Tomado por excruciante dilema existencial e vocacional, o jovem aspirante a monge procurou auxílio para as suas aflições no autointitulado abade Ernani Maia dos Reis, um misto de confessor, professor, conselheiro e pai espiritual, o então líder do Mosteiro Santíssima Trindade, em Monte Sião (MG). Nos últimos tempos, o confuso noviço estava sentindo muito mais forte o chamado da carne - da carne da buceta, a famosa carne mijada - que o de Deus. Disse ao seu superior eclesiástico que pensava mesmo em deixar a vida monástica para constituir família.
Escolado que só ele, com décadas de experiência em lidar com as angústias de seus pupilos, o abade sacou logo de cara qual era o verdadeiro tormento do mancebo, qual era o verdadeiro conflito interior que o açoitava. E com o tato de um hipopótamo, de um Mike Tyson, de um Jair Bolsonaro, de um Marreta do Azarão, disse ao desnorteado monge : "mas você é gay, casar para enganar a uma moça, mentir pra ela uma vida inteira? Porque você é gay".
Isso posto, pegou na mão do monge, levou-a ao seu próprio pênis e disse : "você tá precisando disso aqui, de pinto".
Esse didático e esclarecedor diálogo é parte do depoimento de um homem identificado apenas como vítima 1 na extensa reportagem do portal UOL sobre o caso de assédio e estupro que pesa contra o padre Ernani e cujo link disponibilizarei ao fim de mais esta herege postagem. Vítima 1 que teve sua virgindade anal subtraída pelo padre, que teve profanado o seu sagrado templo das pregas. Vítima 1 de um total de oito homens, com idades entre 20 e 43 anos, que acusam o padre Ernani de lhes passar a vara, o seu cajado de Moisés.
É o serial cu de Monte Sião! É o psicopinto do Mosteiro da Santíssima Trindade!
Segundo os relatos das oito vítimas, o modus operandi do imbrochável padre Ernani era confudi-las a respeito de suas sexualidades, envolvê-las, convencê-las de que eram gays, seduzi-las e, por fim, traçar-lhes os respectivos roscofes.
Convencer um sujeito de que ele é viado? Como é que é isso?
Acontece que, além de padre, uma das profissões mais finórias que há, o padre Ernani também é formado em psicanálise pela Escola Paulista de Psicanálise. Padre e psicanalista! Valha-me São Gianndre!
Padre e psicanalista. Aí, é juntar a fome com a vontade de comer. A corda com a caçamba. O confessionário com o divã. Ou, no caso, o cu com a rola.
Primeiro, nas sessões de apoio espiritual, e, subsequentemente, nas de psicanálise, o padre Ernani se valia dos ensinamentos de Cristo, Freud, Jung e Lacan para detectar as gazelinhas mais vulneráveis, mapear os seus calcanhares de Aquiles, isolá-las do rebanho, "convencê-las" de que gostavam de piroca e passar-lhes o seu inquebrantável e ungido cajado de Moisés.
Não nego a influência que uma figura de autoridade, uma figura pela qual se tenha admiração intelectual e profissional, possa exercer sobre os seus comandados. Mas daí a "convencer" o sujeito a escorregar no quiabo? De que ele gosta de judiar do cu? Sei não...
Nesse casos, tenho cá pra mim, que o sujeito já veio bichona ao mundo. E só estava esperando que alguém lhe desse o aval para exercer o ofício do orifício, só estava esperando alguém que lhe emitisse um alvará de funcionamento. E que alguém melhor que Deus para isso, ou, pelo menos, um de seus dignos representantes terrenos?
E isso de convencer o cara que ele é viado, me lembrou de uma piada, de um LP antigo do Costinha.
"Em
retorno de um cruzeiro que fizera pelo litoral brasileiro, o português
conta ao seu patrício : como o brasileiro é burro! Lá dizem que nós cá é
que somos burros, mas o brasileiro que é burro! Como o brasileiro é
burro! Acredita em tudo que se lhe diz. Em tudo que se lhe diz, ele
acredita! Eu falei prum brasileiro que eu era viado e ele veio me
comendo a viagem inteira! Como é burro, o brasileiro."
E Padre Ernani é um completo Don Juan. Suas armas de encantamento vão muito além dos conhecimentos de Cristo, Freud, Jung e Lacan. O padre domina igualmente todas as artes do flerte e da sedução. Até pianista clássico, o serial cu é.
Uma vez escolhida a gazela a ser abatida, padre Ernani a enchia de agrados, mimos e delicadezas, a tratava feito uma verdadeira moça donzela. Presenteava o pretendido com luxos que lhes eram imnpossíveis dentro do mosteiro, com mordomias proibidas pela vida monástica.
