluindo o retorno do Hal Jordan, do Sinestro, a ira dos lanternas vermelhos, a chegada do Larfleeze e etc, etc...
10-As Quatro Estações
"Acredite se quiser, mas houve um tempo antes de tudo isso. Quando ele era apenas... filho de um homem."
O início da vida do Clark Kent no Kansas pelo ponto de vista de 4 personagens diferentes que são importantes em sua vida: Jonathan Kent, Lex Luthor, Lana Lang e Lois Lane. Aqui fica explícito a singular sensibilidade que a dupla Jeph Loeb e Tim Sale conseguiam colocar em seus trabalhos, explorando o lado humano dos personagens. Isso foi reproduzido na Marvel em 4 séries diferentes onde alguns heróis refletem introvertidamente sobre luto. "As Quatro Estações" foi um tiro certo, tanto que tinha editores querendo demitir o Sale por causa do jeito que desenhava o personagem, mas depois ele foi premiado e continuou na editora por um bom tempo.
"Acredite se quiser, mas houve um tempo antes de tudo isso. Quando ele era apenas... filho de um homem."
O início da vida do Clark Kent no Kansas pelo ponto de vista de 4 personagens diferentes que são importantes em sua vida: Jonathan Kent, Lex Luthor, Lana Lang e Lois Lane. Aqui fica explícito a singular sensibilidade que a dupla Jeph Loeb e Tim Sale conseguiam colocar em seus trabalhos, explorando o lado humano dos personagens. Isso foi reproduzido na Marvel em 4 séries diferentes onde alguns heróis refletem introvertidamente sobre luto. "As Quatro Estações" foi um tiro certo, tanto que tinha editores querendo demitir o Sale por causa do jeito que desenhava o personagem, mas depois ele foi premiado e continuou na editora por um bom tempo.
9-O Que Aconteceu ao Homem de Aço?
"Esta é uma história imaginária... E não são todas?"
Com uma simplicidade certeira, rara de achar melhor, o Alan Moore e o Curt Swan contam os últimos dias do Superman, antes do reboot do Byrne pós Crise nas Infinitas Terras. A história não só é boa em trazer todos os detalhes mais legais da mitologia do personagem (mesmo que brevemente, Moore não esqueceu de nada), mas também em ser dramática e sensível de forma muitíssimo adequada. Acho até admirável porque é bem comum, tanto em filmes quanto HQs, eles rebootarem tudo na nossa cara, e os fãs da versão anterior ficam com um buraco na coração, sem que as histórias e personagens que curtiam terem uma conclusão, parecendo pra sempre que era pra ter mais. Então fico pensando como seria produtivo se antes desses remakes chatos eles sempre se preocupassem em contar como tudo acabou antes. Se alcançassem esse resultado com outros personagens... Eu me interessaria.
8-A Fúria do Primeiro Lanterna
"Essa é a tragédia disso tudo, Jordan. Hal. Nós sempre seremos amigos."
Algumas séries desse top ficaram representadas com uma colocação só, como o Aquaman dos Novos 52, mas a do Lanterna pelo Johns foi tão extensa e teve tantos picos, que vale a pena separar um espaço pra falar do final dela, que foi na fase dos Novos 52: "A Fúria do Primeiro Lanterna". Assim como disse na "Noite Mais Densa", estou colocando esse arco como representante de toda uma fase maior, que vai desde o início com o Sinestro voltando a ser um Lanterna Verde, até a despedida do Johns do título, onde realmente ele faz uma história que parece encerrar a história dos lanternas verdes e toda sua rica mitologia. Legal lembrar também como os tie-ins feitos por outros artistas eram excelentes, não mera encheção de linguiça.
Além de desenhos excelentes, o fato de cada personagem representar algo (coragem, criatividade, avareza, autoritarismo, medo, fúria, amor) faz com que sempre que eles estão se enfrentando, estejam argumentando porque o valor que traz seus poderes energéticos é superior ao outro, havendo uma tonelada de situações como a que citei na primeira história do Superman nesse post, quando o personagem luta justificando uma ideia/valor.
