TOP 10 MELHORES RETCONS NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

 


TOP 10 MELHORES RETCONS NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

Nada nas HQs dura para sempre. Por causa da mudança de autores, muitos detalhes na continuidade são alterados, seja um personagem morto se revela vivo, uma revelação de um segredo de um personagem muda a visão que os leitores tinham dele, etc... 

O nome dessa método é retcon, uma mudança de eventos estabelecidos na continuidade da história.



Naturalmente, sempre que ocorre um retcon, muitos fãs ficam ansiosos devido ao risco da mudança desvalorizar momentos marcantes das histórias passadas e prejudicar o que eles gostavam do personagem até o momento. Homem Aranha, por exemplo é uma das principais vítima disso, com histórias como Pecados Pretéritos e Um dia a Mais tendo irritado muitos leitores que tem acompanhado a história do Escalador de Paredes.



No entanto, nem todos os retcons são ruins, com alguns ajudando a tornar as histórias dos personagens, suas relações e desenvolvimentos bem mais interessantes.

Eis uns exemplos...

10 – O ano da origem do Homem de Ferro



Como as editoras tentando evitar envelhecer os heróis em tempo real, um desafio que muitos roteiristas acabam tendo que lidar cedo ou tarde é como adaptar a história dos personagens para os dias modernos, preservando sua idade. 


Uma das formas que eles fazem isso é mudando o contexto em que a história do personagem ocorreu, como foi o caso do Homem de Ferro. Quando foi criado sua origem se passa na Guerra do Vietnã.  Para moderniza-lo, versões como da hq Extremis e o filme do MCU tiveram Stark sendo capturado em guerras mais modernas como a do Golfo e do Afeganistão. Um método bem astuto, que não só contribuiu manter o personagem jovem como também reflete a evolução do Homem de Ferro de um herói-propaganda da Guerra Fria para um herói que se opõe a armas e guerras, não importando a época.


9 – O pré-Justiceiro




Outro personagem que também teve a época de sua origem alterada foi o Frank Castle, o Justiceiro. No entanto, o autor Garth Ennis, adicionou um detalhe extra: Como a guerra afetou o Frank psicologicamente. Ao invés de ser apenas um ex-soldado que virou um vigilante após sua família ser morta por uma gangue, Frank já foi mostrado como um cara perturbado devido as experiências pesadas que passou no campo de batalha.



Embora para alguns isso tire o lado simpático do Castle, na realidade ajuda a destaca-lo dos outros personagens movidos por vingança e lhe dá mais complexidade, justificando sua obsessão em eliminar criminosos, mesmo após ter eliminado os responsáveis pela morte de sua esposa e filhos.

8 – Monstro do Pântano não é Alec Holland



Um dos trabalhos mais icônicos do autor Alan Moore foi o período em que ele escreveu a HQ do Monstro do Pântano, redefinindo o personagem de uma criatura típica de filmes terror num personagem complexo, com uma mitologia bem conectada ao lado místico do universo DC.

O ponto onde muitos fãs apontam como o momento em que Moore se estabelece como maior roteirista do Monstro do Pântano é justo em sua primeira história, na edição 21, onde, após ser capturado e estudado por Jason Woodrue (o vilão Homem Florônico), é revelado para o choque dele (e dos leitores) que o Monstro do Pântano nunca foi humano. Apesar de acreditar ser o cientista botânico Alec Holland, na realidade o Monstro do Pântano é um agente do Verde (a força elementar de todas as formas de vida vegetal), tendo nascido a partir das plantas do que acabaram absorvendo as memórias e personalidade de Holland.



Esse twist mudou a direção das histórias do Monstro do Pântano criando um arco bem profundo explorando sua crise de identidade e existência.

7 – A verdade por trás da Sala de Perigo



 “Professor Xavier é um idiota”.

Essas foram as palavras da Kitty Pryde que viraram um meme entre os fãs dos X-men e de hqs e tornaram Xavier um alvo de zoadas de fãs e memes. Mal sabiam eles que essa frase veio a se tornar realidade conforme as HQs dos X-men foram revelando que o sábio mentor dos mutantes estava longe de ser essa figura limpa que ele parecia ser. Na realidade, Xavier realizou vários atos questionáveis por seu sonho. Um deles foi quando a Sala de Perigo (uma sala de armadilhas onde os X-men praticam seus poderes) revelou ter uma consciência própria e se virou contra os heróis. E a pior parte: Xavier sabia disso e, não omitiu essa informação de seus alunos, como também ignorou o estado confuso da I.A e tentou controla-la.



