Os Novos Mutantes - Filhos da Guerra - Review



Última leitura. Essa é uma edição especial dos Novos Mutantes, tendo como base a nostalgia. Se você não é leitor dos anos 80, sinto muito, mas o impacto emocional de ler essa HQ será bem reduzido ou até mesmo nulo. No entanto, tendo-se em vista a curva ascendente de envelhecimento dos leitores de quadrinhos, acredito que muitos que acompanham este blog tenham lido algumas das histórias clássicas dos Novos Mutantes de Chris Claremont e Bill Sienkiewicz.



Na verdade, essa é uma edição especial que foi feita para pegar carona no vindouro filme dos Novos Mutantes, já tão adiado por conta do rolo da compra da Fox pela Disney. Devo dizer que foi uma estratégia de marketing inteligente da Marvel.
Pior que não tenho tanto a dizer da história; ela é bem simples, mas exige certo background de quem lia as HQs dos Novos Mutantes na época, mas, para quem não leu, não tem problema. O enredo é fácil de entender, apesar de que algumas das informações só serão compreendidas por quem leu as histórias da equipe na época mesmo.

A história se inicia com Warlock, o membro tecnorgânico da equipe pirando, por causa do medo que de que seu pai, Magus, venha atrás dele, pois Warlock e seu pai devem se enfrentar até a morte. Claro que quem não leu as histórias antigas dos Novos Mutantes não vai saber desse background.
Warlock foge e acaba causando danos estruturais na Escola para Jovens Superdotados do Professor Xavier, em Salen Center, despertando o restante dos Novos Mutantes (Danielle Moonstar/Miragem, Illyana Rasputin/Magia, Rahne Sinclair/Lupina, Sam Guthrie/Míssel, Doug Ramsey/Cifra, Xi’na Coy Manh/Karma, Amara/Magma e Roberto da Costa/Mancha Solar, o mutante bananense, além da responsável por eles, Kitty Pryde, do tempo em que era ninfeta. Para variar, é o brasileiro quem faz merda primeiro, e Mancha Solar é o primeiro a ser infectado pelo vírus transmodal de Warlock.
Os Novos Mutantes conseguem encurralar Warlock, e logo se inicia o confronto. Magma é contaminada pelo vírus transmodal e ataca Magia, fazendo com que sua sombra demoníaca desperte. Aí é que a vaca começa a ir para o brejo. E esse é outro detalhe que só quem leu as histórias antigas vai entender, pois Illyana, a irmãzinha de Peter Rasputin, o Colossus, foi abduzida pelo capiroto Belasco quando criança e voltou adolescente quando os X-Men a libertaram de lá, pois a passagem de tempo no Inferno é diferente. Mas, depois de sentar no colo de Belasco, Illyana também conseguiu uns poderes demoníacos e até uma forma de capiroto.
Ademais, Hela fica aparecendo para Miragem, a fazendo lembrar de sua missão de valquíria, pois, após uma saga em Asgard, ela criou laços com a Deusa da Morte e ganhou um cavalo alado. Coisa que só quem tem, novamente, background das histórias antigas vai entender melhor.
Ou seja, Os Novos Mutante - Filhos da Guerra é gibi de velho, mas com um verniz de novidade, e safadamente apela para a nostalgia. Mas isso não é algo ruim; pelo contrário, é bom, pois faz lembrar de uma época em que as HQs da Marvel costumavam ter uma regularidade boa. Nos anos 80, também havia vários quadrinhos ruins, mas a amostragem final era de boas histórias. Dá até saudade de Jim Shooter, que foi o escritor mais pica grossa da Marvel, na minha opinião. E olha que Chris Claremont está escrevendo até decentemente essa história; diferentemente do velho gagá que ele é hoje em dia. Sienkiewicz é Sienkiewicz, ou você ama ou odeia. Particularmente, acho a arte dele pintada maravilhosa, mas quando ele desenha a mão é mais irregular. Ainda assim, ele é muito bom, embora algumas sequências da HQ tenham ficado confusas. Nota 8 de 10.



Postar um comentário

0 Comentários