Aqui a expressão "final épico" não está sendo usada em vão. |
7-A Saga do Monstro do Pântano
"Sua compreensão do inumano, caríssima Abigail, é limitada e superficial. Você se poupa da plenitude do horror."
Em muitas listas como essa, "A Saga do Monstro do Pântano" estrela no primeiro lugar! O Alan Moore revolucionou as possibilidades do personagem, de forma que nenhum autor conseguiu alcançar de novo, havendo décadas de histórias ruins (ao menos até o Snyder dos Novos 52, que dividiu opiniões, o resto é muito ruim e ninguém me convence do contrário). Aqui seria ruim separar, porque é muita coisa boa mesmo, minha coleção compilada tem seis volumes! Há partes que são no estilo de saga épica, outras são grandes aventuras em apenas um volume (como a capa que escolhi acima, "Meu Paraíso Azul"). Provavelmente deve ter sido uma das melhores séries em quadrinhos já feitas no Ocidente, quando esse autor quer esculachar, sobra pra ninguém.
Moore usa o melhor que existia nos quadrinhos para a diagramação das páginas pirar na narrativa. |
6-Mulher-Maravilha Novos 52
"Me enfrente, Primogênito. Eu sou a filha de Hipólita e Zeus. Eu sou a deusa da guerra. Eu sou a Mulher-Maravilha! Mas eu só preciso ser eu mesma."
Série mais subestimada dessa lista toda. Acho impressionante. É o melhor título que acompanhei conforme saía. Mesma época do Lanterna do Johns, e última homenagem aos Novos 52. É um reboot da personagem que se provou necessário. Dividiu opiniões, mas quem curtiu, amou completamente. Apesar do reboot do George Pérez ter sido maravilhoso e tornado a personagem realmente interessante pela primeira vez, dai pra frente outros autores não o fizeram tão bem, havia algumas coisas bem pontuais, mas o reboot dos Novos 52 com o Azzarelo, o Chiang e alguns outros desenhistas, foi a primeira vez que muita gente sentiu "essa é uma série foda da Mulher-Maravilha! Finalmente!".
Foi tão marcante pra mim, que na época fiz um post enorme quando acabou chamado "Fim de arco da Mulher-Maravilha devia ser um novo início" e foi muito, muito bem recebido. As pessoas diziam que finalmente tinham lido um texto na Internet digno da série. Infelizmente, minha impressão não foi compartilhada pelas equipes criativas da DC, já que após algumas histórias perfeitamente dispensáveis, o Greg Rucka voltou e fez o quê?! O QUE TODO MUNDO QUE VAI ESCREVER A MULHER-MARAVILHA FAZ! REINVENTOU A ORIGEM DELA... DE NOOOOOOOOOOOOOOVO! Pra mim não havia a mínima necessidade disso, é o que faz o universo da Diana terem menos consistência. Uma pena. Se fosse fazer uma sequência desse post, eu poderia intitulá-lo "Fim de arco da Mulher-Maravilha devia ter sido um novo início".
Mas eu garanto que nessa preciosa sequência de iradas 36 edições há ótimos desenhos, textos de ponta, um dos melhores elencos de personagens secundários que já vi, interagem muito bem e uns vilões violentos e fodões demais. O Primogênito parece que saiu de uma mistura de God of War com Mortal Kombat e a Íris é a versão do Coringa pro universo da Mulher-Maravilha. Muito bom, realmente muito bom, pena que outros caras não carregaram em frente. Seria ingenuidade demais esperar que os pós-modernos que tavam hibernando e perderam todos os filmes/games/séries/HQs com mulheres, negros e asiáticos da história iam ter notado essa série que foi concluída em 2014... Parece que eles só acordaram ano passado...
