O CORVO (The Crow) A SAGA

Escrito por: Ney Bellas
Publicado originalmente AQUI.

Neste Post trago ao Memória um dos mais icônicos personagens dos anos 90, O Corvo (The Crow). A aura de mistério e do sobrenatural, o marcam desde sua concepção enquanto HQ pelas mãos do visionário James O. Barr até a fatídica morte de Brandon Lee, durante as filmagens do longa de 94. Fora a estética Punk Gótico do personagem, da cenografia e a trilha sonora envolvente. Admito porém, que as sequências não foram capazes de manter o charme e a profundidade exigida pela trama. Mas, fiquem comigo e conheçam (ou relembrem) algumas informações e curiosdades deste inusitado anti-herói do passado.

Para inicio de conversa, e como já mencionei acima The Crow (O Corvo) é originalmente uma história em quadrinho (HQ) criada por James O'Barr. A HQ nasceu como um meio de O'Barr  lidar com a trágica morte de sua namorada, Beverly, de apenas 18 anos. Em 1978, a moça foi atropelada por um motorista bêbado. James se viu perdido e sem rumo. Acabou se alistando no exército e foi enviado para servir na Alemanha. Foi lá que, nas horas vagas, escreveu e desenhou as primeiras quarenta páginas da HQ em 1981. Sua tristeza e revolta com a morte da namorada deram o tom violento e melancólico ao personagem.  Quando concluída, a história foi primeiramente publicada pela Caliber Comics em 1989. Logo tornou-se um sucesso "underground" e pouco depois foi adaptada em um filme de mesmo nome em 1994,roteirizado por David J. Schow e John Shirley, dirigido por Alex Proyas e estrelado pelo saudoso Brandon Lee.

Sobre a HQ,  temos traços brutos, mas que conseguem passar a forte carga emocional da trama. O clima sombrio não é tão gótico como vimos no filme (exceto pelo romance), esta mais par o estilo punk underground. Outra coisa é que a revista é bem mais violenta e sanguinária que no longa, assim como o romance entre Eric e Shelly. O'Barr também explora a crueldade extrema da gangue do T-Bird. Algo que gera em nós um sentimento de apego ao casal, e acende o desejo de vingança e de justiça, pois alguém precisava dar um fim naqueles caras maus. Em resumo, a HQ e o filme de 1994 são complementares e bem equilibradas.

Sinopse: Eric Draven era um homem feliz. Tinha uma mulher a quem amava mais do que a si mesmo, uma casa que era seu castelo, um casamento que se aproximava e inúmeros sonhos para o futuro. Mas isso estava prestes a mudar. Um dia, quando tentava consertar seu carro, que havia quebrado numa estrada, um bando de viciados o assassina sem nenhum motivo. Pior: ele presencia o estupro e assassinato de Shelly, o amor de sua vida. Agora, um ano depois, a cidade de Detroit silencia ante um vingador que voltou dos mortos para reclamar vingança contra os assassinos.


O Filme,"O Corvo" de 1994 nos conta essa emocionante história, com uma trilha sonora estupenda e uma atuação brilhante de Brandon Lee no papel principal. Com o tempo, tornou-se "Cult", principalmente entre os fãs do visual gótico e pela competente montagem de história. Para se ter um noção do peso da produção, registre-se que o filme recebeu o prêmio MTV Movie Awards 1995 (EUA), venceu na categoria de Melhor Canção (Stone Temple Pilots), foi indicado na categoria de Melhor Figurino, Melhor Diretor, Melhor Filme de Terror e Melhores Efeitos Especiais no Prêmio Saturno 1995 (Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films, EUA), também foi indicado nas categorias de Melhor Ator (Brandon Lee) e Melhor Filme no MTV Movie Awards.
Mas, ainda há quem diga que“O Corvo” seria somente mais um filme qualquer, não fosse pela trágica morte de Brandon Lee durante as filmagens. Conta-se que o longa já estava praticamente pronto quando o acidente aconteceu, mas mesmo com morte de Brandon diante das câmeras, o diretor Alex Proyas decidiu continuar com as gravações e terminou o filme. Para as cenas que faltavam foi usado um dublê.
A morte de Lee ocorreu quando a cena do estupro da personagem Shelly foi gravada. Uma cena antes dessa requeria que uma arma fosse carregada, engatilhada e apontada para a câmera, mas por causa da curta distância do take, a munição carregada era verdadeira, mas sem pólvora. Após essa cena, o assistente de armeiro limpou a arma para retirar as cápsulas, e derrubou um dos projéteis no cano. A cena seguinte a ser filmada foi a do estupro de Shelly, o problema é que a arma já estava com um projétil dentro e ainda por cima foi carregada com festim, que contém duas ou três vezes mais pólvora que um projétil normal. Brandon entra em cena com uma sacola de supermercado que continha sangue explosivo, o roteiro dizia que Funboy deveria atirar nele assim que entrasse na sala, estourando o saco de sangue, porém, o projétil foi disparado em Lee através da sacola, matando-o.

