LUXEMBURGO, O MALANDRO


Tem momentos na vida que temos que rir, porque se levar a sério periga ser uma tragédia digna de Seleção 2014.

Talvez você não saiba, mas em 1990 o modesto time do Bragantino venceu o Campeonato Paulista – numa final inédita, contra outro pequenino, o Novorizontino. O treinador? Vanderlei Luxemburgo.

De promessa à realidade, tornando-se durante uma década o nome mais quente quando se tratava de treinar clubes, Luxemburgo ganhou dois Brasileirões pelo Palmeiras [1993/94], um pelo Corinthians [1998], um pelo Cruzeiro [2003], outro pelo Santos [2004], uma Copa América [1999] pela Seleção Brasileira, onze estaduais diversos além de ter treinado o poderoso Real Madrid e a Seleção Brasileira.

Tarefa para poucos, certo?

Pois bem.

Seu último título foi o Campeonato Pernambucano, de 2017, pelo Sport.

Antes disso, em 2010, sua barra já estava suja no mercado, já que ele quase levou o Atlético/MG ao rebaixamento – sendo salvo por Dorival Jr.

Em contrapartida, no mesmo ano, Luxemburgo encarou outra pedreira ao tentar salvar o Flamengo do rebaixamento. Conseguiu. Viu sua moral se elevar, principalmente porque no ano seguinte, o elenco ganhou dois reforços de peso: Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves. Assim, o Flamengo, treinado por Luxemburgo conquistou o Carioca de 2011 de forma invicta.

No ano seguinte, Luxemburgo e R10 já não falavam mais a mesma língua e a corda arrebentou do lado do treinador e ele se viu sendo substituído por Joel “poliglota” Santana.

Uma rápida passagem por Cruzeiro, Grêmio e Fluminense, e um retorno ao Flamengo em 2014,  na estrondosa última colocação do campeonato Brasileiro.

Ao ser anunciado, o outrora grande treinador, o homem que revolucionou a forma de se vestir dos treinadores, o pioneiro da profissão de manager no Brasil, o maior salário da América Latina--- não, nada disso. Luxemburgo não foi lembrado por esses adjetivos.

Ele foi contratado por ser malandro.
Isso que você leu, ele é “malandro” e por isso conhece a “malandragem” e justamente por essa “malandragem” não deixará os jogadores crescerem pra cima dele, já que seu antecessor, Ney Franco não era lá muito malandro.

Mas voltando ao malandro, ops, Luxemburgo, eu torço para que funcione, porque se você não levar a sério tudo o que ele diz, você vai rir muito nas entrevistas dele.

Por exemplo, ele já disse que vai “martelar o elenco com os pregos que tem”.

Ou seja, além de malandro, o homem também é poeta.

Aí, chega 2019, o treinador ganha uma nova oportunidade no Vasco da Gama e, após a primeira partida, qual o discurso?



"No futebol tem de ser malandro. Malandro no bom sentido. Tem de furar a bola."

O mais legal foi um comentário do leitor Adaias Vieira, na página do GloboEsporte.com: o problema do Luxa é que ele começa sempre de farol baixo e na humildade. Mas se começar a ganhar, perde a humildade e quer mandar mais que o presidente.



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