ESCALPO #53



Créditos da edição #53:

Escritor: Jason Aaron
Desenhista e arte-finalista: R.M. Guera
Colorista: Giulia Brusco
Capa: Jock
Tradução e revisão: Ozymandias_Realista
Finalização e diagramação: Epistarse HQs
















“Tu num é capaz de ter a mínima fodida emoção humana, não é? Você nunca amou ninguém em sua vida toda!” 

Após o desfecho surpreendente do fim da edição anterior para essa, Shunka assume o lugar de peça maior na trama, sendo o pivô de todo o caos advindo das suas decisões, no mínimo, problemáticas em se entender por todos a sua volta, desde seu “ex-patrão” Corvo Vermelho, aos “recentes aliados” que fez na tentativa de devolver a reserva ao corrupto status quo. A narrativa se ocupa em explicar todas as motivações (e ausências) emocionais do vilão, sem cair no lugar comum de “mal absoluto”. Até mesmo a homossexualidade dele, consegue ser maduramente construída, sendo orgânica e narrativamente necessária, sem ficar no obvio de “representatividade” ou numa caricatura involuntária, algo que aconteceu por exemplo, em “Casa dos Mistérios”, também da Vertigo.


Por outro lado, tudo é completado pela brava jornada inversa do xerife Karnow, que se vê obrigada a se chocar com a dele para tentar fazer prevalecer à lei. Karnow e Shunka se completam pela entrelinha de um ser um hétero, com fama de macho alfa, profundamente covarde, enquanto Shunka, um homo “encubado” é pela lei da selva, um dos mais brutos e com mais justificativa fama de mal. A ironia proposital do roteiro, é fazer com que homens imorais colham os frutos de seus “trabalhos” enquanto assim se comportam, mas comecem a ser punidos quando tentam fazer escolhas corretas (vide a conclusão desse arco, na #55), uma punição claramente aplicada por outros com menos compromisso ético. A “saga que Shunka” se apóia em inverter todo o plano narrativo que seria a proposta da série, Dash, ao invés de redentor, seria a pior espécie de traidor, contra seu povo, cultura, e família.


 O tipo de subversão, que não é completa, por Dash também ainda ter uma “âncora moral” relacionada ao injusto assassinato de sua mãe, uma âncora movida pelo remorso de não ter sido um bom filho (não que a mãe dele, Gina, fosse exemplar), mas ainda uma âncora. Na subtrama, Apanhador, numa cela, se vai vendo pressionado por um “fantasma do passado” que parece estar chegando mais próximo da verdade em relação ao velho e psicótico índio. Mesmo sendo, por quase todos números, uma espécie de “ponto fora da curva”, aqui o personagem consegue ter também seu merecido destaque, por mais torpe que ele seja, além de estar junto com toda a série, literalmente, no fim da linha.


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Até o próximo.



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