Supostamente, os negativos com a filmagem de sua morte foram destruídos sem nunca terem sido revelados. Mas, há alguns anos circulou um vídeo onde quem teve acesso conseguiu ver a fatídica cena.


SINOPSE: O roqueiro Eric Draven está morto... Mas, estranhamente, ele ainda vive. Ele ainda não pode descansar em paz, não enquanto os vermes responsáveis por sua morte e também pelo assassinato de sua noiva permanecerem vivos. Assim, Draven retorna de seu túmulo para submeter seus matadores a uma implacável vingança. E ele não está sozinho. Um amedrontador corvo do outro mundo guia Draven em sua jornada. Brandon Lee interpreta Draven neste conto sobrenatural de vingança baseado na série em quadrinhos criada por James O'Barr. Alex Proyas (Eu, Robô) dirige o filme, combinando os elementos de suspense da vendetta de Draven com um incrível visual neogótico, diferente de tudo já visto nas telas. Inimigo após inimigo, batalha após batalha, Draven está perto de completar seu triste propósito. Ele vive. Eles morrem. Mas há um segredo sobre seus poderes. E se os seus rivais o descobrirem, talvez não haja mais nada na Terra capaz de salvá-lo.

THE CROW (1994)
Direção: Alex Proyas
Roteiro: David J. Schow e John Shirley
Elenco: Brandon Lee
                Rochelle Davis
                Sofia Shinas
                Ernie Hudson
                Michael Wincott
                Tony Todd.
Gênero: Suspense, sobrenatural, fantasia, violência
Direção de arte Simon Murton
Efeitos especiais Dream Quest Imagens / Ultimate Effects
Figurino Arianne Phillips
Distribuição EUA Buena Vista Pictures / Dimension Films / Miramax Films
Orçamento US$ 6 milhões

CURIOSIDADES:

  • Na HQ, a história é narrada de forma não linear, com os fatos sendo mostrados fora da ordem cronológica. O assassinato do protagonista e de sua namorada, por exemplo, só aparece na página 136;
  • O Corvo foi traduzido em quase uma dúzia de línguas e já vendeu mais de 750.000 cópias em todo o mundo;
  • O filme marcou a estreia do australiano Alex Proyas atrás das câmaras;
  •  James O'Barr revelou, anos depois do lançamento do filme, nos comentários da respetiva edição em DVD, que a ideia original dos produtores seria lançar um musical estrelado por Michael Jackson. Porém, o autor julgando ser uma brincadeira, desatou a rir às gargalhadas antes de perceber que os seus interlocutores falavam a sério;
  • Apesar das escolhas de Alex Proyas para a direção e de Brandon Lee para o papel principal terem trazido idoneidade ao projeto, James O'Barr nunca escondeu a sua preferência por Johnny Depp para interpretar o Corvo;
  • River Phoenix e Christian Slater também foram sondados para assumir a personagem mas declinaram;
  • Dentre as várias alterações introduzidas pelos argumentistas à trama original, releva, desde logo, a omissão da toxicodependência de Eric e a sua mudança de ofício (de mecânico passou a músico no longa). Outra diferença significativa entre as duas histórias está na figura do Corvo, uma vez que no filme temos uma ave real, na HQ o corvo é uma espécie de projeção da psiquica do herói. Acrescendo ainda o fato de, diferente da narrativa original, o animal ser retratado no filme como a fonte de poder de Eric Draven;
  • A versão inicial do enredo não incluía a fatídica cena em que Funboy dispara sobre Eric quando este surpreende os malfeitores no seu apartamento. Tratou-se, com efeito, de uma alteração imposta à última hora pelo realizador sob a forma de um flashback. A cena em causa requeria a utilização de um revólver Magnum .44 carregado com munição real, embora sem pólvora. Isto porque a referida arma seria disparada em direção à câmara a uma curta distância. Aparentemente, alguém se esqueceu entretanto de substituir as balas por fulminantes e o pior aconteceu. Brandon Lee, que à data contava 28 anos de idade, foi mortalmente ferido pelo seu colega Michael Massee, servindo as filmagens como elemento de prova na investigação que se seguiu àquilo que ainda hoje muitos se questionam se teria sido um acidente ou um homicídio;
  • Traumatizado pelo facto de ter sido ele a disparar a pistola que tirou a vida a Brandon Lee, Michael Massee sentiu necessidade de tirar um ano sabático para se recompor. Apesar disso, em 2005 (doze anos decorridos sobre o incidente) admitiu, em entrevista, ter ainda pesadelos com o sucedido;
  • Antes da ocorrência dessa fatalidade, registou-se uma sucessão de incidentes que muitos encaram como maus presságios para o que estava por vir. Logo no primeiro dia de filmagens, um carpinteiro sofreu queimaduras graves após a sua grua tocar em cabos elétricos. Nos dias seguintes, um caminhão de apoio pegou fogo sem razão aparente, um escultor frustrado espatifou o seu carro contra a oficina onde produzia adereços em gesso e um membro do staff perfurou acidentalmente sua mão com uma chave de fenda;
  • Supostamente, segundo a biografia de Bruce Lee, o lendário ator e mestre de artes marciais previra a morte de seu filho depois de despertar do seu coma, muitos anos antes de Brandon Lee sequer pensar em seguir uma carreira ligada ao cinema;
  • Durante as filmagens, Brandon Lee desenvolvera um bizarro fascínio pela morte que o levou, entre outras coisas, a visitar túmulos de celebridades;
  • Tal como o pai 20 anos antes, a morte de Brandon Lee tornou-o uma lenda;
  • Nenhuma das aves usadas nas filmagens era um corvo, mas sim gralhas-pretas. Apesar de aparentadas, as duas espécies corvídeas diferem em algumas características: além do seu menor porte comparativamente com os corvos, as gralhas-pretas são animais diurnos. Circunstância que obrigou o o tratador a treiná-las para se adaptarem às filmagens noturnas;
  • Na sequência da morte de Brandon Lee, a Paramount Pictures, responsável pelo financiamento do projeto, criou a Entertainment Media Investment Corporation, empresa de fachada que serviu exclusivamente para adquirir os direitos do filme e completá-lo com efeitos digitais e dublês para rodar as cenas restantes;



SEQUÊNCIAS:

  • No ano de 1996 estreou nas salas de cinema internacionais: The Crow: City of Angels, dirigida por Tim Pope e estrelada por Vicente Pérez. Arrasada pela crítica e pelo público, as suas receitas de  bilheteira ficaram muito aquém do desejado. Fato que determinou a decisão dos produtores de que os futuros "capítulos" somente serem lançados diretamente em vídeo.
  • Em 1998, tivemos uma Série de TV canadense intitulada:The Crow: Stairway to Heaven, com o ator Mark Dacascos como Eric Draven.
  • No ano 2000, estreou: The Crow: Salvation. O elenco deste terceiro longa-metragem era encabeçado por Eric Mabius, e Kirsten Dunst. Vagamente inspirada na novela The Lazarus Heart (escrita por Poppy Z Brite em 1998), com altos e baixos, o filme tem lá seu mérito.
  • Em 2005, com Edward Furlong como protagonista, temos o quarto filme de saga. Ao contrário do seu antecessor, The Crow: Whicked Prayer conseguiu uma pré estréia cinematográfica antes de ser lançado no mercado de vídeo. Mas, como as demais sequências do filme original, não convenceu os espectadores, sendo mesmo considerado o pior capítulo da série.
  • Provisoriamente intitulado The Crow: 2037, um pretenso reboot dirigido por Rob Zombie chegou a ser planeado nos finais da década de 1990, mas o projeto nunca chegaria a ver a luz do dia.


BÔNUS: Clique nos links abaixo para fazer o download dos filmes (Qualidade: 1080p).


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