Os Eternos ou Sempre Estivemos Aqui, Mas o Chefe Mandou a Gente Ficar na Encolha.

 


AVISO: TEM SPOILERS!

A nova aposta da Marvel Studios é um projeto que estreou em 05 de novembro depois de um ano de atraso causado pela pandemia e que promete abrir as portas para mais uma faceta do universo da editora nos cinemas trazendo outra leva de personagens desconhecidos da grande maioria do público: OS ETERNOS. Os personagens foram criados pelo Rei Jack Kirby há 45 anos (julho de 76) para a Marvel logo após sua passagem pela DC, onde criara o Quarto Mundo e Os Novos Deuses.


Segundo Kirby os Eternos seriam um dos resultados das experiências dos Celestiais com a espécie primata, ainda em um ambiente pré-histórico, milênios atrás, dessa iniciativa surgiram também os Deviantes e nós, os seres humanos. O filme faz uma alteração nessa origem, na produção dirigida por uma das novas sensações de Hollywood: Chloé Zhao, que escreveu e dirigiu o elogiado vencedor do Oscar de melhor filme Nomadland, os Eternos são seres superpoderosos criados pelo celestial Arishem, o Julgador, para proteger a humanidade e combater uma praga causada por uma experiência anterior que não deu certo: os Deviantes, que se tornaram predadores vorazes. O filme começa explicando quem são os celestiais, quem é Arishem, colocando-o como um criador cósmico, e a função dos Eternos, bem como a sua chegada a Terra 7.000 anos atrás.

Tudo muito bem e tal, mas tem um porém na situação: Arishem é um celestial, não é um benevolente protetor do espaço que mandou suas criações superpoderosas para proteger nosso planeta e a humanidade desse erro científico que foram os Deviantes, ele simplesmente faz o que faz para proteger a perpetuação da raça celestial, segundo ele são os mestres do equilíbrio universal e responsáveis pela criação de inúmeros mundos e galáxias com um mero detalhe: o nascimento de um celestial é um evento tão grandioso que custa um planeta e a energia vital de trilhões de habitantes, o cara é mais sinistro do que Galactus, ok? Então adivinhem o próximo berço celestial? A TERRA.


Arishem implantou o embrião de Tiamut no interior do planeta milênios atrás, os Deviantes estavam atacando os seres humanos e os matando, causando uma baixa muito grande na população e para o celestial isso representaria um atraso na gestação, já que a energia vital humana necessária para a completa formação do novo ser cósmico deve somar de bilhões a trilhões de pessoas no planeta, para isso os Eternos foram criados e enviados para a Terra: nos proteger e destruir os Deviantes, quanto todos estivessem aniquilados estaria tudo pronto para o nascimento e esse é o enredo central do filme: o momento é chegado e isso causa um racha na equipe de heróis: tem os que aceitam os desígnios de Arishem, os neutros e aqueles que julgam ser uma decisão errada, que a humanidade não pode ser destruída para dar vida ao novo celestial. Começa uma batalha interna pela proteção da humanidade para evitar a nossa extinção.


O filme é longo, pouco mais de duas horas e meia, mas vale a pena conferir. Mesmo não tendo assistido Nomadland ainda pude sentir a mão firme da diretora e sua atenção na condução da história e do elenco que conta com as estrelas Angelina Jolie (linda como sempre), Salma Hayek, Richard Madden de GOT, Gemma Chan, Don Lee entre outros e com Kit Harington como Dave Whitman, o Cavaleiro Negro, cuja identidade só é revelada na cena pós-créditos final. São duas cenas, a que apresenta o Cavaleiro e a outra que introduz Pip, o Troll e Eros, o Starfox, irmão de Thanos e um dos Eternos de Titã, para aqueles que não conhecem a fundo o Universo Marvel Thanos é um Eterno, uma das vertentes criadas pelos Celestiais. Uma curiosidade é que um integrante da equipe teve o nome e o sexo original modificado: Sprite, que no filme é vivida por Lia McHugh e nos quadrinhos é um menino, na dublagem ficou Duende, certamente para evitar parecer um eterno anúncio de refrigerante toda vez que fosse chamada.


Mais um destaque é para a fotografia e para os efeitos especiais, sem necessidade de ver em 3D o celestial ficou um espetáculo à parte, ainda bem que aprenderam com aquela coisa insana e vergonhosa que foi o Galactus no segundo filme do Quarteto Fantástico, o personagem rouba a cena quando aparece imponente e ameaçador, especialmente na sequência final dando um bom gancho para a continuação, pois o filme promete o retorno dos Eternos. É um filme para os fãs de mente aberta, especialmente quando se fala do núcleo LGBT+ da produção, particularmente não vi nenhum motivo para tanto barulho, a situação é abordada com humor e normalidade, as polêmicas na internet são daqueles que querem se promover dando show de ignorância e intolerância. Apesar das várias menções não espere um vislumbre sequer dos heróis das outras produções e o motivo por nunca ninguém ter tido conhecimento deles nos tempos modernos é entendido facilmente, a programação deles é a de não interferência no destino da humanidade a menos que haja envolvimento dos Deviantes, simples assim.

Vale a pena conhecer Os Eternos.

 



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