Terça-feira, dia 16,
faleceu não apenas um ator, mas também uma lenda do cinema, Robert Redford, já
na longeva idade de 89 anos. Este post in memoriam tem a intenção de
resgatar alguns dos seus grandes papéis e fazer uma breve retrospectiva de sua
longa carreira.
Nascido em 18 de agosto de 1936, em Santa Mônica, Califórnia, Redford estudou na Universidade do Colorado. Porém, por beber demais, teve seu rendimento acadêmico comprometido e foi expulso. Em razão disso, decidiu viajar pela Europa e estudar pintura. No entanto, logo se interessou por atuação, decidindo matricular-se na American Academy of Dramatic Arts.
Redford começou a fazer
pequenos papéis na TV e no teatro. Na TV, atuou em pequenos papéis coadjuvantes
em série como Alfred Hitchcock Presents e The Twilight Zone. Seu
debut no teatro foi na peça Descalços no Parque de Neil Simon, em
1963. Curiosamente, seu primeiro grande sucesso no cinema também foi na
adaptação cinematográfica de Descalços no Parque, ao lado de Jane Fonda.
Sendo um galã natural do cinema, Redford logo se tornou um astro e emplacou um sucesso atrás do outro. Pode-se dizer que ele teve a sorte de atuar na era de ouro do “cinemão” norte-americano, que abrangeu parte dos anos 60 e praticamente toda a década de 1970. Outro de seus papéis de destaque foi em Butch Cassidy e Sandance Kid, no qual coestrelou com Paul Newman e interpretou o fora da lei Sandance Kid. No enredo, Butch Cassidy e Sandance Kid passam a sofrer uma caçada humana e se refugiam na Bolívia. Katharine Ross interpreta a namorada de Sandance no longa.
Outro filme marcante de Redford foi Nosso Amor de Ontem, em 1973, ao lado de Barbra Streisand, um romance com um pano de fundo político, pois se passa no período do Marcathismo. Naquele mesmo ano, Redford repetiria a parceria com Paul Newman em Golpe de Mestre, no qual ambos interpretam dois ladrões e golpistas que aplicam um golpe em um chefão do crime.
Em 1974, Redford atuaria em outro de seus grandes filmes, O Grande Gatsby, baseado no romance homônimo de F. Scott Fitzgerald. No enredo, o misterioso milionário Gatsby, interpretado por Redford, faz tudo o que é possível para se aproximar do grande amor de seu passado, Daisy, interpretada por Mia Farrow. Apesar de ter tido roteiro escrito por Francis Ford Coppola, o filme foi dirigido por Jack Clayton.
Em seguida, atuaria no thriller Os Três Dias do Condor, de 1975, dirigido por Sydney Pollack. No longa, Redford é um agente de escritório da CIA que sobrevive ao massacre que vitimou seus colegas e tem de descobrir quem está por trás disso. O filme ainda conta também com Faye Dunaway no elenco.
Em 1976, Redford atuaria em outro de seus mais famosos filmes, Todos os Homens do Presidente, ao lado de Dustin Hoffman. Neste, interpreta Bob Woodward, um dos jornalistas que revelou o escândalo Watergate, que ocasionou o fim do governo Nixon.
Nos anos 80 e 90,
apesar de ainda atuar em muitos filmes, Redford já não fez tantos filmes memoráveis,
mas alguns são, sim. Um destes é Entre Dois Amores de 1985, onde fez par
com Meryl Streep. Há ainda Proposta Indecente, de 1993, em que Redford
interpreta um milionário que fica com Demi Moore, que mete uma galha em Woody
Harrelson. Vale destacar O Encantador de Cavalos de 1998, no qual atuou
com Kristen Scott Thomas e que ainda tem Scarlett Johansson adolescente no elenco.
Em 2001, Redford
atuaria ao lado de Brad Pitt no thriller de espionagem Jogo de Espiões.
Em 2014, seria o vilão do Capitão América: O Soldado Invernal, no qual suspeito
que só aceitou pelo cachê mesmo. Redford se aposentaria definitivamente em 2018,
mas apenas como ator. Também é preciso destacar sua carreira de produtor de
inúmeros filmes e, inclusive, do maior festival de cinema independente
norte-americano, o Sandance. E seus prêmios foram inúmeros, incluindo-se um
Oscar, um Bafta e cinco Globos de Ouro.
Em sua vida pessoal,
Redford enfrentou algumas tragédias. Em particular, a perda de dois filhos, Scott
Anthony Redford, de morte súbita infantil, e David James Redford, vitimado pelo
câncer. Como ativista político, defendeu causas ambientais, indígenas, LGBTs e
artísticas. Era bem próximo dos republicanos.
Em suma, fica aqui minha homenagem a essa lenda e um dos maiores galãs de Hollywood. O cinema do século XX não seria o mesmo sem ele. Merece um lugar ao lado de Marlon Brandon, De Niro e Pacino














