15 de Outubro : Feliz Dia de Quem, Mesmo, Seus FDPs?



Publicada originalmente no blog A Marreta do Azarão ontem,15/10; portanto defasada em um dia em relação à comemoração da data, porém, tristemente atual há mais de uma década.

Jornal da Usp - 24/04/2017
 
Folha de São Paulo - 02/08/2018
 
Revista Veja - 13/03/2019

Portal Uol - 22/08/2019
 
 
CBN - 28/03/2023
 
CNN - 28/08/2023
 
Jornal da Band - 30/08/2023

Portal G1 - 05/09/2023
 
SBT News - 14/10/2024

Algum professor, em sã consciência (o que hoje é difícil, como mostra a manchete do G1 de 05/09/23), com o mínimo domínio de suas faculdades mentais (idem), é capaz de comemorar o 15 de Outubro, o Dia do Professor? Só se for um asno de teta! Se bem que asnos de tetas há aos magotes no magistério público, uma vez que composto de maioria lulopetista.
 
Feliz Dia do Professor é o caralho! Vão parabenizar às putas que os malpariram!
 
Há - e pudera - uma crescente falta de professores para preencher as turmas no Estado de São Paulo, e acredito que a situação no resto do país não seja diferente - pudera, também.
E os "professores" novos são, em sua grossa maioria, pessoas saídas do ensino médio há 5, 6, 10 anos, todas já semiletradas, analfabetas funcionais que fizeram algum curso de licenciatura. E sabem por quê? 
 
Primeiro : porque os cursos de licenciatura, pela baixa procura - e pudera -, são os cursos "superiores" mais baratos do país. Além disso : aproximadamente 70% das faculdades de licenciatura do país são a distância, o abjeto EAD. Um jegue paga muito mal uns 200 contos por mês de mensalidade numa arapuca dessa, arapuca com a chancela do nosso valoroso MEC.
 
Depois : o sujeito sai com emprego garantido, quase que um subemprego, mas garantido, o que já é muito para um semianalfabeto. Basta ele bater à porta de qualquer escola pública do estado de São Paulo com o seu diplominha embaixo do braço para estar, automaticamente, empregado. Sem entrevista, sem concurso, sem nenhum tipo de triagem.
 
Claro que um sujeito desse jamais irá passar num concurso, nunca será um professor efetivo, mas todos os anos, acreditem, sobrarão para ele aulas em "caráter emergencial" e muitos chegarão a se aposentar como "professores emergenciais", sem nunca terem sido aprovados em um concurso.
 
Este triste e irreversível quadro da Educação brasileira acabou por me lembrar de uma piada, das décadas de 1970, 1980, da época do Mobral. Para os mais novos, o Mobral, o Movimento Brasileiro de Alfabetização, programa destinado à alfabetização de adultos, a ensinar burro velho a ler e escrever, foi instituído em março de 1968 pelo governo Costa e Silva e se estendeu até 1985, quando extinto pelo governo Sarney.
Como tudo no Brasil vira piada, os frequentadores do Mobral eram motivo de chacota e pilhéria. A palavra Mobral tornou-se até um adjetivo, aplicado a pessoas consideradas burras. Era comum ouvirmos dizer, o fulano de tal é mobral.
Pois essa piada, esse chiste, conta-nos o seguinte :
 
"O cacique Mário Juruna, o primeiro deputado federal indígena eleito no país, preocupado com a formação escolar de sua tribo, fez uma pesquisa entre os seus, perguntou a cada silvícola qual a faculdade que ele gostaria de cursar. E a resposta da tribo foi unânime : todos queriam fazer Pedagogia.
O cacique emocionou-se. Na certa, disse ele aos seus irmãos, vocês estão preocupados com a educação de nossos curumins, certo? Não, respondeu o chefe da tribo, é que o Mobral é muito difícil, né?"
 
Na piada original, o curso preferido pela tribo era o de Direito, cujas instituições já começavam a ser popularizadas e, logo, sucateadas na época. Tomei a liberdade de adaptá-la aos nossos dias atuais.
 
Dia do Professor? Pátria Educadora?
Ora, vão todos às putas que os malpariram!!!



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