ENTREVISTANDO #04: GLEN FABRY!!!



Estava eu, “a toa” no Facebook (pois é, reativei, aparentemente muitos novas parcerias tem que ser buscadas lá...), quando notei entre os amigos online, ninguém menos que um dos meus ídolos dos quadrinhos: Glen Fabry. Mas calma, eu não lembro nem de metade das centenas de pessoas que tem adicionadas ali, pode ser um fake, não é possível que o próprio estivesse ali. Acenei para ele no chat... E ele acenou de volta!








Como o print acima atesta, perguntei se ele era real, e após longa checagem de seu perfil, de fato falei com o eterno capista de Preacher! A seguir seguem cinco perguntas que fiz a ele sem esconder meu lado fã daquelas pinturas, além de ser “histórico” para mim e para esse blog, é a primeira vez que falei com algum ícone das industria. Vale mencionar que nunca fui em nenhuma “CCXP" ou algo que o valha, nosso correspondente Douglas Joker já logrou sucesso nessa parte. Vale lembrar que uma das capas do cara está na minha lista de capas dos quadrinhos preferidas de todos os tempos.

ENTREVISTA TRADUZIDA:

1 - Qual trabalho você teve mais orgulho de fazer? Quero dizer, eu lhe conheci pelas suas capas no selo Vertigo. E até hoje fico feliz em ver as histórias completas ilustradas por você. O último vislumbre que tive de suas capas, foi em "Jacked", infelizmente ainda não publicado no Brasil.

Oi Brasil! Voltei de São Paulo há alguns meses atrás. Bons tempos. A melhor da coisa Vertigo, além das capas, foi fazer Kev, em Authority, com Garth Ennis.



Eu cheguei a ver essas capas de Kev, embora eu ainda não tenha lido a Authority completamente. Fiquei mesmo surpreso ao ver Ennis escrever "supers", embora Kev seja uma forma de zombar do gênero. O Brasil gosta do seu trabalho, recentemente reimprimiu "Thor - Vikings" após sua aparição na "Comic Con". Eu sempre tive uma pergunta, como você conheceu Garth Ennis e como essa longa parceria funcionou? (pergunta 2, desculpe, estou um pouco nervoso).


 Fui a uma reunião na 2000 DC, e foi informado, quando acabou, de que o editor estava se reunindo com alguns americanos da Marvel. Fui para o bar local e lá estava conversando com dois jovens com falavam de um jeito engraçado, então pensei que eles eram os americanos, mas acabou depois de algumas cervejas, ficou claro que eram Garth Ennis e John Macrae de Belfast.



Isso ainda na década de 90? Ou antes?

Realmente no fim dos anos 80.

3 - Revisando todo o trabalho com o Hellblazer (sua fase com suas capas mais para Ennis / Dillon), é possível perceber uma "mudança de tom". A revista foi praticamente formulada, tornando-se tudo o que é sinônimo de uma boa história do Constantine, que até hoje, com várias reformas da DC não foi igualada. Quais foram suas referências? Uma coisa em comum era o olhar penetrante de Constantine no primeiro plano, ou mesmo as cenas de humor negro, que anteriormente não estavam em capas que apresentavam o tom mais "sério" e "de terror".

Concepção de Fabry para Constantine nos anos 90.


Concepção de Fabry para Constantine no ano 2014.


Foi o meu primeiro trabalho para a América, acreditei ter tido uma boa impressão. Além disso, eles são cartoons realmente, então haverá algo engraçado neles em algum lugar.

4- Você se usou como uma referência fotográfica como fez com Cassady em algumas capas do Preacher? Ou algum ator particular para dar esse rosto a Constantine? Percebi que anos depois, quando voltou a desenhá-lo, fez ele um pouco diferente. Foi para demonstrar um personagem "envelhecido", ou simplesmente viu o de forma diferente?

O Cassady!


Constantine sempre deveria se parecer com Sting, do “The Police”, mesmo quando Alan Moore o escreveu pela primeira vez em “Monstro do Pântano”. O Cassidy eu estava tentando fazer parecer Robert Carlyle, um ator escocês de “Ou tudo ou nada”. Naquela época, eu parecia o irmão de Robert Carlyle, mas por todas essas coisas eu posava no espelho para expressões. Então, você teria um irmão mais velho de “Sting Carlysle” vindo de Streatham.

O próprio Glen!


