Top 5 filmes de/sobre o Natal

Passados os festejos, creio que um post que calha bem para o propósito da data é a respeito de filmes de/sobre o Natal. Na verdade, a maioria desses filmes tem o Natal como background, mas não são exatamente natalinos, mas talvez até sejam, a depender da interpretação. A classificação vai do que representa menos para o que representa mais o espírito de Natal, mas todos fazem referência à data em alguma medida.


5) Batman - O Retorno (1992) – Esse não poderia ficar de fora desta lista, porque, afinal de contas, entre outras coisas, este é um blog sobre quadrinhos e assuntos correlatos. Dirigido por Tim Burton, esse não deixa de ser um filme de Natal, ainda que apenas na ambientação, se bem que talvez um pouco no enredo. No entender de alguns, Batman - O Retorno consegue ser superior ao Batman de 1989, apesar de que não concordo muito. O filme de 1989 ainda é muito mais significativo, ao meu ver, mas também gosto dessa sequência. Sobre a fidelidade aos quadrinhos, não há muito o que defender, Burton realizou sua própria concepção do Cavaleiro das Trevas e também de seus vilões: aí o Pinguim de Danny DeVitto é um personagem freak bizarro, bem mais que nos quadrinhos; e a Mulher-Gato de Michelle Pfeiffer é uma bordeline com transtorno bipolar e tendências sadomasoquistas. O Batman mata na maior, e não adiante justificar que a versão interpretada por Michael Keaton é baseada no Batman da Era de Ouro, que também matava, a despeito de a Gotham de Tim Burton ser atemporal, com elementos estéticos dos anos 40 e 90.

Esse filme pertence a uma época em que os estúdios de cinema nem escondiam que estavam cagando e andando para os fanboys. Pelo menos, eram mais honestos que hoje em dia, pois atualmente os estúdios fingem ligar para o que fãs de quadrinhos pensam a respeito das adaptações, mas não se importam nem um pouco, visto que os fanboys devem ser menos de 2% do público pagante de filmes de super-herói. Outro ponto que deve ser destacado é que Batman - O Retorno é de uma época em que um filme do Batman realmente era um evento. “Mas hoje um filme do Batman não é mais um evento?”, alguém pode perguntar. E eu respondo: não, a meu ver, não é, porque se espera que em algum momento a Warner produzirá um novo filme do Batman. O filme do herói interpretado por Robert Pattinson, por exemplo, não surpreende ninguém por ser mais um longa do Batman. E olha que Batman sempre foi meu herói preferido. Porém, Batman - O Retorno vinha na ressaca do filme de 1989, que acarretou a segunda Batmania. E, de lá para cá, não tivemos uma terceira Batmania, e provavelmente não teremos. Onde assistir? Tem no catálogo da HBO Max.


4) Duro de Matar (1988) – Outro filme que não pode ficar de fora da lista. Dirigido por John McTiernan, trata-se do debut de Bruce Willis em filmes de ação. No enredo, o policial John McClane tem de resgatar sua esposa e filhos que foram feitos de reféns pelos terroristas liderados por Hans Gruber, interpretado por Alan Hickman. O diferencial desse filme é que John McClane é um protagonista mais humanizado de filmes de ação. Ele realmente tem trabalho ao combater os terroristas e se machuca bastante, ficando com a vida por um fio, porque, afinal de contas, é um policial, e não um agente especializado em contraterrorismo. Não que o espectador não tenha de assistir ao filme com a suspensão de descrença desligada, mas o longa consegue passar uma falsa verossimilhança de que a vida de McClane está sempre em risco. Vale lembrar que Bruce Willis era conhecido como um comediante antes desse filme, graças à atuação na série A Gata e o Rato, com Cybill Shepard. Nos Duro de Matar posteriores, John McClane foi ficando cada vez mais apelão e hiperbólico, mas nesse ele ainda passava a imagem de alguém que passava por perrengues. Essa é a razão desse filme ser o melhor da franquia. E, depois desse longa, Bruce Willis encarnou um genérico de John McClane em todo filme de ação em que atuou. Onde assistir? Acho que está no Star +, visto que é um película da extinta Fox, que foi comprada pela Disney.


 3) Máquina Mortífera (1987) – Dirigido por Richard Donner, trata-se de filme que iniciou uma franquia e meio que inaugurou o gênero “policial aventura”. No enredo, o veterano detetive da polícia de Los Angeles Roger Murtaugh (Denny Glover) é obrigado a trabalhar com o instável Martin Riggs (Mel Gibson). O problema é que Riggs tem tendências suicidas e só está esperando uma oportunidade de ser morto em ação, não sem antes levar vários bandidos vagabundos com ele. Riggs é um cara traumatizado pela guerra do Vietnã e pela morte da esposa, enquanto Murtaugh é um homem de meia idade pai de família que não quer saber de problemas. Gibson está em uma atuação no melhor estilo “Mad Mel”. Outra inovação para a época é que os protagonistas são uma dupla inter-racial, de um branco com um negro. Já havia uma dupla de policiais inter-raciais em Miami Vice, mas na série era óbvio que o personagem de Don Johnson, Sonny, que era branco, tinha mais destaque que seu parceiro Tubbs, que era negro. Em Máquina Mortífera, Murtaugh e Riggs realmente dividem o protagonismo. Onde assistir? Tem no catálogo da HBO Max.

2) Gremilins (1984) – Clássico filme da Sessão da Tarde dirigido por Joe Dante. No enredo, o jovem Billy, interpretado por Zack Galligan, ganha de presente de Natal um “bichinho de pelúcia” vivo chamado Gizmo, comprado em um antiquário. Infelizmente, Billy quebra duas das regras mais importantes a respeito dos tais gremilins, que é não deixar Gizmo se molhar, pois assim ele se multiplica em versões mais malévolas de sua espécie, e não deixar que os bichos comam depois da meia-noite, pois dessa forma podem incorporar suas versões mais monstruosas. Apesar de Gremilins ser um filme para toda a família, com classificação indicativa livre, os gremilins matam e ferem muita gente, destroem propriedade pública e privada, fazem o Diabo. Esse filme com certeza não seria feito hoje em dia; é bem a cara dos anos 80. Destaque para Corey Feldman como o garoto Pete. Onde assistir? Está no catálogo da Netflix.


1) Scrooged (1988) – Temos outro filme dirigido Richard Donner e estrelado por Bill Murray aqui. Trata-se de mais uma reinterpretação de Um conto de Natal de Charles Dickens, dessa vez com Murray no papel de um executivo de TV escroto que é visitado por três espíritos de Natal e forçado a mudar sua postura e voltar a se importar com os outros. Esse não é um dos filmes mais lembrados e queridos nem de Donner nem de Murray, mas serve bem para esta época do ano, sem contar que Murray estava em seu auge como comediante nos anos 80. E era uma época em que ele tinha concorrência forte, como Eddie Murphy, Steve Martin, Chevy Chase, Martin Short, Rick Moranis, Mel Brooks quando ainda era bom, entre outros. Vai comparar esses comediantes com os de hoje, como Adan Sandler e Ben Stiller, para ver o quanto o gênero comédia empobreceu. Onde assistir? Não sei se está em algum streaming. Talvez tenha de se recorrer à “videolocadora do Paulo Coelho”.

Bom, aqui encerro meu top 5 de filmes de/sobre o Natal. Evidentemente, alguns ficaram de fora, mas, como listas são algo bem pessoal, cada um faz a sua. E feliz Natal, seja de chester ou peru.


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