Sinto que pouca gente vê essa série sendo elogiada e deve ser por isso que pouco procuram. Tento recomendar sempre que tenho a oportunidade, de pessoas que conheço pessoalmente só fiz uma ler até agora, hehe. Ah é! Lembrei de mais uma coisa relacionada! Eu curti tanto que tava numa conferência com uma cópia do segundo volume pro Azzarello autografar, quando vi que ele tava caminhando por lá saí correndo da fila que tava e fui pra ele dizendo "I turned into a Wonder-Woman fan because of you!", ele me respondeu "Oh, sorry", kkkkkkkkkkkkk.
"Me enfrente, Primogênito. Eu sou a filha de Hipólita e Zeus. Eu sou a deusa da guerra. Eu sou a Mulher-Maravilha! Mas eu só preciso ser eu mesma."
Série mais subestimada dessa lista toda. Acho impressionante. É o melhor título que acompanhei conforme saía. Mesma época do Lanterna do Johns, e última homenagem aos Novos 52. É um reboot da personagem que se provou necessário. Dividiu opiniões, mas quem curtiu, amou completamente. Apesar do reboot do George Pérez ter sido maravilhoso e tornado a personagem realmente interessante pela primeira vez, dai pra frente outros autores não o fizeram tão bem, havia algumas coisas bem pontuais, mas o reboot dos Novos 52 com o Azzarelo, o Chiang e alguns outros desenhistas, foi a primeira vez que muita gente sentiu "essa é uma série foda da Mulher-Maravilha! Finalmente!".
Foi tão marcante pra mim, que na época fiz um post enorme quando acabou chamado "Fim de arco da Mulher-Maravilha devia ser um novo início" e foi muito, muito bem recebido. As pessoas diziam que finalmente tinham lido um texto na Internet digno da série. Infelizmente, minha impressão não foi compartilhada pelas equipes criativas da DC, já que após algumas histórias perfeitamente dispensáveis, o Greg Rucka voltou e fez o quê?! O QUE TODO MUNDO QUE VAI ESCREVER A MULHER-MARAVILHA FAZ! REINVENTOU A ORIGEM DELA... DE NOOOOOOOOOOOOOOVO! Pra mim não havia a mínima necessidade disso, é o que faz o universo da Diana terem menos consistência. Uma pena. Se fosse fazer uma sequência desse post, eu poderia intitulá-lo "Fim de arco da Mulher-Maravilha devia ter sido um novo início".
Mas eu garanto que nessa preciosa sequência de iradas 36 edições há ótimos desenhos, textos de ponta, um dos melhores elencos de personagens secundários que já vi, interagem muito bem e uns vilões violentos e fodões demais. O Primogênito parece que saiu de uma mistura de God of War com Mortal Kombat e a Íris é a versão do Coringa pro universo da Mulher-Maravilha. Muito bom, realmente muito bom, pena que outros caras não carregaram em frente. Seria ingenuidade demais esperar que os pós-modernos que tavam hibernando e perderam todos os filmes/games/séries/HQs com mulheres, negros e asiáticos da história iam ter notado essa série que foi concluída em 2014... Parece que eles só acordaram ano passado...
Sinto que pouca gente vê essa série sendo elogiada e deve ser por isso que pouco procuram. Tento recomendar sempre que tenho a oportunidade, de pessoas que conheço pessoalmente só fiz uma ler até agora, hehe. Ah é! Lembrei de mais uma coisa relacionada! Eu curti tanto que tava numa conferência com uma cópia do segundo volume pro Azzarello autografar, quando vi que ele tava caminhando por lá saí correndo da fila que tava e fui pra ele dizendo "I turned into a Wonder-Woman fan because of you!", ele me respondeu "Oh, sorry", kkkkkkkkkkkkk.
Nessa série tem vários momentos da Mulher-Maravilha "fodona" |
5-Entre a Foice e o Martelo
"Por que você simplesmente não põe o mundo inteiro em uma garrafa, Superman?"
