X-Factor por Peter David: O que é X-Factor?

 


X-Factor, esse é um nome que eu nunca pensei que fosse se tornar um dos títulos de quadrinhos que eu mais apreciaria e teria carinho, ou que mudaria minha percepção de como uma história focada em personagens deve ser, ou então ser o principal responsável por quebrar meu preconceito que títulos derivados não podem ser tão bons (ou até melhores) quanto os originais.

A primeira formação da equipe se deu em 1986, e era um momento muito importante para os leitores da época, visto que era o retorno dos cinco X-Men fundadores (Ciclope, Jean Grey, Anjo, Homem de Gelo e Fera), e o nome X-Factor foi aderido de fachada, propondo soluções para problemas envolvendo mutantes enquanto a equipe realmente atuava por trás dos panos, isso durou até a edição 69, e na edição 70 tivemos a adição do roteirista Peter David, começando veridicamente seu run na 71, com uma nova X-Factor, essa que já contava com rostos emblemáticos para a equipe, como Guido Carosella, vulgo Fortão, Rahne Sinclarie, vulgo Lupina, Jaime Madrox, o Homem-Múltiplo, Alex Summers, o Destrutor, e Lorna Darne, a Polaris, equipe esta agora atuando em conjunto com a agente do governo Valerie Cooper, no entanto isso tudo nada mais foi que uma introdução para o que estava por vir.


Em 2004, Peter David retornou para escrever um de seus personagens: Madrox, o Homem-Múltiplo, em uma minissérie totalmente inspirada em histórias noir e detetivescas, acompanhamos o personagem investigando um assassinato pessoal para si e se envolvendo com o crime e conspirações, já o colocando interagindo com futuros membros da X-Factor investigações, essa série serve como um prelúdio, porque em seguida, seguindo os eventos de Dinastia M, tivemos um novo Run! X-Factor investigações.

Esse gibi é brilhante em níveis distintos, os roteiros de David são orgânicos e muito fáceis de serem consumidos, mas ao mesmo tempo, tudo é feito com calma e organização, de maneira que verdadeiras reviravoltas acontecem que te acertam em cheio, a arte varia ao longo de todo o run, mas destaca-se a estética Noir de Ryan Sook e a lendária arte de Pablo Raimondi, muitos outros vêm e vão, mas digo que apenas o crossover com a Mulher-Hulk que possui uma arte fraca, todo o restante da equipe artística deu seu melhor e os traços combinam com cada momento da história.


Tal história é simplesmente fantástica, tudo começa na cidade mutante, após o dia M, agora habitada por ex-mutantes que sofrem ainda mais preconceitos e existem várias teorias do porquê a Dizimação ocorreu, no começo da história, uma agência privada se mostra oposta ao X-Factor e sua busca para descobrir o que causou a calamidade, e acompanhamos nossos personagens não só ultrapassando os desafios a eles impostos, mas também enfrentando a si mesmos, e descobrindo coisas novas sobre suas próprias pessoas.

Mas a história apenas é o que é devido aos seus personagens, em especial seu protagonista e sua co-protagonista, Respectivamente, Jaime Madrox e Layla Miller.

Madrox é sem dúvidas um dos personagens mais incríveis que já tive o prazer de acompanhar, é um personagem divertido, trágico, esperto, sacana, altruísta, corajoso, covarde, astuto e idiota... Tudo ao mesmo tempo, coisa que pra qualquer personagem poderia ser uma sobrecarga de características, mas não para esse cara, porque Madrox é um Homem-Múltiplo, não apenas literalmente em seus poderes, mas também metaforicamente, visto que cada cópia de Madrox representa um traço de sua personalidade, toda aquela confusão está dentro dele, na sua dificuldade de tomar decisões, na sua imprevisibilidade, e durante a história o próprio personagem é exposto, para os outros e para si mesmo, sobre como ele não se conhece tão bem quanto imagina, e vemos esse homem se tornando um personagem cada vez mais complexo, até chegar ao momento em que conhecemos ele na mesma medida que o desconhecemos, é um personagem genial.

 


Layla Miller é uma misteriosa garota que surge repentinamente na agência, ela é esperta, sarcástica e oblíqua, ela movimenta a trama de maneiras muito únicas e é um dos maiores diferencias da equipe, fundamental por diversos momentos, mas tudo o que comentar é spoiler, então descubram por vocês mesmos.

Entre os outros integrantes temos Julio Richter, o Rictor, que perdeu seus poderes após a dicimação e se tornou um possível suicida, Rictor tem vários arquétipos do herói relutante dos anos 2000, atitude de Durão, sarcasmo, um altruísmo mais velado e necessidade de autoafirmação, mas é sem dúvidas a alma da equipe.

 

Theresa Cassidy é a heroína Syrin, filha do mutante Banshee e com sérios problemas de Alcoolismo, Theresa é uma personagem brilhantemente escrita para dizer o mínimo, uma das personagens mais fortes das histórias em quadrinhos, ainda que não de força física, mas emocional, e ela ganha essa força sendo fraca, é complexo, mas é genial.

 

Guido Carosella é o Fortão, capaz de absorver energia cinética, super forte e super resistente. Ele não é um gigante gentil como Colossus ou um brutamontes como Fanático, é um ser humano com problemas como qualquer outro, adepto de uma sinceridade muitas vezes perigosa e com piadas do maior estilo Boomer, ele é amável.