Uma das gazelinhas, ele levou em uma viagem de lua-de-mel, viagem cujo objetivo oficial era tratar de negócios da igreja, fazer contato com fornecedores do mosteiro. Na cidade, foram ao cinema, jantaram em restaurantes finos, beberam boas safras do sangue de Cristo. Ao fim da noite, padre Ernani sugeriu que fossem a um motel. E a gazelinha topou. E agora, acusa o padre de abuso : "Ernani tomou banho primeiro. E me pediu para fazer o mesmo. Quando saí do banheiro, ele estava na cama. Só de cueca. Deitei e ele começou a passar a mão no meu corpo. Perguntou se eu queria realizar as minhas fantasias sexuais com ele. Ele me abraçou e começou a tocar o meu corpo. No final, transou comigo. Foi uma coisa abusiva."
O psicopinto chama o cara para ir a um motel. E ele vai. Fala para ele ir tomar um banho, pra ficar com o cu limpinho, e ele vai. O padre tá só de cueca na cama e o cara se deita ao lado dele. Abusivo? E depois de tantos agrados e atenções? É claro que o cara ia dar pro padre!
Isso de agrados e gentilezas, me lembrou de outra piada, do mesmo LP do Costinha. Que as piadas - as boas piadas - nada mais são que a nossa triste verdade contada de forma alegre.
"Sabendo
que o português viajaria para o Brasil, seus amigos e patrícios
sugeriram que ele saísse com um travesti quando aqui chegasse. Os
travestis são uma maravilha, disseram-lhes os amigos. Bonitos, bem
cuidados, educados e não têm certos pruridos morais e frescuras que
muita mulher tem, não têm frescura nenhuma, os travestis, fazem tudo que
lhes pedem. O português chegou, se instalou no hotel e tratou de
arrumar um travesti para uma noitada. Pegaram um táxi para ir ao cinema
e, quando o português foi pagar a corrida ao chofer, o traveco tomou a
frente : "imagina, se eu vou deixar você pagar a corrida, você é o
visitante, pode deixar que eu pago, deixa eu mostrar a hospitalidade
brasileira pra você. E o traveco pagou a corrida. No guichê do cinema, a
mesma coisa, o traveco fez questão de pagar pelos ingressos. No jantar
após o cinema, no choppinho após o jantar, o traveco foi pagando tudo.
No motel, o traveco tirou a roupa, ficou de quatro na cama e falou :
"agora, vem meu portuga gostoso, mete gostoso em mim". Aí, o português :
"ora, pois, depois de tanta gentileza, quem vai dar o cu hoje sou eu!".
Outros,
padre Ernani levava ainda a compras em shoppings etc. Mas a base de
operações do padre, o seu quartel-general, era a sua humilde residência
paroquial dentro do mosteiro. O matadouro conhecido por todos,
simplesmente, como a "casinha". Ei-la, abaixo.
Era na "casinha" que o serial cu de Monte Sião se chafurdava nas pregas da maioria de suas "vítimas". Ele as convidava para verem futebol, filmes (pornôs, muitas das vezes), tomarem um banho quente (aos monges só são permitidos banhos frios) e bebericarem vinho, uísque, cerveja ou cachaça. Um dos frequentadores da "casinha", o homem identificado como a vítima 2, é quem nos conta : "Ernani me chamava para ir na casa dele. Ele me recebia de short ou de cueca samba-canção. Até que um dia, pediu para eu massagear a parte íntima dele. Pediu para eu o masturbar. Ele tentou pegar nas minhas partes, mas eu não deixava".
"Até que um dia", diz parte da fala, o que mostra que a vítima 2 fora repetidas vezes na "casinha". O padre chamava o cara para assistir a um futebol, a um filme pornô, para tomar um vinho e já recebia o cara na porta só de cueca e de pau duro. E o cara ia. Pããããããta que o pariu se ia!!!! O que nos leva a pensar : até que ponto o padre é assim tão predador, assim tão Lobo Mau, e suas vítimas, tão assim Chapeuzinhos Vermelhos?
O cara tá ligado que o padre quer passar a vara nele, tá ciente de que o padre está de olho em sua hóstia consagrada, que o padre tá querendo brincar com ele de Virgem Maria e Espírito Santo. O padre chama e o cara vai. E vai várias vezes.
O que, mais uma vez, me lembrou de outra piada do Costinha.
