O NOVO HOMEM DO PRESIDENTE



Foi publicada, em vários veículos – de forma menos amigável do que se pensa – a entrada do ator Mário Frias como o novo secretário de Cultura. A pasta é uma das mais cobiçadas e marcadas pela oposição perseguição implacável desde do começo do governo. Primeiro houve Roberto Alvvvvvvvviiiiiiiiimmm, um homem com uma história um tanto curiosa, aparente erudição, mas que sujou para sempre sua biografia com a brincadeira (?) de “cosplay de Goebbels”.





Depois veio Regina Duarte. Tudo podia dar certo, não?

Afinal se tratava de uma das senhoras mais respeitas pela classe artística no Brasil, bem como pela maioria que possa ter visto novelas nos últimos 40 anos. No entanto, a senhora de 73 anos atuais, avó, sem necessidade de provar nada para ninguém, foi perseguida por gente como José de Abreu,(em um silêncio ensurdecedor do movimento feminista e da própria Globo) no que poderia ser resumido pelas frases do canalha a uma entrevista na Folha:



"E veja quantas mulheres me apoiam no Twitter. Fascista não tem sexo. Simone de Beauvoir falava ‘tornar-se mulher’. Vagina não transforma uma mulher em um ser humano. Assim como o pênis não me transforma em um machista misógino".

 Arrematando:

"Como é que uma pessoa dessas [referindo-se a Regina Duarte, que apoia e integrará o governo de Bolsonaro]… não, eu tô indignado. Não dá para respeitar quem apoia o Bolsonaro. Eu não tenho o menor respeito. Para mim não interessa se é homem ou mulher. Não pode. Não pode. Fascista a gente trata no cuspe. Não há como considerar o fascista um ser humano. E quem apoia fascista, fascista é".

Sim, nessas horas os teóricos de plantão sobre o fascismo “esquecem” que uma das maiores diretrizes do mesmo é a desumanização dos adversários políticos.



Regina acabou esbarrando em uma militância sufocante, de ambos os lados. Pessoalmente, eu a acompanho no Instagram, e mal ela podia falar sobre qualquer tema, eu digo qual um, que as mensagens se dividiam nos radicais de esquerda que a chamavam de termos que prefiro nem replicar, afinal é uma senhora com idade de ser minha avó, e bolsonaristas, do tipo que passam o dia todo no zap, achando que ministros devem ser mais torcedores fanáticos do presidente, do que profissionais em um serviço público. Veio o vírus, crise, falta de resultados maiores, e um embate com os olavistas – sim, sempre eles – sacramentada com uma entrevista um tanto quanto perdida no rumo com a CNN, abriu a vaga para o nosso próximo candidato.



Frias, até então lembrado mais como um “ex-ator da Malhação”, e aluno do professor Olavo de Carvalho, foi zombado com a imagem que ilustra esse post, uma piada com a homossexualidade entre ele e o presidente. Gosto de lembrar que o humor tem que ser livre, qual o problema em se fazer uma piadinha assim? Eu não vejo nenhum, até faço vez ou outra, em especial com o Carluxo e o Indío, cada um na sua, eu não tenho nada a ver, e nem faz diferença na minha vida a sexualidade de cada um. Mas... Estamos falando da Folha de São Paulo, ativista do politicamente correto, de que não se façam determinadas tipos de piadas, sob pena do autor sofrer forte represália, o famoso “cancelamento” e logo, a própria Esquerda, tratou de “dar uma dura” no veículo, com destaque a jornalista Vera Magalhães:

"A Folha que me desculpe..."

As opiniões se dividiram entre “os que acham que não se deve brincar e sexualizar as pessoas”, e os que “não vi nada demais, vale tudo contra o inimigo”.



Tirado um lado obvio de parte da imprensa mainstream que apela para os golpes mais baixos e desnecessários, do mesmo nível que a “matéria” que levanta a hipótese de a primeira dama trair Bolsonaro com um ministro e leviandades dignas da revista CARAS, que atrapalham o jornalismo sério, analítico e investigativo e faz crescer a onda de pessoas que preferem acreditar no zap do que na imprensa, a piada pode dizer mais sobre quem faz do que com quem faz, como diria Fefito? Aparentemente, a sexualidade do sujeito causou mais repulsa ou motivo de deboche, nos que dizem lutar pela igualdade de gêneros, do que nos “reacionários de Brasília”.

E, aí? Cancelaremos a Folha?


Instrumento político afiado, o politicamente correto pode ter sido bem intencionado a principio para reparar injustiças históricas, mas tão logo foi se tornando uma ferramenta de censura endossada por pessoas que acham ter a cabeça aberta, e no entanto agem como censores da época da ditadura militar, com muito mais maquinário, cabeças, tempo livre e falta de escrúpulos e autocrítica. Um artifício cujo seus defensores mais autoritários, entre seus momentos de desprezo escancarado e não aceitação de uma democracia quando não lhe convém ideologicamente, vão violar sem nem perceber, porque no final do dia, não se tratava de “minorias”, se tratava de mobilizar a opinião pública contra algum antagonista, levando a vez ou outra a máscara cair, e em efeito dominó, com os cúmplices que tentam colocar ela de volta e fazer de conta que nada aconteceu...



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