 

Rahne Sinclaire é a ex-nova mutante Lupina, e junto a Madrox, minha personagem favorita do título, cristã praticante, Lupina já passou por maus bocados, mas sem dúvidas é a heroína com o maior coração entre todos, sua fé a dá conforto e motivação para seguir em frente, e vemos que ironicamente, mesmo tendo uma forma bestial, Rahne é sem dúvidas a mais humana entre todos alí.

 

E por fim, Monet St.Croix, vulgo M, uma filha de um multimilionário com problemas de narcisismo e um ego superinflado, M pode parecer perfeita e ela quer que todos a vejam como perfeita, mas é uma personagem muito mais complexa que isso, lidando com traumas envolvendo seu irmão no passado, ela é minha terceira personagem favorita, de tão detestável que é, é muito amável.

E ainda outros heróis vêm a entrar na equipe posteriormente, dando um roster completamente diverso e com personalidades diferentes, as interações da equipe são ouro, e é essa humanização que torna tudo tão agradável de se acompanhar, você não quer apenas ver os problemas sendo resolvidos, você quer ver esses personagens interagindo, você quer ver essas pessoas bem, você quer rir com eles, chorar com eles, sentir com eles, investigar com eles. Alguns personagens só existem pela história que estão inseridos, a história de X-Factor só existe porque foi inserida na trajetória desses personagens.

 


Após a edição número 50, a revista volta para a edição legado 200, e a partir daqui o lado sobrenatural começa a aflorar ainda mais, construindo para uma conclusão épica envolvendo todos os personagens da equipe, de maneira totalmente satisfatória, na edição 262, uma jornada tão boa que você devora as edições sem nem perceber. E o melhor de tudo é que a história possui um fim, David deixa todos os membros que não Madrox livres em suas vidas, mas Madrox possui sua conclusão, uma conclusão que muito provavelmente se fosse um gibi independente, seria definitiva, então pode ler assim, como uma história fechada, que tudo estará bem.


 

Após a edição 262, David ainda escreveu uma fase chamada novíssima X-Factor, mas na verdade, é mais ao mesmo tempo um epílogo e uma obra totalmente nova, elementos são recuperados mas tirando uma personagem e um outro que era até que razoavelmente constante, é uma equipe nova com objetivos novos mas chamada de X-Factor que durou 20 edições e após as guerras secretas o título não teve mais continuidade, então não é obrigatório ler isso após a edição 262, apenas caso você, assim como eu, amou e quer mais.

Então no fim... o que é X-Factor? É um gibi de super-heróis? Uma história de detetive? Um drama pessoal? Um Slice of Life? Uma história de terror? É tudo isso e mais um pouco, você quer saber o que é X-Factor? Leia Madrox e em seguida a primeira edição de X-Factor de 2006, e lá entenda, o que é o X-Factor, se as primeiras três edições não o prenderem (eu me prendi na primeira), nada mais vai.

Abaixo uma ordem de leitura e também onde encontrar esses personagens após a leitura deste gibi, alguns crossovers acontecem, mas não os achei necessários para ler, tendo um conhecimento geral do que a saga fala já é o bastante:

 

Ordem de leitura X-Factor

 

Madrox 1-5

(Dinastia M ocorre)

X-Factor (2006) 1-32

X-Factor: The Quick and The Dead 1

X-Factor: Layla Miller 1

X-Factor 33

She-Hulk (2008) 31

X-Factor 34-50

X-Factor: Nation X 1

X-Factor (1986) 200-224

Vingadores: A cruzadas das crianças 6-9

X-Factor 224.1-262

 


Onde encontrar os personagens após essa leitura:

All-New X-Factor 1-20: Polaris

Uncanny Avengers: Destrutor

Thunderbolts (2013) 20-23 : Fortão

Uncanny X-men (2016) : M

Morte do X 1 (não precisa ler o resto pra seguir esses personagens): Madrox

X-Men Blue: Polaris, Destrutor

Homem-Múltiplo (2018): Madrox?

Shatterstar (2018): Shatterstar

New Mutants: Dead Souls: Lupina, Rictor e Fortão

Uncanny X-Men (2019): 11-22: Lupina, Rictor, Fortão, Madrox e Layla

Dawn of X ocorre

Novos Mutantes: Lupina

X-Factor (2020): Polaris, Madrox(rapidamente), Shatterstar, Syrin

X-Corp: M e Madrox

Excalibur: Rictor

Hellions: Destrutor

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️ ROTEIROS: Peter David…

️ DESENHOS: Ryan Sook, Renato Arlem, Pablo Raimondi...

💬 NÚMERO DE EDIÇÕES: 118 (X-Factor v3 - #01 - #50, X-Factor #200 - #262 + Especial Layla Miller + Especial do Mercúrio)

🏆 EDITORA: Marvel

📁 FORMATO: CBR

️ CRÉDITOS ÀS EQUIPES: Os Impossíveis, Só Quadrinhos, HQ Br, Rock n’Comics

📚 ZIPS: Blue Hammer / Ozy_R

📆 ANO DE PUBLICAÇÃO: 2006 – 2012

NOTA DO OZY: Acabei achando mais edições e refiz os packs, os upando no "Packs do Ozy" no Telegram, são eles os dessa imagem. Ao clicar abaixo no smile do Watchmen, será redirecionado pra lá. Caso alguém tenha tempo e boa vontade, e queira baixar esses packs e reupar em um Mediafire ou 4Shared na vida, deixe nos comentários o link que eu coloco aqui na postagem.



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