5- Para concluir, (e já agradecendo o seu tempo com este ilustre estranho que você fala), existe algum personagem atual que você gostaria de desenhar? Um mini, por exemplo. Algo como um Justiceiro, Demolidor, Wolverine ou algum outro personagem mais urbano, com espaço para uma história mais adulta, e cenas muito divertidas para desenhar? E há algum trabalho que tenha feito a capa, e se arrependeu de não ter desenhado a edição completa? E o que você acha dos quadrinhos "politicamente corretos" hoje em dia? Você acha que muitas de suas obras dos anos 90 seriam bem aceitas se fossem feitas hoje? Ou essas pessoas seriam implicadas em tudo?


Na verdade, todas as minhas coisas foram muito legais realmente, graças aos escritores e assim por diante. Slaine com Pat Mills para 2000 AD, Juiz Dredd e Batman com Alan Grant e John Wagner, Preacher com Garth Ennis (e Hellblazer e Thor) e Lugar Nenhum, Sandman – Noites sem Fim, e Deuses Americanos para Neil Gaiman (ainda trabalho para Dark Horse), mais outros pedaços e peças nesse lado. Comissões e assim por diante. Este ano eu vou acabar com as coisas de outras pessoas, então depois de algumas convenções eu vou cumprir algumas velhas promessas. Saúde, Ozymandias!


ORIGINAL INTERVIEW:

1 - What job were you most proud to do? I mean, I knew their covers, the Vertigo seal. And to this day I am glad to see complete stories illustrated by you. The last glimpse I had of their covers, was in "Jacked", unfortunately not yet published in Brazil.

Hi Brasil! Just back from São Paulo couple of months or so ago. Good times.  Best Vertigo thing, other than covers was Kev Authority, with Garth Ennis

I got to see these covers of Kiev, although I have not yet read Authority completely. I was even surprised to see Ennis writing "supers", although Kiev is a way of fooling the genre. Brazil likes their work, recently reprinted "Thor - Vikings" after their appearance in "Comic Con". I always had a question, how did you meet Garth Ennis, and how did this long partnership work? (question 2, sorry, I’m one little nervous).

I went to a meeting at 2000 AD , and was told , when it was over, that the editor was meeting with some American people from Marvel. Went to the local bar and there he was talking to two young men with funny accents, so I thought they were the American guys, but it turned out after a couple of pints that they were Garth Ennis and John Macrae from Belfast.

That still in the 90's? Or before?
Really late 80s.

3-Reviewing all the work with Hellblazer (its phase with its covers more to Ennis / Dillon), it is possible to perceive a "change of tone". The magazine was practically formulated, becoming all that is synonymous of a good history of Constanine, that until today, with several reforms of the DC has not been matched. What were your references? One thing in common was Constantine's pervasive gaze in the foreground, or even scenes of dark humor, which had not previously been in covers that had the most "sullen" and "terror" tone.

It was my first work for America, felt I had to make a good impression. Also , they’re cartoons really, so there’s going to be something funny in them somewhere

4- Did you use the sim yourself as a photographic reference as you did with Cassady on some covers of Preacher? Or some particular actor to give that face to Constantine? I noticed that years later when he came back to draw it, it made him slightly different. Was it to demonstar an "aging" character, or just saw it otherwise?

Constantine was always supposed to look like Sting, from the Police, even back when Alan Moore first wrote him into Swamp Thing. Cassidy I was trying to make look like Robert Carlisle, a Scottish actor from The Full Monty. Back then I looked like Robert Carlisle’s brother, but for all of this stuff I’d pose in the mirror for expressions.So you’d get a Sting Carlisle’s older brother from Streatham.

5- To conclude, (and already thanking your time with this illustrious stranger that you speak), is there any current mainstream character that you would like to draw? A mini for example. Something as a Punisher, Daredevil, Wolverine, or some other more urban character, with room for a more adult story, and really fun scenes to draw? And is there any work that has done the cover, and has struck a regret of not having undone some edition? And what do you think of the "politically correct" comic books these days? Do you think that many of your works of the 90's would be well accepted if they were made today? Or would these people be implicated in everything?

Actually all of my stuff has been pretty cool really, thanks to the writers and so on. Slaine with Pat Mills for 2000 AD, Judge Dredd and Batman with Alan Grant and John Wagner, Preacher with Garth Ennis ( and Hellblazer and Thor ) and Neverwhere , Endless Nights, and covers for American Gods for Neil Gaiman ( still going for Dark Horse )plus other bits and pieces on the side. Commissions and so forth. This year I’m going to run out of other people’s things, so after a few conventions I’m going to fulfill some old promises. Hash tag smiley face. Cheers, Ozymandias!

E claro, algumas das artes FODAS do cara, que acredito terem feito parte da adolescência de muito colecionador nos anos 90!























Off!

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Até o próximo.



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