Cenas adicionais da versão estendida de Homem-Aranha sem Volta para Casa poderiam ser extras de DVD (review com spoilers)

 


Não estava planejando, mas ontem fui reassistir, a convite de um amigo, Homem-Aranha sem Volta para Casa, a versão estendida, com cenas extras. O Ozymandias me pediu para escrever uma resenha, sobre qual foi minha impressão dessa versão, e assim farei. A bem da verdade, não tenho muito o que dizer do filme, a maioria das cenas adicionais poderia tranquilamente fazer parte de uma seção de extras de um DVD/blu-ray. A Marvel/Disney/Sony quiseram ser mercenárias e resolveram relançar o filme para arrecadar mais grana. Porém, pelo o que notei, o relançamento do filme não foi bem nem nos EUA e nem aqui, visto que quem queria assistir ao filme viu na época, e hoje a versão original dos cinemas está facilmente disponível em plataformas de streaming como HBO Max e Amazon Prime Video, nesta última para alugar.

Mas, enfim, quais são as tais “cenas extras”? Mudam alguma coisa no resultado final do filme? Na realidade, não. A maioria das cenas não faz muita diferença e não altera muito a experiência do espectador, apesar de que, sim, talvez detalharem mais alguns dos eventos. Uma das cenas deletadas é a tal dos vilões do Aranha no elevador, que ficou até famosa.

 

O ator Charlie Cox, interprete de Matt Murdock, creio que deve ter ficado chateado com a versão que foi disponibilizada originalmente nos cinemas, pois ele teve uma de suas cenas cortadas. Há uma cena dele com Happy Hogan (Jon Favreau) que, apesar de breve, seria mais um plus do ator.

Entretanto, quem deve ficar mais chateada provavelmente é Angourie Rice, a atriz que interpreta Betty Brant, pois ela teve uma sequência inteira de entrevistas com Peter, MJ, Ned e Flash Thompson deletada. Sem contar que na cena pós-crédito deletada também é ela que tem mais destaque, ao fazer uma retrospectiva da classe no colégio Midtown. Nessa cena, Peter é apagado em todas as filmagens, o que dá a entender um pouco de que forma o feitiço do Doutor Estranho age, uma vez que agora Peter é praticamente um fantasma e ninguém se lembra dele. Aliás, a maior parte das cenas deletadas é de Peter no colégio e tendo de lidar com a recepção de professores e alunos, agora que teve sua identidade revelada. Em uma das cenas, ele escala a cesta de basquete na aula de educação física, por exemplo.



Minha percepção do filme não mudou muito. A meu ver, continua a ser um longa com uma premissa interessante, mas com um desenvolvimento um tanto ruim. É muito forçado aceitar que o Doutor Estranho quebraria seu código de ética de Mestre das Artes Místicas (até mesmo não sendo mais, agora é o Wong) para ajudar Peter Parker e fazer os outros esquecerem que ele é o Aranha. Há também todas as conveniências e atalhos de roteiro. Mas vamos convir que o destaque do filme é mesmo o fanservice e o retorno de Tobey Maguire e Andrew Garfield como os outros dois aranhas, além dos vilões dos outros filmes da franquia.

 

A respeito de Tom Holland como Aranha, ele honestamente não é meu interprete preferido do personagem; apesar de todos os defeitos, Tobey Maguire continua a ser o melhor Aranha live action para mim. No entanto, é preciso admitir que não sou o público-alvo desse Aranha nem dos filmes da Marvel atuais. Sou um cara de mais de 40 anos, da geração X, e o público que querem cativar é a geração Z, a molecada, crianças e adolescentes e jovens adultos. O Aranha de Tom Holland foi moldado para ser o dessa geração, que é muito mais importante comercialmente que a minha. Não importa se você é um nerd que compra encadernados capa dura caros e action figures, o público-alvo não é mais a gente. E tem outra coisa: Tom Holland já é o ator que interpretou o Aranha em mais filmes, contando a trilogia dele, mais Guerra Civil, Guerra Infinita e Ultimato, são seis filmes, contra quatro do Tobey e três do Andrew. E já anunciaram uma nova trilogia do Aranha com Holland, o que totalizaria nove filmes pelo menos. Isso sem contar a possível participação dele em filmes de outros heróis da Marvel. Ou seja, Tom Holland em um futuro próximo talvez possa ser comparado com Basil Rathbone como Sherlock Holmes ou Johnny Weismuller como Tarzan. Atores que se tornaram “a cara” de seus personagens, depois de muitos filmes.

 


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