Exercício de imaginação onde o principal e mais forte herói da editora ao invés de ter caído nos EUA caiu na Ucrânia e virou o jogo da Guerra Fria. Eu nunca tinha lido uma HQ e ao terminar ter sentido tanto "é pra isso que servem HQs!" quanto com essa. Eu tinha viajado tanto! Eles exploram não apenas possibilidades diferentes do que aconteceria na história do nosso mundo, como também na história do Superman (que é muito bem escrito, mesmo sendo uma aventura não canônica, assim como o Lex Luthor, o Brainiac e outros) e do Universo DC em geral. O mais incrível e que esse é um dos poucos clássicos da DC que foi republicado por um valor decente nos últimos anos... Então é uma aquisição que vale duplamente a pena.
4-O Longo Dia das Bruxas
"Os meus homens estão chamando esse ano de... Longo Dia das Bruxas."
É tão divertido... O Loeb soube usar direitinho a mitologia do Batman em uma trama de mistério. Infelizmente, depois de "Ano Um", que é uma origem bem curtinha do vigilante e seus coadjuvantes, o Frank Miller não continuou escrevendo o personagem, nem se aproximando das dezenas de histórias que fez com o Demolidor, vigilante urbano da Marvel. Pra mim (e também pro ANT, que escreve aqui), as aventuras feitas por essa dupla foram o recheio perfeito entre "Ano Um" e o "Cavaleiro das Trevas". Você tem o Harvey Dent virando o Duas-Caras (provavelmente a melhor representação disso) e a trindade Batman-Gordon-Dent enfrentando a máfia dos Falcone, chegando a parecer uma mistura com O Poderoso Chefão.
Nesse caso me refiro às sequências que eles fizeram também, "Vitória Sombria", que pra mim compete em ser superior ao original, e também o tie-in da Mulher-Gato, "Cidade Eterna", os caras souberam fazer histórias muito divertidas. Pra mim, cuja parte preferida do Universo DC é Gotham City, guardo com bastante carinho essa versão que conheci na minha adolescência como uma das minhas preferidas. Pra quem ainda não conhece então, é perfeito, porque tem tudo que é personagem.
3-Reino do Amanhã
"O que nós fazemos com os que se recusam a ver a luz?"
Essa história foi uma das que mais me passou peso que eu já li. O Superman, liderando a geração antiga de super-heróis contra os representantes irresponsáveis e marginais de uma nova geração, passa por uma situações muito difíceis, tomando um monte de responsabilidades sérias. Ele tem que fazer uma escolhas, aí "PÁ!", dá tudo errado! Aí ele acha um caminho pra remediar, "BUM!", tá tudo quase explodindo em outro canto, vai todo mundo se foder! Conforme você acompanha, toda aquela dificuldade, o desespero, conseguem ser transmitidos pra você. O que acontece graças a competência da dupla criativa, Waid e Ross. Por pouco não deixei em segundo lugar. Sendo uma minissérie em apenas 4 edições, é bom também que não tem encheções de linguiça pra ficar estendendo e vendendo mais, eles vão direto ao que interessa. Pena que quando o Waid ia expandir esse universo, o editorial da DC deu uma cagada e estragou tudo...
2-Watchmen
"Sim, nós éramos loucos, maníacos e nazistas... Éramos tudo o que as pessoas gostam de comentar. Mas, apesar disso, nós estávamos fazendo algo em que acreditávamos."
Pensei em colocar "Reino do Amanhã" na frente, mas não dá. Lembro da minha primeira experiência, deu uma sensação estranha quando acabei, o Moore consegue passar uma visão de mundo relativista que realmente entra dentro de você. A HQ é inspirada pelo período da Guerra Fria, um exemplar maniqueísmo, visto que o mundo realmente estava dividido entre Leste e Oeste. Dentro disso ele coloca os super-heróis como ele acredita que seriam se existissem de verdade. Na época ele teve que criar personagens novos parecidos com os da DC (Questão, Batman), mas hoje já fizeram esse tipo de coisa até com o Homem-Aranha, então não tem o mesmo impacto pra gente, ver super-heróis envolvidos com insanidade, niilismo, doenças e sexo. Mas o que faz com que Watchmen não perca seu posto é a dedicação e seriedade dos autores com a história.
