ECO: CUIDADO COM O QUE VOCÊ DESEJA...

 


Texto da tag "Escritor Convidado", escrito por: Vagner Francisco

Publicado originalmente AQUI.


Sim, a série é ruim!

Em 2015, começou a era das séries Marvel na Netflix. 


Com o sucesso absoluto de Vingadores, em 2012 - e, claro vindo a reboque de dois Homem de Ferro, Thor, Capitão América e--- bem, Incrível Hulk também estava lá - começou-se uma escalada de novos conteúdos e, o primeiro deles, fora dos cinemas veio justamente com o diretor de Vingadores, o hoje famigerado Joss Whedom: Agentes da SHIELD.




A série liderada pelo Agente Coulson estreou na emissora estadunidense de TV, ABC, em 2014.

No ano seguinte, chegava na plataforma da Netflix, Demolidor - O Homem Sem Medo, uma parceria entre a major do streaming e a ABC, através da Marvel Television.


Marvel Television, nessa época, não estava sob o guarda-chuva de Kevin Feige, mas sim, de Jeph Loeb, roteirista de quadrinhos mediano e de cinema, como, por exemplo o enredo de Comando para Matar, estrelado por Arnold Schwarzenegger, em 1986.


Segundo consta, a relação entre Feige e Loeb era a de disputa, um tentando dominar o espaço do outro; e a história nos mostrou que Feige venceu. Embora Loeb não tenha sido o único derrotado nessa. A audiência também sofreu muito com isso.


Demolidor foi um sucesso absoluto, embora seu desenvolvimento não tenha sido fácil; de cara, perdeu seu showrunner, Drew Goddard por causa da agenda, mas em minha opinião, a vitória foi maior quando o novo desenvolvedor chegou. Steven S. Knight, de Spartacus trouxe toda a crueza e franqueza que lhe são marcas registradas.


Depois, vieram Jessica Jones - outra pérola que manteve o nível no topo durante todas as três temporadas, oscilando talvez na segunda; porém isso também aconteceu com o Demolidor, então pode ser um caso um pouco mais profundo; Luke Cage - que foi fantástico por causa dos vilões e da trilha sonora. E Punho de Ferro, o elo mais fraco, com um protagonista escolhido de forma equivocada, além de roteiros horrorosos e kung-fu de quinta categoria. 

O Justiceiro deu as caras, fez sucesso e ganhou uma sobrevida - além de se criar uma espécie de relacionamento platônico com Karen Page que foi muito bem bolado. Elektra, por sua vez não teve a mesma sorte.



E ainda havia possibilidades para Cavaleiro da Lua e Blade, em algum ponto naquele futuro.


Porém, Feige venceu a queda de braço, a Disney lançou seu streaming, o Disney+, e a Marvel TV deixou de existir, sendo absorvida pelo MCU. Assim, terminou a participação da Netflix nessa trama toda.


Campanhas no antigo Twitter pediam a volta do Demolidor. Seu protagonista, Charlie Cox vivia respondendo às perguntas "você volta? A Disney te procurou?", e as respostas eram sempre as mesmas: "não, não e não". 


Então, num determinado momento da história, as estrelas se alinharam e basicamente, duas estreias aconteceram meio que perto: a série estrelada por Gavião Arqueiro e o filme Homem-Aranha - Sem Volta para Casa.


No longa do aracnídeo, finalmente aparece o advogado, Matt Murdock, alter ego do Homem Sem Medo, interpretado por--- Charlie Cox.

E, no episódio final de Gavião Arqueiro, o Rei do Crime dá as caras. E é, ninguém menos que--- Vincent D'Onofrio, o Wilson Fisk da Netflix!


"Agora não tem como dar errado", você pensa, né? 


Bem, assista à série Eco, alardeada como uma nova fase, sob o selo Spotlight, com uma pegada mais--- porradeira.

Promessas, promessas.


Sem rodeios, Eco é muito ruim!

Ela segue os eventos ocorridos em Gavião, e mostra a jovem Maya buscando refúgio em sua cidade-natal, um território indígena Choktow, quando acredita que Wilson Fisk tenha morrido.

Maya tem muito ressentimento pela forma trágica que foi levada pelo pai a Nova York, onde conheceu Fisk e se tornou sua assassina.

Quer distância da avó, mas também ignora a prima que sempre se preocupou com ela.

Maya busca um primo, ou sei lá o quê, um bandido qualquer, porque quer se tornar a Rainha do Crime.

O problema: como se tornar a Rainha do Crime numa reserva indígena? Não faz o menor sentido.




Bem, você pode imaginar, porque deve ter visto no trailer, que o Rei do Crime não morreu e vai atrás dela, porque quer mantê-la sob o seu sovaco, como se fosse uma capanguinha. 

Maya não o quer.

Mas, o que ela quer? 

Ninguém sabe!


Depois que atrai todos os problemas possíveis para a família, ela decide ir embora - obviamente porque o Rei iria sequestrar aquelas pessoas que lhe são importantes.

E é exatamente o que acontece.


Mas Maya também não é apenas uma assassina. Ela não tem audição, como a própria mãe, que morreu num acidente de carro. E também usa uma perna mecânica, o que é de fato muito positivo, pois é interessante compreender como uma pessoa com uma perna mecânica poderia entrar em lutas corporais e sair inteira. Mas Maya sai. E com desenvoltura. E esse é um ponto positivo da história.


Entretanto, ela é, também parte de uma linhagem de mulheres que fizeram tudo a seu alcance para lutar, defender e proteger os seus. Desde a primeira, que encontrou a saída de um mundo em que viviam e conduziu seu povo à liberdade. Passando por várias outras, inclusive sua avó e sua mãe.


Maya torna-se um Eco, o fio desencapado que dá choque, mas que faz parte de toda uma estrutura elétrica que chega à caixa de força.


Vou lhe dizer, chegando à reta final da saga, é perceptível o sofrimento de Vincent D'Onofrio em tentar dar vida a diálogos e situações tão absurdas. Exceptuando Fisk, todos os vilões são uns patetas; fracos, ridículos e sem motivação alguma.


Se D'Onofrio pudesse, hoje tenho certeza, jamais assinaria um novo contrato com a Marvel.

Porque ele sabe que todo o prestígio construído ao longo de quase cinco anos, em três temporadas, foram por água abaixo em cinco episódios.


Ano que vem, tem Demolidor: Born Again. 

E isso começa a assustar!



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