COMO TOR PAGOU SEU SALÁRIO AO GIGANTE DA MONTANHA



Extraído do “Livro de Ouro da Mitologia – Thomas Bulfinch”, Pág. 385 – 386

Certa vez, quando os deuses estavam construindo suas moradas e já haviam acabado a construção do Midgard e do Valhala, apareceu um artífice, oferecendo-se para construir uma morada tão bem fortificada que nela os deuses ficariam perfeitamente protegidos contra os ataques dos gigantes do Gelo e dos gigantes da Montanha. Exigia, porém, como pagamento, a deusa Freia, juntamente com o Sol e a Lua. Os deuses concordaram com suas condições, contanto que ele executasse o trabalho sem ajuda de ninguém e durante um só inverno.




Se alguma coisa ainda estivesse por acabar no primeiro dia de verão, ele teria de desistir do pagamento pedido. Ao ouvir essa proposta, o artífice exigiu que pudesse utilizar-se de seu cavalo Svadilfair. Isso lhe foi concedido, graças à opinião de Loki. O artífice, assim, começou a trabalhar no primeiro dia do inverno e, durante a noite, deixava seu cavalo carregando pedras para a construção. O enorme tamanho das pedras encheu de assombro os deuses, que perceberam, claramente, que o cavalo executava mais da metade do trabalho. A combinação, porém, já estava feita e confirmada por juramento solene, pois, sem essas precauções, um gigante não poderia considerar-se em segurança no meio dos deuses especialmente quando estava próximo o regresso de Tor de uma expedição que empreendera contra os demônios malignos.

À medida que se aproximava o fim do inverno, a construção ia progredindo, e os baluartes já eram suficientemente altos e maciços para tornar o lugar inexpugnável. Em resumo, quando faltavam apenas três dias para o verão, só faltava ser acabada a construção da porta. Os
deuses, então, se reuniram para discutir, a fim de saber se seria possível livrarem-se da obrigação de entregar Freia ou de mergulhar o céu na escuridão, permitindo que o gigante levasse o Sol e a Lua.

Loki e esse cavalo teriam aventuras futuras...


Todos concordaram que somente Loki, o autor de tantas ações condenáveis, poderia ter dado tão maus conselhos e que ele deveria ser submetido a uma morte desapiedada, se não contribuísse, de algum modo, para evitar que o artífice completasse sua obra e obtivesse a recompensa estipulada. Naquela mesma noite, quando o homem saiu com Svadifair para carregar as pedras, uma égua saiu correndo, de repente, de uma floresta e começou a relinchar. O cavalo, então, arrebentou os arreios e correu para a floresta, atrás da égua, o que obrigou o homem a correr também atrás do cavalo e, assim, a noite inteira foi perdida, de modo que, ao amanhecer, o trabalho não progredira no ritmo costumeiro. Vendo que não podia completar a tarefa, o homem reassumiu sua estatura gigantesca e os deuses perceberam, então, que se tratava, na verdade, de um gigante das montanhas que viera para o meio deles. Achando que não mais estavam presos ao juramento, chamaram Tor, que, imediatamente, correu a ajudá-los e, levantando seu malho, pagou ao trabalhador seu salário, não com o Sol e a Lua e nem enviando-o de volta ao Jotunheim, pois, com a primeira pancada do martelo, despedaçou a cabeça do gigante e o atirou ao Niffleheim.


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Até o próximo.



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