Resenha Daytripper - Gabriel Bá & Fábio Moon



[Texto da tag “Escritor Convidado”, escrito por: Yorick, originalmente publicado em: https://disqus.com/home/discussion/channel-familiamarvel/resenha_daytripper_48/]

Tradução/ Revisão: A.R.S
Diagramação: CyberPimenta
Equipes: Darkseid Club/GibiHQ

Daytripper vem no falando sobre a coisa que tem de mais comum entre nós: a morte, e com isso em mente nós observamos a vida de nosso protagonista Brás de Oliva Domingos dividido em cinco momentos importantes.
Desde já, agradeço o Saitama por ter me incentivado a fazer essa resenha e todos os outros moderadores, por me permitirem torturar vocês.

32 Anos - Na primeira parte dessa excelente obra nós nos deparamos com um Brás adulto e meio deprimido com sua vida por não conseguir alcançar seus objetivos profissionais e nem pessoais, com isso, nós vemos uma das primeiras excelentes frases de Brás: A vida anda muito complicada. Eu não consigo me desligar, é muito barulho. Muito adulto. A verdade é que em si, nossas vidas nunca foram simples, cada momento tem sua própria dificuldade, mas sim, ela já foi mais fácil, pois quando somos jovens nós sempre estamos planejando como ela será e quando envelhecemos percebemos que no fim não temos controle sobre quase nada e dito isso, nós observamos pela primeira vez o Brás morrer.
Outro ponto que podemos destacar é que temos aqui referências a fatos ou o uso de palavras que iremos observar ao decorrer das próximas histórias como a viagem a Salvador, Milagrinho (guardem essa palavra, vocês irão se emocionar quando a virem no final da leitura de Daytripper).


21 anos - Acredito que esse seja o momento da vida de Brás que me sinto mais conectado, provavelmente por ter quase a mesma idade. Aqui nós vemos nosso protagonista em busca de si mesmo, em sua odisseia com seu amigo Jorge na cidade de Salvador, é interessante nós notarmos que mesmo ele estando ali para se divertir, Brás ainda continua a planejar cada momento da sua vida, até que conhece Olinda, nesta parte percebemos que a obra de Gabriel Bá e Fábio Moon falam por si só, e nisso que nossa vida é como estar em carro, normalmente precisamos estar no controle, dirigindo, mas as vezes precisamos estar apenas como passageiros, apenas observando, sem se preocupar, olhando o que a de melhor ao redor, a vida acontecendo.

28 anos - A parte inicial desse momento fala de outro fato comum da nossa vida, o término e o início do amor. Dando continuidade a relação com Olinda ou nem tanto assim, nós vemos o casal não está nada bem, que casal na verdade, você entenderá quando estiver lendo a obra. Mas o interessante é que quando passamos por isso, nós inicialmente vemos apenas o negativo, porém com o tempo voltamos a nos restabelecer e é assim também na vida de Brás, ele volta a encontrar amor no rosto da querida Ana, é tão graciosa essa cena, os olhares, a reação de cada um, a vontade crescente de viver, de pensar nos dias a frente, a verdade é que devemos estar preparados para o amor, é parte de nossa vida e no mundo em que vivemos nós podemos estar mortos amanhã.


41 anos - Esse momento nos lembra que enquanto a muitas vidas nascendo a outras morrendo e é essa a situação que nós encontramos Brás, aqui a única coisa que consigo pensar é que nunca estamos totalmente prontos para a morte, principalmente se for de alguém que amamos, alguém que víamos diariamente, mas como cada momento é um aprendizado a morte não é diferente, nós temos uma nova perspectiva sobre a vida e com o tempo a dor que sentimos dentro de nós vai desvanecendo, embora de vez em quando sentiremos uma pontada ao olhar um local onde a pessoa esteve antes de partir, ao sentir um cheiro, ao escutar uma voz, uma risada...

Infância - Não, eu não irei contar como exatamente essa história termina, espero que com essa resenha vocês já tenham criado coragem de ler, o que posso dizer é que o fim dessa HQ é o início da vida de Brás e quando vocês lerem espero que tenham o mesmo sentimento que eu de relembrar suas infâncias, tendo novamente aquele sensação que a vida era infinita, que a vida era um milagre e que pássaros eram livres para voar.

P.S: Talvez alguns de vocês não gostem da maneira que eu fiz essa resenha, toda cortada em momentos e quando está melhorando, quando você está se conectando acaba, mas essa é a sensação de ler Daytripper, quando a vida de Brás está começando ela termina.

Até Mais
Yorick.



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