CREED 3 TRAINING SONG

 


Creed III foi um filme que me dividiu, e isso é até positivo. Gosto de ver filmes para refletir e ficar conversando sobre por meses. Ele não tem o Rocky, o que fez muita gente nem mesmo assistir. Ele não tem uma batalha final tão grandiosa como em outros filmes, e como o próprio longa promete. Mas ele tem toda uma trama do “vilão” do filme que trás todo um novo ritmo e cadência para o filme, e tem uma trilha sonora muito mais memorável que a do filme anterior.

 

Não apenas a trilha, o filme inteiro é muito melhor do que o formulaico e perdido filme anterior, onde até o próprio Rocky estava perdido no enredo na maior parte do tempo. Só que de toda a trilogia, na minha humilde opinião, aqui tem a melhor sequência de treinamento de todas, o que nos leva a mixagem dessa música:


Esta porra ficou ecoando aqui, escutei umas 20x de ontem pra hoje e coloquei como despertador, conseguindo até levantar na hora quando ouvi, e eu não conseguia achar a letra em lugar nenhum.


Até que agora pouco, revirando toda a trilha uma por uma, percebi que é um mix entre dois sons, com uma transição perfeita a la Killmonger sentando no trono do Pantera, e acredito que essa foi a ideia dos caras. Fazer todo esse reverso de sensações e mundos. A cena toda é um jogo breve que referência o treino do Rocky III, que sim é memorável (e talvez a melhor parte daquele filme, mas falamos sobre isso outro dia em um podcast, talvez...)

Creed passa pelo mesmo abalo da derrota e descrença em si mesmo que o Rocky passara outrora, ele realmente sente medo do cara que vai enfrentar. E dentro do contexto do filme, a figura do Damian Anderson é muito oposta a de Clubber Lang em Rocky III, que tendia mais pro caricato e comum nos lutadores, com todo um trash talking e vontade de humilhar o oponente. Damian é puro ódio e ressentimento, ele me lembra o personagem do Tom Conlon, interpretado por Tom Hardy em “Guerreiro”.



Para eles a luta não é só um esporte, é a única válvula de escape para não explodir, para sair do beco sem saída em que se encontram.

 

O que nos trás de volta ao Killmonger e a virada de som que tem na sua música tema, em coisa de 1:20 de som: 


Na primeira metade do som, essa música, forte pra caralho, que desconfio que seja gospel, falando em forma direta sobre a expressão shakespeareana do quanto “pesada é a cabeça que ostenta a coroa”:

 


"Claiming gold, kill these tears

Dripping blood from my hands

Fighting through all this fear, hmm

All these scars are big under this road [?] big

Feel like I'm left for death

 

Hard to, how Lord?

Look out and I'm oh, no, no this road

Can't let, it crumble..."

 

https://www.vagalume.com.br/dreamville/heavy-is-the-head-with-baby-rose.html

 

E essa é a segunda, que é mais um rap putaço com tudo, falando sobre você tomar o que é seu, e que não existe espaço pra dois reis, com todo um beat que emula o pendulo do boxe. E é justamente no filme onde se alternam o treino dos dois, com o Adonis “acordando” e chamando seu rival do filme anterior – um amenizado Drago Jr – pra cair dentro.

 


Things just ain't the same for young Jermaine

Still underrated but far from underpaid

And though some problems did fade, the hunger stayed

These stomach rumbles can humble thunder, uh

I'm still fueled by the ones that slumber

The standout amongst the one-hit wonders

So when the dust settles and the sun is under

The horizon, y'all should run the numbers, man

Uh, who the fuck want what with me?

Hardest out and I say that reluctantly

'Cause this should go without sayin' but y'all playin' dumb

Far as thеse rappers go, I'm not fearin' nonе

Cole flow is cold in any genre, with many combinations

Shoot like that boy's sponsored by Under Armour

Reach, you a goner

Arms crossed in coffin like you was from Wakanda

God's favorite, accumulated a ton of karma

As seen by me thumbin' through green, I become a gardener

Pullin' up in the supercharger

Me and two things like a double entendre

https://www.vagalume.com.br/dreamville/adonis-interlude-the-montage-with-j-cole.html

 

“Quanto mais você sobe, mais difícil fica. É a vida. É a corrida.” – Duke Jr.





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