Apesar do mistério realmente não ser o que te prende na HQ, o ponto de vista dos personagens em suas narrativas pessoais é o que mexe mais com a gente, acredito. Fiz uma releitura recente, há menos de um mês; não tem como não ficar admirado com os capítulos centrados no Dr. Manhattan, tanto na estrutura de Marte refletindo sobre a pequenez do ser humano e seus conflitos, quanto antes, quando ele está vendo o tempo de uma perspectiva quadridimensional, como o Einstein mostrou. O outro que se destaca muito também, é o Rorscharch e seu pessimismo aterrorizador.
Mas na última leitura notei como todos são muito interessantes, até a Laurie e o Coruja, que costumam ser menos lembrados. Tem o Ozymandias com toda sua jornada exagerada de autoaprimoramento, a Silk que mostra uma pessoa que entra nessa apenas por pressões externas e expectativas artificiais, o Coruja que tem um tipo de fetiche pelo super-heroísmo e o Comediante, que mesmo morto se tornou o pior que a humanidade tem pra apresentar, aparentemente... porque entendeu como tudo funciona.
Relendo, só estranho a quantidade de pessoas cujas ideias entrei em contato nos últimos anos e parecem realmente defender que a cultura dos super-heróis tem a ver com fetiches sexuais, fascismo, preconceito ou cultura do estupro... Isso é maior viagem, até o próprio Alan Moore já mostrou o que pensa dos heróis tradicionais em dezenas de edições de "Tom Strong" e "Supremo", no melhor estilo "carta de amor ao gênero". Bem, sempre haverá doidinhos... Mais doidos que... o...?
BATMAN!
1-O Cavaleiro das Trevas
"Batman. Querido..."
Esse é outro que parece que nunca vai descer. Diferente do Watchmen, ele passa um ritmo e emoção que não enferrujam, mesmo quando você já leu a história anteriormente e sabe tudo que vai acontecer. Aqui o Miller estava no level máximo (assim como o Alan, na época) e parece ter sido possuído pelo melhor que havia de Homero, Eisner, Kirby, Krigstein, Koike (Lobo Solitário) e sintetizou em simples quatro edições. É uma pena que ele tenha escrito pouco o Batmanantes de se tornar um inútil. Ano passado terminei de ler a série japonesa Lobo Solitário, que foi enorme influência pro Miller e são mais de cem edições! Fico sonhando como seria se ele tivesse levado em frente na época, mesmo se fossem histórias antes do envelhecimento e aposentadoria do Batman.
A harmonia do texto com os desenhos é exemplar desde quando Bruce está sendo atormentado pelos próprios pensamentos, ate a homerica luta contra o Superman. O Frank Miller deve ter se tornado algum sobre humano pra fazer isso. O incrível é a quase unanimidade que há no meio dos leitores de como ela parece não ficar ruim, não importa quanto o tempo passa. Na verdade! É pelo contrário! Conforme eu envelheço e leio de novo, percebo cada vez novas nuances, parece uma experiência sobrenatural, é arte na sua melhor forma! E com um personagem tão legal, O BATMAN! EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEH! BATMAAAAAAAAAAAAAAN!
"Batman. Querido..."
Esse é outro que parece que nunca vai descer. Diferente do Watchmen, ele passa um ritmo e emoção que não enferrujam, mesmo quando você já leu a história anteriormente e sabe tudo que vai acontecer. Aqui o Miller estava no level máximo (assim como o Alan, na época) e parece ter sido possuído pelo melhor que havia de Homero, Eisner, Kirby, Krigstein, Koike (Lobo Solitário) e sintetizou em simples quatro edições. É uma pena que ele tenha escrito pouco o Batman
Acho engraçado a galera que insiste que o Frank Miller deixou ele invencível, o cara só se fode a história toda, kk. |
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