O Imortal Hulk volume 1 - O Gigante Esmeralda retorna ao terror - Review

 


Pois é, todo mundo estava falando muito bem de O Imortal Hulk, e finalmente li o primeiro volume dessa fase do verdão, escrita por Al Ewing e ilustrada pelo veterano desenhista brasileiro Joe Bennet, que caiu em desgraça um pouco depois da conclusão dessa fase.


A proposta a princípio é interessante; é o Hulk com uma pegada mais de terror. Basicamente, Banner fica viajando pelos EUA, enquanto todo mundo acredita que ele está morto. Quando acontece algum ato vil que ele testemunha, ele solta o Hulk para agir como justiceiro. Na verdade, o Hulk aí é uma mistura de Justiceiro com Motoqueiro Fantasma, pois ele tem uma espécie de olhar de penitência; é como se  pudesse ver a alma de quem irá punir. E isso vai desde um rapaz que baleia uma menina, na primeira história, até o dr. Frye, um cientista que tentou enganar a morte por meio da radiação e trouxe um rastro de morte a uma pequena cidade.


As primeiras histórias do encadernado têm um aspecto mais intimista, fugindo da temática mais grandiosa de super-herói. Isso muda ao final do encadernado, quando o velho rival do Hulk, o doutor Walter Langkowski, o Sasquatch da Tropa Alfa, aparece. A despeito disso, o clima de terror mantém-se, pois ele é possuído pelo espírito do pai de Bruce, que foi cuspido direto do Inferno. Há ainda menção a tal “Porta Verde”, que será de suma importância nessa fase.



Não é a primeira vez que o Hulk flerta com o terror; já houve histórias do personagem em que havia terror, mais de forma mais tangencial. Na verdade, o terror na Marvel é tangencial, pois é um elemento em histórias de "super-heróis", até mesmo quando a editora surfava na onda do terror, nos anos 70. Porém, não sei até quando essa atmosfera mais de terror continuará. A polêmica dessa fase é o fato de que mudam elementos canônicos da origem do Gigante Esmeralda; Hulk tem sua origem proveniente de um demônio, e não da energia gama. Acho que isso não ficou muito bom. Na verdade, na fase do Homem-Aranha de J. Michael Straczynski, algo parecido foi feito, com o conceito dos poderes “totêmicos” do herói, mas também não era nada que invalidava a origem clássica, ao contrário de O Imortal Hulk, que vai de encontro ao que foi estabelecido do personagem.


A despeito disso, é bom vermos uma história mais sombria nessa época recente da Marvel, pois a realidade é que a editora está uma bosta, produzindo histórias bobinhas com politicamente correto extremado e progressismo, criando personagens também bobinhos, como Miles Morales, Miss Marvel muçulmana, Coração de Ferro etc., "embaragando" personagens femininas e muito mais. Pelo menos, não é o Hulk bobão do MCU.

Lamentavelmente, após o fim de O Imortal Hulk, Joe Bennet foi queimado publicamente pelo escritor Al Ewing e exposto como antissemita, em uma acusação injusta. Ainda que Bennet tivesse um posicionamento político distinto, deve-se separar o pessoal do profissional. Acredito que deve levar muitos anos para Bennet voltar a trabalhar para a Marvel e a DC agora, ou talvez isso nunca mais ocorra. Uma pena. Nota 8 de 10.

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