"Da janela de seu apartamento, todas as noites, o cara via uma loira fantástica, escultural, peitudíssima, se trocar no prédio de frente para o seu. Um dia, ele decide bater na porta da loira. Conta os andares, as janelas e deduz que a loira mora no apartamento 42. Entra no prédio, bate na porta do 42 e um baita dum negão, de dois por dois, o atende. Meio assustado, o cara pergunta : não é aqui que mora uma loira bonita, gostosa, assim, assim? É aqui sim, fala o negão, pode entrar. O cara entra, não tem loira nenhuma, e o negão dá-lhe uma bela duma "carcada". Perseverante, ele refaz as contas, tem certeza de que a loira mora no 42 e volta lá no dia seguinte. Mesma coisa. Sai de lá com o cu em panderecos. E a rotina se repetiu pelos outros dias da semana. Até que, no sábado, ele bate de novo à porta do 42 e a bela loira lhe atende. Peladinha, bicos dos peitões róseos e durinhos, bucetinha cabeluda e escorrendo pelas pernas. Pois não, diz-lhe a loira. E ele : não é aqui que mora um negão grande, forte, assim, assim?".
Além do quê, não há nenhuma criança, nenhum menor de idade com 11, 12 ou 13 anos entre as vítimas do serial cu. Todas são homens entre vinte e poucos e mais de quarenta anos. Homens com força física para conter, inclusive na porrada, os assédios e as viadagens do padre.
Os relatos me parecem papo de Madalena Arrependida. O cara tava morrendo de vontade para sentar no cajado de Moisés. Quando viu o tamanho da abertura que ele causou em seu Mar Vermelho, bateu o arrependimento, a culpa cristã. Ou, o padre prometeu mundos e fundos pelos fundos dos monges e, depois que os comeu, deixou de mimá-los e presenteá-los, deixou de cumprir suas promessas de campanha. Rancorosas que só elas, resolveram botar a boca no trombone. Boca que muito já haviam colocado no apito de chamar anjo do padre Ernani.
Desde 2018, porém, o padre Ernani se desligou do Mosteiro da Santíssima Trindade e de suas obrigações religiosas. Não por algum tipo de punição imposta pela Igreja Católica frente às denúncias. Que se a Igreja fosse punir e expulsar todos os boiolas de seus quadros, logo, logo, ficaria sem mão de obra.
Padre Ernani saiu por vontade própria. Alegou cansaço (pudera) e conflito vocacional.
Eu,
por acaso, já tinha um vago conhecimento sobre o Mosteiro da Santíssima
Trindade e das putarias que, possivelmente, ocorriam e ocorrem por lá.
Minha sogra é católica, praticante, devota e tudo. Há alguns anos, numas
dessas viagens do pessoal da terceira idade, ela visitou o tal
mosteiro. A beleza do local a impressionou, assim como a beleza dos
noviços ali alojados. Falou que pareciam todos atores de novela, modelos
fotográficos. Que parecia que tinham sido escolhidos a dedo. Também lhe
surpreendeu a delicadeza dos moços. Disse categórica : "tudo viado
legítimo". "Viado legítimo" é a expressão que ela usa quando quer deixar
claro que a viadagem do sujeito é clara, evidente e inequívoca. "Tudo
viado legítimo". Tava certíssima, a minha sogra e sua temível língua.
Hoje, com 53 anos, padre Ernani reside na cidade paulista de Franca e atua como psicanalista. E aqui se faz necessário abrir um parêntese sobre a cidade de Franca, a outrora Capital do Calçado. Franca já foi lar e cenário de atuação do Padre Dé, acusado de abusar sexualmente de oito de seus coroinhas e condenado, em 2010, a 60 anos de prisão. O nome do padre aparece, inclusive, na extensa lista de sacerdotes católicos acusados de pedofilia ao redor do mundo exibida ao fim do filme Spotlight. Padre Dé morreu em julho de 2016 e até fevereiro do mesmo ano já havia sido inocentado em sete dos oito casos em que fora acusado, devido a várias inconsistências nos depoimentos. E, agora, Franca serve de refúgio para o serial cu de Monte Sião. O que em Franca suscita tanta predileção dos padres taradões? Estará Franca, para os padres taradões, o que a Argentina esteve para os refugiados nazistas da Segunda Grande Guerra? Fica esperto, Leitinho!!!
Desligado da Igreja, a justiça dos homens, agora, irá atrás do padre Ernani. A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar as denúncias. Aguardemos.
A
verdade é que a real vocação do ser humano sempre foi e será a putaria!
Se ainda por cima, o cara se sente protegido (e ele está) pelos muros
reais e metafóricos de uma instituição milenar, aí é que ele vai se
esbaldar, mesmo.
Abaixo, o padre Don Juan, o serial cu de Monte Sião.
Para ler a reportagem completa sobre o caso, é só clicar aqui, no meu nada católico MARRETÃO.
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