Essa revelação marcou não só o surgimento de uma nova inimiga dos X-men como também o início da quebra de confiança entre Xavier e seus alunos, principalmente Ciclope, que aos poucos vai se separando de seu mentor, vendo que ele não era o homem que ele acreditava ser.



6 – O assassino dos Wayne nunca foi pego



Nem mesmo a origem do cavaleiro das trevas está protegida de retcons. Embora a história tenha permanecido a mesma (Bruce perde os pais e decide treinar para virar um vigilante), um dos pontos mais alterados é a identidade do assassino dos Wayne.



Antes o assassino era Joe Chill, um bandido que Batman eventualmente confrontou, chegando a revelar sua identidade secreta. Chill tentou pedir ajuda aos seus homens mas, ao saberem que ele foi responsável pela criação do Batman, eles o mataram antes que pudesse revelar seu segredo.



Essa história permaneceu canônica até o arco Zero Hora, onde foi retconizado que o a identidade do assassino dos Wayne continua a ser um mistério. Essa mudança foi uma boa contribuição para justificar a motivação do Bruce em querer proteger sua cidade ao invés de vingança contra, com ele vendo o responsável que matou seus pais não como um indivíduo específico em todos que cometem crimes, dando-lhe uma perspectiva maior dos problemas em sua cidade e o porquê ela precisa de um vigilante.

5 – O retorno de Bucky



Quando criou o universo Marvel, Stan Lee era contra a ideia de sidekicks ou adolescentes acompanhando os heróis, pois a presença deles ia contra a ideia do universo Marvel ser um pouco mais próximo da realidade, com personagens com os quais o público conseguia se relacionar. Para demonstrar seu ponto, o roteirista, ao trazer o Capitão América de volta, revelou que o incidente que fez o Steve ficar congelado também causou a morte de seu parceiro Bucky, um fato que o Sentinela da Liberdade sempre se culpou, se recusando a ter outros sidekicks.



No entanto, sendo quadrinhos, Bucky não permaneceu morto por tanto tempo. Durante a fase de Ed Brubaker na HQ do Capitão, o autor trouxe o parceiro do Steve de volta a vida, revelando que ele também sobreviveu, sendo resgatado por russos e sofrido uma lavagem cerebral, virando o Soldado Invernal. Embora Steve tenha conseguido restaurar a mente de Bucky de volta ao normal, o personagem ainda teve lidar com os crimes que cometeu, dando um novo potencial de histórias para o herói ressuscitado.



4 – A Sociedade da Justiça lutou na Segunda Guerra



Assim como Capitão America, os membros da Sociedade da Justiça também possuem uma forte conexão com a Era de Ouro das HQs, sendo primeiro grupo de heróis das hqs. Após sua revista ter sido cancelada com o final da Segunda Guerra, a equipe passou um bom tempo no limbo até serem reintroduzidos como heróis da Terra 2, uma terra alternativa protegida por heróis da Era de Ouro, incluindo versões do Superman e do Batman (que depois foi substituído por sua filha Helena Wayne, a Caçadora).



Com a Crise das Infinitas Terras, DC decidiu apagar seu multiverso e terem apenas uma versão da Terra. Contudo, esse não o fim da Sociedade da Justiça. Muito pelo contrário, eles não só passaram a viver na Terra Principal como também sua história foi retconizada, com eles tendo sido heróis durante a Segunda Guerra e inspirado ou agido como mentores para heróis atuais como Batman (que teve o Pantera como um de seus mentores). Esse aspecto se encaixa perfeitamente na pegada da DC sobre legado (heróis do passado passando seu manto para nova geração) e eleva a SJA a um novo status quo ainda mais importante na mitologia da DC.



