Eu Queria Ser o Dylan

O enredo em si da série Beverly Hills, 90210 (por aqui traduzida para Barrados no Baile) já nos era - a mim e aos meus contemporâneos de escola, faculdade e amizades afins - um tanto quanto pueril quando de sua estreia, em 1990; já era - usando um termo que, à época, não era aplicado - um tanto quanto teen para nós, todos na faixa dos 22, 23 anos, em fase, portanto, de definição profissional, de tomar um rumo na vida.
Ainda assim, todos nós assistíamos a Barrados no Baile. Não perdíamos um, sempre aos sábados à tarde. E se, por alguma razão, fôssemos perder, programávamos o vídeo-cassete para gravar e assistíamos depois.
É que, independente da faculdade que cada um cursava, ou dos rumos que cada um planejava dar à própria vida, havia uma unanimadade entre nós : todos nós queríamos ser Luke Perry, o Dylan, o fodão dos Barrados no Baile!
A séria era ingênua, bobinha etc, mas tinha o Dylan.
Dylan era o cara misterioso;
Dylan era filho de um perigoso gangster de Los Angeles,
Dylan era o outsider, o genro que nenhuma sogra quer ter;
Dylan tinha o desdém e o enfado pela vida de um Humphrey Bogart;
Dylan tinha a beleza torturada de um James Dean;
Dylan dirigia um Porsche;
Dylan comeu a Brenda;
Dylan comeu a Kelly;
Dylan comeu a Valerie.
Luke Perry, o Dylan, na quinta-feira passada, aos 52 anos, sofreu um AVC, vindo a falecer ontem (04/02).
O funeral será na casa dos Walsh.
 Luke Perry

1966 - 2019