3 - A morte da mãe do Flash



Em sua primeira aparição em Showcase nº4, no ano de 1956, Barry Allen era apenas um cientista forense que, ao ser atingido por um relâmpago e produtos químicos de seu laboratório, ganhou velocidade e passou a combater o crime como Flash. Ele virou um herói simplesmente por um desejo altruísta de querer ajudar pessoas, não tido uma tragédia ou perda de um ente querido. Seus pais estavam vivos.



Quando foi ressuscitado e retomou seu lugar como Flash principal, Barry ganhou uma versão diferente de sua origem pelas mãos do Geoff Johns. Dessa vez seu desejo de ajudar pessoas vem do fato de sua mãe ter sido morta e seu pai incriminado pelo assassinato, o que mais frente foi revelado sendo uma armação do Flash Reverso para atormentar seu inimigo.

Apesar de eu ser um pouco contra a ideia de dar tragédia para todo herói (nem todo herói precisa ser um Batman da vida), esse detalhe introduzido por Johns desenvolve a rivalidade do Barry com o Flash Reverso e dá mais significado para sua decisão de se tornar um herói, demonstrando Barry superando sua perda e seguindo frente, usando seu novo poder para proteger as pessoas do presente lhes dar um futuro melhor.



2 – Jack Murdock era um pai imperfeito


Um dos personagens a ter tido uma grande reinvenção nas HQs foi o Demolidor. Quando sua revista foi assumida por Frank Miller, suas histórias deixaram de ter um clima light e aventureiro e se tornaram um drama noir, explorando o lado urbano de Nova York e a mente do Matt Murdock e os personagens com quem ele interage.

Uma das alterações feitas por Miller que poucos cometam foi a forma como retratou o pai do Matt, Jack “Batalhador” Murdock. Embora a história dele e seu fim trágico continuassem os mesmo, Miller desenvolveu o drama do pai do Matt, com ele sendo forçado a trabalhar para o Arranjador em cobrar dinheiro de suas vítimas. Ele também é mostrado sendo bêbado e chegado a bater no Matt em uma ocasião, algo que se arrependeu (NOTA: esse evento foi o que motivou Matt a decidir ser um advogado).


Embora esses detalhes pudessem prejudicar a imagem idealizada do pai do herói, na realidade, com o roteiro do Miller, elas o tornaram  bem mais complexo. Ele cometeu erros mas reconhecia quando iam longe demais e se arrependia, tentando ser um exemplo melhor pro Matt. A história nunca deixava de mostrar o Batalhador como um pai tentando sustentar o filho, querendo que ele tivesse um futuro melhor, tornando o personagem ainda mais simpático e o momento onde ele se rebela contra as ordens do Arranjador bem inspirador e sua morte bem mais trágica.



1 – O passado de Hal Jordan & Sinestro






Uma das maiores rivalidades nas histórias em quadrinhos é entre o Lanterna Verde Hal Jordan e Sinestro, o Lanterna que se rebelou contra a Tropa e os Guardiões. Enquanto o herói usa um anel de energia ligada a sua força de vontade, seu inimigo usa um anel amarelo energizado pelo medo, criando um contraste um do outro.



O ponto onde a história dessa rivalidade varia dependendo da versão é no primeiro encontro dos dois oponentes. Quando teve sua primeira aparição, na revista Lanterna Verde nº7, Sinestro já era um Lanterna banido tentando eliminar os Guardiões. Os conflitos dele com o Hal já tinham começado de cara, sendo um típica briga de herói e vilão.



Após a Crise, a rivalidade dos dois ficou bem mais profunda, com Sinestro, nessa nova continuidade, sendo estabelecido não só como um antigo Lanterna Verde, mas também mentor do Hal Jordan, tornando sua traição algo bem mais pessoal, praticamente um “Obi Wan e Anakin Skywaker” invertido.



A relação ficou ainda mais complexa durante a fase de Geoff Johns, estabelecendo Sinestro como aprendiz de Abin Sur (o lanterna antecessor ao Hal Jordan) e tendo um respeito por Hal, com suas interações sendo bem emocionantes, fazendo o leitor ficar investido na história desses dois amigos que agora estão em lados opostos.



Então é isso! Para vocês quais foram os melhores retcons nas histórias em quadrinhos? Sintam-se a vontade para colocar suas opiniões e ideias nos comentários abaixo.



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